PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+) |
Ir
à Igreja com que veste?
Muitos
reclamam que não vão a comunidade porque as pessoas aproveitam para fazer um
desfile de modas e ficam reparando nos outros. É uma pena essa aberração.
Hoje
a liberdade, ou algo entendido como liberdade permite que as pessoas andem e se
apresentem como querem passando por cima de situações as mais elementares.
Assim vemos do mais lindo ao mais degradante e avacalhado, onde não se tem o
senso do ridículo. Estamos entre os que sabem se colocar e os que descem à
baixaria achando que estão abafando.
Um
ditado dizia: “Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.” A veste
aparece como um sinal da pessoa humana em sua identidade e sua distinção. Num
primeiro estágio a veste é a proteção do corpo. Num segundo tempo a veste
expressa a identidade, a sensibilidade, a educação, a cultura, seus conceitos,
sua vida em sociedade, sua moral e sua ética. A realidade do moderno não dá o
direito de cada um fazer o que bem entender; vivemos numa comunidade onde seu
direito termina onde começa o meu. Essa comunidade tem suas normas, seus
códigos, seus costumes de gerenciar a vida. Dentro de sua casa, se vive
sozinho, a norma pode ser você e faça o que sentir que deve fazer às portas
fechadas.
Temos
o direito de estar à vontade, mas no lugar e tempo certos. Precisamos
distinguir as épocas da vida, o profano, o sagrado, o trabalho, a festa, o
lazer... Pela veste facilmente temos dados e informações sobre a pessoa, porque
conforme o modo de se apresentar lá estão os conceitos, a filosofia, os
objetivos, a crença e os ideais. Mesmo na pobreza se pode vestir com dignidade,
mostrando o conteúdo que vai em seu interior.
Temos
que nos conscientizar de que não podemos usar qualquer traje em qualquer lugar
e momentos. Alguns não refletem e acham que vale o que eles pensam, por isso
vão em todos os lugares vestidos de qualquer modo e reclamam se não podem
participar. Já vi padre agir dessa maneira, mas depois de deixar o sacerdócio,
na necessidade de arrumar emprego, deixou de lado a barba, o cabelo desajeitado
e o inseparável chinelo de dedo. Nada como o aperto para provar filosofias.
É
assim que vemos os trajes nas igrejas. Fazer turismo em igrejas e rezar parece
que é a mesma coisa, isso sem falar de trajes provocantes. Será que não vamos
nos tocar? Onde estão o bom senso, o equilíbrio? Dizer que é livre, por isso
anda do modo que quiser é uma bravata, porque na hora de ir ao Fórum, de
procurar emprego, a situação é outra. Até o morto a gente veste dignamente.
Igreja é Igreja e não parque, onde se faz piquenique.
Pe.
Hélio Libardi, C.Ss.R
http://www.redemptor.com.br(2009)
EDITORA
SANTUÁRIO
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