PADRE ORLANDO RICARDO GAMBI(+) MISSIONÁRIO REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR |
Nós dizemos, simplesmente, que eles deixaram de se amar.
Mas será que não podemos perguntar se, de fato, eles se amaram algum dia?
Enganam-se aqueles que pensam que o amor começa no dia do casamento!
No dia do casamento ele apenas toma novas formas e se manifesta de um modo mais sensível para que se cumpram os desígnios de Deus.
Não existe nenhuma fórmula de amor que não traga um compromisso!
E nenhum compromisso é guardado e cumprido sem amor!
Quem brinca com os compromissos do amor acaba fazendo do amor um brinquedo!
Existe um tempo de longa preparação para o amor.
É o tempo do namoro.
É durante este tempo que os dois devem dar-se seriamente ao estudo do mútuo conhecimento.
Da negligência no estudo é que nasce a superficialidade.
Ser superficial é ser pessoa sem estímulo, pessoa que se contenta com o “mais ou menos”, pessoa que sabe de tudo apenas um pouco ou pouco faz de tudo, até das coisas mais sérias.
Como é que muitos casais encaram o tempo do namoro e como é que muitos namorados namoram?
Há muitos que lamentam o tempo perdido do namoro, e outros aproveitam o tempo no namoro para a perdição.
Um casamento feliz não se improvisa nem é dado a ninguém como presente de Natal!
Dizem por aí que um bom casamento depende da sorte, mas ninguém terá sorte no casamento se se preparar mal.
Se o casamento dependesse da sorte, não saberia explicar porque há tantos casamentos cheios de azar, nem saberia dizer porque o azar acabou com tantos casamentos que começaram com tanta sorte!
Muitos aprendem muita coisa durante o namoro, menos o respeito e a decência.
Descobrem as facilidades, as vantagens, o delírio e a paixão, coisas que o próprio instinto já sabe e conhece, mas não chegam a perceber a que rumos levam a licenciosidade, nem dão conta das conseqüências do amor desenfreado.
O que muitos chamam de “prova de amor” nada mais é do que aquilo que há de ser, amanhã, a mais dura provação do amor!
Quem quer amar sem renúncias, amanhã acaba renunciando ao próprio amor.
Há muitos casais que vivem sem queixando de seu desajustamento, e perguntam o porquê da infelicidade de seu amor.
Costumamos dizer que o que passou, passou...
Mas, nem sempre é assim.
Na vida há muita coisa em nós que passa e que, no entanto, fica, pelas impressões que deixa no coração.
Namoro com liberdade de amor não dá liberdade ao amor.
Por isso há tantos casais, que querem libertar-se do amor pelo amor da liberdade!
Quem dá liberdade às paixões do amor, ama sem liberdade e se apaixona sem amor!
Quem faz “experiências” de amor antes do casamento, só depois é que terá a experiência do que é um casamento se amor!
Mas como é que se preparam os que vão casar?
É melhor perguntar como é que se preparam os que já estão decepcionados e arrependidos de se terem casado!
E por que é que muitos se arrependem do casamento?
Por que descobrem que o casamento é um mal ou por que descobrem que já se esgotou todo o bem que eles esperavam do casamento?
Qual é o maior bem do casamento?
Um coração sem vida de amor.
O egoísta também ama, mas nele quem dirige o sexo é o instinto e não a inteligência e o coração.
Quem ama de coração, compreende que o amor não é só sexo, que o amor sexual só une dois seres se é impulsionado pela força do amor dos corações.
Em muitos, o amor sexual é o que mais apaixona e é também o que mais depressa decepciona.
Em outros, felizmente, o amor sexual nunca decepciona porque o amor nunca teve pressa!
Pensem nisto todos aqueles que desejam casar-se!
O casamento é uma longa vida de amor, mas o que vale a duração da vida de um casamento sem amor?
Nas telas de cinema, em geral, também nas televisões, as atrizes e os artistas representam as cenas mais tristes do amor, com adultérios, infelicidades, desquites e separação.
Mas o pior é a tristeza que a gente tem de ver a vida de adultérios e de infelicidades de tantos casais sem amor!
O casamento é uma vida, não é uma aventura.
Quem se atira às aventuras não tem amor à vida, e quem se casa sem amor só terá uma vida de aventura!
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