PE. DÉLCIO VIESSE CSsR
+8 de ABRIL 2003
Nasceu dia 21 de outubro de
1925, em Cerquilho SP. Eram seus
pais José Viesse e Angelina Brocca.
Entrou para o Seminário Santo Afonso,
em Aparecida, em 07.04.1938. Ali
concluiu o curso em dezembro de
1944. Durante o ano de 1945, fez o
Noviciado em Pindamonhangaba, onde
fez a Profissão Religiosa na CSSR,
em 02.02.1946. O Seminário Maior
foi feito em Tietê, onde fez a Profissão
Perpétua dia 02.02.1949. Foi Ordenado
Sacerdote, na Igreja Matriz
de Tietê SP, em 27.12.1950, por Dom José Carlos de Aguirre,
Bispo de Sorocaba SP. Celebrou sua Primeira Missa Solene, em
Cerquilho SP, em 07.01.1951. Deixou o Seminário Maior, em janeiro
de 1952, iniciando sua vida apostólica como professor no
Seminário Santo Afonso, em Aparecida. Aí ficou até 1964. Músico,
nesse tempo formou a Banda do Seminário. No primeiro semestre
de 1965, fez o 2º Noviciado, no Jardim Paulistano, em
São Paulo, preparando-se para as Missões Populares. Terminado
o 2º Noviciado foi transferido para São João da Boa Vista, como
missionário. Ali ficou até 1969. Nesse período foi Superior da
Comunidade. Em 1970 foi transferido para Araraquara, como
missionário. Foi por essa época que começaram seus graves problemas
de saúde (varizes, problema circulatório, etc.) que o levaram
a várias operações e o fizeram sofrer muito até sua morte. De 1973 a 1975, morou em Tietê. Em 1976, voltou para Araraquara,
onde morou até sua morte. Fazia o que podia, na Igreja
de Santa Cruz. Teve enfarte e ameaça de outros. Homem inteligente,
ótimo pregador, mas infelizmente muito sofrido, devido a
suas várias doenças. Grande músico, compôs muita coisa, mas
destruiu quase tudo! Em 1996, celebrou seu Jubileu de Ouro de
Profissão Religiosa.
Dia 27.12.2000, celebrou seu Jubileu de Ouro de Sacerdócio.
Em fins de março de 2003, teve outro enfarte e foi internado no
Hospital da Beneficência Portuguesa de Araraquara. Ficou em
estado de coma vários dias. Mas não resistiu. Faleceu dia
08.04.2003, pelas 21 horas. Suas exéquias, às 14,30 h., no dia
seguinte, contaram com a presença de Dom Joviano, Bispo de
São Carlos, inúmeros sacerdotes diocesanos, Pe. Provincial, muitos
confrades e o povo da Santa Cruz. Foi sepultado em Araraquara.
Estava com 77 anos e 6 meses de idade, 58 de Profissão
Religiosa e 53 de Sacerdócio.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade -
Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In
memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR
CAI A TARDE, TANGEM SINOS
DESCE O SOL, ALEM DO MAR
ALMAS MIL SAUDOSOS HINOS
POEM-SE PRESTES A CANTAR
QUANDO CAI O FIM DO DIA
SANTA VIRGEM, MÃE MARIA
VÓS , ESTRELAS, LÁ DO CÉU
LÁ DO CÉU, LÁ DO CÉU
VÓS ESTRELAS, LÁ DO CÉU
CONDUZI-NOS AOS CÉUS
CONDUZI-NOS ATÉ DEUS
Grande músico, compôs muita coisa, mas destruiu quase tudo!....
A poesia-oração acima não foi destruída...
Um dia ele a cantarolou perto de mim e em mim ficou....
Foi o meu maestro no coral, quando
com 13 anos tinha voz de soprano e aos 18, ao ter mudado de voz,
passou-me a segundo tenor.
Quantas músicas aquele coral cantou,
inclusive na basílica velha de Nossa Senhora Aparecida.
Num dia de ensaios o Pe.Viesse pacientemente conduzia o
coral no palco do salão de festas do seminário. Estava nos preparando para as
solenidades do dia 1ºde Agosto, Santo Afonso Maria de Ligório, o fundador dos
redentoristas!
O coral compunha-se das vozes soprano, alto, 1ºtenor, 2ºtenor e
baixo. Geralmente a turma dos menores fazia o soprano e o alto e os maiores faziam
os tenores e baixo.
A turma dos médios ficava fora, pois estavam mudando de voz e o
seu som era de “taquara rachada”.....
De repente, dei um tremendo fora num estridente agudo totalmente
alheio à boa harmonia dos demais.
-VOCÊ ESTÁ MALUCO, TAMPINHA! – gritou o Padre Maestro, sem parar
de reger...
Naquele momento fiquei totalmente irritado, sentia frio por dentro
e tremor por fora.....Calei-me....Não cantei mais, ainda que estivesse bem ao
lado dele....Fiquei calado até o fim do ensaio...
Antes de dispensar a turma, o Pe.Viesse voltou-se para mim e
publicamente, em alto tom mas sem gritar, falou:
-O que aconteceu, Tampinha? Por que parou de cantar?
Permaneci calado, por dentro mais frio e por fora mais
tremedeira.....e ele continuou:
-Isso não é próprio de um seminarista! Olhe você é um “olha-eu”
desgraçado, precisa saber que sua voz, ainda que bonita deve harmonizar-se com
as outras...-e voltando-se para todos :
-Estão dispensados!
Esse fato foi muito importante na minha existência! Se não fosse
assim não sei a que pináculo da minha vida teria tentado galgar e que tremenda
queda um dia poderia vir a ter....
Ele me mostrou naquele momento, quando procurava o caminho do
ideal: “Padre, Missionário, Redentorista, Santo”, que estava, ainda
precocemente, vagando pela vaidade e desconhecendo a verdadeira humildade.
Isso serviu para toda a minha vida.
O coral era muito bom, algumas vezes chegamos a representar musicalmente a Paixão de Cristo
...no balcão da velha basílica de Nossa Senhora Aparecida, ao lado daquele
imenso órgão de tubos...
” et dixerunt: Hic dixit: Possum destruere templum Dei, et post
triduum reædificare illud.”...
“Reus , reus est mortis”....
“Et tu cum Jesu Galilaeo eras.”....
“Et hic erat cum Jesu Nazareno.”
E a “Messa
Gaudiosa in onore della B.V. di Lourdes” de Franco Vittadini, nas grandes solenidades do seminário.
Esses compassos nunca deixaram minha bossa musical.
Foi o meu
maestro na banda que me iniciou no triângulo, depois o sax-trompa e, por fim, o
piston...
E as músicas: Última
Inspiração, Luar do Sertão, Saudades de Matão e outras tantas do nosso
cacioneiro...
Desfilávamos pelas
dependências do seminário e até chegamos a participar de cerimônias da cidade
de Aparecida.
Tenho saudades desse mestre de batina, cinto e rosário suspenso...
...e, na discrição de sua batuta e partitura, estava a
mensagem de Deus.....
Que
Deus o tenha para sempre, caro mestre!
Antônio
Ierárdi Neto
(Tampinha)
Amigo Ierárdi!
Amigo Ierárdi!
Obrigado por nos lembrar sempre figuras que
marcaram nossa vidas.
Pe. Délcio Viess é uma delas. E que figura! E que
marcas deixou!
Mais feliz estou hoje porque, ao celebrar a
entrada na vida eterna
desse nosso grande mestre na música, celebro a
entrada, nesta vida,
da caçula das minhas meninas: Maria
Cristina.
Um abraço.
A. Bicarato
Que feliz coincidência....
As datas têm muita correspondência e importância
em nossas vidas e, quando nos apegamos às pessoas, tornam-se
inesquecíveis!!!!
Um grande abraço!
Ierárdi
Lindo. Lindo, tudo o que aqui
está escrito sobre este grande mestre. De Música e de Geografia.
Na música, aprendi com
ele tudo que sei. A ler partitura, a tocar na banda o sax horn. Depois, o
trombone de pisto. Ah que saudade de ser "bandido" da Banda do Santo Afonso.
Saíamos para tocar em cidades próximas. Uma vez fomos a Cunha...
Na geografia, é só citar alguma cidade do norte do
Brasil que me faz lembrar o Pe. Viesse. Motivo? Acho que foi o assunto da
geografia que nos lecionou no longínquo 1964: Região Norte.
E uma perguntinha com a qual brincávamos, jocosa e
infantilmente, naquele tempo:
Se o Pe. Viesse viesse, o que o Pe. Faria
faria?
Abraços
Antônio Carlos - Sacristão.
Caro Tampinha,
Tenho a impressão, de que quando você deu um grito fora dos conjunto, ele deve ele deve ter quebrado a estante da partitura com um murro bem dado. Ele não tinha muita paciência, não.
Um vez, num aula de música, não sei porque, ele rachou a mesinha de pau ferro (aquelas mesinhas de madeira negra muito pesada e dura) com um murro, bateu a porta e foi embora.
Aquele organista Elenir, não sei é esse o nome dele, teve um entrevero muito forte com ele a ponto de o organista quase ter abandonado o oficio de ser organista.
O problema que ele era muito perfeito e tinha um ótimo ouvido, não perdoava desafinamento.
Abraços
Abner
Caro Tampinha,
Verdade, apesar de seu sangue quente, era bem compreendido e amado por todos, não quis dizer que ele não era bom, era e muito. Na época, fiquei muito triste ao saber de sua morte, sabia de seus problemas de circulação e que tinha sido operado.
Eu nunca sofri reprimenda dele, pelo contrario, só muita atenção e carinho.
Abraços
abner
Caro Tampinha,
Tenho a impressão, de que quando você deu um grito fora dos conjunto, ele deve ele deve ter quebrado a estante da partitura com um murro bem dado. Ele não tinha muita paciência, não.
Um vez, num aula de música, não sei porque, ele rachou a mesinha de pau ferro (aquelas mesinhas de madeira negra muito pesada e dura) com um murro, bateu a porta e foi embora.
Aquele organista Elenir, não sei é esse o nome dele, teve um entrevero muito forte com ele a ponto de o organista quase ter abandonado o oficio de ser organista.
O problema que ele era muito perfeito e tinha um ótimo ouvido, não perdoava desafinamento.
Abraços
Abner
Meu colega e amigo Abner!
Pois é, nós convivemos muito esse espírito quente do saudoso Padre
Viesse.
Mas sempre foi estimado e hoje é saudoso.
Isso porque em primeiro lugar naqueles nossos tempos sabíamos distinguir, e
muito bem, o que era vaidade e humildade, assim sempre reconhecer quanto
estávamos errados.
Em segundo lugar o Padre Viesse era MÚSICO.
Muito dificilmente se veem músicos calmos e tranquilos.....Eles, pela sua
bossa musical e inspiração, são sempre agitados e o nosso querido padre não
fugia à regra.
Como mencionei, aquele “pito” foi-me muito produtivo na vida....afinal o que se aprende em primeiro lugar é sempre olhar para si
apenas....mas a chamada foi muito importante para perceber que aquele não era o
caminho bom...por isso agradeço muito ao nosso estimado maestro!!!!
Um forte abraço!
IerárdiCaro Tampinha,
Verdade, apesar de seu sangue quente, era bem compreendido e amado por todos, não quis dizer que ele não era bom, era e muito. Na época, fiquei muito triste ao saber de sua morte, sabia de seus problemas de circulação e que tinha sido operado.
Eu nunca sofri reprimenda dele, pelo contrario, só muita atenção e carinho.
Abraços
abner
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