segunda-feira, 22 de junho de 2015

ELES NOS PRECEDERAM - PE. VALENTIM VON RIEDL CSsR

PE. VALENTIM VON RIEDL CSsR
+22 de JUNHO 1920 
Filho de Fernando Ritter von Riedl, Pe. Valentim herdou de seu pai esse título de nobreza. Usou-o raramente, quando necessário; mas disso nunca fez alarde, preferindo assinar sempre: Valentim Riedl. Nascido a 19 de outubro de 1847, teve uma longa vida de extraordinária atividade. Distingui-se nos seus estudos ginasiais e universitários pela sua grande inteligência. Tendo feito um retiro em abril de 1869, dele saiu resolvido a fazer-se religioso. Em novembro desse ano ingressou na C.Ss.R. Para não ser chamado à guerra de 1870 antecipou a sua Profissão por alguns meses, fazendo seus estudos em Gars. Mas, logo após a sua ordenação, começou a perseguição religiosa na Alemanha, e o Pe. Valentim foi obrigado a viver ora numa, ora noutra paróquia como simples coadjutor. Sentia-se assim como um peixe fora d’água sempre afastado de seus confrades. Foi quando o Provincial encarregou-o de organizar uma escola para a formação de futuros seminaristas, dentre os quais sairiam, mais tarde, as vocações de que precisava a Província- Mãe para sobreviver à perseguição. Em 1888 teve a grande alegria de ver entrar para o Noviciado redentorista quatro dos seus antigos alunos. Profundamente piedoso, compreensivo, ao mesmo tempo que firme e exato em tudo, Pe. Valentim foi o grande educador que deu à Província redentoristas notáveis pela sua formação e cultura. Em 1894, entusiasmado com a idéia de se fundar uma Vice-Província no Brasil, esteve para vir para cá com a primeira turma. Adoeceu, porém, e teve de adiar a realização do seu sonho. Viu partir os primeiros confrades para o Brasil com uma santa inveja. E, ao recobrar a saúde, achou que poderia vir também; mas foi colocado novamente como Diretor do Juvenato. Essa ordem, confessou mais tarde, foi para ele o maior sacrifício de sua vida. Em 1895, porém, conseguiu a almejada licença, e partiu para o Brasil numa segunda turma de redentoristas. Aqui chegando, logo percebeu que a realidade era bem diferente do que havia imaginado. Homem que aprendera e dominava diversas línguas, achou muito difícil o Português. O clima, a alimentação, os costumes não chegaram a despertar-lhe muito otimismo. E esteve para desanimar. Mas a sua tenacidade e espírito de sacrifício acabaram vencendo. Meses depois já estava trabalhando em Aparecida, e nas paróquias vizinhas. Planos da Providência: saindo da Alemanha, pensava Pe. Valentim fugir do magistério, para aqui dedicar-se inteiramente aos pobres e abandonados. Mas não foi assim. O Vice-provincial, Pe. Gebardo, começou a ver logo a necessidade de se fundar um Juvenato que desse à Vice-Província padres brasileiros, capacitados para trabalhar com o nosso povo, sem os problemas e dificuldades que encontravam os padres alemães. Outros superiores religiosos acharam que a idéia não passava de uma ingênua temeridade. Brasileiro não dava para a Vida Religiosa! Pe. Gebardo porém, não desistiu de seus planos. Apoiado na experiência e capacidade do Pe. Valentim, pôs mãos à obra e, mais tarde, iria despertar a admiração dos muitos superiores de outras Congregações. A 3 de outubro 1898 já era realidade o nosso primeiro juvenato, confiado à direção firme e prudente do nosso Pe. Valentim Riedl. Não foram poucas as dificuldades. Mas, em 1906, já recebiam o hábito os primeiros juvenistas brasileiros que logo iniciaram o primeiro Noviciado da Vice- Província. Quando, alguns anos mais tarde voltaram da Alemanha seus primeiros ex-alunos, já ordenados, ele os recebeu com imensa alegria, fruto que eram do seu trabalho e dedicação. Já com 72 anos, e podendo contar com os primeiros padres brasileiros para o trabalho no Juvenato, Pe. Valentim achou que podia dar por encerrado o seu trabalho de educador. Sua saúde, já precária, sua vista arruinada pela catarata, não lhe permitiam mais trabalhar como o fizera anos antes. Recolheu-se no convento de Aparecida, onde ainda pregou vários retiros para sacerdotes e até para Bispos. Sem nunca perder a linha fidalga da sua educação, era sempre alegre, simples e caridoso com todos. Apesar de quase cego, não deixava de rezar diariamente o seu Breviário, o que lhe custava horas de tremendo esforço. Apesar dos anos e da saúde que lhe ia fugindo sempre mais, dedicava seu tempo à oração, no quarto ou na capela, fazendo questão de não omitir qualquer ato comum. Foi assim que ele viu chegar seu último dia, falecendo em Aparecida, a 22 de junho de 1920, cinco semanas antes de completar seus 50 anos de Profissão religiosa. Sua biografia está em “Educador e Apostolo” — escrita pelo nosso Pe. Oscar Chagas, um dos primeiros alunos no Juvenato.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

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