PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR |
Devo ou não pagar o
dízimo?
Esse
modo de falar faz a Igreja cheirar comércio e faz mais mal do que bem. Ninguém
tem de pagar; o dízimo é uma contribuição generosa feita por quem tem
consciência e percebe que ele é responsável pela manutenção do culto e pelo
crescimento de sua comunidade. Então essa pessoa assume a comunidade e passa a
ajudar com seu trabalho e economicamente.
O
dízimo tem base na Bíblia. Há referências que estão ligadas à manutenção dos
levitas e sacerdotes e do Templo de Jerusalém. É uma pena que hoje o dízimo
seja levado mais para essa direção, porque ele teria muito mais força se fosse
orientado para o social na comunidade. E aqui ficam o grande problema e uma
pergunta: “O que realmente se faz com o dízimo em nossas paróquias? Há uma
prestação de contas à comunidade?”.
Há
muitos outros meios de prover a manutenção e o crescimento das comunidades; há
outras formas de sobrevivências. Por isso a sabedoria da Igreja diz: “pagar o
dízimo segundo o costume”. Não sei se devíamos fazer um cavalo de batalha dessa
questão. Jesus chama a atenção dos fariseus sobre a preocupação exagerada com o
dinheiro. A prática de Jesus é a misericórdia e a justiça.
Compreendemos
que sem dinheiro fica difícil organizar os trabalhos na comunidade. Mas
reconhecemos que há muitos outros meios que vemos na sociedade leiga e que
funcionam bem e não são odiosos.
Não
pregamos contra o dízimo. Achamos que é um caminho de participação, por isso
cada um devia contribuir conscientemente; é uma forma de partilha e de
solidariedade, mas não se pode radicalizar. Deviam ser mais divulgadas a
pastoral do dízimo e uma dedicação em formar as pessoas. É muito mais religião
uma contribuição consciente que dispensaria taxas e pró-labore, bem como as
paróquias poderem manter certas obras sociais que supririam as deficiências da
sociedade leiga.
Não
podemo-nos esquecer da viúva que colocou no tesouro do Templo algumas
moedinhas. Na verdade colocou mais que todos, pois depositara no tesouro do
Templo tudo o que ela possuía.
Continua
sempre verdade que o que sobra para nós pertence aos pobres. A comunidade nos
chama para uma vida de comunhão e participação. Dízimo não é esmola, mas minha
participação na vida da minha Igreja.
Pe.
Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br(2009)
EDITORA
SANTUÁRIO
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