PE. GERALDO PIRES DE SOUZA CSsR
+25 de MAIO 1969
Um confrade ao qual nossa Província
muito ficou devendo, como
missionário, superior, formador, e
dono da pena mais fecunda que a
província até hoje conheceu.
Era de Guaratinguetá, onde nasceu
a 22 de maio de 1895. Ingressou
no Juvenato (Aparecida) em 1904,
professando em 1911. Estudou, depois
na Alemanha, e após a sua ordenação
em São Paulo (1917) foi designado
professor, e mais tarde, Prefeito
do Juvenato. Em 1926 iniciou sua vida
de missionário, distinguindo-se
como exímio pregador de Retiros. No triênio 1947-1950 foi Vice
e depois Provincial.P
1
P Deixando o cargo foi ainda Superior de São
João da Boa Vista, casa que fundou,P
2
P e depois, mestre do segundo
noviciado até 1964.
Alegre, às vezes brincalhão, Pe. Pires sabia tratar com os
mais simples e ignorantes, devido a sua bondade e compreensão.
Mas era fino, delicado e vivo, quando devia tratar com autoridades
ou pessoas mais graduadas. Como fundador, e, mais
tarde, superior de São João da Boa Vista, soube desde o inicio,
ganhar a amizade e simpatia do povo para a nossa obra. Como
missionário não era orador de arrebatar multidões; era mais
conferencista, falando às inteligências numa linguagem fluente,
colorida e atraente. Como pregador de Retiros, principalmente
para a juventude, era simples e claro na exposição dos temas,
sem nunca abandonar a elegância e delicadeza do seu estilo.
Bom observador, sabia colorir suas pregações e conferências com exemplos e comparações originais. Foi sempre um apaixonado
pelos livros, e vivia vasculhando bibliotecas, lendo ou escrevendo
por toda a parte. É de se admirar que em meio a toda
a sua atividade como missionário, Superior e Formador, encontrasse
tempo para escrever tanto como escreveu. Além de diversas
traduções, mais de 13 obras originais, artigos para a “REB”,
inúmeros programas para o rádio, diversos trabalhos para o segundo
noviciado, contos e traduções para os Ecos Marianos. Um
trabalho imenso que somente um grande zelo redentorista pôde
realizar. Em sua ficha pessoal ele anotou: “Honra que reivindico
(si tamen licet): com o falecido Pe. Nestor de Souza, escrevi o
primeiro número do Almanaque de Nossa Senhora, depois mudado
para Ecos Marianos. Isso no ano de 1926, em Cachoeira do
Sul”. — Cheios, certamente, e bem aproveitados para as almas
foram os 74 anos vividos pelo nosso Pe. Pires. Em 1968 ele ainda
estava em São João da Boa Vista como simples auxiliar da
Casa. Mas, por motivo de saúde, foi transferido para a casa do
Potim. Durante muitos anos ele já vinha sofrendo de uma anormalidade
na espinha. Não foi pequeno o seu martírio, embora
continuasse trabalhando em seus escritos, ou como mestre do
segundo noviciado. Nos últimos meses agravou-se o seu estado,
com distúrbios cardíacos e circulatórios. Para tratamento foi internado
na Santa Casa de Aparecida. Embora prevendo a morte,
não se deixou impressionar: continuou, como sempre, calmo e
até de bom humor. Mas a 25 de maio de 1969 sua vida chegou
ao fim. Um colapso o deixou inconsciente por algumas horas. Foi
quando a morte chegou, para levá-lo sem um gemido sequer.
Antes de morrer quis ainda anotar um pedido ao Provincial: “Doar
os restos de minha espinha doente a um ortopedista católico,
para ele mostrar a seus clientes a anormalidade da espinha enferma.”
P
1
P - Pe. Pires foi Vice Provincial de 1939 a 1944 e Superior Provincial de 1944 a
1947. Foi o primeiro brasileiro a ocupar esses cargos. (nota do editor)
P
2
P - Pe. Pires foi também prefeito dos estudantes, em Tietê, por quase dois anos.
Embora idoso, ainda soube conviver com nossos jovens. ( nota do editor)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade -
Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In
memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR
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