PE. ORLANDO LINO DE MORAIS CSsR
+16 de DEZEMBRO 1924
O
primeiro Redentorista brasileiro (dos nossos) chamado por Deus à gloria
eterna. Era de Bonfim (Fazenda “Sozinha”) em Goiás, tendo nascido a 23
de setembro de 1888. Tímido, acanhado desde criança, assim ele foi a
vida toda. E quase não sabia chorar. Já no Juvenato de Aparecida, foi o
único que não conseguiu chorar, quando o velho diretor Pe. Valentim se
despediu dos juvenistas, ao deixar o cargo. Recebeu o hábito a 3 de maio
de 1906; durante o noviciado foi dispensado de fazer meditação em voz
alta, como faziam seus companheiros, devido a sua insuperável timidez.
Professou em 1908, partindo no ano seguinte para Gars (Alemanha) como um
dos quatro primeiros estudantes brasileiros. Mas em 1911 teve de
voltar, por motivo de doença. Tratou- se em Aparecida, e após alguns
meses, regressou a Gars, sendo ordenado em 1912. Sem qualquer ouvido
musical não pôde cantar sua primeira Missa; somente a rezou na Capela do
convento. Em setembro do ano seguinte, chegaram da Alemanha os quatro
primeiros redentoristas brasileiros, ficando Pe. Orlando em Aparecida,
como professor do juvenato. Transferido depois para a Penha, aí ficou
pouco tempo, indo em 1921 iniciar a fundação de Pelotas. Esta foi
abandonada, e Pe. Orlando permaneceu em Cachoeira do Sul como
missionário. Dedicado e escrupuloso, fazendo questão de acompanhar no
trabalho os colegas mais sadios e vigorosos, acabou prejudicando sua
saúde que já não era das melhores. Teve, por isso, que voltar para
Aparecida, anêmico, e com sintomas de tuberculose. A 5 de maio de 1919,
fora ele nomeado Bispo de Porto Nacional. Virtude para aceitar o cargo
ele tinha; mas teve ainda mais virtude para renunciá-lo. E a renuncia,
aceita pela Santa Sé, foi anunciada à comunidade, na hora do jantar, com
recreio à mesa. Pe. Orlando reconhecia suas limitações, principalmente
quanto à sua saúde. Em Aparecida, apesar de cada vez mais fraco,
procurava trabalhar como os demais confrades. Mas seus dias iam chegando
ao fim. A 7 de dezembro de 1924, sentindo que a morte já estava
próxima, arrastou-se com dificuldade ao quarto do Superior, Pe.
Francisco Wand, e pediu-lhe a bênção para morrer. P. Francisco lhe
disse: “Nem hoje, nem amanhã que é dia de festa, e de muito trabalho;
espere um pouco”. No dia 16, oitava da Imaculada Conceição, ele voltou
ao quarto do Superior, pedindo novamente a licença “para viajar”. —
Agora sim — respondeu Pe. Francisco. O enfermo voltou a seu quarto, e
entrou em agonia. Após algumas horas faleceu nos braços do enfermeiro
Irmão Carlos, que o tinha como um santo. Poucos dias antes da sua morte,
Pe. Francisco que bem conhecia a virtude do seu súdito, pediu-lhe que,
chegando aos céus, lhe mandasse um conto de reis, para pagamento de uma
dívida urgente da Basílica. Após o enterro do Pe. Orlando, uma senhora
desconhecida apresentou-se no convento, entregando ao Superior uma rosa
feita com cinco notas de duzentos mil réis, cada. Não foram poucas as
pessoas que, após a morte de nosso confrade, falavam de graças
alcançadas por sua intercessão. E para a nossa Província, não terá sido
uma graça o exemplo de virtude que esse o confrade nos deixou?
IR. PEDRO (LUSNICH) CSsR
+16 de DEZEMBRO 1968
Era
de Araraquara, onde nasceu a 16 de julho de 1912. Freqüentando sempre a
nossa igreja (Santa Cruz) travou amizade com os nossos, e acabou
ingressando na C.Ss.R. em 1949. Professou em 1955, trabalhando depois em
Tietê, Jardim Paulistano, Penha e Campinas (GO) — Alegre e brincalhão,
Irmão Pedro sabia ser dedicado ao trabalho, e atencioso com todos.
Enfermeiro de diversos confrades (PP. Agostinho e Antão entre outros)
cuidava de tudo, para que nada lhes faltasse, com muita paciência e
caridade. Atrás do seu modo, às vezes um tanto rude de tratar, escondia
um coração reto, bem intencionado e serviçal. Foi em dezembro de 1968,
que ele resolveu ser operado de hérnia e apêndice, coisa que já vinha
protelando, fazia tempo. No dia 10 foi operado em nosso Hospital da
Penha, e estava se restabelecendo normalmente, mas dias depois,
manifestou-se a diabete, e de maneira incontrolável. Lúcido e até
alegre, ele não percebeu a gravidade do caso. Mas, diante da
movimentação dos médicos, sua experiência de enfermeiro o convenceu de
que era chegado o fim. Recebeu os últimos sacramentos, para falecer a 16
de dezembro de 1968. A seu lado estavam os confrades, e sua mãe, que se
mostrou muito conformada e corajosa.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR
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