(*)02 DE JANEIRO 1938
(+)23 DE JUNHO 2025
"Não dizemos adeus, mas celebramos sua entrada na morada eterna do Pai."
A Província Nossa Senhora Aparecida comunicou, na manhã desta segunda-feira, 23 de junho, o falecimento do Irmão Paulo Sebastião Brasil, C.Ss.R.
Carinhosamente conhecido pela Família Redentorista como Irmão Brasil, ele fez sua Páscoa definitiva aos 87 anos. Estava hospitalizado na Santa Casa de Misericórdia de Aparecida (SP), em decorrência de uma fibrose pulmonar e outras complicações.
O velório será realizado nesta segunda-feira (23), a partir das 9h30, na Comunidade Redentorista Irmão Bento, na cidade de Potim (SP). A Missa de corpo presente ocorrerá na Capela da comunidade, às 15h, seguida do sepultamento, às 16h, no Cemitério Santa Rita, em Aparecida (SP).
Biografia
Paulo Sebastião Brasil de Oliveira nasceu no dia 2 de janeiro de 1938, em Itapetininga (SP). Seus pais chamavam-se José Pedro de Oliveira e Maria Emília Campos de Oliveira, que tiveram 13 filhos, sendo Paulo Sebastião Brasil o décimo entre os irmãos.
Foi batizado no dia 16 de abril do mesmo ano e crismado no dia 6 de junho de 1952, na Igreja São Miguel Arcanjo, em sua cidade natal. Sua irmã Agda Maria de Oliveira era freira da Congregação das Irmãs Servas do Senhor.
Ingressou no antigo Seminário São Geraldo, em Potim (SP), no ano de 1959, e permaneceu lá até o ano de 1961, sendo acompanhado na formação religiosa. Fez o noviciado em 1962, em Pindamonhangaba (SP) e professou os Votos Religiosos temporários na Congregação do Santíssimo Redentor no dia 2 de fevereiro de 1963, na Basílica Histórica de Aparecida; na mesma Basílica emitiu os Votos Religiosos Perpétuos, no dia 2 de fevereiro 1969, e prometeu a Deus perseverar seguindo os passos do Redentor. No mesmo ano, foi transferido para a Comunidade Santa Teresinha, em Tietê (SP), para cuidar da portaria, sacristia, jardim e hortaliças, onde residiu até o ano de 2016.
No ano de 2017, foi transferido para o Seminário São Geraldo, em Sorocaba (SP), para conviver com os confrades e ser presença fraterna entre os formandos e permaneceu lá até o ano de 2021.
Sentindo o peso da idade, com o corpo cansado pela ação do tempo, em 2022, foi enviado para a Comunidade do Convento Novo, em Aparecida (SP), para ser acompanhado pela equipe de enfermagem e ficou até fevereiro de 2023. Em março do mesmo ano, passou a residir na Comunidade Irmão Bento, em Potim, e permaneceu até junho de 2025, quando foi hospitalizado devido a fibrose pulmonar e outras complicações e veio a falecer na madrugada do dia 23 de junho, na Santa Casa de Misericórdia de Aparecida.
Reprodução/ A12Reprodução/ A12
Irmão Brasil ao lado do Ir. Ian, na comunidade Irmão Bento, onde viveu seus últimos anos de vida
Este Irmão Redentorista gostava de escrever poesias e cultivar flores. No seu coração, havia muitos sonhos, todavia, poucos foram possíveis de se realizar devido a conjuntura da formação da época. Mesmo diante dos desafios da vida religiosa, cultivou em seu coração um jardim de alegria, simpatia e experiência de vida. Fez o curso Técnico de Agrícola e Horticultura, e aperfeiçoou o seu gosto em cuidar do solo e cultivar hortaliças.
Ir. Brasil, homem de fé, profunda devoção filial para com a Virgem Maria; uma amiga sua chamada Lygia de Souza, assim o testemunhou: “Era domingo consagrado à Assunção de Nossa Senhora. E, ao final da Eucaristia, o Irmão Brasil fez o seu testemunho de fé. Na sua fé na Virgem Maria, que ele tanto ama e admira. Lembrou, com muita propriedade, de uma canção de tantos anos atrás, mas que é conhecida e cantada ainda hoje: Saudades do Matão. E dela destacou a frase seguinte: ‘Quando do lá no céu surgir, uma peregrina flor’... Para ele, essa flor é Maria, a mãe de todos, que apenas é capaz de distribuir graças e bênçãos. Ela é a mãe peregrina, porque caminha entre todos os povos da terra, entre todas as classes sociais, a mais bela, a mais serena, a mais doce e, também a mais sofrida de todas as mães”.
O Irmão, mesmo sem possuir cursos universitários, é exemplo de sabedoria, pois, gostava de ricas literaturas, acompanhava as notícias atuais do mundo e da Igreja. Escreveu vários artigos para o Jornal “O Democrata”, na coluna Meditação Partilhada, da região de Tietê. Diante de sua sabedoria, Lygia de Souza, assim o definiu: “Suprema sabedoria está aí. Ela é a providência que dispõe todos os triunfos. Pelas asas poderosas da prece, o homem eleva-se até Deus e chega feliz, ao seu encontro”.
Nosso estimado confrade, Ir. Brasil viveu 87 anos de vida e 62 anos de consagração religiosa redentorista, dos quais viveu com simplicidade, fé e perseverança como discípulo de Cristo.
Querido Ir. Brasil, agora no céu ao lado de Maria Santíssima a quem tanto amou, recita para ela uma poesia em nome dos seus confrades e cultiva rosas de oração aos pés de nossa mãe para que possamos perseverar na vocação religiosa redentorista e no seguimento do Santíssimo Redentor. Com alegria e gratidão, entregamos sua alma a Deus, pois viveu buscando a luz e agora habita nela. Descanse em Cristo, Irmão Brasil, na certeza de que “os que ensinam a muitos o caminho da justiça brilharão como as estrelas, por toda a eternidade.” (Dn 12,3). Que o Senhor da Vida, conceda-lhe o descanso eterno e a luz perpétua o ilumine! Descanse na paz do teu Senhor! Amém.
“E quando o sol posto a sumir, Queira aceitar meu cansaço, Dê-me abrigo em seus braços, Com Jesus quero dormir”!
Estrofe de um poema escrito em dezembro de 2004, por Ir. Brasil, C.Ss.R.
Em 2023, Ir. Brasil falou ao Portal A12 sobre sua devoção à Nossa Senhora Aparecida.
Confira:
Irmão Brasil.
Lembro-me muito bem dele. Morou em Tietê, no querido Seminário Santa Terezinha.
Era, sem exagero, o próprio retrato de São Geraldo Magela, aquele santo que soube transformar a simplicidade dos serviços e a dedicação cotidiana em verdadeira missão redentorista.
Homem de mãos calejadas e coração disponível, fez da manutenção, da organização e do cuidado com a casa, uma extensão da sua espiritualidade. Sua vida, tal como São Geraldo, foi um Evangelho vivido nos pequenos grandes gestos.
Formava uma dupla admirável com o saudoso Padre Libardi. Juntos, testemunhavam que a santidade não está apenas no altar, mas também na lida diária, na escuta fraterna, no acolhimento generoso e na alegria do serviço.
Hoje, o Irmão Paulo Sebastião Brasil, C.Ss.R., fez a sua Páscoa.
Concluiu sua missão entre nós e, com a serenidade dos que viveram no amor e na fidelidade, já se avistou com Deus.
Lá no céu, certamente já se reuniu com tantos redentoristas que o antecederam — com o Padre Vitor, Padre Libardi, com Mané, com Tião Cortez e tantos outros. Talvez até já esteja cuidando de alguma horta celeste, organizando ferramentas, ajustando alguma porta do paraíso… porque quem viveu servindo, nunca deixa de servir.
Fica entre nós a lembrança viva de um homem simples, discreto, trabalhador, e profundamente santo no seu jeito de ser.
Irmão Brasil deixa seu testemunho — forte, silencioso e luminoso — de que o amor a Deus se concretiza, dia após dia, no amor ao próximo e na dedicação fiel às pequenas tarefas da vida. PEDRO LUIZ DIAS
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