PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+) |
Que pensar da clonagem
de seres humanos?
A
história é mestra da vida; ela sempre nos traz, logo que o tempo permite,
fatos, análises, causas e conseqüências. Percebemos o homem sempre tentando
ultrapassar o limite do bom senso. Percebemos que o vírus da destruição se
propaga com maior agilidade que a semente do bem que resulta das pesquisas.
Assim vemos a performance das armas nucleares, a sofisticação das guerras
modernas. Nunca devíamos nos esquecer das lições da velha Torre de Babel,
estória nascida da sabedoria de um povo que viu a destruição nascida da ambição
humana e do desrespeito à vida.
A
pessoa humana não é peça de reposição e não é laboratório para experimentos.
Ninguém pode definir as escolhas e opções da genética e nem aprisionar a força
criativa. Nada justifica a manipulação genética em se tratando de pessoa
humana, imagem e semelhança de Deus. O homem estaria tocando no santuário mais
sagrado da vida. Quem pode prever o futuro? Podemos fazer contas e cálculos,
mas não sabemos que leis e que força se desestabilizam ou se desencadeiam na
genética.
Quem
queremos criar na clonagem e na manipulação genética de humanos? Onde queremos
chegar? Que preço vamos pagar? Será que não repugna a idéia de um depósito de
humanos como peças de reposição, sem direito de serem gerados no amor e no
carinho em vez da frieza de um laboratório?
O
homem sempre foi surpreendido pelas suas tentativas de descobertas e incursões
científicas. A natureza sempre surpreende, não basta a boa intenção. É muito
duro ficar a mercê de grandes laboratórios para poder cuidar hoje da saúde,
podemos calcular quanto o será no futuro ou quanto deverá custar uma peça
humana para reposição, o que aliás já acontece com a venda desavergonhada de
órgãos humanos.
Parece
que não é suficiente a violência degradante do comércio de órgãos, onde a
pessoa lucra e ganha ceifando vidas de irmãos. Temos que crer que esses
cientistas sejam monstros que fazem da pesquisa o mais alto valor ético e de
desenvolvimento da humanidade. Amanhã Deus não precisará se arrepender de ter
criado o homem, nós mesmos vamos lamentar resultados tão adversos onde comandou
a ganância ou imperou o desejo da fama e do poder.
Progresso
que não respeita a dignidade do ser humano é arma de destruição. Realmente não
vamos conseguir assistir a tamanha degradação. Não vamos dizer “Deus está
morto”, mas “o homem, imagem e semelhança de Deus se destruiu”.
Pe.
Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br(2009)
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