PRIMEIRO
Antes de tudo devo informar que sou há mais de 7 décadas católico, apostólico, romano!
Tenho debatido com pessoas do espiritismo kardecista sobre diversas situações, principalmente refutando a questão da reencarnação.
Entretanto, vejo muito amor e caridade entre os espíritas. Os livros de Chico Xavier têm um perfeito direcionamento da vida, considerando sempre o bem e a caridade.
Conquanto não participe da doutrina que consideram após a morte, entendo que a prática dos mandamentos é a mesma dos católicos. E eles ainda lêem nosso evangelho e rezam nossas orações.
Por isso considero que deva respeitar a sua escolha e, em momento algum, imaginar de que eles não sejam dignos de Deus.
Pode ser que seja difícil a compreensão, mas o respeito pela outra opção de procurar Deus é o real sentimento católico.
Aliás, nosso papa busca cada vez mais a aproximação principalmente àqueles que reconhecem Cristo.
SEGUNDO
Essas pessoas que se dizem católicas praticam verdadeiramente o catolicismo?
Conhecem bem as mensagens de Cristo? Põem-nas em prática?
No evangelho Jesus disse que o mais importante é recuperar a ovelha desgarrada, é considerar o filho pródigo.
Antes de tudo, ao nos referirmos às pessoas, temos de orar muito, ter muita paciência e mostrar nossa caridade e amor com honestidade.
Assim, no lugar de tomarmos o lugar dos pagãos quando perseguiram os cristãos, devemos nos aproximar com interesse salutar e por meio das boas obras que os espíritas fazem tentarmos, ainda que exaustivamente, um diálogo cristão e católico. Embora a Igreja Católica tenha sua doutrina rígida, mas que não decepciona, como disse João Paulo II, o objetivo do católico é a evangelização e esta se faz pela aproximação com amor e não pelo desprezo de quem Deus também ama.
Quando Deus perguntou a Caim: “Onde está teu irmão Abel?” com certeza sabia onde ele estava, apenas dava a Caim a oportunidade de reconhecer e arrepender-se do que fez. Dessa forma, vamos , ao responder a Deus onde estão nossos irmãos, rever nossa postura e conduzir de forma cristã e católica nossas ações.
TERCEIRO
Há “católicos” que sabem mais da doutrina espírita do que da católica!
Há “católicos” que não sabem o que é evangelizar!
Há “católicos” que sentem dificuldades de entender que a Deus interessa que todos sejam bons!
Há “católicos” que agem como se não existisse esforço de conciliação entre as pessoas!
Há “católicos” que se dizem católicos mas não abrem mão de nada que “imaginam” ser correto.
Há “católicos” apenas preocupados com as quantidades de pessoas que freqüentam as igrejas, ainda que sem qualidade!
Há “católicos” que entendem que o bem praticado pelas pessoas só tem valor quando elas se dizem católicas!
Meus amigos, deixemos de lado nossa vaidade, que é um pecado, nosso orgulho e soberba, que é um pecado, nosso egoísmo, que é um pecado e tentemos descobrir sobretudo o amor a todas as pessoas indistintamente. Isso é lição do evangelho!
Há divergências entre católicos e outros credos? Muitas! Mas o caminho certo é o da oração constante, a paciência de ouvir e a tranqüilidade e sabedoria de contra-argumentar. Lembrem-se todos, importante para sucesso na missão de trazer as pessoas a Deus é nosso próprio exemplo, com muito amor e desprendimento.
QUARTO
Não fugindo deste assunto, lembro que a grande diferença que existe na prática católica com a prática dos protestantes é que estes procuram Deus apenas para conseguirem a vida melhor para si próprios, enquanto os católicos procuram Deus principalmente pela caridade e amor ao próximo….A TODAS AS PESSOAS!
Não nos esqueçamos disso, continuemos em nossa fé católica e praticando o amor ao próximo como a nós mesmos, seja este próximo de que raça, cor, credo for! Isso é a obrigação de todo católico para permanecer na sua crença!
QUINTO
O que é evangelizar?
É levar a Palavra de Deus e Jesus Cristo às pessoas.
Hoje há muita confusão com proselitismo, ou seja, arrebanhar pessoas e contar quantos participantes freqüentam os cultos da igreja….
Mas o importante é que as pessoas entendam o conteúdo profundo da Palavra e coloquem em prática a doutrina católica…Freqüentar apenas para ter alguma coisa que fazer não é cumprir as obrigações com Deus. Assim, em primeiro lugar está o amor a Deus e logo em seguida ao nosso próximo. Orar por todas as pessoas é muito mais salutar do que repreendê-las e reprimi-las. Muito importante é saber buscar entre todos, sejam de que credo for, o caminho do bem, o caminho de Deus. Pode-se perceber sempre nas manifestações de nosso papa o desejo profundo da aproximação de todas as igrejas em um sonhado ecumenismo, quando todos professem uma única fé. Esse é o objetivo que deve ser alcançado principalmente com muita oração e amor.
SEXTO
SEXTO
Sou católico e como tal procuro o objetivo principal que é o amor. Por isso não imagino uma Igreja que seja radical em seus princípios e simplesmente considere que os que nela estão são salvos e os outros condenados. Há sempre em qualquer credo o lado bom, de tanto amor quanto na nossa Igreja. E esse lado bom não deve ser deixado de lado, deve ser aproveitado. Quando se defende esse lado bom de outro credo, não representa que se está compartilhando ou mesmo professando também esse credo. O que se compartilha é o lado bom, é o amor. No que Cristo deixou expressamente aos seus discípulos, que delegaram seus sucessores na Igreja Católica, foi a determinação:”Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura”(Mc 16,15). Isso quer dizer que não basta apenas seguirmos os preceitos da nossa Igreja, mas também irmos ao encontro de todas as pessoas de boa vontade para levarmos a Palavra de Deus e Cristo que é a própria Palavra. O exemplo de Saulo, que se tornou São Paulo, é bastante esclarecedor. Os discípulos, naquele tempo, consideravam que Cristo tinha de ser levado apenas a Israel, o povo de Deus, mas São Paulo, convertido, foi o apóstolo dos gentios, os que não eram judeus e isso, naquela época foi a princípio uma idéia entre os discípulos de que não era correto fazer. Mas o apóstolo São Pedro, o primeiro papa, entendeu bem o recado de Jesus e desfez o preconceito, pois lembrou a determinação de Cristo:”…a toda criatura” Assim, o espírita, como o judeu, como o protestante, embora não tenham a convicção católica, também têm o seu lado bom que deve ser reconhecido e a nós católicos a incumbência que não é tão fácil de lhes mostrarmos o melhor sentido do caminho para Deus.
SÉTIMO
Não se trata aqui de irenismo, ou seja, concessão doutrinária destinada a insinuar que não existem diferenças de Credo.
Elas existem, mas há também o lado bom em outro credo considerando o que disse Bento XVI: “O diálogo ecumênico avança não apenas mediante um intercâmbio de idéias, mas partilhando os dons que nos enriquecem mutuamente.”
Quando o nosso papa fala em intercâmbio de ideías e partilhamento de dons, entende que existe o bem também do outro lado que, com muita oração e entendimento, pode ser ajustado à doutrina católica que é a única representante de Cristo aqui na Terra. O objetivo de minhas idéias não é simplesmente entender o lado bom de outros credos, mas não deixar de lutar pelo ecumenismo buscado pelo nosso sumo pontífice, afinal, como mencionei anteriormente, a Igreja Católica difere, principalmente das evangélicas, por que prega o amor e a caridade a todas as pessoas acima de tudo, inclusive de nós mesmos. Reconhecer que não há amor, não há bem na prática de outros credos é criar de início o obstáculo do grande entendimento entre as pessoas.
ANTÔNIO IERÁRDI NETO
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