PE. AMADOR LEARDINI CSsR
+22 de JULHO 2000
Pe. Amador Leardini foi uma presença
decisiva no processo de atualização
da Província de São Paulo. Nasceu ele
em Mauá S. P., em 1925. Ainda criança,
seus pais, uma família de agricultores,
mudaram-se para Itatiba. Aos 12 anos
entrou para o Seminário Santo Afonso,
em Aparecida.
Aquele garoto pequeno e magricela,
muito vivo e, ao mesmo tempo estudioso,
tranqüilo e bem comportado, loirinho de cabelos encaracolados
e olhos azuis, logo recebeu o apelido de Gatinho. O noviciado,
ele o viveu em Pindamonhangaba. Professou na C.Ss.R., a
02 de fevereiro de 1945. Fez o Seminário Maior em Tietê onde
foi ordenado sacerdote a 27 de dezembro de 1949, por Dom José
Carlos de Aguirre, bispo de Sorocaba.
Deixou o Estudantado em janeiro de 1951 e em julho desse
mesmo ano, viajou para Roma, para cursar Teologia sistemática
no Angelicum e Teologia Moral na Academia Afonsiana. Em julho
de 1954 regressou ao Brasil.
Em 1955 fez o Segundo Noviciado, já se preparando para as
missões populares, e começou a dar aulas de Teologia Moral, no
Seminário Maior de Tietê até 1964. Foi Prefeito dos Estudantes
no momento em que apareciam os primeiros sinais das profundas
mudanças de estilo de vida e de formação dos clérigos. Eram
os anos de inícios do Concílio. A presença e atuação do Pe. Leardini
ajudaram decisivamente nesses momentos críticos. Contavam
muito sua dedicação absoluta, presença constante e participativa
entre os estudantes, seu exemplo de vida, suas confe191
rências e palestras cheias de sabedoria e de ciência.
Foi, em seguida, Vice-Provincial da Vice-Província de Brasília.
Como Conselheiro Provincial, voltou para São Paulo. Nomeado
Mestre de Noviços, exerceu essa missão no Seminário São Geraldo,
no Potim, S. P. Primeiro Provincial eleito pela Província de
São Paulo, ficou no cargo por dois triênios, do final de 1969 até
outubro de 1975. Desempenhou tal responsabilidade no período
extremamente complexo de inícios da adaptação da Província
aos novos tempos. Presidiu o longo Capítulo Provincial de 1970-
71, onde foram redigidos os novos Estatutos Provinciais e tomadas
resoluções importantes para a Província. Esta iniciava a caminhada
do sistema tradicional de vida para o estilo renovado,
dentro das orientações do Concilio e das então recentes Constituições
da C.Ss.R., inteiramente reformuladas pelo Capítulo Geral
de 1967-69 e então em fase experimental. Em seu Governo,
entre outras medidas, foram decididos a criação do ITESP, a
venda do Alfonsianum, o prédio do estudantado na Raposo Tavares,
em São Paulo, o deslocamento do tempo de Noviciado para
depois da Filosofia, os estudos filosóficos em Faculdades, localização
do Noviciado na casa do Jardim Paulistano, as aquisições
no Ipiranga da residência dos clérigos teólogos e de duas casas
para a instalação da biblioteca provincial e da comunidade dos
professores, a criação das comunidades das Pesquisas Religiosas
(professores), em São Paulo, e das Comunicações, em Aparecida,
e a transferência da sede provincial e do escritório provincial
para a casa adquirida na Avenida Angélica, em São Paulo. Foram
também construídos os novos prédios para a Editora Santuário e
para a comunidade de Araraquara. De 1976 a 1981 dedicou-se à
pregação das Missões Populares.
Foi nomeado mais uma vez Mestre de Noviços, em São João
da Boa Vista S.P. No meio dessa responsabilidade sofreu um enfarte
do coração e precisou ser safenado. Transferido para a Basílica
de Aparecida, dedicou-se ao apostolado com os romeiros.
Residiu ainda em São João e depois Tietê onde morava ultimamente.
Em nossas igrejas foi sempre um zeloso e atuante sacerdote,
um confessor e conselheiro muito procurado pelas pessoas.
Numa entrevista, em seus timos anos, ele pôde dizer: "Pen192
sando no que passei, minha impressão é que cumpri meu papel
na Congregação. Isso me traz tranqüilidade e calma. Vivi tempos
difíceis." Celebrou seu jubileu de ouro de sacerdócio no dia 27 de
dezembro de 1999. De saúde frágil, mas muito determinado e
trabalhador, só a muito custo e pela obediência entregava-se nas
mãos dos médicos. A forte anemia que o maltratava foi complicada
por outros males e teve de ser internado na Unidade de Terapia
Intensiva da Beneficência Portuguesa, onde permaneceu
quase o tempo todo sedado. Faleceu no dia 22 de julho de 2000.
Foi velado no convento do Santuário Nacional de Aparecida, cidade
onde foi sepultado.
Pe. Leardini era um verdadeiro Redentorista, um homem piedoso,
um homem de oração. Muito inteligente, sensato e prudente,
de convivência agradável, foi respeitado e querido pelos
confrades. Na juventude tinha sido um bom esportista e pela vida
toda conservou o gosto pela pesca. Sempre procurou exercer,
com a maior dedicação, todos os encargos que recebeu. Descanse
em paz, Pe. Leardini, e, junto do Senhor, interceda por nós.
(Pe. Vítor Hugo)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade -
Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In
memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR
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