PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+) |
Podemos
aceitar e procurar o padrão de beleza imposto pelos meios de comunicação?
Na
civilização das imagens não só o aspecto exterior é importante, mas os padrões
de beleza criados pela mídia. Ninguém está exigindo que os meios de comunicação
não propaguem o belo; podemos, no entanto, pedir ao telespectador ou ao ouvinte
que não seja incauto e não se deixe levar só pelas imagens, fotos, figuras de
uma beleza estereotipada, criada com fins lucrativos.
Quanta
gente gasta rios de dinheiro em clínicas especializadas para se produzir
segundo os padrões de beleza. Quantos, não podendo dar-se a esse luxo, vivem
descontentes, desvalorizados e automaticamente excluídos até do mercado de
trabalho.
Essa
beleza estética, padronizada, seduz, obtém conquistas, mas é efêmera. Ela é
comercial, venal, com desvantagens enormes, pois pouco se olha para a dignidade
da pessoa e para o valor da vida. O corpo acaba sendo oferecido como mercadoria
pública e assim avaliado; preço bom para quem não tem nada na cabeça.
O
primeiro passo é conscientizar-se de que tudo o que foi feito tem sua beleza de
origem. Conscientizar-se dos valores da vida, da pessoa. Há valores dentro de
cada um que são projetados para fora tornando a pessoa das mais agradáveis. Não
somos uma realidade anatômica, biológica, estética. Somos uma riqueza capaz de
amar, o que faz de nosso corpo espelho da vida que está dentro de nós. Somos
mais do que um corpo, somos uma expressão da vida. Na medida em que
amadurecemos, nos tornamos lindos, expressivos e equilibrados.
O
segundo passo é ter em mente a verdadeira imagem de si mesmo, onde se valorizam
as potencialidades do ser. Conflitos com o corpo significam que estamos em
briga com a parte psíquica ou com acontecimentos e trechos de nossa história de
crescimento. Quando a pessoa se aceita e se valoriza, nela nada é feio ou
defeituoso. Cada um tem de ser ele mesmo com todos os matizes do humano
presente nele. Aceitar-se é deixar de lado a pretensão de ser amado por todos,
de ser perfeito, de brilhar como estátua de ouro; é potencializar-se para ser
melhor.
Quanta
gente tem uma beleza externa vislumbrante, mas sem conteúdo interior. E quantos
compram isso a altos custos e depois amarguram a escolha mal feita. Podemos
enfeitar o animal com arreios lindos, ele porém não deixará de ser irracional.
Outras
vezes criticamos pessoas que se expõem de forma até indecente, mas, pensando
bem, se não mostrarem isso, o que sobra para mostrar?
Na
verdade é triste ver como é fácil se iludir e como o comércio aproveita da
ingenuidade para vender as pessoas. Gritar para que acordem não adianta; só nos
resta dizer: tonto é quem embarca nessa.
Pe.
Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br(2009)
EDITORA SANTUÁRIO
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