Pe. João A. Mac Dowell S.J. |
Se Maria
já nasceu santa, não precisou lutar para ser fiel a Deus, nem serve de exemplo
para nós?
É verdade
que Maria foi cheia de graça desde o início de sua vida. Mas a graça de Deus
não suprime a nossa liberdade. Depende de nós dizer "sim" ou
"não" a Deus. Maria também poderia recusar o convite de Deus de
colaborar no seu plano de salvar o mundo por meio de Jesus. Você se recorda da
história do moço que perguntou a Jesus: "Bom Mestre, que devo fazer para
conseguir a vida eterna?". Era uma pessoa que tinha recebido muitas graças
de Deus. Tinha observado os mandamentos desde a sua adolescência. Por isso,
Jesus olhou para ele com muito amor e disse: "Uma coisa te falta: vai,
vende tudo quanto tens e dá aos pobres. Depois vem e segue-me". Mas o moço
não teve coragem de deixar tudo para seguir Jesus. Recusou o convite e
retirou-se triste.
Maria,
porém, aceitou a proposta de Deus, respondendo ao seu mensageiro: "Eis
aqui a serva do Senhor, que ele faça de mim, conforme a tua palavra". A
grandeza de Maria está na sua fé. Ela abriu o seu coração para receber o dom de
Deus. Não sabia como ia ser o seu futuro. Mas deixou tudo nas mãos de Deus,
deixou que ele guiasse a sua vida. Acreditou que seu filho era o Messias, o
Salvador, embora tudo continuasse igual ao redor dela. Não foi uma vida fácil.
Trabalhou e lutou como qualquer mulher para criar o seu filho. Para protegê-lo
do perigo, teve de deixar às pressas sua casa e seu país e ir morar no Egito.
Durante 30 anos, Jesus viveu em Nazaré como os outros jovens do seu povo: era o
filho do carpinteiro. E mesmo depois, quando começou a anunciar a chegada do
Reino de Deus, as coisas não ficaram mais fáceis. Pelo contrário. Ele se tornou
motivo de divisão: uns acreditaram nele, outros o combateram, até condená-lo à
morte.
Maria foi
aprendendo aos poucos o que Deus queria dela e de Jesus. O próprio evangelho
diz que às vezes ela não compreendia o que estava acontecendo. Mas ia guardando
tudo no seu coração e refletindo para ver qual era a vontade de Deus. Assim ela
acompanhou o seu filho até o fim. Esta fidelidade custou-lhe muito sofrimento:
uma espada atravessou a sua alma. Por isso, Maria é, para todos nós, o modelo
da resposta ao chamado de Deus. Como diz Jesus: "A quem muito foi dado,
muito será exigido". Maria recebeu muito de Deus, mas também soube dar a
ele tudo o que tinha recebido. A verdadeira devoção a nossa Senhora consiste em
imitar a sua atitude de fé e fidelidade a Deus, seguindo Jesus e o seu
evangelho até o fim.
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br(2009)
EDITORA
SANTUÁRIO
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