Pe. João
A. Mac Dowell S.J.
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Os crentes
recusam o batismo das crianças, porque elas ainda não podem compreender o que
estão fazendo. O Sr. não acha que eles têm razão?
Os
protestantes que rejeitam o batismo das crianças, praticado na Igreja Católica,
baseiam-se nas palavras de Jesus: "Quem crer e for batizado, será salvo;
quem não crer, será condenado" (Mc 16,16). Como é possível batizar quem
ainda não tem capacidade de compreender a mensagem do Evangelho e responder a
Cristo com o compromisso de sua fé? A insistência deles na relação entre fé e
batismo é certa. Desde o início da Igreja o batismo era precedido pela
profissão de fé em Jesus Cristo. Mas esta necessidade da fé para o batismo não
é um motivo válido para impedir o batismo das crianças.
De
fato, a Igreja sempre considerou, com razão, que o compromisso de fidelidade a
Jesus Cristo, assumido no batismo, podia ser suprido, no caso das crianças,
pela fé de seus pais e padrinhos, que representam toda a Igreja. Esta posição
está fundada na interpretação correta da Bíblia e das palavras de Jesus.
Um
primeiro apoio à prática da Igreja de batizar as crianças vem das narrações do
evangelho, nas quais Jesus cura uma pessoa, p.ex., o filho do centurião romano
(Mt 8,5-13) ou a filha da mulher cananéia (15,21-28), levando em conta a fé de
quem lhe pede esta graça. Ele diz ao centurião: "Pode ir. Vai acontecer
como Você acreditou. E o filho sarou naquele instante". S.Paulo na
Primeira Carta aos Coríntios (7,13s) usa um raciocínio parecido quando diz que
os filhos nascidos dum casamento misto entre cristão e pagã ou vice-versa são
santos e não impuros, porque o marido que não crê é santificado por sua mulher
que crê, e a mulher que não crê é santificada pelo marido que crê.
Estes
textos ajudam a entender porque as crianças, filhas de pais cristãos, podem ser
batizadas: elas são salvas e santificadas por Deus em vista da fé da comunidade
que as acolhe. A própria resposta de fé dada no batismo à oferta da salvação é
sempre, mesmo no caso de adultos, um dom totalmente gratuito de Deus. Mas o
adulto deve colaborar responsavelmente com a graça de Deus, que o move a crer.
A criança batizada também recebe este presente da fé, mas ainda não é capaz de
acolhê-lo por meio dum ato consciente e livre. Ela já é cristã e membro da
Igreja, partilhando a fé da comunidade. Mas só mais tarde poderá assumir
pessoalmente essa fé. É claro que os pais, padrinhos e toda a comunidade, que
se responsabilizaram pela fé da criança, têm o dever de ajudá-la, à medida que
vai crescendo, a conhecer a palavra de Deus, vivida na Igreja, para que quando
ficar grande possa dar sua resposta pessoal a Cristo.
DO
LIVRO:
RELIGIÃO
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EDITORA
SANTUÁRIO
João
A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br(2009)
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