quarta-feira, 16 de abril de 2014

PERGUNTAS E RESPOSTAS - 13/12/2013

PADRE WALMIR GARCIA
DOS SANTOS CSsR
Não identificada: Descobri que o filho que eu e meu esposo adotamos é filho de uma pessoa que conhecemos no início do nosso namoro. Ficamos chocados com a coincidência. Isso foi há dez anos. Hoje a pessoa está bem de vida, mas não tem nem ideia de onde o filho está. Será que devemos contar a ela? Nosso filho sabe que é adotado. 
Essa é uma decisão muito difícil e delicada, não tenho condições de dizer que sim e nem que não. É uma decisão que você e seu marido devem tomar. Só digo que a verdade é o melhor caminho. 
Agnes da Silva: Acredita nessas superstições de final de ano? Pular sete ondas, comer lentilhas, guardar sementes de romã na carteira... a gente pensa que no ano novo tudo vai ser melhor e quando não acontece, às vezes culpamos Deus. O que pensa a respeito? 
Claro que não acredito, pois são, como disse, superstições e essas coisas não faz parte de nossa fé cristã. Nunca podemos basear nossa vida em cima de superstições e crendices. 
Vera Rita: Ouço sempre as pessoas falarem sobre os dez mandamentos e que o primeiro é: “Amarás a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”! Mas o que está na Bíblia não é isso. Qual está correto? 
Esse mandamento, como está escrito não está de fato na lista dos dez mandamentos, mas está no evangelho, onde Jesus diz que amar os irmãos deve ser como amar a Deus, esses dois mandamentos de Jesus resumem todos os mandamentos antigos. Esta citação está em Mt 22, 34-40. 
Solange Maria: Eu e minha irmã sempre fomos muito unidas. Ela me disse outro dia que, se houver outra vida após a morte ela viria me avisar. O que acha disso? Seria um sacrilégio por sermos católicas? 
Não digo sacrilégio, mas um grande engano, pois certamente ela não virá, com certeza, pois não existe esse tipo de possibilidade de comunicação. 
Vilma Abreu: Há três anos passo o Natal trabalhando. Moro sozinha, meus familiares moram em outro estado e isso tem me deixado um pouco deprimida. Será que isso é motivo para tanto? 
Não é fácil viver longe dos familiares quando se tem o espírito de convivência familiar, é plenamente natural que você tenha esse sentimento, pois o Natal é uma festa de família. 
Violeta Assunção: Por que Jesus teve que ficar quarenta dias do deserto sendo tentado pelo demônio se ele tinha certeza absoluta de sua missão aqui na Terra? 
Essa passagem quer nos levar a refletir sobre a necessidade de buscar na Palavra de Deus a superação de nossas tentações cotidianas. Ele, Jesus, como homem, teve as mesmas dificuldades de superar o egoísmo, a fome de poder e a busca desenfreada do prazer. Todos nós devemos lutar para a superação desse limite humano. 
Regina Célia: São José foi uma figura muito apagada na história da vida de Jesus. Teria sido ele um símbolo de humildade assim como Nossa Senhora que também aceitou com toda humildade ser a Mãe do Salvador? 
Não foi figura apagada, pelo contrário foi muito presente na vida dele, apesar de os evangelhos não falar da convivência de Jesus na família, pois os evangelhos não são livros de contar história da vida de Jesus, mas livros de reflexão sobre a sua doutrina, sua mensagem de libertação ao povo. O que se fala de José é o suficiente e diz tudo, o evangelho fala que ele era um homem justo, isso basta. Foi o defensor e o “guardador” da vida de Jesus. 
Otávio Cerqueira: Onde surgiu a história de que havia um quarto rei mago? 
As estórias a respeito dos magos têm muito de lendário. Não se sabe se os magos do oriente eram pessoas históricas ou personagens lendários, ou representação de que Jesus veio para ser Deus para todos e não só para um povo. Não se sabe ao certo da historicidade desses personagens. Não se sabe se eram três, pois o evangelho não diz isso, apenas se supõe pelos presentes, que eram três: Ouro, Incenso e Mirra. 
Olívia de Aquino: Vivo tentando convencer meus filhos a frequentarem a Igreja, mas eles não querem saber de nada. Estão entrando na adolescência e estão querendo tomar suas próprias decisões. Devo obrigá-los a voltar a frequentar a missa? O que me aconselha? 
Não se pode obrigar ninguém a fazer nada, mas deve orientar. As pessoas devem seguir uma religião ou uma igreja de acordo com sua livre decisão; de acordo com sua opção e convicção de fé. A fé deve ser ensinada e transmitida com amor e nunca deve ser uma imposição dos pais ou de quem quer que seja. 
Romana Vieira: Hoje em dia as músicas religiosas estão seguindo os ritmos da juventude com estilos modernos, como forró, rock, eletrônica, entre outras. Acha adequados esses estilos de música dentro da religião?
Sempre a religião “usou” os ritmos da época para comunicar a fé através da música. Acho plenamente normal que se usem ritmos atuais, só não concordo com paródias, ou seja, usar de uma canção trocando a letra, pois mesmo com letra diferente a musicalidade nos remete para aquela canção já gravada. Concordo plenamente com o uso de ritmos atuais para canções cristãs. 
Josmina Mendes: Quando Jesus disse a Nicodemos que era preciso nascer do corpo e do espírito, o que ele queria dizer com isso? Como assim renascer do corpo?
Jesus não falou que era preciso nascer do corpo e do espírito, ele disse que era preciso “nascer do alto” (cf Jo 3, 3). Nicodemos é que pergunta a Jesus “como é possível um homem já sendo velho nascer de novo” (Jo 3, 4). Jesus nos ensina que é preciso nascer da água e do Espírito, ou seja, nascer de novo significa nascer para os valores de Deus, ser nova criatura.
Milka Chaves: Na oração do Pai nosso onde Jesus diz que devemos perdoar para sermos perdoados, quer dizer que, se não perdoarmos, Deus também não nos perdoa? Mas eu já ouvi dizer que Deus não se sente ofendido com nossas faltas? 
De fato Jesus nos ensina que o perdão de Deus é condicionado ao perdão que devemos dar aos outros, assim nós rezamos na Oração de Jesus: “perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos têm ofendido”. Deus é infinitamente misericordioso, mas é também infinitamente justo e não faz por nós o que nós não somos capazes de fazer aos outros. Jesus nos ensina que é preciso ter os olhos e o coração de Deus, em outras palavras, ser perfeito, misericordioso e santo como Deus o é. 
Damiana Cunha: Se a pessoa tem um dom para a música, pintura, oratória, ela deveria usá-lo somente na religião, ajudando a levar as mensagens de Jesus Cristo, ou elas poderiam usá-lo também para obter seu sustento ou prazer? 
Claro que não, os dons não devem ser usados somente para uma realidade de nossa existência. A religião é um dos aspectos da vida humana, mas não pode ser o único e exclusivo. A religião, a fé, deve influenciar toda a nossa existência de tal forma que sejamos bons profissionais em qualquer profissão que escolhemos ou que temos aptidão. Todos os dons devem ser usados para o nosso crescimento, seja espiritual ou material. Por exemplo o médico deve ser um bom médico, usar do seu dom para curar, para devolver saúde aos enfermos e ele pode e deve ganhar a vida com sua profissão, do mesmo modo qualquer profissão. 
Adriane Lima: Confesso que sou noveleira de carteirinha e, apesar de tantas bobagens, ainda dá para tirar alguma coisa boa. Sou fã do personagem “Félix” da novela “Amor à vida”, da rede Globo e fiquei comovida ao ver a cena em que ele se mostrou agradecido à Márcia por ter cuidado dele quando pequeno. Será que, na realidade, as pessoas más tem algo de bom dentro delas? 
É preciso tomar cuidado com esses personagens de novelas que em alguns aspectos nos “encantam”, mas que transmitem péssimos exemplos. O referido Félix, por exemplo, uma pessoa extremamente cruel, maldoso, e “encantou” tanta gente com suas palhaçadas e atitudes cômicas, não vi nada que pudesse aproveitar para o nosso crescimento. É preciso ter a consciência crítica diante das novelas. 
Cárita Alencar: Santa Bárbara morreu decapitada pelo próprio pai. Sabe mais detalhes a respeito da vida dela? Dizem que o pai dela morreu em seguida atingido por um raio. Deve ter sido um castigo fulminante de Deus! 
Não sei muita coisa a respeito de Santa Bárbara, só o que fala as biografias que são um tanto quanto incompletas, só o suficiente para saber que foi uma pessoa bastante fiel a Deus e que morreu mártir, ou seja, por causa da fé. Sobre a morte de seu pai eu não sei como foi, mas se aconteceu realmente o raio, com certeza não foi por causa de castigo de Deus, pois Deus não é castigador e muito menos vingativo. Temos que retirar dentre nós essa ideia de que Deus castiga os maus e premia os bons, não é por aí que devemos olhar Deus.

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