PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+) |
Quantas
vezes por dia podemos comungar?
Comungar
é receber Jesus, mas é um ato de profunda participação. Ao levarmos nossa
oferta ao Pai, recebemos como resposta o Corpo de Cristo. Eucaristia é ação de
graças, é alimento.
Já
passamos por muitos exageros. Paulo adverte naquele tempo para que comessem em
suas casas, alguma coisa estava acontecendo nas celebrações deles. Passamos
pelo exagero do jansenismo, onde não se podia comungar com qualquer sombra de
pecado. Passamos pelo longo jejum de preparação e outros tantos.
Hoje a Igreja
facilitou para que se tenha uma maior participação. Não é a confissão que
regula sua comunhão, mas é o seu estado pessoal, segundo sua consciência.
Estando sem pecado grave, a Igreja abre-nos esse tesouro para que possamos ter
a vida em plenitude. Assim podemos comungar se participamos de uma segunda
missa.
Trata-se
de uma comunhão consciente e não de devocionismo. Alguns comungam por devoção,
sem saber o que fazem. Não podemos esquecer que comunhão gera um compromisso de
fraternidade e de vivência da fé em comunidade. Muitos ficam descontentes
porque estão em situação de quem não deve comungar por falta de coerência de
sua vida com a fé. Vivem certa situação que, comungando traz mais problemas do
que bênçãos e assim mesmo querem comungar. Não percebem que estão indo contra
aquilo que a comunhão significa: compromisso com a comunidade, testemunho de
vida de fé.
É
impressionante como o povo passa à frente a necessidade de comungar,
principalmente a de fazer a primeira comunhão. Encontramos adultos que não
sabem nada sobre eucaristia e querem confessar e comungar. Que valor vai ter
essa comunhão para essa pessoa?
Um mínimo
de catequese faz-se necessário para que alguém possa se aproximar da
eucaristia. Avisamos muitas mães que se amarguram porque o filho portador de
deficiência, que impede ter consciência do que vai fazer, não fez primeira
comunhão ou não comunga sempre. Ele não precisa, está com Deus e a comunhão não
vai acrescentar nada. Nem falemos das mães que tiram um pedacinho da hóstia que
receberam e colocam na boca de seu filho de colo. Essa história de dizer que o
filho fica doente não passa mesmo de história, uma boa explicação e a criança
sossega.
Há muitas
pessoas comungando por hábito e depois não fazem nada para transformar sua vida
e ajudar os outros. Como é que Jesus se arruma com tantas desigualdades sociais
provocadas por pessoas que comungam sempre? É tempo de perceber que não se
trata só de “tomar hóstia”, mas de distribuir também o seu pão.
Pe. Hélio
Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
EDITORA SANTUÁRIO
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