Dom
Aloísio Leo Arlindo Lorscheider O. F. M. (Estrela, 8 de outubro de1924 — Porto Alegre, 23 de dezembro de 2007)
foi um sacerdote frade franciscano e cardeal brasileiro, além de ex-presidente da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB.
Vida
Dom
Frei Aloísio Lorscheider ou Cardeal Lorscheider, como ficou conhecido, nasceu a 8 de outubro de 1924,
em Picada Geraldo, Estrela, no Rio Grande do Sul. O nome de seu pai era José Aloysio
Lorscheider e o da mãe Verônica Gerhardt Lorscheider.
Fez
o curso primário em Picada Winck, em Lajeado, em Palanque e Venâncio Aires. Ingressou em 1934,
no Seminário dos padres franciscanos, em Taquari, onde fez os cursos Ginasial e Colegial.
Em 1942,
fez o Noviciado e o primeiro ano de Filosofia no Convento São Boaventura, em
Daltro Filho e Garibaldi. Em 1944,
foi transferido para o Convento Santo Antônio, em Divinópolis, Minas Gerais, onde terminou o curso de Filosofia e fez o curso
de Teologia. Passou a adotar o nome religioso de Frei Aloísio, nome que
conservou até o final de sua vida.
Sacerdócio
Foi
ordenado sacerdote a 22 de agosto de 1948,
em Divinópolis.
Como
sacerdote, lecionou latim, alemão e matemática no Seminário Seráfico, em Taquari. No final do mesmo ano, foi enviado a Roma,
ao Pontifício Ateneo Antoniano, para especializar-se em Teologia Dogmática. No
mês de junho de 1952, defendeu sua tese doutoral, sendo promovido com nota
máxima: summa cum laude.
Regressando
de Roma, tornou a lecionar no Seminário Seráfico, emTaquari, até que, em 1953,
foi nomeado professor de Teologia Dogmática no Convento Santo Antonio, em Divinópolis.
Durante
6 anos, lecionou Teologia e ocupou sucessivamente os cargos de Comissário Provincial
da Ordem Franciscana Secular, Conselheiro Provincial e Mestre dos Estudantes de
Teologia e dos Candidatos ao estado de Irmão Franciscano. Além de Teologia
Dogmática, lecionou Liturgia, Espiritualidade e Ação Católica, e foi assistente
do Círculo Operário Divinopolitano.
Em 1958,
tomou parte no Congresso Mariológico Internacional, em Lourdes, França. No mesmo ano, foi chamado a Romapara
lecionar Teologia Dogmática no Pontifício Ateneo Antoniano.
Em 1959,
foi nomeado Visitador Geral para a Província Franciscana em Portugal. No mesmo ano, de volta da visita canônica, recebeu o
encargo de Mestre dos Padres Franciscanos, estudantes nas várias Universidades
de Roma.
Episcopado
No
dia 3 de fevereiro de 1962,
foi nomeado pelo Papa João XXIII, bispo da recém-criada Diocese de Santo Ângelo.1 No dia20 de maio de 1962,
recebeu a ordenação episcopal na Catedral
Metropolitana de Porto Alegre. Adotou como lema de seu episcopado IN
CRUCE SALUS ET VITA (Na Cruz, a Salvação e a Vida). No dia 12 de
junho, tomou posse na Diocese e, por 11 anos, foi seu bispo diocesano.
Em
novembro de 1963, foi eleito pela Assembleia do Concílio Vaticano II,
membro das Comissões Conciliares, nomeadamente para a Secretaria de União dos
Cristãos. Tomou parte como "padre conciliar" de todas as sessões doConcílio Vaticano II, de 1962 a 1965.
Pertenceu
ao quadro dos dirigentes da CNBB, a partir de 1968,
como Secretário Geral, e como Presidente duas vezes consecutivas de 1971 a 1975 e 1975 a 1978.
Em 1972,
foi eleito primeiro Vice-Presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano CELAM e
reeleito em 1975. Em 1976, assumiu a presidência do mesmo organismo,
em virtude da transferência do titular Dom Eduardo Peronio, Bispo de Mar del
Plata, nomeado Cardeal, para a Prefeitura da Congregação dos Religiosos, com
sede no Vaticano.
Foi
eleito Vice-Presidente da Cáritas Internacional e reeleito em 1972,
assumindo a Presidência em fevereiro de 1974,
em razão do estado de saúde do Monsenhor Vath, o Presidente, falecido em 1976.
No
dia 4 de abril de 1973,
o papa Paulo VI nomeou-o Arcebispo de Fortaleza. No
dia 5 de agosto do mesmo ano, tomou posse naquela Arquidiocese.
Cardinalato
No
dia 24 de abril de 1976, Paulo VI nomeou-o Cardeal1 e em 24 de maio recebeu a investidura do
Cardinalato, com o título de São Pedro in
Montorio. Tomou parte nos dois conclaves em 1978,
que elegeram os papas João Paulo I e João Paulo II. Foi o
sétimo cardeal brasileiro.1
Em 1995,
com problemas cardíacos, ele solicitou ao papa João Paulo 2º sua transferência para
uma diocese menor. Foi atendido e transferido de Fortaleza para a Arquidiocese de Aparecida,
tomando posse no dia 18 de agosto do mesmo ano.
Em
maio de 1996, em Guadalajara, no México, participou do II Encontro de Presidentes da CED
(Comissão Episcopal de Doutrina).
Em 1997 recebeu
o Pálio das mãos do papa João Paulo II. No
mesmo ano, fez parte do Sínodo dos Bispos para a América.
O túmulo de dom Aloísio.
Dedicou
particular atenção ao clero, no qual procurou desenvolver um profundo sentido
de comunhão eclesial e um singular impulso apostólico. A sua atividade junto
aos organismos da Santa Sé foi intensa. Participou de todas as assembleias
ordinárias do Sínodo dos Bispos, distinguindo-se nas suas intervenções devido à
solidez da doutrina e à prudência pastoral. Sagrou dez bispos e ordenou
inúmeros sacerdotes.
Em 2000,
com 76 anos, anunciou sua renúncia, já que pelas regras da Igreja Católica era
obrigado a renunciar ao cargo por ter passado dos 75 anos. Afirmou, na ocasião,
que se fosse por vontade própria continuaria em Aparecida.
Em 28 de janeiro de 2004,
recebeu a notícia da aceitação de sua renúncia e em 25 de março do mesmo ano entregou a arquidiocese para Dom Raymundo Damasceno Assis,
tornando-se, assim, arcebispo emérito de Aparecida.
Em
seguida, retornou para o Convento dos Franciscanos, em Porto Alegre, onde
passou seus últimos dias. Faleceu às 5h30min, do dia 23 de dezembro de 2007,
no Hospital São Francisco, em Porto Alegre, onde estava internado havia quase um mês.
MINHA NOTA - Andando certo dia pelos corredores que circulam por fora a Basílica Nova em Aparecida-SP, encontrei um padre redentorista, meu colega de seminário, que estava ao lado de um balcão da CAMPANHA DOS DEVOTOS. Ele murmurou ao meu ouvido, apontando para aquele local de colaboração de romeiros : "Quando Dom Aloísio foi arcebispo aqui, isso não era permitido neste local. Só pode acontecer, após sua saída daqui!" Antônio Ierárdi Neto
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