PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+) |
Filho
de mãe solteira pode ser batizado?
Quanta
dor de cabeça para os párocos e quanto descontentamento por erros das duas
partes, erros que poderiam ser evitados se não tomassem posições extremas.
As
mães e familiares devem compreender a razão das normas em certas paróquias que
não aceitam batizar filhos de mãe solteira. A Igreja toma algumas atitudes com
as quais não se condenam as mães solteiras, mas se pede que elas tomem uma nova
posição, façam uma reflexão e vejam que devem mudar de vida. Hoje batiza um,
amanhã outro, depois de amanhã vem um terceiro.
Se
quer batizar, mostre que já refletiu, já deu novo rumo a sua vida. Um erro se
entende, mas a repetição mostra a imaturidade da pessoa, o que também vai
impedir de educar cristãmente o filho.
Da
parte dos párocos precisa haver mais flexibilidade e mais compreensão. Não se
pode transformar uma orientação da Igreja em lei, porque “nenhuma lei feita
pelo homem tem o poder para obrigar a consciência, se for arbitrária” (Bernhard
Häring). Se não nos detivermos para examinar caso por caso, estamos sendo
arbitrários. Não se podem deixar tais casos ao critério e exame de uma
secretária paroquial, a quem não se tem obrigação de abrir a consciência. A
missão da Igreja é acolher e não excluir, e se evangeliza muito mais acolhendo
que excluindo.
Com
a preocupação de dar uma boa formação, acaba-se tornando a Igreja intolerante,
antipática e exclusora dos que a procuram em situações menos regulares.
Todos
nós sabemos a concessão do Direito Canônico: a mãe que apresente padrinhos
responsáveis que possam responder pela criança. Eles vão encaminhar essa
criança e ministrar a ela uma boa formação religiosa. Serão responsáveis em lugar
dos pais. Para que servem os padrinhos?
Não
queremos nivelar os casos ou desvalorizar as normas pastorais que todas as
paróquias devem ter; sentimos que todos devem observar essas normas, que
deverão conduzir as pessoas a uma sólida formação e a uma vida de comunidade.
Mas sentimos também que esses assuntos e normas suportam bem maior
flexibilidade.
A
rigidez nesses casos nos aproxima muito dos fariseus, que “carregam os ombros
dos outros com pesados fardos que eles mesmos não podem suportar”. Vejam o caso
dos filhos de “padres casados”, sem ter a situação pessoal regularizada; como
os colegas os passam por baixo do pano sem escrúpulo algum. Por que não passar
os outros também pelo mesmo buraco do pano?
A
intolerância lembra a advertência de Jesus aos fariseus: “Vocês ficam na porta,
não entram e não deixam os outros entrarem”.
DO
LIVRO:
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EDITORA
SANTUÁRIO
Pe.
Hélio Libardi, C.Ss.R.
Do
site: http://www.redemptor.com.br(2009)
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