sábado, 8 de novembro de 2014

Perguntas e Respostas 03/02/2014

PADRE WALMIR GARCIA
DOS SANTOS CSsR
Lúcia Alves: Gostaria de saber se nos encontros semanais de grupos de oração é permitido ter Adoração ao Santíssimo e em seguida a comunhão, tudo ministrado por Ministros da Eucaristia, inclusive o ato penitencial? 
Isso depende de uma conversa anterior com o responsável pela Paróquia. Se o padre der autorização, não há problema nenhum em fazer adoração ao Santíssimo e distribuir a Eucaristia num grupo de oração, onde se faz uma verdadeira celebração da Palavra de Deus.
Não identificado: Eu e minha namorada somos católicos, sou crismado, mas ela ainda não. Isso nos impede de casar? Ou podemos nos casar e logo em seguida ela receberia a crisma? 
O único sacramento que é exigido para outro é o Batismo. Claro que a Crisma é importante, mas não é essencial para receber o matrimônio. O importante é que a pessoa esteja disposta a valorizar a vida sacramental, procurando receber todos os sacramentos que podem ser recebidos no tempo oportuno. Vocês podem se casar e depois ela se prepara para o sacramento do Crisma. 
Marilene Campos: Qual a diferença entre Jesus Cristo na hóstia e a sua segunda vinda? 
Jesus presente no Pão consagrado é sinal de sua presença viva e atuante na história. É uma presença sacramental. Sacramento significa um sinal visível da presença de Deus entre nós. A segunda vinda é uma promessa que Jesus fez de que viria para restabelecer o seu Reino, ninguém sabe quando será e como será, mas o importante não é saber isso, mas sim estar sempre preparado para o encontro definitivo com Ele em sua glória. 
Marciana de Souza: Gostaria de saber se a confissão comunitária vale pela confissão individual e, se é verdade que quem não se confessa uma vez por ano individualmente, não pode comungar. 
A confissão não é uma obrigação, mas uma graça que é oferecida ao cristão arrependido de seus pecados. Ninguém é obrigado a pecar, por isso, não é obrigado a se confessar quando não tem consciência de pecado. A celebração da Reconciliação (Confissão dos pecados) pode ser realizada de três modos, conforme nos indica os manuais de confissão: Confissão individual, com absolvição individual (a mais comum); Confissão Geral (Comunitária), com absolvição individual e a Confissão Geral com absolvição geral (Confissão comunitária), todas essas formas são igualmente válidas, mas devem ser normatizadas pelo Bispo local que escolherá a melhor forma a ser aplicada em sua diocese.
Não identificada: Os padrinhos do nosso primeiro filho eram nossos melhores amigos. Há pouco tempo tivemos um desentendimento e cortamos o relacionamento, provavelmente para sempre. O batizado continua valendo ou temos que colocar outros padrinhos? 
Claro que o batismo continua sendo válido, pois o sacramento não se baseia nos padrinhos. Infelizmente vocês se desentenderam, mas podem se reconciliar, o cristão não pode ser rancoroso e muito menos evitar o perdão. Procurem analisar a situação e rever a decisão do corte do relacionamento. O que digo é que não se pode trocar de padrinhos e nem batizar novamente. 
Marina Aparecida: Fiquei sabendo que o matrimônio não foi criado pela Igreja. Saberia me dizer como surgiu a ideia? Qualquer pessoa pode realizar um casamento em casos extremos? 
Os sacramentos de modo geral não foram criados pela Igreja e sim instituídos por Deus e fundamentados na Sagrada Escritura. Os fundamentos do Sacramento do matrimônio são os seguintes: Gn 1, 29; Gn 2, 24; Ef 5, 25; Mt 19, 6; Mt 7, 24 – 27; T 8, 5-8; Mt 22, 24-28; e vários outros textos. 
Valda Regina: Meu filho aprendeu a fazer o sinal da cruz, mas nunca deu conta de fazer da maneira correta. Ele faz com muita fé e respeito. Também é válido? 
O sinal é apenas um sinal, deve ser feito com respeito e dignidade do que ele sinaliza. Procure ensiná-lo a fazer corretamente, não custa fazer isso. Mostrar o correto é sempre bom. 
Lucilene Maria: Quanto tempo Cristo na Eucaristia permaneceu em nosso corpo? Existe um prazo máximo para ficar sem comungar?
Não existe nada a esse respeito e não devemos nos preocupar com o tempo de sua permanência, mas sim em ser coerente com Ele, cujo Corpo comungamos. Não existe prazo para sua permanência em nós, aliás, Ele quer permanecer sempre conosco, em nossos corações, em nossas atitudes, em nosso modo de ser e de agir. 
Ana Mendonça: O nosso Catecismo diz que a morte é consequência do pecado e que Deus teria nos livrado dela, se não pecássemos. Mas Jesus Cristo não morreu sem ter pecado algum? 
Ele se fez pecado por nós. Mas a morte à qual se refere o catecismo não é essa morte corporal, pela qual todos nós passaremos, mas nos livrou da morte eterna, ou seja, da ausência de Deus e da convivência com Ele no seu Reino (Céu). 
Marta Aguiar: Gostaria que explicasse o que são os estigmas e o porquê deles? Uma pessoa estigmatizada é uma pessoa privilegiada por Deus? 
Eu não diria que um estigmatizado é um privilegiado. Os estigmas são marcas (feridas) no corpo que se assemelham às chagas de Jesus sofridas no momento da crucifixão. Na história da Igreja algumas pessoas receberam essas marcas: São Francisco de Assis, São Pio de Pietrelcina e mais alguns. Não existe um porque dessas chagas, mas levam a pessoa a assemelhar-se a Jesus crucificado. 
Norma de Mello: Gostaria de saber por que tanta burocracia por parte da nossa Igreja para casar um católico e um protestante? Não somos todos filhos de Deus e Ele não está em toda a parte? 
E eu gostaria de saber qual burocracia você se refere. Não vejo burocracia no processo matrimonial entre duas pessoas de igrejas diferentes, pois a única exigência é preencher um formulário onde a pessoa se declara livre e se compromete a respeitar as diferenças no modo de professar a fé. O processo matrimonial deve ser encaminhado à Cúria da Diocese para autorização do Bispo ou o responsável. Não vejo assim tanta burocracia, ainda mais que todas essas coisas são encaminhadas pela secretaria paroquial. 
Aldeny Cintra: Ouvi dizer que as asas dos anjos são desenhos feitos pelo homem, que na verdade, eles não possuem asas. Não consigo imaginar anjos sem asas. É isso mesmo? 
Na verdade anjos são seres celestes, segundo a tradição bíblica, e como tais, seres espirituais, que não possuem forma humana, como nós retratamos em nossa maneira de expressar nas pinturas e esculturas. Espírito não possui forma, não são seres corporais. O modo como desenhamos é fruto de nossa imaginação, só isso. 
Weida Nascimento: Qual a sua opinião a respeito de rezar o terço sem a contemplação dos mistérios? 
O correto é contemplar os mistérios, pois à medida que você reza o Pai Nosso e as Ave Marias você contempla, você medita no mistério contemplado, mas se não souber contemplar sem ter um texto diante de seus olhos você pode perfeitamente colocar intenções, oferecer por alguma necessidade, por alguém em específico, eu mesmo faço muito isso quando estou fazendo caminhada, ou viajando, vou rezando e pensando em realidades e pessoas pelas quais quero rezar. O importante é rezar sempre, o como cada uma veja a melhor forma de fazê-lo. 
Angelina Ribeiro: Acho muito bonito a atitude de pessoas que perderam entes queridos, fizeram desse sofrimento um incentivo para ajudar outras pessoas e assim conseguiram vencer a depressão. Acha que ajudar os outros pode ser a cura para os nossos sofrimentos: Ou pelo menos diminuí-los? 
Sim a compaixão com os sofredores gera em nós sentimentos de solidariedade, de superação dos próprios problemas. Devemos aprender a ver a naturalidade da morte, aceitá-la como uma porta que nos fecha para o tempo presente e nos abre para a eternidade feliz em Deus.
Neusa de Fátima: Em Gn 1, 26, quando Deus diz: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”, Ele está conversando com seu filho Jesus? Adão foi o primeiro homem criado por Deus. Jesus fez parte dessa criação? 
Jesus é o Verbo encarnado, ou seja, a “Palavra de Deus que se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14). Ele é a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo, um só Deus em três Pessoas distintas. A Santíssima Trindade existe desde todo o sempre, por isso lá em Gênesis nós lemos este trecho que você apresentou onde se lê: “Façamos” e não “farei”.

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