quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

PERGUNTAS E RESPOSTAS - 16/06/2014

PADRE WALMIR GARCIA
DOS SANTOS CSsR
Não identificada: Há alguns anos atrás descobri uma traição de meu esposo. O padre de minha Paróquia aconselhou que eu perdoasse porque o perdão faz parte do amor. Perdoei, mas a traição aconteceu novamente, então decidi separar. Se eu continuasse a perdoá-lo, estaria contribuindo para que ele errasse o resto da vida e me fazendo de besta. Concorda? 
Não é fácil conviver com uma pessoa que trai constantemente. O perdão deve ser dado e a pessoa perdoada deve mudar de vida, aprender com erro e se converter. Não concordo com a separação, mas também não concordo com as traições. 
Márcia Helena: Nos dias de hoje a Parábola do Filho pródigo teria uma interpretação diferente? 
Não, a parábola tem a mesma interpretação para a qual ela foi escrita, dizer que o Pai (Deus) é misericordioso, que espera sempre pelo nosso retorno à sua casa, ou seja, espera de nós arrependimento e conversão.
Não identificada: Divorciei-me há seis anos. Há um ano conheci um rapaz e estamos muito felizes juntos. Decidimos legalizar nossa união e mudar para outra casa, mas a minha família é contra eu me casar novamente. Meus pais são muito conservadores e eu sempre os respeitei muito, mas não quero abrir mão e ser feliz. Será que estou errada em contrariar meus pais?
Você não está errada em buscar a felicidade. Ser feliz é o desejo de todos nós e deve ser a busca de todos nós. Seus pais compreenderão no futuro, tenha paciência e busque sua felicidade. 
Varla Alves: Qual a diferença entre fatalidade e destino? 
Eu não acredito em destino. Fatalidade é algo que acontece conosco, que não está previsto e não esperamos, uma desgraça que nos acontece. 
Giselda Carneiro: Nunca acreditei em amor à primeira vista. Meus avós são exemplo disso. Eles estão casados há 55 anos, dizem que se casaram apaixonados, mas o amor veio depois, com a convivência e com as experiências. Acredita que isso poderia acontecer com os casais de hoje? 
Eu acredito em amor, se é a primeira vista ou não isso pouco importa, mas sempre acontece aquele despertar na hora em que se vê a pessoa amada, ou a quem vai se amar. O exemplo que você tem de seus avós, é um caso assim, eles se apaixonaram e depois veio o amor mais sólido, verdadeiro, outros têm outras experiências. 
Rosana Calixto: Gostei da atitude daquela garota de Rio Verde que conseguiu na justiça trocar o sobrenome do pai biológico pelo do padrasto que a criou desde os quatro anos de idade. Hoje ela está com 21 anos. Foi uma atitude lógica? 
Concordo com ela, pois pai não é só aquele que fecunda o óvulo da mãe, mas aquele que dedica amor, educação e que a criou com carinho. Ela agiu corretamente. 
Elizete Vilela: É muito triste quando descobrimos que poderíamos ter dado maior valor às pessoas que amamos quando já é tarde demais. Confiamos que o sol vai brilhar todos os dias, mas se de repente não amanhecer o desespero seria total. Por que somos assim? 
Infelizmente não somos educados para a gratidão e isso é lamentável. É preciso cultivar a cultura do reconhecimento, da gratidão, da valorização das pessoas que nos cercam, da amizade sincera. Depois de mortas, já é tarde, não adianta lamentar. 
Lucília Veloso: Quando vou à missa saio da Igreja renovada, tranquila. No outro dia, já amanheço quase neurótica por conta de tanta responsabilidade me esperando. E todos com quem converso, dizem a mesma coisa. Será que o efeito da oração é momentâneo?
O efeito da oração é para a vida e não só para momentos rápidos. Creio que você não está aplicando em sua vida o que celebra na Igreja. É preciso cultivar a paciência e a serenidade, não deixando que a correria da vida consuma a paz que deve reinar em você. 
Solange Aparecida: Explique esta passagem em Jo 17, 20-21: “Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua Palavra, para que todos sejam um como Tu, Pai, estás em mim e eu em Ti e para que eles estejam em nós”
É muita clara a intenção de Jesus nessa oração, ele está rezando por aqueles que, no futuro, haverão de crer no seu nome, para que vivam na unidade, como uma família bem unida. Esse é o ideal cristão: viver na unidade, como Jesus, o Pai e o Espírito Santo é um só Deus, unidade perfeita, na diversidade de pessoas. 
Regina Célia: Para mim, aceitar a vontade de Deus é muito difícil, porque na maioria das vezes, nem sempre o que desejo se realiza. Será que não estou sabendo pedir? 
Mas a vontade de Deus não é o que você deseja, creio que está confundindo as coisas. É preciso saber discernir, na oração, na escuta da Palavra de Deus, qual é a vontade dEle a nosso respeito e não exigir que Deus faça a nossa vontade. É preciso pedir e aguardar e se não vem como nós pedimos é porque daquele jeito não é o melhor para nós. Tiago, no capítulo 4, versículo 3 fala que pedimos e não recebemos, porque não sabemos o que pedir e como pedir. Reflita sobre isso.
Zenaide Martins: Dizem que o amor é cego. Não seria este um dos motivos para que os relacionamentos já comecem de forma errada? Essa é só uma forma de dizer, uma parábola, não se pode levar ao pé da letra. Claro que amor não tem olhos, não enxerga, pois ele é um sentimento do “coração”, é uma forma de viver a comunhão de vida com a pessoa amada. O amor não “vê” os defeitos do outro, não se importa se a pessoa é gorda ou magra, branca ou negra, rica ou pobre, por isso se diz que o amor é cego. 
Não identificada: Após três anos e meio de relacionamento, já me preparando para casar, descobri que o meu noivo tinha outros relacionamento. Ainda bem que descobri antes do casamento, mas estou com dificuldades de me libertar do sentimento que me prendia a ele. O que devo fazer? Será que vai passar? 
Se você o ama e se ele a ama, procure perdoar o deslize que ele teve, mas se ele não a amar e já tiver compromissado com outra pessoa, procure superar esse sentimento, valorizando mais a sua vida, a sua autoestima e não se feche a novas oportunidades de se relacionar com outras pessoas. Vai passar sim, basta você se esforçar e não ficar “curtindo” sentimentos pela pessoa errada. 
Cleusmarina Silva: Entre tantos outros significados, dizem que a felicidade é uma direção e não um destino. Sempre achei que felicidade nós buscávamos como objetivo final de vida, de propósito. Será que entendi errado? 
Eu considero a felicidade como uma opção de vida, eu tenho que optar em ser feliz. É um direcionamento que me proponho a fazer da minha existência, não é um destino, mas uma decisão pessoal, livre. Nós devemos buscar, através de nossas opções. 
Elza Silveira: O que o Papa Francisco quis dizer sobre a divisão entre os cristãos que ele considera em escândalo para o mundo?
De fato é um escândalo os cristãos das diferentes igrejas viverem desunidos, como se fossem inimigos. Se acreditamos no mesmo Deus, se dizemos viver a orientação de Jesus, que é amar uns aos outros, como podemos viver desunidos e brigando? É uma contradição que chega ao nível do escândalo. 
Não identificada: Na empresa onde trabalho há pessoas de classes sociais diferentes e, as que são mais “bem apessoadas”, vivem criticando os colegas mais simples na maneira de se vestir. Qual é a sua opinião m relação às pessoas que se acham superioras às outras? 
Eu tenho pena dessas pessoas, pois são tão fúteis, pensam que o poder aquisitivo as torna melhores do que as outras. São pessoas que não entenderam nada do que é um ser humano. Nós não valemos pelo que temos, mas sim pelo que somos.

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