segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

ELES VIVERAM CONOSCO - IR. BONIFÁCIO (JOSÉ KLOFAC) CSsR

IR. BONIFÁCIO (JOSÉ KLOFAC) CSsR
+2 de JANEIRO   1950 
Uma figura inesquecível do nosso Juvenato, onde viveu e trabalhou durante quase cinqüenta anos. Era de Smolov, na Boêmia, onde nasceu a 30 de março de 1863. Ingressou na C.Ss.R. em 1894, e ainda como noviço, veio para o Brasil em 1897. Embora não fosse bem um alfaiate, foi esse o seu ofício no Juvenato, de 1904 até a sua morte. Irmão Bonifácio nunca chegou a aprender bem o português, o que não lhe causou grandes problemas. Foi sempre um solitário, sem qualquer amizade com estranhos. Passava seu tempo na alfaiataria, remendando sempre a roupa dos juvenistas. Quando tinha alguma folga, era ele um quase fantasma, de batina preta e surrada, em meio às bananeiras e outras plantas que, naquele tempo cobriam a ribanceira hoje elegantemente recortada pelo imponente e majestoso “Escadão”.... Ali colhia um cacho de bananas, outras frutas para a mesa dos Juvenistas. Tinha, no antigo “Colégio Santo Afonso” um gosto que ninguém sabia explicar: levava para a alfaiataria uma ou duas laranjas maduras; colocadas numa mesa, ele esperava que as laranjas apodrecessem, e, quando já estavam cinza azulada, ele as comia. Penicilina? penitência? Não se sabe. Aos domingos costumava ler alguma revista alemã arqui-velha das que guardava consigo. Certa vez, passando um juvenista pela porta (aberta) da alfaiataria, viu o Irmão rindo a gargalhadas, com uma revista nas mãos; e perguntou: Que foi, Irmão? E ele explicou, mostrando o desenho de um chiste alemão : Se um cachorro morde um homem, muito bem; mas se um homem morde um cachorro... ôh! que ka-la-mi-ta-te!... e estourou uma sonora gargalhada. — Por ocasião de uma grave pneumonia que contraiu, quiseram ministrar-lhe os últimos sacramentos, devido a sua extrema fraqueza. Ainda não — disse ele — quando chegar o dia eu aviso. — E em dezembro de 1949 ele achou que o dia estava chegando; sintoma: “Não sinto mais gosto — última confissão, recebeu a Unção dos Enfermos. E, enquanto “o dia” não chegava, recebia sempre sorrindo os confrades que o visitavam, e eram contínuas as suas jaculatórias, pronunciadas com uma calma invejável. Com muita simplicidade foi que, naqueles dias, revelou a alguns confrades: “Certa vez eu vi Nossa Senhora com o Menino Jesus. Ela pediu a Nosso Senhor que o Irmão Bonifácio não pecasse mais. Desde aquele dia nunca mais pequei”. A 2 de janeiro de 1950 ele deixou este mundo, e foi descansar para sempre, com 87 anos.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

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