PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR (+) |
Ser mãe é
peso ou é graça?
Quando
vejo crianças brincando ou protegidas nos braços de uma mãe, me vem à lembrança
o que dizia uma mulher no metrô em Roma, comentando com outra sobre os insultos
de um filho mal-educado: “É melhor criar um cão, do que um filho”.
Realmente
ser mãe não é para qualquer pessoa, pois é um dom, uma graça, uma vocação. Quem
não tem competência é melhor mesmo que gaste seu tempo e dinheiro entre animais
irracionais. Não sou contra animais, mas sou contra a insensatez de quem os
quer transformar em pessoas humanas. Ê ridículo ver atitudes em relação a
animais que caberiam bem a qualquer criança e com mais proveito. Para essas
pessoas, a maternidade não pode ser considerada apenas como um peso, mas uma
incapacidade.
A
capacidade de ser mãe só existe num ser normal no qual foram desenvolvidas as
capacidades de amar, de se doar, a sensibilidade que humaniza as pessoas e
todas as relações humanas, o ser religioso que vive valores evangélicos do
respeito à vida e à dignidade de toda a pessoa humana.
Ser mãe é
graça, convite para gerar e repartir a vida, que é vida de Deus nas pessoas.
E graça
não cabe em qualquer lugar, nem em qualquer coração.
Ser mãe é
uma vocação sublime, própria de quem ama a vida e é sumamente agradecida pela
vida que recebeu de Deus. É abrir o coração para uma nova semente que germinará
em seu seio, nova imagem de Deus, a quem ela ama profundamente.
Ninguém é
obrigado a viver essa realidade divina da vida multiplicada com amor, do gesto
criador de Deus, pois aqui a mãe sente o filho como sua própria carne e sua
própria vida, expressão mais íntima de seu ser.
Bem falou
o Evangelho: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos outros”.
A mãe vê sua própria vida prolongada na vida do filho. Ela se esquece, porque
agora se tornou o santuário da vida.
Como nos
prostituímos nos pensamentos e sentimentos. Como estamos corrompidos pela
ignorância, pelo medo, pela insensatez, pelo egoísmo. Perdemos lentamente a
capacidade de amar gratuitamente. Hoje criança é um peso social que impede a
falsa liberdade. Jogamos com a vida, deixando prevalecer os interesses e a
comunicação social que nos apresentam diariamente falsas mães, mães
irresponsáveis, mães reprodutoras para as quais filhos são uma satisfação
passageira, um peso, ou um brinquedo ou uma auto-afirmação. Melhor para eles
seria não ter nascido.
DO LIVRO:
RELIGIÃO
TAMBÉM SE APRENDE - VOLUME 11
EDITORA
SANTUÁRIO
Pe. Hélio
Libardi, C.Ss.R
http://www.redemptor.com.br(2009)
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