PE. ANTÃO (JORGE)
HECHENBLAICKNER CSsR
+28 de SETEMBRO 1965
Um confrade que soube elevar
muito o nome da Congregação,
não somente pela sua virtude, como
pelo seu dinamismo.
Tirolês austríaco, Pe. Antão
nasceu a 5 de junho de 1880. Após
seus estudos ginasiais ingressou
na C.Ss.R. sendo ordenado em
1904. Saúde de ferro, e com uma
extraordinária capacidade de trabalho,
achou que na Europa não
teria campo suficiente para a sua
atividade. Veio, por isso, para o
Brasil, logo após sua ordenação. E nunca mais voltou a rever a
sua terra natal, tendo renunciado à respectiva licença para tal.
Embora nunca o tenha revelado, sua longa vida nos deixou a impressão
de que tinha voto de não perder tempo.
“Sanctifica te pro Brasilianis, ut et ipsi sanctificentur per te”
— esse o lema que o trouxe ao Brasil, escrito logo no cabeçalho
do seu diário de viagem. E esse lema ele o viveu intensamente.
Como Superior de Campinas (GO) foi de um zelo incansável,
nas pregações, no confessionário, na construção do Santuário de
Trindade, bem como da igreja de Bela Vista.
E como se isso não bastasse, dedicou-se ainda à pregação de
Missões e Retiros. Como Vigário da Penha distingui-se pelo seu
zelo e caridade no trabalho de socorrer os pobres por ocasião da
celebre gripe espanhola (1915-1918). Novamente como vigário
em 1924 teve destacada atuação como mediador entre revoltosos
e Governo, na revolução desse ano, bem como organizando a assistência aos pobres e necessitados, com a distribuição de
gêneros e roupas.
Como Superior e Vigário de Aparecida (1927-1932) apesar
de todo o trabalho do seu cargo, tomou parte ativa no movimento
de 9 de julho de 1932; promoveu o Congresso Mariano de
1929, e trabalhou intensamente para que Nossa Senhora Aparecida
fosse declarada Padroeira do Brasil, a 16 de julho de 1930.
De 1950 a 1956 foi, pela segunda vez, Superior e Vigário de Aparecida,
muito fazendo pela Rádio e construção da nova Basílica.
Como Missionário trabalhou em Goiás, São Paulo e Rio Grande
do Sul, sempre com seu invejável entusiasmo e extraordinária
disposição para o trabalho. Foi ainda diretor espiritual e professor
no Seminário Maior de Tietê, participando também da Pastoral
da Matriz ou nas Capelas rurais. Rigoroso consigo mesmo,
jamais se dispensava do trabalho ou dos exercícios comuns. Com
os confrades, ou com os estranhos, era sempre o religioso equilibrado,
simples e atencioso com todos. Duramente provado pela
idade e pela esclerose que não lhe permitiam qualquer atividade,
passou seus últimos anos na Penha. Mesmo assim trabalhou com
seu exemplo de conformidade, profundo espírito de fé e de oração.
Nunca se dispensou do Breviário, rezando geralmente de
joelhos, na Capela da casa; e quando já não podia mais celebrar,
fazia questão de assistir a todas as missas que se celebravam na
igreja.
Somente pela sua grande energia e profundo espírito de fé
pôde suportar esses anos de inatividade, sem uma palavra de
queixa ou desânimo. Desse calvário, porém, Deus o tirou chamando-
o para a glória eterna no dia 28 de setembro de 1965.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade -
Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In
memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR
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