PADRE
HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+)
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Doação de
órgão é um desrespeito ou uma caridade?
Por
“doação de órgão” compreendemos também o direito de a pessoa doar seu corpo
para estudos, embora sejam coisas distintas. Pio XII chamava à atenção dizendo
que os outros não podiam dispor arbitrariamente de nosso cadáver, embora se
pudesse levar em conta a vontade e os sentimentos dos familiares quando esses
fossem razoáveis. Hoje já caminhamos mais e parece muito mais transparente o
benefício da doação de órgão, embora já apareça também o problema da
comercialização de algo tão sagrado.Como é permitido sacrificar a vida e a
saúde pelo bem do próximo, assim também há uma razão muito maior para destinar
o corpo ou parte dele para dar a vida a outro ser humano ou para estudos.Cristo
disse: “Quem doa a via, a reencontrará”. Doar parte de si é o gesto que mais
aproxima a pessoa do humano Jesus que veio dar sua vida para que todos tivessem
a vida. Que maravilha alguém receber esse presente e passar então a ver, a
respirar, a poder dispensar a incômoda hemodiálise.Embora o assunto traga
preocupações e repugnância para alguns, ao ver as enormes filas na espera de
doadores, nós dizemos que é abençoado quem se entrega nessa doação generosa. Se
eu não tenho mais chance de viver, que outros possam aproveitar e viver com
minha ajuda de uma maneira digna.Continuam em pé todas as decorrências do “não
matar”. Não temos o direito de tirar a vida de ninguém, por isso há critérios
seguros que devem ser observados pelos médicos e familiares ao permitirem a
doação de órgão de um dos seus.Para a doação de órgãos vitais, hoje se coloca
como critério a morte cerebral: “um indivíduo no qual se produz a cessação
irreversível de todas as funções do encéfalo, incluindo o tronco cerebral, está
morto”. As funções cerebrais e as funções do tronco cerebral estão ausentes, a
exclusão da possibilidade de recuperação das funções encefálicas, o
reconhecimento da irreversibilidade são indicativos da morte cerebral. Isso
averiguado com toda a cautela e segurança e diante do veredicto final, vai ser
muito significativo o gesto de passar a vida para o outro entregando parte do seu
corpo. É um ato extremo da caridade que enobrece e dignifica a pessoa
humana.Seria muito digna a posição dos familiares em situações idênticas, que
permitissem o transplante de órgãos vitais e outros órgãos a quem precisasse,
verificando todos os critérios e condições que defendem o direito à
vida.Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelo irmão.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
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