quinta-feira, 19 de junho de 2025

Na Távola da Eucaristia e da Fraternidade

Foi numa távola. Não uma mesa redonda, como depois ficou popularizada nas lendas e iconografias, mas, segundo sugerem as Escrituras e as representações mais antigas, uma távola retangular. Ao redor dela, doze — e, no centro, Ele. A simbologia é tão forte que atravessa os séculos, permanece viva, impactante e carregada de significado: o pão e o vinho consagrados. Eis o Mistério. Eis a Liturgia Eucarística. 

Algo que nos transcende… e, ao mesmo tempo, nos acolhe. Porque, diante daquela mesa, nenhum coração sincero é estranho, nenhuma alma sedenta fica de fora. Naquela távola, Cristo não apenas reparte o pão, mas se reparte — Corpo, Sangue, Alma e Divindade — num gesto de amor absoluto e eterno. 

Assim também, aqui e agora, o querido Antônio Ierárdi Neto mantém sua própria “távola redonda” — símbolo da fraternidade e da comunhão — reunindo os eternos alunos afonsianos, geraldinos e clementinos. Uma mesa onde todos têm lugar. Ninguém excluído. Ninguém esquecido. Porque, como naquela mesa sagrada, a regra é simples: “Fazei isto em memória de Mim” — e isso significa partilha, encontro, escuta e fraternidade. 

Na Última Ceia, Jesus chamou os seus — seus “influenciadores” de então — não para ostentar, mas para servir. Não para dominar, mas para amar. A Eucaristia nasce deste amor que se faz serviço, entrega e missão. 

Hoje, festa de Corpus Christi, o Corpo Santo e Divino se faz luz nos altares da aldeia global. Milhões de fiéis se ajoelham diante do Mistério. Tapetes se desenrolam pelas ruas, as procissões enchem as praças, e a presença real de Cristo no Santíssimo Sacramento se faz alimento para a alma do mundo. 

E nós, nesta humilde távola redonda, também nos encontramos. Para celebrar, para recordar e, sobretudo, para orar. Orar por todos aqueles que nos formaram: pelos mestres dos seminários, pelos diretores, reitores e formadores. Mas também pelos nossos familiares, que foram e continuam sendo apoio, sustento e inspiração nas nossas caminhadas.

Que o Corpo de Cristo, presente na Eucaristia, também se faça presente em nossas vidas, nossas conversas, nossos reencontros e nossas orações. 

Porque, no fundo, toda mesa partilhada é já um sinal do Reino.
PEDRO LUIZ DIAS

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