sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

PERGUNTAS E RESPOSTAS 23/06/2014

PADRE WALMIR GARCIA
DOS SANTOS CSsR
Juliana Almeida: Dizem que, quando assistimos filme de terror atraímos almas penadas para dentro de nossas casas. Acredita nisso? 
Quanta bobagem falam por aí! Em primeiro lugar não existem essas chamadas “almas penadas”. Em segundo lugar, filmes de terror são ficções, não tem nada de real e nem trará qualquer malefício para as pessoas assistirem filmes de terror. 
Suelene Braga: Estamos vivendo uma época em que a ditadura comercial está entrando em nossas vidas feito um tsunami. Com isso, tem se tornado cada vez mais difícil educar nossos filhos com outros valores que não seja um consumismo desnecessário. Até para nós, adultos, é difícil resistir. É o mesmo que nadar contra a correnteza. Existe alguma passagem na Bíblia que fala algo a respeito? 
A Bíblia não trata desse assunto, pois é um assunto moderno, o consumismo que é fruto do capitalismo selvagem em que estamos mergulhados. A Bíblia nos orienta para o cuidado com as preocupações excessivas, pois isso não acrescenta nada em nossa vida (cf. Mt 6, 19-34). É preciso saber frear os nossos instintos consumistas e educar os filhos com os “pés no chão” e não na ilusão do capital. 
Sueli de Fátima: Dizem que a água potável do nosso planeta está acabando por causa do excesso de poluição. Gostaria que desse um alerta às pessoas que desperdiçam tanta água, que jogam lixo nas ruas, acho que deveria ser feita uma conscientização mais contundente, multas, sei lá! Alguma coisa precisa ser feita. 
É o que mais se ouve hoje em dia, alerta sobre o desperdício de água e outros bens perecíveis. Cada um de nós deve ter a responsabilidade de cuidar do meio ambiente não jogando lixo nas ruas, não deixando torneiras abertas sem necessidade (por exemplo: ao escovar os dentes não deixar a torneira aberta), não “varrer” calçadas com água, apagando as luzes dos ambientes em que não tem necessidade, não queimar lixo nos quintais e nem nas ruas. Veja que podemos fazer muitas coisas individualmente e ensinar as pessoas de nossa casa a fazer o mesmo. Esse tipo de ação é lento, mas incute uma cultura na medida em que vamos nos conscientizando da importância de preservar. 
Não identificada: O padre da minha Paróquia disse que somos obrigados a participar da Eucaristia do domingo, a não ser por motivo muito sério como doenças ou serem dispensados pelo próprio padre. E os que faltam a esta obrigação, sem motivo, cometem pecado grave. É isso mesmo? 
Eu não diria obrigados a participar, mas é uma graça poder participar da Eucaristia, um privilégio que temos e, por isso, devemos procurar valorizar esse dom de Deus e nossa vida. O mandamento da Igreja diz que devemos participar da missa aos domingos, mas não vejo como uma imposição, e sim como uma oferta generosa de Deus. Façamos isso, participemos da Eucaristia não por obrigação, por imposição de uma lei, mas como uma graça a ser buscada sempre. 
Ludmila Cintra: Acho que o curso de noivos deveria ter um tempo maior de duração para uma conscientização maior do que seja a vida a dois. O que acha? 
Não concordo com isso, pois a maturidade não vem do curso de preparação para o casamento, mas do amor dos dois. Infelizmente as pessoas hoje não se preparam para assumir com responsabilidade a vida a dois, não se preparam para constituir uma família e não será um curso de noivos que dará essa preparação e maturidade. 
Raquel Queiroz: Gostaria que comentasse a Parábola do Bom Samaritano. Se entendi bem o sentido dessa parábola, para Deus o que importa é a bondade e não os títulos que conquistamos? 
Para Deus o que importa é a caridade para com o próximo. Caridade é sinônimo de amor. Se você ama, você cumpre os mandamentos de Deus e realiza plenamente a sua religiosidade. Não podemos escusar de fazer o bem por causa de compromissos, inclusive religiosos. 
Não identificada: Tenho uma pessoa na família que sempre foi muito derrotista e irritada. Ao mesmo tempo, se diz muito religiosa, fervorosa, tem várias imagens de santos em sua casa, mas parece que nenhuma delas está funcionando. Que tipo de fé é esta que não lhe traz nenhum benefício? 
Ela não está sabendo conciliar a fé com a vida, está sendo incoerente com o que diz acreditar. Eu digo para você que a fé não se mede pelo tanto de imagens que a pessoa possui. Ela não está vivendo bem consigo mesma e com a fé que ela diz ter. 
Keila de Fátima: Na oração do Pai Nosso, pedimos para que Deus não nos deixe cair em tentação, mas eu acho que somos tentados e acordo com a nossa própria natureza. O que acha? 
Por isso mesmo que pedimos para Deus nos ajudar a vencer as tentações, não nos deixando levar pelos nossos limites. 
Ieda Luiza: Já que fomos todos criados por Deus, não gostar de si mesmo seria uma espécie de ofensa ao Criador? 
Sim, não valorizar a própria vida é uma ofensa ao Criador, pois Ele nos criou para a vida plena, para a felicidade e devemos procurar viver com intensidade a nossa vida, valorizando cada minuto de nossa existência.
Maria de Lourdes: O que fazer se, mesmo lendo livro de autoajuda, indo à missa toda semana, tentando não errar tanto, aquela angústia, aquela falta de ânimo e tédio que não me deixam? 
Não é lendo livros e indo a missa que você irá superar seu desânimo e tédio, mas procurando fazer uma revisão séria de suas opções e mudar aquilo que precisa ser mudado. Se não der conta sozinha, procure ajuda de um psicólogo, certamente ele poderá ajudá-la a superar seus problemas. 
Alice Maria: Uma amiga psicóloga me disse que, a cada dois casamentos, um termina em divórcio. Isso me deixou assustada porque, a impressão que se tem é a de que o casamento devidamente oficializado está ficando cada vez mais banalizado. As pessoas lotam a Igreja no dia do casamento, mas não assimilam nada do que é ensinado sobre os valores cristãos. Como explicar isto? 
Eu explico dizendo que as pessoas hoje vivem superficialmente, não querem um compromisso sério, acham que tudo é descartável, inclusive a vida familiar. É a irresponsabilidade nas relações. 
Giselda das Dores: Ainda existem padres que são contra os próprios fiéis tomarem a hóstia com suas próprias mãos, lembrando que Jesus distribuiu o pão aos apóstolos diretamente. Não entendi esta colocação. 
Cada fiel tem direito de receber a comunhão eucarística da maneira que quiser, seja diretamente na boca, seja recendo nas mãos, mas infelizmente alguns padres mais conservadores exigem que os fiéis recebam da maneira que ele quer isso é um absurdo e falta de respeito para com as pessoas.

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