Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista
|
Em vez de romaria, preferi a palavra antiga romagem, por que parece mais poética e lembra viagem. Romaria não é viagem de negócio, feita às pressas. Como fazem os romeiros da Aparecida, é viagem sonhada, preparada devagar. É sair de um lugar para outro, deixando seguranças e comodidades, de olhar sempre aberto para ver e aprender, prestando atenção à forma das montanhas e também das curvas dos riachos, às cores do horizonte e das flores. Fazer-se romeiro é fazer-se companheiro e irmão nas fadigas e partilhas. É chegar afinal, colocar-se diante do altar, como filho que volta à casa, é ficar diante da Mãe momentos esquecidos, agradecer pedir, cantar, ficar olhando para quem entende tudo que os olhos dizem.
Gosto de ficar vendo os romeiros no santuário, principalmente quando cansados se sentam encostados à parede e ficam de olhos perdidos no nicho dourado. E lembro que toda nossa vida é uma romagem, não viagem de negócios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário