PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+) |
Temos
de fazer os “cursos” exigidos pela Comunidade?
Hoje,
quando em tudo se busca a “qualidade total”, em tudo se exige também
qualificação que torne o trabalho mais eficiente e conseqüentemente produza
mais e gere maior lucro. Na área do conhecimento religioso, estamos ficando
minimistas. Se no mundo do trabalho há tantas exigências, porque não se pode
exigir quando se trata da formação religiosa das pessoas, do aprendizado dos
valores básicos da construção da pessoa humana?
É
interessante a falta de formação religiosa e a falta de preparação para a vida
de fé. Enquanto se procura e se submete a testes, cursos, seminários sem perguntar
custos e tudo se faz para melhorar a remuneração e encontrar um emprego, a
Igreja também cria seus métodos de trabalho através dos quais faz veicular
elementos básicos da fé que ajudem as pessoas a viverem conscientemente sua fé.
Estão
nessa linha os cursos para noivos, crisma, batismo, catecismo de perseverança,
primeiras eucaristias etc. Através desses cursos se visa também ao sentido
comunitário da participação e integração na comunidade. Não se sustenta mais a
idéia de que precisa batizar, crismar etc., é necessário realizar tudo isso
conscientemente e com condições de futuro.
Sabemos
que às vezes a qualidade desses cursos básicos não é das melhores e mais
brilhantes, nem são teólogos os que ministram tais cursos; mas se deve levar em
conta a diversidade de auditório, de conhecimento religioso e a cultura. Mesmo
para pessoas que possuem cultura, esses cursos são bons, e quem deles participa
nessas condições dá um excelente exemplo e testemunha sua fé e sua alegria.
Os
que mais reclamam são os que mais precisam deles. São os que estão por fora de
tudo, pouco sabem sobre sua religião e participam muito pouco de sua
comunidade. Nada pior do que a auto-suficiência.
Sabemos
também que alguns palestrantes são fracos e pouco preparados, e, apesar da boa
vontade, nem sempre propõem um conteúdo de valor significativo. Eles estão
dando o que podem, mas devem procurar o pároco para uma melhor orientação e
formação. Admiramos essas pessoas, mas alertamos que boa vontade não basta.
Quando
houver alguma circunstância especial, os interessados devem procurar
diretamente o pároco e colocar suas dificuldades e impasses. Esses cursos são
normas pastorais, não são mandamentos, tudo pode ser acertado e as exceções
apenas confirmam a regra. Devemos preparar-nos melhor para vivermos
conscientemente nossa fé.
Esses
cursos são oportunidades ricas de aprendizado e de contato com pessoas de nossa
comunidade. Devemos agradecer as comunidades que nos convidam para tais cursos.
Aqui vale perceber quem vive feliz sua fé. Os repulsivos sempre vão criar caso.
Pe.
Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br(2009)
EDITORA
SANTUÁRIO
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