Padre João A. Mac Dowell S.J.
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Como é
possível que Maria seja ao mesmo tempo virgem e mãe de Jesus? É difícil aceitar
uma coisa que vai contra as leis da biologia sobre a geração humana.
A ciência
observa e explica o que acontece normalmente no mundo. No caso da geração de um
ser humano, afirma que ela é o resultado da fecundação de um óvulo feminino por
um espermatozóide masculino. Mas a concepção de Jesus no seio de Maria, sem
intervenção de um pai humano, não foi um acontecimento normal. Só pode ser
compreendida por quem acredita que o mundo é criado por Deus. Isto significa
não só que ele é a origem de toda a realidade, mas também que tudo depende dele
a cada instante. Ele pôde assim usar outros meios da própria natureza para
estimular a reprodução de uma célula germinal no seio de Maria. Tudo mais
procede normalmente. A gravidez dura nove meses e a criança nasce e cresce como
qualquer outra.
A concepção
virginal de Jesus não pode ser constatada cientificamente. Ela ultrapassa todas
as possibilidades humanas. É uma verdade de fé. A Igreja crê que Jesus é filho
de uma virgem porque este fato é atestado no Evangelho. "O que foi gerado
nela vem do Espírito Santo" (Mt 1,20). O Evangelho e a Igreja não estão
interessados no processo da concepção de Jesus que mencionamos no início, mas
no significado do fato que Jesus é filho de uma mulher, mas não tem um pai na
terra. Isto quer dizer que ele pertence realmente à raça humana, é nosso irmão,
enquanto filho de Maria; mas, ao mesmo tempo, tem sua origem diretamente em
Deus: é o Filho de Deus.
A
encarnação do Filho de Deus no seio de Maria é o acontecimento central da
história da salvação. É uma intervenção especial de Deus no curso da história
para realizar a salvação da humanidade. A virgindade de Maria, que concebe seu
filho exclusivamente pelo poder do Espírito Santo, sem a colaboração de um
homem, é uma conseqüência de outra verdade ainda mais fundamental para nossa
fé: Maria é a mãe do Filho de Deus feito homem. Deus é o único Pai de Jesus:
ele que é a fonte de toda vida e nos criou à sua imagem e semelhança. O Pai de
Jesus não é o Espírito Santo, mas a primeira pessoa da santíssima Trindade. O
Espírito Santo é a força divina e criadora que Deus Pai comunicou a Maria, como
comunicou aos profetas e aos apóstolos, e comunica a nós no batismo, para que
ela pudesse cumprir sua missão excepcional, única, de ser a mãe do Messias, o
Filho de Deus.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM
SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA
SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
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