
Padre Luiz Carlos de Oliveira CSsR, fazia piada até onde não se podia conversar. Chacoalhou a Roseira, nos escritos, falas e atitudes. No Céu vai levar boas risadas e dizer que tem uma fila pra subir. Mas, santos! “Eu era um dos 10 contos do Rosário, dizia Padre Antônio Borges de Souza, C.Ss.R., na primeira turma do Seminário Santíssimo Redentor em Sacramento-MG, ali na Rua Rosa da Mata.
Certamente minha mãe e avó rezaram muito , pois o único que ficou padre, eu que estava indo para outra Congregação religiosa e “fui laçado” e convencido”.
Disse também: “vocês da UNESER precisam levantar a bunda da cadeira e agir imediatamente , pois receberam formação condizente para agregar todos os ex-religiosos e ex-seminaristas, garantindo a eles , a capacitação permanente de catequese mesmo e me coloco à disposição para ajudar vocês a dialogarem com a Congregação Redentorista para garantirem o espaço de leigos que trazem a mística de Santo Afonso “.
Muito bem, dessas falas, Padre Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R., falecido dia 30 de abril de 2022, aqui o testemunho da caminhada vocacional sua e o chamado a viver a fé e espiritualidade a partir da mística redentorista aos que passaram por formações seminarísticas sermos testemunhas do Redentor onde estivermos.
Entristecidos com a morte desse religioso, amigo, estudioso de liturgia, referência positiva na Igreja Católica, exigia de todos e dizia: “vá estudar e deixe de pensar e falar besteira sobre a fé que professa”.
A UNESER agradece seu apoio quando esteve no retiro no Pico do Jaraguá em São Paulo SP, ali sinalizando o caminho na mística redentorista .
Agradece, também, sua presença nos encontros, seu estímulo na criação e ajuda para o livro “Histórias e Memórias do Seminário Santíssimo Redentor em Sacramento-MG, Olhares dos que ali passaram” e por fim , nos revelou seu sonho de ver reaberto aquele seminário e os Redentoristas assumirem novamente a paróquia local quando o Venerável Padre Vitor Coelho de Almeida, C.Ss.R. ficar santo.
Não deu tempo de ver esse sonho, mas provocou e deixou legados onde quem ouviu os testemunhos de familiares e amigos, também representantes da UNESER, na missa das exéquias na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em São Paulo, SP, entenderam que Padre Luiz mostrou o caminho e agora cabe-nos compreender “seus puxões de orelhas” e na terra sermos melhores.
Deus seja louvado e no Céu, ore por nós.
Prof. Vicente de Paula Alves. Missionário Leigo da UNESER.-
https://www.uneser.org.br/Essa semana, porém, a tristeza tomou conta de todos nós, ex-seminaristas que em Tietê conviveram com o já saudoso
Padre Luiz Carlos.
Cada formador, como bem sabemos, tinha suas características pessoais distintas e a contribuição de cada um era fator preponderante cuja soma positiva e rica exerceu forte influência em nossa formação.
É incontestável que a postura do Padre Luiz Carlos o distinguia de todos. Sem alarde, sem trazer para si atenção mais do que a devida, mas com humildade, com a conhecida calma “à la mineira”, com humor sadio e sempre presente, as vezes desconcertante que derrubava o mais sisudo espectador. Padre Luiz Carlos era de uma clareza de opinião, de uma assertividade ímpar. E podem considerar esta sua qualidade em toda sua extensão e significado. Sim, ele se expunha, se expressava de maneira direta, clara, honesta e sempre apropriado ao ambiente, sem violar direitos alheios.
Suas “tiradas” sagazes na verdade, eram conceitos próprios jogados em uma seara por ele mesmo cultivada que, descontraidamente ele bem direcionava para onde queria, com graça, leveza e sabedor de seus objetivos. Só assim para entender um ser que, enquanto um homem que vivia com descontração por onde passava, era o mesmo que com dedicação e inteligência aguçada produziu obras fantásticas e reconhecidas, reflexões que viajaram levando aos quatros cantos a história da CSSR, o pensar mais apurado da religiosidade e da espiritualidade. Um exegeta que não se permitiu esconder-se atrás de um manto egocêntrico que maculasse seu berço humilde e puro.
Penso que Padre Luiz Carlos se alimentava de sua sempre sadia, rica e descontraída convivência com todos que o circundavam, para então construir suas reflexões, suas profundas homílias tendo sempre o afeto humano como foco de seus temas.
Se triste estamos agradecidos também devemos estar, pelo privilégio a nós concedido pela convivência terrena com este ser iluminado.
Mineiro sacramentado, Padre virtuoso, homem de fé inabalável, mente sã, de fácil e alegre convivência, mas antes de tudo, sempre um companheiro que com maestria e bondade lhe “roubava” um sorriso seja em que circunstância fosse, pois seu espírito atento e perspicaz, não deixava nada no vazio.
Só existe uma palavra em nosso alfabeto que resume este ser que por ora nos deixou:
Padre Luiz Carlos, um amigo
RIP (Requiescat in Pace). Prof. Antônio Galvão dos Santos Ivo. Coordenador do ERESER TIETÊ.-
https://www.uneser.org.br/um-amigo-por-antonio-galvao/
FALECEU O LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA, CSSR
Parece mais uma brincadeira dele: a notícia, o Pe. Luiz Carlos faleceu na madrugada de 30 de abril de 2022. Seu jeito brincalhão permanecerá na lembrança, e já me dei ao trabalho de checar que não estou sozinho nessa, mas vi outras pessoas afirmarem inúmeras coisas. Era humano, alegre, atencioso, cuidador, detalhista, observador, dedicado. Um tipo de gente especial, ímpar. Algumas características dele eu as guardo com saudades.
Vi o Pe. Luiz Carlos de Oliveira, pela primeira vez, na Basílica Nova de Aparecida, quando eu ainda era um menino romeiro, lá na capela de preparação para as confissões, na década de 1970. Ele era padre novo, jovem de tudo, mas chamou a minha atenção o seu jeito, cara de criança, ao dirigir-se aos romeiros: alegre, educado, atencioso. Demonstrava ser um homem manso, humilde, e estava ali bem próximo das pessoas para ajudar, para acolher a todos, para ensinar alguma coisa que ele sabia. O Pe. Luiz Carlos transmitia algo diferente. Eu achei isso naquela ocasião.
Durante a minha formação no seminário, e depois, sendo sacerdote, pude conhecer, conviver, aprender e trabalhar com o Pe. Luiz Carlos de Oliveira. Através das suas brincadeiras, piadas, além das risadas que provocava, ele me ensinou muito. Falou muitas coisas sérias por meio de brincadeiras. Sua inteligência, cultura, sensibilidade e ternura faziam a gente se sentir à vontade na convivência com ele. Suas aulas, cursos, retiros, homilias; seus escritos acerca da Espiritualidade Redentorista, tudo muito profundo e esclarecedor que guardarei no coração. Demonstrava amor e admiração pelas 'coisas' Redentoristas. Além de transmitir o que sabia, incentivava a todos a estudar e conhecer Santo Afonso e tudo o que está relacionado à Congregação Redentorista.
Recordo-me do lançamento do livro SEGUIR O REDENTOR, um dos oradores, seu amigo Antônio Bicarato (já falecido) categorizou: "Escrever, publicar um livro, é somente para aqueles que têm algo para contar, para partilhar. O Pe. Luiz Carlos faz parte desse rol, tem muito a nos dizer, tem muito a nos ensinar, tem muita riqueza para partilhar conosco".
Ele não estereotipava a figura do padre nem do professor severo, mas a do amigo que está ali presente a transmitir confiança, proximidade e alegria. Quando o Pe. Luiz Carlos trabalhava na Paróquia São Pedro, em Garça, SP, e foi à Pedrinha para pregar o retiro semestral para os seminaristas do Santo Afonso, foi uma riqueza para nós aquela experiência, repleta de criatividade, de conteúdos pastorais e conhecimento da Espiritualidade Redentorista.
Pudemos em outras ocasiões ainda aproveitar da sua sabedoria, pelos cursos sobre liturgia, sobre a Congregação Redentorista, a Espiritualidade etc. Mas, a característica dele era o bom humor com que apresentava os conteúdos. Com certeza, muitos obstáculos foram superados, e até escrúpulos foram vencidos, porque o Pe. Luiz Carlos, através do humor, transmitia leveza às pessoas e foi um instrumento da misericórdia, da mansidão, da alegria de Jesus Redentor.
A dedicação à missão, a consciência do continuar a Jesus Cristo Redentor, moveu o coração do Pe. Luiz Carlos de Oliveira para assumir várias tarefas na Congregação Redentorista. Formador, Mestre no Noviciado, Missionário em Angola, em época de guerra naquele país, diretor dos estudantes da Congregação em Roma, especialização nos estudos, membro do Governo Provincial de São Paulo. Exerceu atividades burocráticas e pastorais, mas o bom humor foi permanente e característico em seu modo de ser.
A admiração que cultivava pelo seu pai, o Sr. Batista, que residia em Sacramento, MG, como também o carinho manifestado aos membros da sua família de sangue, não foi menos percebido em relação aos Redentoristas e à Igreja, Povo de Deus. Pe. Luiz Carlos de Oliveira, um presente que temos recebido e hoje cabe-nos a difícil tarefa de entregar como oferta agradável a Deus, a sua vida, a sua pessoa tão cheia de graça que nos fez muitas vezes rir. Com ironia, dizemos que estamos alegres, porque nos despedimos de você, Luiz Carlos. Vai com Deus!Padre Luís Rodrigues Batista
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Que importante testemunho, caro Padre Luís Rodrigues Batista!
Importante porque vem de alguém que conviveu com o Padre Luiz Carlos, acompanhando seus passos como superior maior, provincial dos redentoristas em São Paulo!
Padre Luiz Carlos esteve comigo no Seminário Santo Afonso, em Aparecida-SP. Ele estava dois anos atrás em 1962, tendo acabado de chegar do Pré-Seminário de Sacramento, onde, pelas mãos do nosso estimado e saudoso Padre Borges, foi aquele garoto de 11 anos, primeiro a inaugurar a Casa recém construída que abria as portas para os vocacionados da Congregação Redentorista naquela cidade.
Meu contato com ele era por meio de e-mail, por onde conversávamos sobre os acontecimentos na Congregação... Mantive-me, dessa forma, participante dessa Casa, que um dia me recebeu, e assim tive a oportunidade de seguir na missão, ainda que egresso do SRSA.
Caro padre Luís Batista, como mencionei quando do passamento, o Padre Luiz Carlos, sobre amigo, sobre colega, sobre confrade, era meu irmão! E trago agora um pensamento em que deposito muita fé: UMA VEZ REDENTORISTA, REDENTORISTA NO CÉU!Antônio Ierárdi Neto

Ontem, logo cedo, o Galvão, amigo sempre presente, me ligou às oito horas :
” Você já está sabendo?”
O que?
“O padre Luiz Carlos morreu esta madrugada!”
Eu já sabia da doença dele!
Da gravidade da doença!
Não sabia da velocidade com que Deus lhe pouparia sofrimentos!
Foguinho e eu acertamos visitá-lo segunda feira, dia 2,
no hospital!
Liguei incontinente para o Foguinho:
” Irmão, segunda não vamos ao hospital !”
” Por que?”
“Padre Luiz Carlos morreu!”
Serenamente, sem perder o bom humor.
Ele sabia do galardão que lhe estava preparado, pra que sofrer!
Fiquei me lembrando de quando nos encontramos: 1961 , ele recém chegado de Sacramento, eu vindo da Pedrinha!
Ele dedicadissimo aos estudos, eu fazendo pro gasto!
Ficamos amigos para sempre!
Ao longo dos últimos 60 anos fomos nos encontrando.
Não acompanhei sua vida sacerdotal.
Eu, certo de que não tinha vocação, deixei o seminário!
Ele ficou firme e forte!
Era um gozador da minha desafinação inata: Nunca, cantando, distingui dó de ré…ele ria…
Não me doía, eu sabia que não tinha esse dom!
Um dia, em Aparecida, uma senhora, amiga do seminário, completou 50 anos de casamento: padre Zompero tomou alguns de nós e fomos rezar o terço com ela !
Ao final ela apresentou nos uma terrina de “bolinhos de chuva “…Ele hipnotizado repetiu várias vezes ” Bolinho “…
Pronto, pra irrita-lo,apelidei-o
Luiz Carlos Bolinho!
Mas o apelido não colou!
Há 4 anos, retiro anual da UNESER convidamo-lo para ser o pregador!
Aceitou de pronto! O retiro aconteceu na Casa das Irmãs Japonesas, no Jaraguá em São Paulo.
Pediu me carona.
Fui buscá-lo na casa de uma irmã, na Lapa.
A irmã reclamou : Ele fala palavrão!
Ele rindo…
A Marisa quis sentar no banco traseiro, oferecendo-lhe o lugar da frente: Cheio de humor retrucou que estaria mais confortável no banco de trás!
Foi um retiro inesquecível!
Ele mostrou-se amigo constante e incentivador da UNESER.
Deu nos um conselho:
“Além dos ex-seminaristas, procurem os ex-padres, eles têm muito a ajudar!”.
Agora, Luiz Carlos, Padre Luiz Carlos, levou seu bom humor aos céus, eles que o recebam com ” Bolinhos de Chuva ” muitos bolinhos! Prof. Antonio Thozzi. Escritor e enólogo.