PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR+ |
Usar o
nome de Deus é certo ou errado?
Na lista
elaborada dos mandamentos aparece a recomendação de não se usar o nome de Deus
em vão. Se por um lado devemos invocar Jesus, o Pai, o Espírito Santo, por
outro lado também não se pode aprovar o exagero e o abuso com o nome de
Deus.Rezamos, invocamos o nome de Jesus nas dificuldades e nos problemas, nas
orações espontâneas, em momentos especiais, certos de podermos contar com a
força da presença de Deus em meio aos conflitos e confiados na misericórdia do
Pai que não nos abandona.O que é lamentável são os abusos que começam com
expressões como: Jesus tem poder, Jesus cura, em nome de Jesus — usadas sem
critério e em qualquer situação.Sabemos que há pessoas portadoras de
desequilíbrios, deficiências mentais, descontroles afetivos e emocionais,
pessoas histéricas que produzem fenômenos, esquisitices, desmaios, espumações
com saliva, mudança de voz e outras cenas deploráveis. Em cima delas vai uma
legião de curandeiros, que receberam por conta própria o poder de Deus para
resolver esses casos “em nome de Jesus”. Há cenas ridículas que depõem contra o
sagrado.Como podemos falar de católicos, freqüentadores de grupos de vivência religiosa,
que ficam enchendo a cabeça das pessoas dizendo que elas estão com espírito,
mau olhado, macumba, e precisam libertar-se e se libertar até de pecados que
seus pais cometeram?Essas pessoas não são católicas, porque essa não é a
doutrina da Igreja. Em segundo lugar, quem procura isso deve sofrer muito,
porque abandonou a fé, a capacidade de refletir e se deixou confundir por
pessoas sem conhecimento ou autoridade para isso.O que impressiona é que essas
pessoas assumem o pretenso dom de Deus, tornam-se “curadores”, tiradores de
demônio, intercessores, sem que ninguém lhes tenha dado esse ministério. E
parece que o povo gosta dessa confusão.Acho isso tudo uma desavergonhada e
sacrílega manipulação do nome de Deus. Ser Igreja é uma realidade bem diferente
disso, é uma participação discreta, equilibrada, uma comunhão santificadora e
transformadora. Não tem nada de sensacionalismo escandaloso que favorece a
promoção pessoal dos que querem aparecer como escolhidos de Deus. Para todos
esses, lembramos a Palavra: “Não pronuncieis o nome de Deus em vão”.Está na
hora de os católicos aprenderem a discernir, o que é esquisito não vem de Deus.
Deixem esse povo fazer seus “milagres”, procurem algo mais sólido e seguro
mantendo a firmeza da fé.
Pe. Hélio
Libardi, C.Ss.R.
EDITORA
SANTUÁRIO
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