PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+) |
Voto e
promessa são a mesma coisa?
Que
confusão o povo apronta quando se trata de promessas! E não é para menos: como
distinguir entre voto, promessa, juramento, intenção, proposta, propósito? O
que nos interessa são as tais “promessas” feitas a qualquer hora e de qualquer
forma, na maioria das vezes sem ter conhecimento do que se está fazendo.
Voto é
uma promessa feita a Deus de uma maneira deliberada e livre, de um bem melhor e
possível. Ninguém está obrigado a prometer e não é possível prometer a Deus
algo ruim. É um gesto de adoração a Deus, um gesto de ação de graças.
Há votos
públicos e particulares que dependem de orientação e formação, bem como da
aceitação da Igreja. Há outros tantos que revelam a intenção da pessoa ou um
contrato a ser feito. Mas todos eles procuram sempre um bem melhor, sem nada
exigir. Cada um é livre para se obrigar por um voto. Supõe que a pessoa saiba o
que está fazendo e queira fazer.
A
intenção e o propósito não exigem a mesma fidelidade que o voto e o juramento
exigem. As intenções e propósitos fazem parte de um projeto de vida e são
pequenas ou grandes metas que colocamos para alcançar o objetivo. Mas em tudo
isso vale sempre a fidelidade; assim diz o Salmo: “Cumprirei os votos que fiz
ao Senhor todos os dias de minha vida”.
A
confusão começa quando fazemos nossas promessas com a intenção de alcançar
alguma graça de Deus ou dos santos. Há gente esclarecida que sabe o que faz. Há
gente que faz promessa no desespero, faz promessas que são verdadeiros
castigos. Há outros com o mau costume de fazer promessas a toda hora; quando
não fazem para outros cumprirem. O que é certo nessa confusão?
Uma
promessa não é um gesto para obrigar a Deus a nos atender. Não é um negócio,
uma troca com Deus. É muito mais um pedido de intercessão, no qual determinamos
o modo como vamos fazer nossa ação de graças. Na verdade é mais um propósito.
Não podemos dizer que muitas promessas cheguem a ser um voto; faltam condições.
Para ação
de graças vamos oferecer coisas boas, nada que prejudique a nós ou a outros.
Não se fazem promessas a torto e a direito. Não se faz promessa para outros
cumprirem; pode-se cumprir na intenção do outro. Ninguém é obrigado a cumprir
promessa que outros fizeram. Não se faz promessa no desespero, sem saber o que
está fazendo. Não se deve fazer promessas para a vida inteira; as
circunstâncias podem mudar e o que fazer depois? Para que fazer uma promessa de
atravessar a passarela da Basílica de joelho no chão? É prejudicial à saúde.
Jesus já falou que vale mais um coração arrependido que muitos sacrifícios.
Muitas
promessas não são válidas, porque faltam as condições e a lucidez de quem as
faz. E se alguma não pode ser cumprida, fale com o sacerdote para que troque ou
abrevie a promessa ou esclareça por que não valeu. O importante é ser
agradecido a Deus. Jesus reclamou dos 10 leprosos, pois só um voltou para
agradecer.
DO LIVRO:
RELIGIÃO
TAMBÉM SE APRENDE-VOLUME 3
EDITORA
SANTUÁRIO
Pe. Hélio
Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br(2009)
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