sábado, 16 de dezembro de 2017

ELES NOS PRECEDERAM E VIVERAM CONOSCO - PE. ORLANDO LINO DE MORAIS CSsR E IR. PEDRO (LUSNICH) CSsR

PE. ORLANDO LINO DE MORAIS CSsR 
+16 de DEZEMBRO 1924 
O primeiro Redentorista brasileiro (dos nossos) chamado por Deus à gloria eterna. Era de Bonfim (Fazenda “Sozinha”) em Goiás, tendo nascido a 23 de setembro de 1888. Tímido, acanhado desde criança, assim ele foi a vida toda. E quase não sabia chorar. Já no Juvenato de Aparecida, foi o único que não conseguiu chorar, quando o velho diretor Pe. Valentim se despediu dos juvenistas, ao deixar o cargo. Recebeu o hábito a 3 de maio de 1906; durante o noviciado foi dispensado de fazer meditação em voz alta, como faziam seus companheiros, devido a sua insuperável timidez. Professou em 1908, partindo no ano seguinte para Gars (Alemanha) como um dos quatro primeiros estudantes brasileiros. Mas em 1911 teve de voltar, por motivo de doença. Tratou- se em Aparecida, e após alguns meses, regressou a Gars, sendo ordenado em 1912. Sem qualquer ouvido musical não pôde cantar sua primeira Missa; somente a rezou na Capela do convento. Em setembro do ano seguinte, chegaram da Alemanha os quatro primeiros redentoristas brasileiros, ficando Pe. Orlando em Aparecida, como professor do juvenato. Transferido depois para a Penha, aí ficou pouco tempo, indo em 1921 iniciar a fundação de Pelotas. Esta foi abandonada, e Pe. Orlando permaneceu em Cachoeira do Sul como missionário. Dedicado e escrupuloso, fazendo questão de acompanhar no trabalho os colegas mais sadios e vigorosos, acabou prejudicando sua saúde que já não era das melhores. Teve, por isso, que voltar para Aparecida, anêmico, e com sintomas de tuberculose. A 5 de maio de 1919, fora ele nomeado Bispo de Porto Nacional. Virtude para aceitar o cargo ele tinha; mas teve ainda mais virtude para renunciá-lo. E a renuncia, aceita pela Santa Sé, foi anunciada à comunidade, na hora do jantar, com recreio à mesa. Pe. Orlando reconhecia suas limitações, principalmente quanto à sua saúde. Em Aparecida, apesar de cada vez mais fraco, procurava trabalhar como os demais confrades. Mas seus dias iam chegando ao fim. A 7 de dezembro de 1924, sentindo que a morte já estava próxima, arrastou-se com dificuldade ao quarto do Superior, Pe. Francisco Wand, e pediu-lhe a bênção para morrer. P. Francisco lhe disse: “Nem hoje, nem amanhã que é dia de festa, e de muito trabalho; espere um pouco”. No dia 16, oitava da Imaculada Conceição, ele voltou ao quarto do Superior, pedindo novamente a licença “para viajar”. — Agora sim — respondeu Pe. Francisco. O enfermo voltou a seu quarto, e entrou em agonia. Após algumas horas faleceu nos braços do enfermeiro Irmão Carlos, que o tinha como um santo. Poucos dias antes da sua morte, Pe. Francisco que bem conhecia a virtude do seu súdito, pediu-lhe que, chegando aos céus, lhe mandasse um conto de reis, para pagamento de uma dívida urgente da Basílica. Após o enterro do Pe. Orlando, uma senhora desconhecida apresentou-se no convento, entregando ao Superior uma rosa feita com cinco notas de duzentos mil réis, cada. Não foram poucas as pessoas que, após a morte de nosso confrade, falavam de graças alcançadas por sua intercessão. E para a nossa Província, não terá sido uma graça o exemplo de virtude que esse o confrade nos deixou?  
IR. PEDRO (LUSNICH) CSsR 
+16 de DEZEMBRO 1968 
Era de Araraquara, onde nasceu a 16 de julho de 1912. Freqüentando sempre a nossa igreja (Santa Cruz) travou amizade com os nossos, e acabou ingressando na C.Ss.R. em 1949. Professou em 1955, trabalhando depois em Tietê, Jardim Paulistano, Penha e Campinas (GO) — Alegre e brincalhão, Irmão Pedro sabia ser dedicado ao trabalho, e atencioso com todos. Enfermeiro de diversos confrades (PP. Agostinho e Antão entre outros) cuidava de tudo, para que nada lhes faltasse, com muita paciência e caridade. Atrás do seu modo, às vezes um tanto rude de tratar, escondia um coração reto, bem intencionado e serviçal. Foi em dezembro de 1968, que ele resolveu ser operado de hérnia e apêndice, coisa que já vinha protelando, fazia tempo. No dia 10 foi operado em nosso Hospital da Penha, e estava se restabelecendo normalmente, mas dias depois, manifestou-se a diabete, e de maneira incontrolável. Lúcido e até alegre, ele não percebeu a gravidade do caso. Mas, diante da movimentação dos médicos, sua experiência de enfermeiro o convenceu de que era chegado o fim. Recebeu os últimos sacramentos, para falecer a 16 de dezembro de 1968. A seu lado estavam os confrades, e sua mãe, que se mostrou muito conformada e corajosa.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

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