PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+) |
Os
recasados podem comungar?
O
fato de a Igreja pedir que acolhamos os recasados e de não julgar e acusar de
pecado a vida dos recasados não significa que devam abertamente participar de
tudo o que acontece na comunidade. Com certas normas a Igreja quer salvar seu
ensinamento sobre o sacramento do matrimônio.
A
preocupação da Igreja é que uma abertura para a freqüência dos sacramentos
venha a negar na prática o que ela ensina. Traga para a comunidade uma idéia de
que agora tudo é permitido e não é necessário preocupar-se com casamento
religioso, veiculando um ensinamento errado que seria um tropeço para o
trabalho na comunidade. É o problema do escândalo na comunidade e de atitudes que
geram uma desordem.
Não
há nisso nenhuma condenação das pessoas, mas é uma atitude correta da Igreja
que, como mãe e mestra, deve-nos conduzir pelos caminhos da fé com segurança.
O
fato de a Igreja não aceitar os recasados para a comunhão não é uma condenação
e não impede que eles assumam seus lugares na comunidade eclesial com seus
relativos direitos e deveres. Não se pode reduzir toda a pastoral dos recasados
à admissão ou não admissão aos sacramentos, embora muitos recasados tenham uma
profunda aspiração a receber a comunhão.
Mesmo
admitindo que os sacramentos constituem um meio fundamental para o crescimento
e sustento do cristão e para sua inserção no mistério de Cristo, não são,
contudo, o único meio e o único caminho de acesso à graça de Deus; nem a
confissão é o único caminho para o perdão, nem a comunhão é a única fonte da
graça de Cristo.
Por
isso os recasados são convidados a participar das missas, da acolhida da
Palavra de Deus. Mesmo sem a comunhão, a participação da missa será uma grande
ajuda para eles. São, portanto, chamados a participar da comunidade eclesial,
de cursos de aprofundamento, de equipes de casais, de encontro de oração, de
diversos serviços na comunidade. Tenham certeza de que Deus lhes concederá a
graça através de outros meios que não necessariamente a comunhão.
Uma
atitude sadia é a aceitação do pedido da Igreja e uma participação alegre,
procurando seu crescimento espiritual através da oração e da participação na
comunidade.
E
quando não houver o perigo do escândalo? Cada um vai agir segundo sua própria
consciência e guiado pelo sincero desejo de fidelidade a Deus. Não podemos
esquecer que a consciência é a voz de Deus em nós.
Certamente
cada um de nós tem o dever de formar sua consciência, mas é verdade que não
temos outro meio de julgar nosso agir senão através de nossa própria
consciência.
Parece
que o importante aqui é ser aberto e saber acolher as orientações da
comunidade. E perceber que Deus é quem dá a graça ainda que seja por meios
diversos do que temos. Não se sentir excluído, não se isolar e se ausentar da
comunidade.
Pe.
Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br(2009)
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