Dizem
que a terceira idade situa-se na faixa
etária entre 65 e 85. E depois? As estatísticas do IBGE do ano 2015 afirmam que
pouco mais de 13% da população está nesta faixa etária. Mas entre os
missionários redentoristas, graças a Deus, há um considerável número de
redentoristas nesta fase da vida, alguns ainda trabalhando igual ou mais ainda do
que pessoas de cinquenta anos
de
idade. É o que se observa na Província de Goiás e tantas outras Unidades
Redentoristas pelo mundo afora.
A
Província de Goiás conta com 77 membros (padres e irmãos com votos perpétuos); desses,
22 já entraram na terceira idade, inclusive 11 acima dos 75 anos. Sabe-se que
existe uma exigência (pedida do Direito Canônico) que os bispos peçam renúncia
quando chegarem aos 75 anos. Mas entre os padres e irmãos consagrados não
existe este costume. Daí, alguns trabalharem até o fim da vida.
Pe.
Clóvis: 90 anos
No
dia 6 de novembro, Pe.Clóvis de Jesus completou 90 anos de vida. Uma celebração
eucarística na Matriz de Campinas(Santuário Basílica do Perpétuo Socorro), em
Goiânia, reuniu familiares, confrades e amigos para a ação de graças por sua
vida e vocação. Em plena segunda-feira, a igreja ficou lotada. Era nítida a presença
de muita gente simples e humilde, evidenciando a gratidão dos pobres ao
missionário que lhes dedica muito carinho e atenção.
Depois
da Eucaristia presidida por ele e concelebrada por duas dezenas de confrades, foi
servido um jantar no Centro de Formação que atraiu mais ou menos 400 pessoas.
Pe.
Clóvis, mesmo enfrentando os problemas próprios da idade que exigiriam mais
repouso, ele não deixa de colaborar com os trabalhos missionários, inclusive sempre
disposto e disponível para atendimento dos doentes e para as confissões.
Natural
de Boituva, perto de Tietê, no interior paulista, ele recorda como chegou ao
seminário redentorista.
-
“Um padre que pregou missão lá em minha cidade pediu ao meu pai que guardasse
um dos filhos para a Congregação. E eu
nem tinha nascido ainda. Por desígnio de Deus, e sem saber desta história, acabei
entrando para o seminário aos 10 anos de
idade”.
Aos
26 anos, foi ordenado padre, e logo foi enviado para Roma, para estudar
comunicação. Ao voltar ao Brasil, foi
designado a trabalhar em Aparecida/SP, na redação do jornal “Santuário de Aparecida”, onde ficou por 15 anos.
Missionário
Pe.
Clóvis tem grande paixão pelo trabalho das Santas Missões Populares.
-“Fui
convidado para ajudar numa missão redentorista, e gostei. Então, pedi para
deixar o jornal e ficar na missão. E o provincial da época aceitou”, diz ele.
Atuou
em diversas missões de norte a sul do Brasil, e por isso, afirma com
entusiasmo:
-“Fiquei
trinta anos nas missões, às vezes fazendo paralelamente outros trabalhos. Mas
as missões foi o que mais gostei”.
Na
década de 1970, foi designado para ser pároco da Matriz de Campinas.
-“E
eu não aceitei. Veio o Pe. Zômpero, e eu
dei graças a Deus. Continuei nas missões, e me entreguei de corpo e alma”,
explica o missionário.
E
depois de tanto tempo nas missões, aceitou um novo desafio: ser o
vice-postulador do processo de beatificação do Padre Pelágio Sauter.
-“Já
recolhi mais de 500 páginas de depoimentos sobre o nosso Apóstolo de Goiás”.
Esse
é o Pe. Clóvis de Jesus: jornalista, poliglota, autor de vários livros e
conhecedor da vida dos santos, apresentador de programa de rádio e responsável por
um site (www.boletimpadrepelagio.org). Na paróquia/santuário de Campinas,
está sempre disponível para a assistência aos doentes, as celebrações de missas
e o atendimento de confissões. Isso aos noventa anos!
Fonte:
Padre Mauricio Brandolize – O RAPIDINHO Nº176-Dezembro 2017
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