Neri Pereira da Silva |
Sozinho em casa, meus filhos com suas irmãs em Mairiporã,
aproveitei minha noite para visitar a Uneser e cumprimentar alguns amigos .
Joguei uma canção no fone de ouvido e parti pro passeio internético.
Vi o jeitão, muito parecido com o meu , do Vicente de Paulo
Zica, e ali ancorei minha nave...e como foi bom estar ali com meu amigo
ouvindo-o falar do perdão de forma tão profunda abarcando todos os jogos
mentais possíveis até o modo científico de ver a coisa...Ele me levou a rever
os ensinamentos de nosso Mestre Jesus Cristo sobre a importância do perdão...é
o tipo de visita em que você chega com um jeito meio sem saber no vai dar e sai
dali todo cheio de esperanças e mais feliz e livre... tive vontade de abraçá-lo
e agradecer pelas palavras tão cheias de Deus. Antes de partir eu me comprometi
em voltar a visitá-lo mais vezes. Precisava continuar a viagem.
A próxima parada foi no recanto dos poetas, ali estava o
Afonso de Souza Cavalcanti...ler Cavalcanti não é para qualquer um...é um ritual
litúrgico que acontece dentro da gente tamanha a sensibilidade que brota do
coração dele. A gente tem que se preparar, limpar a alma das grosserias do dia,
inspirar ar saudável pois o que vamos ingerir é néctar dos deuses...Como pode
alguém pintar tão bem o encontro de Jesus com a samaritana no poço de Jacó
usando a maestria da rima? Aí é demais da conta. E quando ele enaltece sua mãe
e nela todas as mulheres apenas pincelando livre e solto abusando outra vez das
rimas e dos volteios sonoros em cada frase? Só podia ser um Cavalcanti, um
Cavalcanti dos versos a altura do outro dos pincéis. Fiquei ali hipnotizado
pela beleza poética em tudo o que escreve mas eu tinha que
partir...infelizmente pude saborear no máximo cinco obras espetaculares desse
poeta pois o tempo me pedia prá continuar a viagem...mas prometi regressar e
continuar essa refeição ao seu lado. Agora que o vejo sem os véus do
desconhecimento, regressarei mais preparado para poder ser merecedor de tanta
sensibilidade.
O Benedito Franco já é meu conhecido há muito tempo..ele
sempre me visitava via email mas sumiu..deixou porém um par de dezenas de
causos salvos em meu arquivo de email. Ele nem sabe disso mas, quando eu não
tinha tempo de recebe-lo de imediato eu o conduzia para um departamento que
reservei única e exclusivamente prá ele...as vezes vou até lá e me deleito com
os seus causos....visitando-o hoje na uneser, já adentrei como se fosse de
casa...procurando o pé de gabiroba...mas acabei me deparando com outras pessoas
tais como o fiscal , o Sô Bernardo e outros mais...e queria perguntar ao Benê
se afinal já havia lançado seu livro...no entanto, meu coração que ainda é
humano quis falar mais alto e apreciar a alma deste escritor....O Benê, caso
raro hoje em dia, fala sobre as pessoas, seus sonhos, suas esperanças, seus
causos do dia a dia, bem parecido com aquele mineiro que adora um dedinho de
prosa. Se você gosta de conhecer gente, homens, mulheres e crianças de verdade,
não se acanhe: Entre que a casa é sua, ali se desfilam os mais variados
personagens do dia a dia do brasileiro.
Havia ainda que visitar mais um, sem pedir licença ao Benê,
roubei uns causos dele e levei comigo prá guardar num seu departamento próprio
que reservo em minha caixa de e-mails.
Próxima parada: Adilson José Cunha...tive que esquecer um
pouco toda a parafernália da nave internética para pousar mais tranquilo nesse
pedaço de chão brasileiro. Quando a gente lê Adilson Cunha a gente sente o
cheiro da terra, e se chove sente o cheiro de terra molhada..acho que em suas
veias corre o Seu Francisco e sob a sua pele se escondem serras, rios, alamedas
e avenidas ...é o tipo de escritor que me coloca em meu lugar: moro no mato,
mexo com terra, esterco, e me enfio pelos matos e rochas que enfeitam meu
espaço. Quando ele nos fala da história parece que as ruas viram gente até com
registro de nascimento e aposentadoria...mas o que me deixou pasmo foi
encontrar o " Seu Francisco feito gente aqui na tela de meu pc. O Adilson
insuflou alma no Rio São Francisco, só faltou revesti-lo com calça e camisa e
bota. É o tipo de escritor que nos faz reviver a vida de forma mais ampliada:
Olha existe outro mundo fora do seu pequeno circulo vital!
Enfim, o tempo passou e fiquei de visitar outros que estão
na UNESER, mas fica aqui um convite aos "UNESARIANOS ", não deixem de
falar com esses escritores, eles são fantásticos e certamente farão história
dentro e fora da congregação redentorista..está ouvindo Carlos Felício?, meu
incentivador no tempo de Santo Afonso. Neri
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