IR. GASPAR NUSSHART CSsR
+9 de MAIO 1914
Duro e resistente como uma noz
— é o que significa o sobrenome deste
nosso Irmão Gaspar. E assim ele
foi realmente. Forte e sadio na infância,
tornou-se depois um rapagote
alto, corpulento, dotado de uma força
que talvez fizesse inveja a algum trator.
Entrou para a C.Ss.R. após uma
Missão pregada pelos nossos na sua
terra. Terminado o noviciado em
1869, precisou servir o exército, voltando
depois para professar. Durante
anos trabalhou nas nossas casas da Alemanha distinguindo-se na
construção do juvenato de Dürnberg, onde foi verdadeira máquina
de trabalho para preparar o terreno, arrebentar e carregar
pedras, cavar alicerces e levantar paredes. À noite, por não haver
quarto, dormia num porão, sobre palhas, enfrentando o frio
e a umidade feliz por estar servindo a Congregação.
Em 1895 pediu e conseguiu licença para vir trabalhar no Brasil.
Foi designado para Goiás, a pedidos do Pe. Lourenço Gahr,
que já conhecia a força e disposição do Irmão para qualquer trabalho.
Com incrível disposição o gigante Gaspar construiu logo
uma serraria, canalizou um ribeirão, e começou a preparar tábuas
e vigas, tiradas de enormes troncos que ele trazia da mata.
Era material para a construção das casas de Campinas, Trindade
e capelas vizinhas. Assentou um bom engenho para fabricar açúcar,
cavou um poço de oito metros de profundidade para fornecer
água para casa e, a fim de dar ao convento uma boa chácara, canalizou um córrego numa distância de nove quilômetros
para irrigar verduras e arvoredo. Como era péssimo o caminho
da casa para a matriz, nosso Irmão Gaspar abriu uma quase avenida
de um quilometro à prova de qualquer enxurrada. Mas,
com toda a sua força e disposição para o trabalho, o Irmão era
também um homem de muita oração e vida interior. Nunca faltava
aos atos comuns. Aos domingos e dias santos, ia de um lado
para o outro, a fim de não perder nenhuma das missas que
iam ser celebradas. Era com o terço às mãos que ele se dirigia
para o trabalho, na mata, na serraria, na chácara, fosse onde
fosse. As tardes de domingo ele as passava na capela da Casa,
sempre de joelhos, meditando ou fazendo Vias Sacras. Interessava-
se pelo trabalho dos Missionários, procurando informar-se
do apostolado que realizavam.
Já estava com 72 anos, quando, na festa do patrocínio de
São José assistiu a missa na Matriz, levando depois a cruz processional
na procissão de encerramento. Tudo terminado voltou
para a Casa. Mas à hora do exame particular e do almoço ele
não apareceu. A Comunidade estranhou, e quando
o foram chamar no quarto, acharam-no caído no chão, vítima
de um colapso. Colocaram-no na cama, e ele, ainda consciente,
e com profunda piedade, recebeu os últimos Sacramentos. Faleceu
às três horas, num sábado, dia 9 de maio de 1914. Terminavam
50 anos de trabalho e oração.
PE. MATHIAS RAUS CSsR
+9 de MAIO 1917
Foi Superior Geral de 1894 a 1909. Foi ele que encaminhou a
vinda dos redentoristas da Província da Baviera para Aparecida e
Goiás. Esteve pessoalmente na Baviera para abençoar e despedir-
se dos padres e irmãos da primeira turma.
(Arquivo Provincial)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade -
Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In
memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR
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