CARLOS STRABELLI
+07 DE JANEIRO 2019
Ontem falei de partidas.
Falei de saudades.
Falei de velas que se consomem.
Hoje abro o zap e a notícia da morte de um amigo está lá.
Carlos Strabelli não acordou hoje.
Morreu enquanto dormia.
Nos conhecemos em 1963 quando ele chegou ao Santo Afonso onde eu já estava desde 1960.
Depois perdemo-nos ...
Só fui reencontrá-lo muitos anos depois como padre na Igreja de São Francisco, em Ermelino Matarazzo.
Anos depois deixou o sacerdócio.
Mas já era líder inconteste na região.
Assumiu o bom combate.Posicionou se sempre ao lado dos mais fracos e oprimidos. Era amado por todos.
Casou se teve três filhos.
Em1989 e 1990 trabalhou comigo.
Assessorou me na relação escola/ comunidade/ sistema.
Depois assumiu responsabilidades maiores. Foi coordenar trabalhos pastorais diocese de São Miguel.
Destacou se pela capacidade de dar se ao próximo.
E agora ficamos sem mais uma vela!
Assim o mundo escurece um pouco mais...
Vai Carlos ao encontro da luz eterna!
Nós ficamos aqui na esperança do reencontro !
Boa noite,amigos,que o amanhã traga surpresas boas
ANTÔNIO JOÃO THOZZI
"Se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão."
Soube ainda a pouco da partida deste guerreiro, uma grande perda para os nossos dias de luta. Aprendi muito com esse homem, ensinamentos que levarei para a vida toda.
Meus sentimentos a família.
Carlos Strabeli vá em paz e obrigada por tudo.
Mão com mão companheiros!
JOELMA COUTINHO
Este é um dos meus maiores mestres, uma pessoa que me inspirava pela sua grandeza nas convicções políticas e religiosas.
Meus caros amigos, um ensinamento que Carlos Strabeli me deixou e que levo comigo sempre é que todas as ações de sua vida deve ser realizadas com toda força e vontade.
"Se calarem a voz dos profetas, as pedras falaram".
Eu desejo ser parte destas pedras.
ROGÉRIO MENDES
É hora da gente despertar as esperanças que as angústias, as decepções e os desencantos tomaram conta da gente e não nos deixaram mais colocar pra fora, explodir de dentro da gente o melhor que nós temos" (Carlos Strabeli)
Este é o olhar que eternizaremos... Um olhar carregado de cuidado, ideias, sonhos, provocações e sempre sedento pelo que as outras pessoas tinham para partilhar.
Todos e todas que encontraram esse olhar fraterno, foram amados e amadas pelo mestre...
Que todo o brinde resistente também seja em tua memória!
FERNANDO DIEGUES
ADEUS AMIGO QUERIDO!
Carlos Strabelli, amigo, irmão de sonhos e de causas reinocêntricas, partiu hoje para o Eterno nesta manhã no aconchego de sua família. Pela informação que recebi de um familiar próximo ele devia estar administrando um AVC silencioso e não se deu conta de que teria que talvez ser internado para uma precisa diagnose.
Visitei esse querido amigo dia 18.10 do ano passado em sua casa, em uma tarde, onde tomamos um bom café e vinho. Quando chegamos - eu, Eduardo Toth e meu sobrinho Andrés Henrique –, a mesa estava hiper pronta com tudo para o café. O Carlos nos recebeu com aquele abraço que somente ele tinha: caloroso, afetuoso e xinxado. Ao adentrar a casa dei um beijo na Bete, sua esposa, que me parecia melhor que há 5 anos quando estive com eles a última vez. Encontrei um Carlos muito sensível, o que ele sempre foi, mas o meu "inevitável" olhar psicanalítico percebeu que sua sensibilidade estava transbordando e ele passava uma incrível leveza e luminosidade. Saboreei interiormente esse aspecto tão visível no Carlos.
Proseamos por mais de duas horas e em tal prosa era impossível não falar DO SONHO DE JESUS PARA ESTE MUNDO. Cobrei do Carlos que achava ele meio “preguiçoso” e me disse que estava curtindo a aposentadoria. Mas que estava num ritmo lento escrevendo algumas coisas.
Falou algo de sua vida quando foi Padre e me fez perguntas embaraçosas mesmo vindo de um amigo tão querido. Para os curiosos ele queria saber porque eu não escrevia também numa perspectiva psicoemocional sobre a urgência da Igreja repensar a questão do Celibato dos Padres. Ele disse ver e saber de muitos padres vivendo uma dura solidão. Eu disse que já tem muita gente escrevendo sobre o tema, especialmente na Europa, inclusive Bispos e Cardeais e não apenas teólogos.
Creio que em 2009 o Strabelli me acompanhou por mais de um mês em uma visita que na época fizemos nas Frentes de Missão da Fraternidade no RS, MG e aqui em SP. Por fim ele veio nos ajudar aqui na Casa de Itaquera em 2013, creio, como voluntário na parte administrativa e outras voltadas para a formação. Foram quase 10 meses de bela ajuda e para mim foi enriquecedor por ter alguém com um intelecto inquieto e provocativo próprio dos profetas de todos os tempos.
Um dia aqui em casa me disse algumas coisas que não entendi bem no momento. Ele fez algumas críticas bem elaboradas e respeitosas. Por fim, agora no café de outubro ele me esclareceu e eu o agradeci imensamente. Citou TRÊS CRASSOS ERROS que via na estrutura da Fraternidade. Mas fez questão de destacar a missionariedade da Fraternidade que para ele era fantástica. Ele disse:
“Cyzo, por dois anos ou mais, onde eu ia, falava da Fraternidade. Ela me encantou. Tocou profundamente em mim. Vi na Fraternidade algo que não conhecia e nem sentia: pastoral com mística e atenção real às pessoas. Não deixe morrer essa pequena tradição da Fraternidade. Mas ela só irá para o futuro com leigos melhores preparados dentro dela”. Agradeci e disse que a sugestão eu deixaria para discernimento futuro e no momento procuro entender os presentes desafios rezando ao Espírito Santo.
Nosso café encerrou e disse que o próximo café seria aqui em casa. Agora vejo que será um café celestial. Na despedida nosso abraço foi como o abraço de dois meninos superamigos. Ele ficou no portão até que o nosso carro desapareceu na rua. Carlos Strabeli, profeta em um tempo de crise da profecia, vai em paz amigo, irmão de causa e sonhos, tu tens aconchego no colo do Deus Amoroso! Agora é tão presente teu silêncio orante no final das eucaristias que compartilhamos, especialmente na Comunidade Indígena Kaingang.
Encerro esta fala com o coração tomado de dor, essa dor estranha que nos faz sentir que as pessoas são dádivas sempre, e que somente na ausência é que nos damos conta do tamanho oceânico dessa dádiva.
Tomo a liberdade de reproduzir uma fala do VALDIR AGOSTINHO DE OLIVEIRA que escreveu no Facebook do Strabelli e que para mim entre as centenas de comentários que estão lá resumem melhor tudo o que foi o querido amigo e irmão Strabelli:
“STRABELLI É HISTÓRIA DA IGREJA NA ZONA LESTE. NEM DÁ PRA COMENTAR, POIS TEM MUITO PRA CONTAR. UM GRANDE HOMEM NO SACERDÓCIO E NAS LIMITAÇÕES HUMANAS. ASSUMINDO INTEIRO O COMPROMISSO COM CRISTO JUNTO ÀS PESSOAS QUE BUSCAVAM DEUS NOS MOMENTOS DIFÍCEIS E NAS FESTAS TAMBÉM. NUMA ÉPOCA EM QUE LEMBRAR A HISTÓRIA PARECE SER BANAL, PESSOAS COMO STRABELLI FAZ PARAR O TEMPO QUANDO VÃO EMBORA. SÓ QUEM VIU, OUVIU E CONVIVEU SABEM DO QUE FALO”.
JOÃO
Creio que vais cedo demais, com apenas 68 anos. Ainda tinha coisas a dizer e escrever por aqui neste tempo de uma Igreja onde o Papa Francisco precisa de gente que reflete mais a fundo sem perder a ternura. Força à Bete, esposa, aos filhos: Daniel, Carla e Mariana nessa dura Oferta! Saudades sempre! Tristeza jamais!
Descanse em paz amigo Strabelli. Obrigado pela tua existência e por toda a tua história, vida e trabalho feito com paixão e leveza. Você ajudou que milhares de pessoas tocassem na Essência do Divino e mudassem suas consciências, tornando pessoas pró Reino de Deus num tempo de apressada evolução do anti-Reino. R.I.P!
CYZO ASSIS
Lembro-me dele no Seminário Santo Afonso. Pena que abandonou o sacerdócio. Desejo a ele um descanso eterno no Céu.SEBASTIAN BALDI
Lembro-me dele no Seminário Santo Afonso. Pena que abandonou o sacerdócio. Desejo a ele um descanso eterno no Céu.SEBASTIAN BALDI
Vou comentar aqui o que já escrevi na publicação de Eduardo Brasileiro no Facebook:
Eu conheci o Strabelli em 1963 no Pré-Seminário Redentorista de Pedrinha, Guaratinguetá, quando veio juntar-se a nós fazendo parte do grupo oriundo da Penha. Convivemos por 2 longos anos. Digo longos porque naqueles tempos de criança o tempo se arrastava. Tenho na minha memória a suavidade e a candura de sua voz quando cantava. Depois não nos vimos mais. Pelo que ouço a respeito de suas obras concluo que ele veio, combateu o bom combate e agora parte em busca do merecido prêmio na Paz de Deus. Vai, amigo, e daí onde você está, zele por nós! Meus sentimentos de condolências à família e amigos.JOÃO APARECIDO DE OLIVEIRA
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