Sua luz brilhara no firmamento da Igreja primitiva, pois, fora um astro de primeira grandeza.
O papa Santo Estevão o ordenou diácono da Igreja Romana. É conhecido por “Arcediácono do Papa”.
Suas qualidades são raras como também suas virtudes. Tivera o encargo de administrar os bens da Igreja e socorrer os pobres.
Vivera na época do Imperador Valeriano, o qual perseguira o clero, ou seja, os bispos, os padres e os diáconos.
No ano de 258, o papa Sisto II sofrera o martírio da fé, quando Lourenço o acompanhara até o lugar do suplício e derramando lágrimas , num ardente desejo de morrer juntamente com o pai espiritual, dissera-lhe:
“-meu pai, para onde vai sem vosso filho?
-para onde santo Bispo sem vosso diácono?
-jamais ofereceu sacrifício sem que eu o acolitasse?
-Em que vos desagradei?
-encontrou em mim uma infidelidade?”
O pontífice, comovido com essas palavras de verdadeira dedicação filial, respondera-lhe:
“-não te abandono meu filho! Deus reservou-te provação maior e vitória mais brilhante , pois, é moço e forte ainda. Velhice e fraqueza fazem com que tenham dó de mim. Daqui há três dias me seguirás.”
O papa dera-lhe instruções sobre os tesouros da Igreja, aconselhando-o a repartir entre os pobres, para assim impedir que os pagãos os seqüestrassem. E assim o fizera, procurando todos os pobres, viúvas e órfãos e distribuira entre eles o dinheiro que existia.
Lourenço vendera todas as pratarias e vasos sagrados e, com o dinheiro socorrera a todos os pobres que a Igreja sustentara.
Quando o senhor alcaide da cidade, o Prefeito Cornelius Saecularis, soubera dos tesouros que a igreja possuía , mandara chamar o Arcedíago Lourenço , e dissera-lhe:
“ Nada de ti exijo, que não seja possível executar. Soube que teus sacerdotes se servem de vasos de ouro e prata nos vossos sacrifícios e que usais de velas de cera , colocadas em castiçais de ouro. Soube que vossa religião vos ordena dar a “Cesar o que é de Cesar” ,pois, trazei-me todos esses objetos , de que o Imperador tem precisão “.
- É verdade, replicara Lourenço. “A Igreja é rica, mais rica que o Imperador. Concedei-me o prazo necessário e tudo será arranjado em boa ordem.”
O prefeito, supondo que se trataram de riquezas materiais, dera-lhe de boa vontade, um prazo de três dias.
O que fez o santo diácono?
Convidara a todos o pobres, viúvas, órfãos, cegos, mudos, paralíticos, inválidos e desamparados , para estarem ao terceiro dia à porta da igreja. E assim acontecera. Todos se reuniram ao dia combinado à porta do templo.
Lourenço convidara o prefeito para inspecionar o tão falado “tesouros” da Igreja. E quando inquirira Lourenço sobre as riquezas existentes, apontara para a multidão constituída de pobres e miseráveis e lhe dissera:
“-Eis os tesouros da Igreja, os míseros que levam com resignação sua cruz, que nada sabem dos vícios e paixões, tornam miseráveis os grandes do mundo. Eles cheiram o ouro de luz celeste. Veja as pratas e jóias preciosíssimas: as viúvas, e virgens consagradas a Deus, que formam a coroa de Igreja, por serem as almas prediletas de Jesus Cristo.”
Vendo-se iludido, o prefeito ficara furioso e disse-lhe:
”-É assim que se atreves a ludibriar autoridade romana? Miserável!
Se o teu desejo é morrer, pois bem, há de morrer, mas de morte longa e cruel.”
Dera então ordens para que Lourenço fosse cruelmente açoitado e por outros modos atormentados. Finalmente mandara que trouxessem uma grelha, que fora então posto sobre brasas. O santo diácono fora despido e colocado sobre brasas. O semblante ardera-lhe de fogo divino, e do seu corpo desprendera um perfume delicioso, que era percebido pelos cristãos, não, porém, pelos pagãos. Tendo sofrido este horrível martírio, Lourenço, com um sorriso nos lábios e conservando seu “bom humor cristão”, dissera ao juiz:
“-se quiseres pode dar ordens para que virem, visto que deste lado já está todo assado!”.
E pouco depois:
-“Se estiverdes servido, eis que minha carne está bem assada”.
O prefeito dissera-lhe em resposta somente palavras de escárnio. O santo mártir, porém, rezara a Jesus Cristo, pela conversão de Roma, a cidade eterna, na qual São Pedro e São Paulo tiveram plantado a cruz, regando-a com o próprio sangue. Seja como for, alguns dos senadores romanos se converteram a tal ponto de colocar Lourenço nos ombros para enterrá-lo, pois, nesse mesmo dia se converteram ao cristianismo, eles que foram testemunhas oculares de seu martírio. São Lourenço morrera em 10 de agosto de 258, por isso, o celebramos no dia dez de agosto. Seu culto remonta o século IV. São Lourenço é padroeiro dos diáconos. Em Roma existem sete igrejas dedicadas ao santo mártir.
“Daí-nos Senhor, a graça de sermos sempre resolutos e corajosos, para enfrentarmos os combates, em nome da verdade. Dai-nos também coragem para atendermos, sempre mais,os necessitados e sermos caridosos .”
Adilson José Cunha
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