PADRE WALMIR GARCIA DOS SANTOS CSsR |
Keila Menezes: Por que Jesus Cristo escolheu Judas Iscariotes para ser um de seus apóstolos se desde o princípio ele sabia que seria traído por ele?
Jesus não tinha ciência de tudo o que lhe aconteceria, portanto, não sabia que Judas o trairia, só com a convivência é que Ele foi discernindo sobre as reais intenções de Judas Iscariotes.
Não identificada: Como posso ser cristão e sentir Deus longe de mim? Tenho tido muitas indecisões na vida e não estou conseguindo escolher o caminho certo. Vivo pedindo a Deus para que Ele me transforme, mas nada tem mudado em minha vida. O que será que há de errado comigo?
Você precisa ter mais confiança em Deus, professar mais a sua fé e não ficar sói aguardando de Deus, mas fazer sua parte, lutar pela sua realização. Deus nunca está longe de nós, mas nós muitas vezes nos afastamos dele com nossas dúvidas, incertezas, indecisões e falta de compromisso com a fé professada. Procure ser mais fiel, mais confiante.
Nelson Santos: O que significa na liturgia os anos A, B e C?
A liturgia da Igreja possui um ciclo chamado Ano litúrgico, que é organizado em três anos consecutivos. Nestes anos litúrgicos é organizado o ciclo das leituras a serem usadas nas celebrações da Eucaristia. No Ano A, lê-se o evangelho de Mateus; no Ano B, lê-se o evangelho de Marcos e no Ano C, lê-se o evangelho de Lucas, isso no Tempo Comum. No tempo do Advento, Natal, Quaresma e Páscoa, lê-se os evangelhos próprios do tempo em curso. Essa divisão é apenas para organizar e dar uniformidade à liturgia e passar todos os evangelhos. NO ano de 2014 estamos vivenciando o Ano A, em 2105 será o Ano B e 2016 o Ano C, depois volta ao Ano A e assim por diante.
Marta Lúcia: Pelo fato de nós mulheres termos sido destinadas à maternidade, torna a nossa missão mais importante que a dos homens?
Eu não creio que um é mais importante do que o outro, homem e mulher tem missões diferentes, mas complementares. A maternidade é tão importante quanto a paternidade, não são iguais, mas repito, são complementares.
Iolanda Marques: Em Rm 12, 19, Deus pede para não vingarmos com nossas próprias mãos, para entregar a Ele este nosso propósito. Afinal, Deus é vingativo ou misericordioso?
Deus não é vingativo, mas misericordioso. Apesar de no Antigo Testamento ter referência à vingança de Deus, era apenas uma forma de falar, ou daquela cultura ter esse ponto de vista, mas Deus não tem esses sentimentos negativos que nós temos. Ele não age conforme nosso modo de agir. Ele é Justo, Misericordioso.
Shirley Dias: Explique esta passagem em Dt 4, 2: “Nada acrescentareis à Palavra que vos mando, nem diminuiríeis dela, para que guarde os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando”.
Este trecho da Palavra de Deus faz referência à importância da Lei como orientação de vida para os fiéis. Se você ler os versículos seguintes, principalmente até o v. 8, verá que o autor sagrado diz que na Lei está a sabedoria de Israel, os princípios capazes de proporcionar ao indivíduo e à comunidade um ideal de felicidade. A Lei é tão importante que não se pode acrescentar e nem tirar nada dela, pois é o que o Senhor orienta.
Cibelli Alves: Como surgiu a necessidade da confissão?
O sacramento da Reconciliação (confissão) surgiu quando Jesus o instituiu, leia Jo 20, 20-23; Mt 18, 18; Tg 5, 16, estes textos são os fundamentos bíblicos deste sacramento.
Ivana Barbosa: Dando esmolas, cestas básicas, ofertas, por ocasião de missas e festas dos padroeiros, podemos ficar isentos do dízimo?
O dízimo não é uma esmola e nem oferta que você dá a alguém ou a uma comunidade, mas é a “devolução” agradecida pelo que Deus concedeu a você. Dízimo é uma parte (décima) do que se recebe. Na Igreja Católica não se exige os 10% do ganho, mas a quantia que a pessoa achar que pode devolver a Deus.
Fernanda de Mello: Por que os casais que vivem juntos não podem comungar? Sendo considerados cristãos, separadamente e batizados, eles não tem o direito de receber a comunhão?
Não é por serem simplesmente batizados que tem o direito de receber a sagrada comunhão. Se eles podem receber o sacramento do matrimonio, se são livres, por que não o faz? Se não valorizar um sacramento não pode receber outro, é questão de lógica. Agora, se um dos dois já foi casado na Igreja, não podendo regularizar esta situação, devem procurar o padre de sua paróquia para uma orientação pessoal.
Ercília Garibaldi: Desde quando se vive a quaresma?
Foi nos inícios do século III (por volta do ano 200 da era cristã), que a Páscoa começou a ser preparada com três dias de antecedência para que fosse melhor celebrada. Estes dias eram dedicados à oração, à meditação e ao jejum, em sinal de luto pela morte de Cristo e tantos outros benefícios pessoais e comunitários, que o jejum nos oferece. Por volta do ano 350, os cristãos começaram a achar pouco apenas três dias de preparação para a Páscoa, devido a importância dessa celebração, daí, de três dias passaram para quarenta dias. Assim que nasceu a quaresma (quarenta dias).
Estefênia Moura: Existe destino traçado? A Bíblia menciona algo a respeito?
Não, a Bíblia não menciona e nem ensina nada sobre destino. Ninguém nasce com um destino prefixado. A Bíblia nos ensina que podemos e devemos nos moldar, através do processo de conversão.
Simone Sodré: Como surgiu a prática da procissão? Ouvi dizer que é uma prática moderna.
Não é uma prática moderna, pelo contrário, muito antiga, Já no Antigo Testamento vemos relatos de procissões (Josué 3,5-6;14-16; Js 4,4-5;15-18; Js 6,4; Nm 10,33-34). Mas além de relatos bíblicos, as procissões eram praticas antes das Olimpíadas na Grécia antiga, como também no Império Romano. Podem, ou não, ter cunho religioso.
Liliana Medeiros: O que pensa a respeito do ecumenismo? Acredita que as religiões estão caminhando para este fim?
Chamamos de ecumenismo a busca da unidade entre as Igrejas cristãs. Não é, como muitos pensam, mistura de igrejas e doutrinas, nem fazer com que todos vivam numa única Igreja e aceite tudo o que as outras igrejas pensam e falam; não é desvalorizar as normas de cada Igreja e nem deixar de lado o espírito crítico diante de qualquer grupo que se diz cristão. É diálogo que reconhece e respeita a diferença, que valoriza o que une e não fixa no que divide; cria laços fraternos, cada um vivendo na sua Igreja, mas trabalhando, realizando ações para o bem comum. Eu acho isso ótimo e procuro fazer isso em minha vida, respeitar os que são sérios e que vivem o respeito pelos outros. As Igrejas sérias caminham para a união e não para a unificação. O objetivo não é retornar a ser uma só Igreja, mas a boa convivência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário