segunda-feira, 17 de novembro de 2014

PERGUNTAS E RESPOSTAS - 14/03/2014

PADRE WALMIR GARCIA DOS SANTOS CSsR
Não identificada: Tenho uma amiga que se confessou até a adolescência. Depois acabou implicando com um padre da Paróquia e não quis mais se confessar, mas comunga normalmente. Ela diz que deve satisfação a Deus e não aos homens. O que acha disso?
Acho que ela está errada em um ponto, de considerar que todos os padres são iguais e, que por uma implicância com um, acabou generalizando os padres. É claro que ela deve satisfação somente a Deus e o sacramento da Reconciliação, ela não está apresentando o pecado para o padre e sim pedindo perdão a Deus, somente Ele perdoa e tira o nosso pecado. O padre, no uso de sua função sacerdotal, exerce o serviço a ele deixado por Jesus quando Ele disse a Pedro: “Tudo o que ligares na terra será ligado no céu” (Mt 16, 19) e em outro trecho Ele diz: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, lhe serão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos" (Jo 20,22-23). Daí nós podemos concluir que não é uma função inventada por homens, mas deixada por Deus. 
Não identificada: Faço parte de uma comunidade de jovens e tenho muitas dificuldades em manter com eles um diálogo a respeito da castidade antes do casamento. A maioria discorda e fala que, se amar a namorada, fazer sexo não é pecado e, se for pecado, Deus perdoa. Gostaria de um conselho. 
É muito fácil dizer isso: “se for pecado Deus perdoa”, pois não podemos viver com um “simplismo” desse. O sexo em si mesmo não é pecado, mas a forma em que ele é feito, sem compromisso, sem responsabilidade. Infelizmente vemos crescer a irresponsabilidade no aspecto sexual, o que as pessoas querem é a busca do prazer pelo prazer e não preservam o corpo, usando-o como objeto. 
Emiliana Nunes: Acha que o amor pode se desdobrar de várias formas com relação à mesma pessoa? 
Acho que sim, pois o amor não é vivido somente em um aspecto, mas em vários aspectos como a compaixão, a solidariedade, o prazer da convivência, além de outros. 
Ivonice de Almeida: O que quer dizer “somos herdeiros de Deus”?
O filho é herdeiro, assim como herdamos de nossos pais os aspectos físicos e também financeiros, também herdamos de Deus a graça da vida eterna, pois somos “criados à sua imagem e semelhança” (Gn 1, 26). Em Rm 8, 17 São Paulo nos fala dessa herança. 
Não identificada: Tive um relacionamento com um rapaz durante seis anos. Já de casamento marcado, descobri que ele teve várias mulheres, enquanto estava comigo. Terminei o relacionamento faz um ano e ainda não consegui me libertar da revolta pelo acontecido. Poderia me ajudar? 
A decepção, em muitos casos, gera revolta. Você deve aprender a superar isso, pois não é bom para você, pois está fazendo mal a você mesma. Não deixe o ódio, a revolta, o rancor tomar conta de sua vida, procure outro relacionamento, não fique “curtindo” o mal que esse seu antigo namorado fez a você. Melhor você ter descoberto a “canalhice” dele antes do casamento. 
Maria Madalena: Achei que, por estar dentro da Igreja fosse fortalecer a minha experiência com Deus, mas ainda não consigo me sentir assim. Sinto-me vazia. Será que estou na Igreja certa? 
A experiência de Deus não depende de onde e em que Igreja você frequente, mas depende de você, da sua busca em aprofundar seu conhecimento e amor a Jesus Cristo. Procure viver a sua espiritualidade cristã na frequência dos sacramentos e na compreensão e aprofundamento da Palavra de Deus. 
Não identificada: Minha melhor amiga ficou casada durante 38 anos. Finalmente se cansou das “galinhagens” do marido e mandou-o passear, sem ter medo de ficar sozinha aos 65 anos. Ela até rejuvenesceu, sem aquela “neura” de ter medo de ficar sozinha na velhice. Será por que, mais do que os homens, as mulheres tem medo da solidão na velhice? 
Engano seu, os homens têm muito mais medo de ficar sozinhos do que as mulheres. Pode-se notar que é muito mais difícil ver homens sozinhos na velhice do que mulheres. As mulheres são mais sensatas nesse sentido. 
Maria Clara: Minha avó costuma dizer que os pais de antigamente não se importavam muito em cobrar amor dos filhos. Eles cobravam mais o respeito e que os pais de hoje querem agradar os filhos com vários presentes e isso, às vezes, acaba deturpando a educação. Concorda com isso? 
Nem uma coisa nem outra. É preciso encontrar o equilíbrio. Antigamente, por falta de conhecimento, os pais cobravam demais de seus filhos o respeito e não davam carinho; hoje dão carinho em excesso, ou melhor, liberdade em excesso e não educam para a vivência de valores, como o respeito. Infelizmente vemos hoje uma educação de troca, os pais “compram” seus filhos. 
Jasmina de Paula: Qual a sua opinião sobre a emancipação feminina cada dia mais comum na sociedade? Foi um avanço cultural ou um prejuízo para os lares com a ausência da mãe e esposa? 
Eu vejo com bons olhos a emancipação da mulher, pois não poderíamos continuar num sociedade machista e opressora como a que vivíamos. A emancipação da mulher não significa perda dos direitos e deveres de esposa, de mãe. Creio que o prejuízo está na má interpretação do que seja verdadeiramente emancipação. 
Não identificada: Tenho sentido muita solidão, tudo o que faço só tem sentido para mim mesma e não estou conseguindo mais descobrir o sentido da vida, pois as pessoas estão ficando cada vez mais superficiais e isso nos distancia e traz a solidão. Como lidar com isso se nem orando consigo alívio? 
Você precisa ter vida social e isto implica em saber conviver com as diferenças, pois nem todos são iguais. Cada um tem seu defeito e sua graça e precisamos respeitar isso e saber conviver. Não se afaste das pessoas, procure ajudá-las a viver com mais profundidade e não ficar na superficialidade. A responsabilidade é sua também. 
Nina Vicente: Como nos adaptar ao mundo de hoje onde o diabólico está tomando conta das ideias? 
Apesar de vermos tantas coisas ruins, devemos ter um olhar mais otimista da realidade. Se por um lado temos ideias diabólicas, temos muitas pessoas com pensamentos bons. Nem todo está perdido, não podemos perder a esperança. Se não podemos mudar o mundo todo, podemos mudar o nosso mundo, o que está ao nosso redor. 
Não identificada: Outro dia vi uma mãe dando uma má resposta ao filho em pleno supermercado, perto das pessoas. Fiquei com muita pena da criança que, certamente vai crescer e ficar igual à mãe, que não sabe educar um filho e muito menos respeitá-lo. Isso não é ausência de cristandade? 
Eu digo que é ausência de valores cristãos, de valores humanos. Não se educa com rispidez e falta de respeito. Essa mãe está educando para o mal. Devemos ser exigentes com os filhos, mas sem perder a ternura e o diálogo. Se ela quer que o filho seja educado ela deve ser educada com ele, dar o exemplo.

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