sexta-feira, 13 de outubro de 2017

ELES NOS PRECEDERAM - IR. GERALDO (G. VALDERREY ALONSO) CSsR e IR. ULRICO (JOSÉ KAMMERMEIER) CSsR

IR. GERALDO (G. VALDERREY ALONSO) CSsR
+13 de OUTUBRO 1937 
Disse alguém que este nosso Irmão viveu e morreu oculto; isso devido ao seu tipo franzino, retraído e taciturno. Era espanhol, nascido a 25 de fevereiro de 1900, e não sabemos quando veio para o Brasil. Antes, porém, de entrar na C.Ss.R. o espanholito trabalhava no hospital Santa Catarina — SP, como enfermeiro, conhecido pelas Irmãs como um rapaz piedoso, exato nas suas obrigações e muito dedicado aos doentes. Internado nesse Hospital, o Dr. José Pires do Rio, grande amigo nosso, esteve algumas semanas aos cuidados do Geraldo, que não abandonava o seu doente, dele cuidando com maior dedicação. Dr. José ficou impressionado com aquele seu enfermeiro: delicado, atencioso, e que encarava o sofrimento com muito espírito de fé. Perguntou-lhe, um dia, se ele não gostaria de entrar na vida religiosa. Geraldo aceitou logo a idéia que já o vinha perseguindo, e o Dr. José o encaminhou aos redentoristas. Foi admitido, e feito o seu noviciado em Pinda, professou a 2 de agosto de 1929. Já como noviço, apesar da sua saúde fraca, distinguiu-se pelo seu amor ao trabalho, prestimoso em ajudar no que podia; sempre quieto e recolhido, passava o seu tempo livre na capela da casa. Após a profissão trabalhou na Penha, Araraquara e no Juvenato de Aparecida. Não sabemos por quê, talvez devido ao seu acanhamento, nunca revelou, sequer aos Superiores, a precariedade da sua saúde, sofrendo como estava do estômago e dos intestinos. Foi com muita dificuldade que, um dia, pediu para consultar um médico: e este achou necessário que fosse o Irmão operado. Meses depois nova operação. Mas o Irmão continuava definhando sempre mais. Foi, por isso, levado à Santa Casa de Guaratinguetá. Desenganado pelos médicos, pediu para ser operado pela terceira vez, dizendo: Assim como estou não posso continuar; ou me restabeleço, ou a operação me manda para o céu. Operado, ele percebeu que sua vida estava no fim. Preparouse para a morte, rezando sempre apesar das dores que o atormentavam. A 13 de outubro de 1937, ao meio-dia, faleceu Irmão Geraldo, assistido por diversos confrades de Aparecida. Para todos que o haviam conhecido deixou a lembrança de uma alma profundamente recolhida e de sincera piedade. 
IR. ULRICO (JOSÉ KAMMERMEIER) CSsR
+13de OUTUBRO 1946 
De família pobre e religiosa, Irmão Ulrico herdou de seus pais a disposição para o trabalho, ótima saúde, bem como uma piedade sincera e firme. Veio para o Brasil em 1894 com a primeira turma, sendo logo designado para a Fundação de Campinas (GO). Era com entusiasmo e visível saudade que, em seus últimos anos, ele recordava as peripécias vividas na primeira fundação em terras goianas. Acompanhado de algum outro colega, e de madrugada, ia para o mato cortar madeira para a construção da casa. Nem as chuvas torrenciais que lhes encharcavam a batina, interrompiam aquele trabalho que só terminava ao anoitecer. Em casa, a alimentação não passava de arroz e feijão. Somente no dia onomástico do Geral, foi permitido a cada confrade saborear uma rolinha, resultado de uma caçada que fizeram... Passavam as noites guerreando com toda espécie de mosquitos, deitados no chão, sobre um couro de boi. Homem dos setes instrumentos, Irmão Ulrico era cantor, e aprendeu a tocar um pouco de harmônio, para solenizar as missas e rezas na igreja. Era ele quem fabricava o vinho para as celebrações, e o seu famoso vinho de tucum chegou a ser premiado numa exposição no Rio de Janeiro. Sempre disposto para qualquer trabalho, nem por isso ele se descuidava da sua vida interior. Quando não trabalhando, lá estava ele na capela, com seu terço às mãos, ou fazendo a Via Sacra. Escrupuloso na observância, era com impressionante humildade que, às vezes, até nos recreios, censurava alguma falta sua, involuntária. Primava pelo respeito aos padres e superiores, e em qualquer reunião, mesmo nos recreios, procurava o último lugar. Transferido para Araraquara em seus últimos anos, trabalhou enquanto teve forças, na casa ou na horta. E quando se viu impossibilitado de qualquer atividade, era chorando que ele se dizia um Irmão inútil e indigno da Congregação. Mostrou, porém, grande confiança e admirável coragem, quando percebeu que a morte se aproximava. Rezando sempre e pedindo perdão de suas faltas, teve uma agonia tranqüila, entregando sua alma ao Pai a 13 de outubro de 1946.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

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