quinta-feira, 29 de setembro de 2016

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - ASTROLOGIA -

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+)

Podemos acreditar na astrologia?

A astrologia, como estudo da natureza, dos corpos celestes e de suas relações entre os acontecimentos terrestres e humanos, já existia entre os habitantes da Mesopotâmia (séc. IV a.C.). Ela é a mãe da atual astronomia.
Sem dúvida, temos de reconhecer o valor da astronomia. Não se trata de adivinhação do futuro, mas de previsões dependentes de leis físicas. Por outro lado, é preciso admitir a influência dos corpos celestes, uns sobre os outros. Assim vemos a ação da gravidade, as radiações, a força da lua sobre as marés e cortes de madeira, plantio, colheitas etc.

Olhando esses aspectos, poderíamos dizer ou prognosticar que nossas ações e comportamentos também sofrem influência da ação dos astros. Mas temos de parar por aqui, embora tudo pareça ser muito verdadeiro e até tenha coincidências impressionantes.

A astrologia é um amontoado de afirmações gratuitas e, às vezes, incoerentes. Basta ler os jornais e revistas, comparar as tabelas de horóscopos, para perceber que são invenções, porque eles não batem entre si, um fala diferente do outro.

Dessa forma pessoas nascidas sob o mesmo signo deviam comportar-se de maneira igual. A pessoa humana é complexa demais para ser lida de forma tão simples e banal. O que engana são as coincidências, que sempre vão existir na vida. Se os astros têm alguma influência, isso não nos dá o direito de concluir que eles determinem e decidam por nós o futuro a ser construído. Então, não seria possível falar em liberdade do ser humano, teríamos de nos submeter a um determinismo irracional.
Não se trata de negar as influências do ambiente cosmológico. Todos sentimos as mudanças de tempo, estações, das condições meteorológicas sem, contudo, admitir o determinismo meteorológico que decide o comportamento das pessoas.

No mundo de hoje, sabemos que as pessoas não são levadas por uma ética ao lutar pela sobrevivência, pouca gente se preocupa com um modo digno de arrumar a vida. Há muita exploração, principalmente dos incautos e despreparados. Essas especulações respondem a um primitivismo de quem se sente bem em viver sob o medo ou sob o mistério. Por isso mesmo são presas fáceis de especuladores inescrupulosos.

Para se viver hoje é preciso ter os pés no chão e ter alguns critérios que ajudem no discernimento. Há muitas promessas, alarmes falsos, facilidades e acenos de bem-estar por preços módicos. A vida não é tão fácil e insignificante, é sabedoria ler a vida e projetar o futuro.

Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.


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