PE. NOÉ SOTILLO CSsR
+23 de SETEMBRO 1996
Pe. Sotillo nasceu a 13 de março
de 1921, em Cerquilho-SP, na Fazenda
Estiva. Foram seus pais: Luiz Sotillo
e Maria Bellini. Era o décimo primeiro
dos dozes filhos do casal. Entrou
para o Seminário Santo Afonso,
em Aparecida, no dia 31 de março de
1936. Tendo recebido o hábito no dia
01 de fevereiro de 1943, fez o noviciado
em Pindamonhangaba-SP. Fez a
primeira profissão no dia 02 de fevereiro
de 1944 e cursou filosofia e teologia
no Seminário Maior Redentorista
de Tietê, onde fez a profissão perpétua
no dia 12 de fevereiro de 1947. Foi ordenado sacerdote no
dia 06 de janeiro de 1949, em Sorocaba-SP. pelas mãos de D.
José Carlos de Aguirre e cantou sua primeira missa solene em
Porto Feliz-SP no dia 09 de janeiro de 1949.
Seu primeiro trabalho pastoral foi como vigário cooperador
na Penha em São Paulo de 1950 a 1951, quando foi ser vigário
cooperador em Aparecida.
No primeiro semestre de 1952 fez o segundo noviciado em
Pindamonhangaba e iniciou a pregar as Missões Populares, adscrito
sucessivamente às comunidades missionárias de Araraquara,
São João da Boa Vista, Penha, Tietê, Araraquara, Jardim Paulistano,
percorrendo o Brasil até 1965. Em setembro de 1965 foi
nomeado superior da comunidade e pároco na Penha. Lá ficou
até dezembro de 1966, quando os Redentoristas deixaram a Paróquia
e Santuário de Nossa Senhora da Penha e a entregaram à
arquidiocese de São Paulo.
No dia 01 de janeiro de 1967 foi nomeado tesoureiro e administrador
no Santuário de Aparecida, ao lado de Dom Antônio
Macedo que, depois, lhe entregou toda a responsabilidade da
administração do Santuário e da construção da nova Basílica. Lá
ele ficou até 01 de dezembro de 1989 e realizou uma obra gigantesca.
Começando praticamente do nada, foi ele que criou
toda a estrutura administrativa e deu nova vida e novo ritmo à
construção do grande santuário. Foi uma mudança que fez com
que se agilizasse a construção. Creio que, por justiça, se deve
reconhecer que, se hoje existe o grande santuário, em grandíssima
parte se deve à capacidade e ao trabalho do Pe. Sotillo. Foi
ele também que se preocupou em construir toda a infraestrutura
para atendimento dos romeiros, que hoje causa admiração
a todos os que visitam o Santuário de Aparecida. Ninguém
pode imaginar quanto trabalho, quanta preocupação e quanto
sofrimento ele teve de enfrentar, sempre guiado por uma grande
fé, um grande amor a Nossa Senhora e uma energia de gigante.
Desempenhou o cargo de Conselheiro Provincial de 1976 a
1979. Em dezembro de 1989 retirou-se para o Jardim Paulistano,
onde ficou como vigário paroquial, sendo também superior da
comunidade de 1991 a 1993.
Em dezembro de 1995, atingido, sem, nenhum pré-aviso, por
insidiosa doença, teve de ser internado no Hospital Sírio-Libanês,
por causa de uma obstrução biliar. No dia 19 de dezembro foi
operado, mas os médicos verificaram que não havia mais nada
que fazer: um tumor no pâncreas muito adiantado, que não possibilitava
nenhuma intervenção.
Saindo do hospital foi para a casa da família do Sr. Narciso
Sotillo e de d. Elisinha que, com muito amor e carinho, lhe deram
toda a assistência possível. Os prognósticos dos médicos lhe
davam de seis meses a dois anos de vida. Aparentemente ele se
recuperava, lutava e tinha esperança de sarar completamente.
Continuou indo freqüentemente ao Jardim Paulistano e se interessando
por tudo, com seu proverbial bom senso e sua experiência.
Celebrava diariamente sua missa e rezava muito... Quantas
vezes era encontrado com o terço na mão, caminhando de
um lado para o outro. Fez várias visitas para rezar em Aparecida.
Todos sabemos que por detrás de modos às vezes bruscos, o
coração do Pe. Sotillo era de uma bondade e de uma caridade
muito grandes. Isso ele não conseguia esconder sob seus modos
enérgicos e diretos: no fim, sempre transparecia seu “coração de
ouro”. Era alguém que não guardava rancores, que sabia perdoar
e sabia também reconhecer e pedir perdão. Sempre disposto
a ajudar os confrades e outras pessoas, mesmo quando recebia
ingratidão.
No dia 23 de setembro de 1996, mais ou menos às18 horas,
Pe. Noé Sotillo voltou à casa do Pai, em Pouso Alegre MG, onde
tinha sido hospitalizado após o agravamento repentino de seu
estado de saúde. Para lá ele quisera ir em busca de alívio paras
as dores que, nos últimos dias, lhe causavam atrozes sofrimentos.
Ao sair da casa do Sr. Narciso e de d. Elisinha, ele dizia com
alegria e esperança: “Vou buscar minha saúde!”.
Não temos dúvida que a Mãe, Nossa Senhora Aparecida, e
Santo Afonso, a quem ele amava apaixonadamente, o terão acompanhado
aos braços e ao coração do Pai: “Servo bom e fiel,
entra na alegria do teu Senhor!”.
(Do Comunicado Provincial de 27/09/96)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade -
Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In
memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR
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