PE. CONRADO (MARIA)
KOHLMANN CSsR
+28 de OUTUBRO 1944
Outro grande missionário que
muito realizou e sofreu pela nossa
Província. Era da cidade de Seisling
(Alemanha) onde nasceu a 5 de fevereiro
de 1879. Desde criança mostrou
desejo de ser Padre e, logo que pôde,
ingressou no Juvenato da Província-
Mãe, professando em 1903. Foi ordenado
em 1908, vindo no ano seguinte
para o Brasil. Era seu sonho dedicarse
logo às missões; mas a obediência
o colocou no Juvenato de Aparecida
como Diretor e Professor. Mesmo assim, sempre que possível, lá
estava ele na igreja, auxiliando nas confissões e batizados. Em
1921 foi para Campininhas, e, aliando sua ótima saúde a um zelo
extraordinário, percorreu todo o sul de Goiás num contínuo
apostolado. Não conhecia cansaço nem dificuldades; sempre a
cavalo, fazia quantas léguas fossem necessárias para atender a
um doente que o solicitasse. Os perigos que enfrentou pelo sertão:
a fome, a sede que muitas vezes teve de suportar, o trabalho
das contínuas pregações, as noites em claro, foram capítulos
que só Deus conhece, escritos como foram “in libro vitae”.
De 1936 a 1941 trabalhou nas Missões do Estado de São
Paulo. Durante esse tempo foi também superior de Pindamonhangaba,
onde muito fez para valorizar o terreno: o dia todo lá
estava ele de enxada, picareta ou machado à mão, para dar ao
noviciado a horta, o pomar, os caminhos ou avenidas que embelezariam
a casa. Mas nem por isso se esquecia das missões; es264
tava em todas, sempre com o mesmo entusiasmo e piedade. No
entanto, seu sonho era voltar para Goiás, onde se sentia melhor
em meio ao povo simples. E era lá que ele desejava terminar os
seus dias. Em 1942, todo feliz, regressou às missões em terras
goianas. Sua saúde, porém, já não era a mesma. E quando notou
que já não podia mais continuar como superior de Campinas,
renunciou ao cargo, passando a viver no silêncio do seu quarto.
Esse descanso forçado, com a certeza de que o fim se aproximava,
foi uma dura penitência para o seu zelo; mas ele a aceitou,
apegando-se à oração, no quarto ou na capela, e apoiando, com
todo entusiasmo, o trabalho missionário de seus colegas.
Com o coração bastante fraco, passava noites em claro, mal
podia respirar. Assim foi que ele viveu seus últimos dias, entre a
vida e a morte, recitando contínuas jaculatórias que bem revelavam
a sua conformidade e grande esperança. Em 28 de outubro
de 1944, ele rezou, com o Irmão que o assistia, das oito às onze
horas da noite, quando entrou em agonia. Algumas horas depois
expirou. Levava consigo para a eternidade o mérito alcançado de
trinta e cinco anos de intenso apostolado.
IR. PLÁCIDO
(JOSÉ SCHAFFLEITNER) CSsR
+28 de OUTUBRO 1953
Era austríaco, nascido a 1º de
maio de 1877. Ingressando na
C.Ss.R. em 1901, fez os votos a 3 de
maio de 1906 em Aparecida, três anos
após sua chegada ao Brasil. Um
Irmão que trabalhou em todas as
nossas casas daquele tempo: Aparecida,
Penha, Araraquara, Cachoeira
do Sul e Campinas (GO). Alegre, piedoso,
e muito dedicado ao trabalho,
Irmão Plácido foi sempre muito estimado
pelos confrades, pelo otimismo
e felicidade que irradiava. Com uma
certa facilidade para escrever, deixou-nos um interessante “Diário”
da sua vida na Alemanha, desde que ingressou na C.Ss.R. e,
no Brasil, até junho de 1905. Em outubro de 1931 renunciou
(por escrito) a viagem-recreio que podia fazer à Alemanha, talvez
com medo de não poder mais voltar para o seu querido Goiás.
Numa carta ao Provincial, em 1935, ele diz alguma coisa da
sua vida em Campininhas: “Graças a Deus, há 32 anos que estou
no Brasil, sempre alegre e satisfeito. Além dos sofrimentos que
todo mundo tem, já caí três vezes da escada, ao apanhar laranjas;
tive maleita durante três anos e meio; por ocasião da festa
em Trindade quase fui morto a pauladas; além disso fui picado
por uma jararaca (1934) e, outra vez, picado por uma jaracuçu
(1935). E, para encher as medidas, estou agora com uma úlcera
no estômago. Como V.R. pode ver, o sofrimento é meu signo
neste mundo miserável. Mas, apesar de tudo, vivo contente e
feliz aqui em Campinas”. E, pressentindo a morte, ele diz ainda:
“Será que vou logo para o cemitério? Isto seria para mim o fim
deste mundo, e seria muito bom, tanto para mim, como para os
outros, pois já não sirvo mais para muita coisa”. — E mostra-se
consolado ao dizer: “Graças a Deus que vou morrer aqui, e já estou vendo que isso não vai demorar muito”. — Mas ainda demorou
um pouco. E seus últimos anos foram de muito sofrimento.
Sempre alegre, porém, conformado, esperou pela morte, até
que ela chegou, a 28 de outubro de 1953, em Campinas como
ele sempre desejara.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade -
Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In
memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR
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