PADRE WALMIR GARCIA DOS SANTOS CSsR |
Osvaldo da Silva Vieira: Meu irmão foi batizado na Igreja Católica quando era criança, agora adulto se batizou na Igreja protestante. Qual batismo que está valendo?
O batismo é o sacramento da adesão à Igreja, sendo a pessoa marcada com esse sinal sagrado de pertença a Deus na Igreja em que ele batizou. Segundo a Bíblia e para nós católicos o batismo é só um não podendo existir dois batismos. Ele mudou de Igreja e esta o levou a outro batismo, esta igreja deveria aceitar o batismo já realizado, fazendo só uma acolhida deste “convertido” à sua congregação e não batizar novamente. É a má compreensão do que seja o sacramento do Batismo.
Não identificada: Somos cinco pessoas em casa, eu, meu esposo e três filhos. Cada um tem personalidade diferente e, depois que nossos filhos ficaram adultos, as diferenças têm gerado conflitos. Meus filhos não vão mais a Igreja e, por serem maiores de idade, não podemos obrigá-los. Parece que todos os ensinamentos que tentamos dar a eles, ficaram no esquecimento. Parece que Deus deixou de ser prioridade em suas vidas. Isso é anormal?
Realmente não é normal essa reação, pois a educação deve ser impressa no coração e não somente para um determinado tempo. Infelizmente seus filhos não acolheram bem as orientações que vocês pais passaram para eles, é lamentável. Mas procure conversar, sem forçar. Valores a gente mostra com exemplos e não somente com palavras. Reze por eles!
Manoelina Cunha: Quais os trabalhos que a Pastoral Carcerária desempenha?
A Pastoral Carcerária tem como finalidade dar apoio, ser sinal de Deus na vida das pessoas encarceradas, seguindo aquele ensinamento de Cristo expresso em Mt 25, 36. Essa pastoral quer ser a presença do Cristo nas pessoas que vivem na solidão dos cárceres e também apoio e presença na vida dos familiares dos presos. É a caridade expressa na visita, na busca da transformação da pessoa que errou.
Maria Helena Pereira: Quase sempre a gente ouve pessoas dizerem: “eu sou assim, vou morrer assim; pau que nasce torto morre torto”. No entanto, existem vários exemplos de pessoas que mudaram radicalmente suas vidas, após terem vivido experiências muito dolorosas. Mudar para melhor é uma questão de vontade nossa ou depende somente do que ocorre em nossa vida?
Não gosto desse fatalismo de que nada e nem ninguém muda. Todos nós temos possibilidades de mudanças e isso é uma questão de opção, de esforço pessoa, como também pode ser fruto de algo que acontece na vida de uma pessoa. Acontecimentos bons e também difíceis podem levar à transformação, a mudanças.
Cleoni Barroso: Tenho observado que a maioria das pessoas, em todos os lugares, só fala em doença, dor, sofrimento, violência e, as noticias por sua vez, também não dão tréguas. Será que Jesus Cristo terá que voltar para tentar, de novo, curar nossas doenças?
Não precisa de Jesus voltar novamente, basta as pessoas terem mais fé na pessoa dele. Muitos andam muito negativos e depreciam tudo. Temos que ter atitudes que nos façam mais felizes e não remoer tristezas e doenças.
Aldenice Pereira: Há pessoas que se casam virgem, mas nem sempre o casamento dá certo. Será que a castidade nos ensina a amar?
Não é isso que determina a felicidade de um casal, mas o amor. O casamento para dar certo tem que ser baseado no amor, sem ele não há casamento. A castidade não ensina a amar, ela é expressão do amor, do respeito, de preservar para o verdadeiro amor.
Não identificada: Até que ponto nós devemos nos importar com o que as pessoas pensam a nosso respeito? Porque, há certa dependência em nossa vida com relação à opinião dos outros e, muitas vezes, mascaramos a nossa personalidade para agradar estranhos. Existe na Bíblia algum ensinamento a esse respeito?
A Bíblia nos ensina a dar testemunho de nossa fé, a ser autêntico. Não devemos viver para agradar os outros, mas para dar testemunho do que acreditamos e somos. Não podemos ser dependentes da opinião dos outros, mas também não podemos ignorar os outros, como se a opinião não fosse importante. Ser coerente, essa é a receita para a boa convivência com os outros.
Não identificada: Meu cunhado separou-se da minha irmã e casou-se com outra pessoa dois meses depois. Na verdade, ele já estava com essa outra pessoa. Ele a deixou grávida de dois meses. Agora, a outra também já está grávida. Ela está “revoltadíssima”, não consegue perdoar o ex-marido e, por isso, sua vida não anda bem. Ele está passando dificuldades, não está pagando a pensão direito, e ela está doida para colocá-lo na cadeia. Será que vale a pena ela se vingar ou seria melhor ela esquecer tudo e tocar a vida adiante? O que acha?
A vingança não é uma boa opção, mas ela deve lutar pela justiça. Se ele não está pagando a pensão para o filho do primeiro casamento ele está agindo de modo criminoso e deve ser punido pela lei. Oriente-a a não curtir ódio, pois isso faz mal para ela e não para o seu ex-marido. Não adianta ficar revoltada, é preciso saber enfrentar os contratempos da vida com altivez.
Eldeci Lima: Em Lc 4, 1-2 diz que, após o seu batismo, Jesus foi “levado pelo Espírito ao deserto, onde, durante quarenta dias foi tentado pelo diabo”. Gostaria de saber por que ele precisava passar por essa tentação? O que deveríamos aprender com esta passagem na vida de Jesus?
É uma passagem simbólica que nos ensina a vencer as tentações do dia a dia com o exemplo que Jesus nos deixou. Somos, a todo o momento, tentados ao TER, PODER e PRAZER, como Jesus o foi e nos mostra o evangelho. Aprendamos a vencer o mal, não nos deixando seduzir pelas armadilhas que o “mundo” nos oferece. Baseados na Palavra de Deus podemos vencer o mal.
Não identificada: Conheço pessoas que tem prazer em se fazerem vítimas de seus problemas e nunca conseguem encontrar felicidade em nada. Seriam essas pessoas despreparadas para a vida e totalmente sem fé em Deus?
Não é falta de fé, mas falta de compreensão do que é a vida de uma pessoa de fé. O cristão deve manifestar a alegria de viver e a esperança de que com Deus tudo podemos. A fé não nos livra dos problemas, mas nos dá força para enfrentá-los. Creio que isso que falta numa pessoa negativa.
Ana Santana: Em minha opinião, o tal conselho é uma furada e concordo plenamente com o ditado que diz que, se conselho fosse bom, não seria de graça, vendia-se. Geralmente, quem pede conselhos, quer mais é ouvir o que gostaria e não o que deveria. Por isso desisti de dar conselho para quem me pede, porque na verdade, ninguém assimila. Estou agindo certo?
Não concordo com você, mesmo que muitos ficam procurando conselhos de todo mundo, e não seguem a ninguém, nós devemos estar dispostos a colaborar para que tenham uma vida melhor. Não está certo nós nos omitirmos diante de uma pessoa que solicita um conselho, uma orientação, mesmo que ela não siga, ela pode aproveitar o que falamos. Conselhos não são receitas prontas, as pessoas que necessitam deles aproveitam parte do que falamos a elas.
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