PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+) |
Já
fui católico e agora?
Há
muitos assustados com o crescimento de seitas e denominações evangélicas. Sem
estatísticas que comprovem, dizem que a Igreja Católica está acabando, porque
em todos os lugares se abrem igrejas, salões, igrejolas com os mais variados
nomes e tudo “em nome de Jesus". Pessoas qualificadas e desqualificadas se
transformam em "Messias provisórios" oferecendo suas curas, proteção,
milagres e uma teologia de consumo tipo "just in time" ou "fast
food".
É
certo que há uma multiplicação de ofertas religiosas, mas também é certo que há
uma falta de critérios e de discernimento por parte dos adeptos.
Há
uma insensibilidade em relação à verdade, que na hora do aperto pouco importa.
No mundo hoje as pessoas têm pressa em resolver os problemas, mas não se
procuram as causas. O que importa é livrar-se o mais depressa possível do
problema, e de uma forma mais barata; encontrar uma solução, pouco importando
de onde venha. Estamos dentro dos dois critérios que gerenciam a vida moderna:
a rapidez eficiente e o prazer.
A
Igreja católica não faz milagres, outras os fazem, ainda que provisórios. Daí a
corrida para essas igrejas que anunciam a solução dos problemas através de
milagres e sessões de descarrego. Como não há critérios, também não se pergunta
se resolvem mesmo as dificuldades, de uma forma definitiva.
Outro
ponto cansativo na Igreja católica é a questão do compromisso. Não é possível
uma fé desvinculada do compromisso e descomprometida com a realidade. As
pessoas não querem comprometer-se e pagam para que outros resolvam seus
problemas.
Estamos
voltando ao tempo em que se vendiam as indulgências ou em que se pagava para
alguém cumprir a penitência recebida.
Aqui
entra a questão dos mal-informados, que não se dão ao trabalho de conhecer o
que sua religião ensina, por isso refugam diante do compromisso, do testemunho
da fé, do compromisso com a solidariedade na comunidade.
Respeitamos
a todos os que procuram a verdade de coração sincero. Repudiamos aqueles que
não querem nada mais sério e que brincam com a religião e temos pena dos que
ainda não acordaram que se trata de ser religioso e não de ter uma religião.
Lamentamos por aqueles que vão e voltam e nos dizem: É tudo a mesma coisa, Deus
é um só!"
Ao
lado de tantos que borboleteiam de igreja em igreja buscando só e apenas seus
interesses, vemos também aqueles que buscam com sinceridade a face de
Jesus.Apenas lembramos São Paulo para os distraídos: "Você corre muito
bem, mas fora do caminho".
Pe.
Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br(2009)
EDITORA
SANTUÁRIO
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