domingo, 27 de julho de 2014

ELES NOS PRECEDERAM - PE. JOSÉ BENEDICTO DA SILVA CSsR

PE. JOSÉ BENEDICTO DA SILVA CSsR
+27 de JULHO 1945 
Com os Padres Oscar Chagas, Orlando Morais e José Lopes, Pe. Silva formou a primeira turma de padres brasileiros da nossa Província. A respeito dele um cronista escreveu o que todos já diziam: “Um Israelita autêntico, sem uma sombra de maldade”. ( Jo 1, 47 ). Pe. Silva nasceu em São Luiz do Paraitinga, a 1º de novembro de 1886, e seus pais, muito pobres, eram caboclos da roça. Desde criança vivia pensando em ser padre. Tanto insistiu que, um dia, sua mãe resolveu tentar o que lhe parecia impossível. Pôs o filho num jacá e, a cavalo, foi a Aparecida saber se os padres aceitavam o seu garoto. Ao entrar na cidade (narrava o Pe. Silva) ficou tão amedrontado que, quase chorando, tratou de se “afundar” no jacá, e não quis mais olhar para fora... Mirabilis Deus! O garoto foi aceito no Colégio Santo Afonso. Embora fosse um caipirinha tímido, de inteligência mais pobre do que remediada, à custa de esforço e aplicação deu conta dos estudos e chegou ao noviciado em 1906. Professando em 1908, foi cursar Filosofia e Teologia na Alemanha. Ao voltar, trabalhou sempre como missionário, ou como professor. Nas missões era muito estimado pela simplicidade no seu modo de tratar com o povo. Sempre atrás das expressões e piadas caipiras, não deixava de contar também as suas. Pregava com clareza e naturalidade, podendo ser compreendido facilmente por todos. Como religioso era exato, e por vezes, escrupuloso na observância regu199 lar. Edificava os juvenistas com sua piedade simples e sincera, mostrando-se entusiasmado quando lhes falava da vocação e da vida redentorista. Ótimo confrade, era de uma prosa agradável e alegre, interessante para todos. Estava ele em Pinheiro Marcado (RS) como professor do Juvenato, quando começou a declinar a sua saúde: rigores do clima, aliados a uma grande saudade de São Paulo, onde crescera e trabalhara sempre. Adoecendo gravemente, precisou ser levado para o hospital de Boa Esperança. De nada valeram os cuidados médicos, e a 27 de junho de 1945, ele trocou esta vida por outra infinitamente melhor.

CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

sábado, 26 de julho de 2014

ELES VIVERAM CONOSCO - IR. PEDRO (ATANÁSIO KULURAS)CSsR

IR. PEDRO (ATANÁSIO KULURAS)CSsR 
+26 de JULHO 1949 
Avis rara! um grego redentorista. Irmão Pedro nasceu em Galípoli, perto de Atenas, a 8 de dezembro de 1881. Filho de pai marinheiro, ele também conheceu a vida no mar, viajando meio mundo, como cozinheiro de navios em diversas Companhias. Embora batizado, e tendo feito a sua primeira comunhão, ele era grego cismático, e foi em 1900 (com 19 anos) que ele se converteu para o catolicismo. Esta sua decisão foi amargamente chorada pela sua mãe, cismática de profundas convicções religiosas. A 21 de junho de 1908 casou-se em Tergesti (Itália) com Da. Eufrásia Ermelanda; e a certidão de casamento o dá como “guarda noturno”. Não sabemos, porém, quando enviuvou. Aí pelo ano de 1901 vamos encontrá-lo em Constantinopla, trabalhando por uns meses para os Padres Assuncionistas franceses. Afinal, nosso Pedro Kuluras foi parar na Argentina, de onde veio para o Brasil, em 1922. Sempre como cozinheiro, trabalhou no Rio, Paquetá, Belo Horizonte, e, por fim, não sabemos como, veio para Aparecida, em 1926, resolvido a ingressar na C.Ss.R. Foi aceito como candidato a Irmão Leigo, fazendo seu noviciado e profissão em Pindamonhangaba. Trabalhou em Araraquara, Aparecida, Penha., Pinda, Cachoeira do Sul, e finalmente em Araraquara; já não era marinheiro, mas um bom viajante. Sempre dedicado a sua arte culinária, que dominava com perfeição, Irmão Pedro não deixava de ser um homem recolhido, e de vida interior. O convertido aparecia em todo o seu modo de pensar e agir. Se não estava trabalhando na cozinha, era na capela que ele se recolhia para rezar. Suas mortificações chamavam a atenção dos confrades, pelo rigor, e, às vezes, até pelo exagero. Seus últimos anos ele os viveu em Araraquara, trabalhando enquanto teve forças. A 26 de julho de 1949 fez sua última viagem, e essa para a eternidade.

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Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

sexta-feira, 25 de julho de 2014

ELES VIVERAM CONOSCO - IR. JOAQUIM (JORGE WÖLFL) CSsR e PE. OSVALDO ANTÔNIO ARRIGHI CSsR

IR. JOAQUIM (JORGE WÖLFL) CSsR
+25 de JULHO 1957 
“Rezador e trabalhador” — nisto se resume a sua vida. Assim escreveu o Cronista a respeito do nosso Irmão Joaquim. Nascido a 26 de abril de 1881, ele era um bávaro de acordo com o figurino. Piedoso, calmo, trabalhador incansável, e sempre de bom humor. Ainda garoto, aprendeu com seu pai o ofício de sapateiro. Em Setembro de 1905 professou na C.Ss.R. e em 1908 veio para o Brasil, permanecendo em Aparecida, como sapateiro, até 1915. De 1917 até a morte, ele trabalhou sempre como chacareiro, em Aparecida, Trindade e Campinas (GO). Dirigindo a chácara de Aparecida durante 26 anos, foi um exímio fabricante de vinhos. Era sempre com muito prazer que oferecia um bom copo dos seus produtos vinícolas aos confrades que o visitavam no seu centro de trabalho. Em Goiás teve a seus cuidados a nossa fazenda, com muitos camaradas, grandes plantações de arroz, feijão, milho e cana, bem como a criação de porcos, galinhas, vacas e abelhas. Em 1957 sofreu horrores, quando se viu atacado de câncer; e o que mais o martirizava era a sua inatividade. Com muita humildade recebia as visitas dos confrades, sempre pedindo perdão ao Provincial por não poder trabalhar mais. Consolava-se, porém, sabendo que estava trabalhando no campo do sofrimento, onde ninguém gosta de trabalhar. Reduzido a pele e ossos, faleceu a 25 de julho de 1957, suportando com edificante paciência o câncer que o foi consumindo aos poucos — diz o seu Necrológio. A vida do Irmão Joaquim é uma recordação de humildade, oração e trabalho, coroada com uma morte heróica. 
PE. OSVALDO ANTÔNIO ARRIGHI CSsR
+25 de JULHO 1986 
Nasceu em Tambaú-SP a 24 de julho de 1920. Eram seus pais Colombo José Arrighi e Vitória Valezin. Tiveram 10 filhos e o Pe. Arrighi era o terceiro. Com 4 anos seus pais mudaram-se para Vargem Grande do Sul, onde cresceu. Em 8 de fevereiro de 1934 entrou para o Pré-Juvenato de Pindamonhangaba, passando no fim do mesmo ano para o Seminário de Santo Afonso de Aparecida. Professou na C.Ss.R. a 2 de fevereiro de 1942, em Pindamonhangaba. Fez seus estudos de filosofia e teologia em Tietê, de 1942 a 1947. Foi ordenado sacerdote a 6 de janeiro de 1947, em Tietê, por Dom José Carlos de Aguirre, bispo de Sorocaba-SP. Celebrou sua primeira missa solene a 12 de janeiro de 1947, em Vargem Grande do Sul. Trabalhou alguns anos como cooperador em nossas paróquias. Em 1951 fez o 2.º Noviciado em Pindamonhangaba. A maior parte de sua vida foi missionário. Trabalhou nos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Goiás. Em Garça-SP construiu uma igreja em formato de barco. Era músico, escritor, poeta. Possuía uma capacidade extraordinária de trabalho. Escreveu e musicou “Brasília - Melodrama do século XX” como homenagem pela construção da nova capital. Era bom confrade, embora... falasse bastante! Seus últimos anos passou em São João da Boa Vista, como cooperador em nossa igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Sua saúde já não estava boa: passava o dia praticamente no quarto. Sofria problemas mentais. No dia 27 de março de 1986 teve um derrame, caiu no quarto e fraturou o fêmur. A operação na perna correu bem, mas, devido ao derrame, ficou com o lado esquerdo paralisado. Não andou mais. A 13 de julho de 1986 teve um novo derrame e já não falou mais, embora ouvisse e entendesse tudo. No dia 25 de julho de 1986, um dia depois de completar 66 anos, às 22h50, voltou para o Pai e foi receber o prêmio eterno prometido aos servos fiéis. Estava com 66 anos de idade e 39 de sacerdócio. (Comunicado do Governo Provincial)

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Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

quinta-feira, 24 de julho de 2014

ELES VIVERAM CONOSCO - José Carlos Edgar Ferrari CSsR

O padre José Carlos Edgar Ferrari CSsR, da paróquia São Roque, na vila Progresso, em Jundiaí, morreu na noite da terça-feira(22/07/2014). Ele tinha 69 anos. O corpo foi velado na própria paróquia. O Bispo Diocesano, Dom Vicente Costa, e padres do clero diocesano concelebraramm a missa de corpo presente, às 15h30. O enterro ocorreu às 17 horas de 23/07/2014, no cemitério Nossa Senhora do Desterro.

Me lembro que quando terminou o retiro , os dois(O pe.Libardi e o pe.Ferrari ) saíram em disparada rumo à Aparecida. Penso que não pararam na terra da Mâe Aparecida, pq o primeiro morava em Araraquara e o segundo em Jundiaí.Um estava no caminho do outro. LIbardi nos deixou por primeiro. Só ficaram as saudades. E olha que são tantos . Além dos dois nos deixou Edélcio, Bueno ,recentemente , Torati, Gilberto e outros que não me lembro.Todos foram da nossa convivência na UNESER ( Uniáo Nacional dos Ex Seminaristas Redentoristas). Diácono Adilson Cunha

terça-feira, 22 de julho de 2014

ELES VIVERAM CONOSCO - Pe. José Balduíno Vogel, C.Ss.R.

Pe. José Balduíno Vogel, C.Ss.R. 
+22 de julho de 2012 
A Congregação do Santíssimo Redentor de Goiás comunicou o falecimento do Pe. José Balduino Vogel, C.Ss.R., aos 89 anos, ocorrida na tarde do domingo, 22 de julho de 2012. O missionário estava em férias no acampamento Cuiu-Cuiú, no Rio Araguaia, região norte de Goiás. Pe. Vogel nasceu em Campinas das Missões (RS) em 02 de março de 1923, filho de Lorenço Vogel e Anna Maletz Vogel. Em setembro de 1936, ingressou ao Seminário Redentorista, fazendo seu noviciado em Pindamonhangaba (SP) em 1944, e sua profissão religiosa em 02 de fevereiro de 1946. Cursou em seguida Filosofia e Teologia em Tietê (SP). Foi ordenado Diácono em 22 de outubro de 1950 e Presbítero em 27 de dezembro de 1950, celebrando sua primeira missa em Alecrim (RS). Sua atuação missionária foi bastante extensa: vigário na Paróquia Nossa Senhora da Conceição (Matriz de Campinas), em Goiânia (GO), de 1952 a 1954, sendo transferido depois para a paróquia de Aparecida (SP), onde atuou 1956, quando fez o segundo noviciado – preparação para integrar-se à equipe missionária. Em seguida, foi enviado para o Rio Grande do Sul, onde atuou em diversas cidades de 1956 a 1979. Foi pároco em Crixás (GO), de 1979 a 1981, quando foi transferido para a paróquia de Cachoeira do Sul, onde atuou três anos. Em 1984, padre Vogel foi para Belém (PA), onde atuou de 1984 a 1993, quando ingressou no movimento do Neo-Catecumenato. 
Uma das últimas fotos do padre Vogel, com os caravaneiros às margens do Rio Araguaia (julho/2012) 
Também em 1993, foi transferido para a paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Brasília (DF). Em 2001, foi adscrito na Província de Goiás, e atualmente cooperava na Congregação Jesus Sacerdote, de Marília (SP). O corpo do Pe. Vogel foi velado na Paróquia Divino Pai Eterno, em Trindade (GO). Na segunda-feira, 23 de julho de 2012, às 10 da manhã, foi celebrada a missa de corpo presente, e em seguida o sepultamento. 
Ir.Diego Joaquim

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. AMADOR LEARDINI CSsR

PE. AMADOR LEARDINI CSsR
+22 de JULHO  2000 
Pe. Amador Leardini foi uma presença decisiva no processo de atualização da Província de São Paulo. Nasceu ele em Mauá S. P., em 1925. Ainda criança, seus pais, uma família de agricultores, mudaram-se para Itatiba. Aos 12 anos entrou para o Seminário Santo Afonso, em Aparecida. Aquele garoto pequeno e magricela, muito vivo e, ao mesmo tempo estudioso, tranqüilo e bem comportado, loirinho de cabelos encaracolados e olhos azuis, logo recebeu o apelido de Gatinho. O noviciado, ele o viveu em Pindamonhangaba. Professou na C.Ss.R., a 02 de fevereiro de 1945. Fez o Seminário Maior em Tietê onde foi ordenado sacerdote a 27 de dezembro de 1949, por Dom José Carlos de Aguirre, bispo de Sorocaba. Deixou o Estudantado em janeiro de 1951 e em julho desse mesmo ano, viajou para Roma, para cursar Teologia sistemática no Angelicum e Teologia Moral na Academia Afonsiana. Em julho de 1954 regressou ao Brasil. Em 1955 fez o Segundo Noviciado, já se preparando para as missões populares, e começou a dar aulas de Teologia Moral, no Seminário Maior de Tietê até 1964. Foi Prefeito dos Estudantes no momento em que apareciam os primeiros sinais das profundas mudanças de estilo de vida e de formação dos clérigos. Eram os anos de inícios do Concílio. A presença e atuação do Pe. Leardini ajudaram decisivamente nesses momentos críticos. Contavam muito sua dedicação absoluta, presença constante e participativa entre os estudantes, seu exemplo de vida, suas confe191 rências e palestras cheias de sabedoria e de ciência. Foi, em seguida, Vice-Provincial da Vice-Província de Brasília. Como Conselheiro Provincial, voltou para São Paulo. Nomeado Mestre de Noviços, exerceu essa missão no Seminário São Geraldo, no Potim, S. P. Primeiro Provincial eleito pela Província de São Paulo, ficou no cargo por dois triênios, do final de 1969 até outubro de 1975. Desempenhou tal responsabilidade no período extremamente complexo de inícios da adaptação da Província aos novos tempos. Presidiu o longo Capítulo Provincial de 1970- 71, onde foram redigidos os novos Estatutos Provinciais e tomadas resoluções importantes para a Província. Esta iniciava a caminhada do sistema tradicional de vida para o estilo renovado, dentro das orientações do Concilio e das então recentes Constituições da C.Ss.R., inteiramente reformuladas pelo Capítulo Geral de 1967-69 e então em fase experimental. Em seu Governo, entre outras medidas, foram decididos a criação do ITESP, a venda do Alfonsianum, o prédio do estudantado na Raposo Tavares, em São Paulo, o deslocamento do tempo de Noviciado para depois da Filosofia, os estudos filosóficos em Faculdades, localização do Noviciado na casa do Jardim Paulistano, as aquisições no Ipiranga da residência dos clérigos teólogos e de duas casas para a instalação da biblioteca provincial e da comunidade dos professores, a criação das comunidades das Pesquisas Religiosas (professores), em São Paulo, e das Comunicações, em Aparecida, e a transferência da sede provincial e do escritório provincial para a casa adquirida na Avenida Angélica, em São Paulo. Foram também construídos os novos prédios para a Editora Santuário e para a comunidade de Araraquara. De 1976 a 1981 dedicou-se à pregação das Missões Populares. Foi nomeado mais uma vez Mestre de Noviços, em São João da Boa Vista S.P. No meio dessa responsabilidade sofreu um enfarte do coração e precisou ser safenado. Transferido para a Basílica de Aparecida, dedicou-se ao apostolado com os romeiros. Residiu ainda em São João e depois Tietê onde morava ultimamente. Em nossas igrejas foi sempre um zeloso e atuante sacerdote, um confessor e conselheiro muito procurado pelas pessoas. Numa entrevista, em seus timos anos, ele pôde dizer: "Pen192 sando no que passei, minha impressão é que cumpri meu papel na Congregação. Isso me traz tranqüilidade e calma. Vivi tempos difíceis." Celebrou seu jubileu de ouro de sacerdócio no dia 27 de dezembro de 1999. De saúde frágil, mas muito determinado e trabalhador, só a muito custo e pela obediência entregava-se nas mãos dos médicos. A forte anemia que o maltratava foi complicada por outros males e teve de ser internado na Unidade de Terapia Intensiva da Beneficência Portuguesa, onde permaneceu quase o tempo todo sedado. Faleceu no dia 22 de julho de 2000. Foi velado no convento do Santuário Nacional de Aparecida, cidade onde foi sepultado. Pe. Leardini era um verdadeiro Redentorista, um homem piedoso, um homem de oração. Muito inteligente, sensato e prudente, de convivência agradável, foi respeitado e querido pelos confrades. Na juventude tinha sido um bom esportista e pela vida toda conservou o gosto pela pesca. Sempre procurou exercer, com a maior dedicação, todos os encargos que recebeu. Descanse em paz, Pe. Leardini, e, junto do Senhor, interceda por nós. (Pe. Vítor Hugo)

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Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

segunda-feira, 21 de julho de 2014

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. VÍTOR COELHO DE ALMEIDA CSsR-SERVO DE DEUS

PE. VÍTOR COELHO DE ALMEIDA CSsR
+21 de JULHO 1987 
Nasceu o Pe. Vítor em Sacramento- MG, filho do professor Leão Coelho de Almeida e Maria Sebastiana Alves Moreira. Era o dia 22 de setembro de 1899. Perdeu ele a mãe aos 7 anos de idade e foi criado primeiro pela avó materna, passando depois aos cuidados do tio Cônego Vítor, no Rio de Janeiro, enquanto o pai percorria cidades e fazendas no ofício de professor primário. Cresceu sem disciplina, insubordinado. Em 1911, entrou para o Colégio Santo Afonso, de Aparecida-SP, internado pelo tio que tentava dar-lhe uma chance de educação. Sincero, o menino declarou que não queria ser padre, mas o diretor o aceitou assim mesmo. Mais tarde, esteve a ponto de deixar o seminário. Mais uma vez foi inspirado o Pe. João Batista, o diretor que o conservou. Vítor apegou-se à Nossa Senhora Aparecida: “Atravessei por vezes fortes tentações contra a vocação. Nestas ocasiões, para não dar passo em falso, recorria a Nossa Senhora, punha em suas mãos minha vocação e tudo passava”. Em 1917 foi ele para o Noviciado, em Perdões-SP. Professou dia 02 de agosto de 1918. Iniciou a Filosofia em Aparecida, mas em 1920, indo para Gars, na Baviera, ali completou os estudos filosóficos e dedicouse à Teologia. Em 1921 a tuberculose instalou-se pela primeira vez em seus pulmões. Os estudos teológicos foram prejudicados pela doença. Assim mesmo, conseguiu terminá-los e, em 1923, foi ordenado sacerdote, celebrando a primeira missa, com muita festa e solenidade, em Forcheim, na Baviera. De 1926 a 1930, encontramos o jovem Pe. Vítor como brilhante catequista em Araraquara. Já antes, desde sua chegada da Alemanha, ele desempenhara o mesmo ministério em Aparecida. De Araraquara foi para a Penha, em São Paulo. Fez o 2P º P Noviciado e foi para Goiás, onde foi missionário por 1 ano e meio, renovando os métodos de acordo com o aprendido com o Pe. Estêvão Maria, seu mestre. De 1936 a 1940 viveu anos de intensa atividade missionária na Penha e em Araraquara. Ao mesmo tempo, desenvolvia o papel de animador vocacional, arrebanhando para o seminário dezenas de garotos e adolescentes. Quando estava no auge, zeloso e competente, reconhecido e famoso, líder dinâmico e admirado das Missões, a tuberculose, mais uma vez e agora com maior virulência, obrigou-o a interromper tudo e internar-se em Campos de Jordão. De 1941 a abril de 1948 esteve internado no Sanatório Divina Providência. Apóstolo do sofrimento, foi ao mesmo tempo uma presença missionária entre as doentes. Já em pleno restabelecimento, em 1947, dedicou-se ao apostolado pela Rádio ZYL-6, de Campos de Jordão. Com a saúde recuperada, veio o Pe. Vítor para a comunidade de Aparecida. Aí dedicou os restantes 39 anos de vida à pastoral pela Rádio Aparecida, junto aos romeiros e ocasionais saídas para diferentes cidades de vários Estados. Foi o criador da missãozinha dos Romeiros, com 2 ou 3 pregações e celebrações diárias na Basílica. Foi um pregador e catequista carismático, um homem de Deus e da Senhora Aparecida. Por alguns anos assumiu a direção da Rádio. O Clube dos Sócios, foi por ele fundado. Um homem de fé, que viveu a fé, um homem de oração, um estudioso que procurou constantemente estar atualizado, um confrade que participou intensamente da vida comunitária, da oração, das reuniões, das recreações e dos passeios, uma presença integrada, com suas características muito próprias, trabalhou praticamente até o último dia de vida. Faleceu, de um edema pulmonar, na manhã do dia 21 de julho de 1987, lúcido e rezando enquanto era levado para o hospital. Já no carro dizia: “Vamos rezar, é hora de rezar”. Milhares de fiéis, religiosos, sacerdotes e bispos prestaram-lhe sua homenagem num velório, exéquias e sepultamento de homem venerado como santo. O processo canônico de beatificação do Pe. Vítor Coelho de Almeida foi introduzido solenemente pela Arquidiocese de Aparecida na festa da Padroeira de 1998. (Pe. Víctor Hugo)

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Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

domingo, 20 de julho de 2014

ELES NOS PRECEDERAM - IR. GERMANO ( THOMAZ SCHEUGENPFLUG) CSsR

IR. GERMANO ( THOMAZ SCHEUGENPFLUG) CSsR 
+20 de JULHO 1945 
Este nosso Irmão nasceu em 1866, filho de lavradores bávaros. De seus pais ele herdou uma respeitável força física, muito amor ao trabalho, e uma piedade simples, sem adornos. Chegou ao Brasil em 1895, pouco depois da sua profissão, e viveu quase sempre em Campinas (GO), trabalhando como cozinheiro ou hortelão. Na construção das nossas casas e igrejas em terras goianas sua força pôde se divertir com as pedras que ele arrebentava, ou com as toras que cortava e lavrava no mato. Naqueles anos de grandes sacrifícios e privações, era com alegria que enfrentava a dureza do trabalho. Sempre pronto, não conhecia queixas nem cansaço. E, aos domingos, não podendo trabalhar, ia passar horas na capela, com seu terço e livros de piedade. Já idoso, foi transferido para Cachoeira do Sul, onde apesar de doente, não faltava aos exercícios comuns, ajudando sempre na cozinha, na horta ou na limpeza da casa. Pela sua simplicidade e candura, ganhou a admiração não somente dos confrades, mas também dos estranhos, que nele viam uma alma realmente de Deus. Com admirável paciência suportou os sofrimentos da última doença. E, rezando sempre, recebeu a morte que o levou para junto do Pai no dia 20 de julho de 1945.

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terça-feira, 15 de julho de 2014

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. CONRADO MARIA JOSÉ CALCANHO GAGLIARDI CSsR

PE. CONRADO MARIA JOSÉ CALCANHO GAGLIARDI CSsR
+15 de JULHO  1991 
Nasceu no dia 30 de setembro de 1928, na cidade de São Paulo, no Bairro da Penha. Filho de João Conrado Tosi Gagliardi, italiano de Busto Argísio (perto de Milão) e Maria Luíza Anselmo Calcagno Gagliardi, italiana de uma aldeia perto de Gênova. Família religiosa e de pais praticantes. Teve três irmãs religiosas da Congregação das Vicentinas de Gysegen, Foram 15 filhos no total que o casal teve, dos quais sete não chegaram a um ano de idade. Foi coroinha na Penha, em nossa igreja e aos 28 de janeiro de 1940, no final do 4º ano primário, entrou para o Seminário Santo Afonso, em Aparecida. Fez a profissão religiosa aos 02 de fevereiro de 1948; a profissão perpétua aos 02 de fevereiro de 1951. Fez os estudos superiores em Tietê, vindo a ser ordenado sacerdote no dia 27 de dezembro de 1952, em Tietê, pelo bispo D. José Carlos de Aguirre. Sua vida pastoral começa dando aulas no Seminário Santo Afonso, em fevereiro de 1954 (Português, Apologética, História Universal, Liturgia, Música) até 1956. Passa para o Seminário Maior de Tietê como professor de Música e Liturgia em 1956. Em 1957 foi coadjutor em Campinas- Goiânia. Em 1958- 1960: atendimento na Basílica de Aparecida. Em 1959-1960: professor de Filosofia no Seminário Maior, em Tietê. Nesse meio de tempo (65-67) fez o curso de Bacharelado e primeira licença em Filosofia pela Universidade de Louvain (Bélgica). Em 1973- 1976: arquivista provincial e missionário. Em 1976 passa para a Equipe de Missões populares ate’ ir para Roma, a serviço do Arquivo Geral da C.Ss.R., em 1988. Inteligente e muito culto, com problemas de saúde, embora o psicólogo e psiquiatra Dr. Colé tenha dito que Pe. Conrado não tinha nada, sofreu com operação de tireóide e daí talvez lhe tenham vindo os problemas. Tomava muito remédio. Não aceitava muito a opinião dos outros, e tinha muita dificuldade para a vida comum. Mas foi dedicado em seus trabalhos. Acredito que a doença o perseguiu desde o nascimento, pois nasceu muito raquítico. Faleceu em Roma, na hora de sua partida de volta para o Brasil. Tudo indica: bloqueio das vias respiratórias. Foi enterrado em Roma. Rezemos por ele. (Comunicado do Provincial Pe. Hélio de Pessato Libardi)

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Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
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domingo, 13 de julho de 2014

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. RAFAEL ( JOAQUIM VICENTE) FERREIRA DA SILVA CSsR

PE. RAFAEL ( JOAQUIM VICENTE) FERREIRA DA SILVA  CSsR
+13 de JULHO 1988 
Pe. Rafael, quinto entre oito irmãos, filho de Euzébio Ferreira da Silva e Maria Ângela Cirilo Silva, nasceu em Formiga- MG, a 19 de maio de 1919. Sendo sapateiro de profissão, foi sacristão em Formiga durante 5 anos. Esteve um ano como irmão com os salesianos. Entrou como candidato para a C.Ss.R., em Pindamonhangaba, em 1939, mudando então seu nome de Joaquim Vicente para Rafael, conforme era costume na época: os irmãos mudavam de nome. Fez o noviciado em 1940, em Pindamonhangaba e professou no dia 02 de fevereiro de 1941. Como irmão trabalhou em nossas comunidades: Seminário Santo Afonso, Basílica de Aparecida, Penha, São João da Boa Vista, Seminário São Geraldo. Desempenhou os encargos de sapateiro, cozinheiro, jardineiro e sacristão. Tinha boa cultura intelectual e religiosa. Desde 1968 começou a trabalhar na pastoral direta, ajudando nas missões, pertencendo às comunidades missionárias de São João e Araraquara. Em 1979, tendo obtido a licença dos superiores, começou os estudos teológicos, morando na comunidade do Jardim Paulistano e freqüentando o ITESP (Instituto Teológico São Paulo). Nos fins de semana ia ajudar em Aparecida. Ajudava também em Semanas Santas e Novenas. Terminou os estudos em fins de 1982. Tendo sido ordenado diácono em dezembro de 1981, foi ordenado sacerdote por Dom Geraldo Maria de Morais Penido, no dia 8 de janeiro de 1983, na Basílica Nova em Aparecida. Transferido para São João, trabalhou nas missões até setembro de 1983. Já sofria da doença que o levou, mas ocultou isso enquanto pôde. Por ordem expressa dos superiores, veio para São Paulo e foi operado, quando se verificou que o mal ( câncer da próstata) já avançara demais e não havia mais esperança de cura. Após a operação, quis fazer a recuperação em Aparecida, para onde foi transferido em janeiro de 1985. Tinha de usar sempre uma sonda na bexiga e sua doença foi sempre piorando, apesar da resistência admirável do Pe. Rafael, que os médicos admiravam muito. Contra todas as expectativas, trabalhou durante anos até agosto de 1987, na Basílica de Aparecida, atendendo os romeiros: confissões, missas, ritos penitenciais, batizados, etc. Foi operado mais duas vezes, para minorar as dores que sofria e ficou no leito de dores por longos 10 meses. Ele mesmo dizia que estava “como Jesus no Calvário”. Sofria dores atrozes, que os medicamentos não conseguiam eliminar. Pedia que Jesus e Maria o viessem buscar, mas entregava tudo nas mãos de Deus, a cuja vontade se submetia. Faleceu no dia 13 de julho de 1988. (INFORMATIVO, 23-SP, nº. 111, julho/88, pg. 42)

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Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

sexta-feira, 11 de julho de 2014

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. PAULO FORSTER CSsR e PE. LEONARDO ECKL CSsR

PE. PAULO FORSTER CSsR
+11 de JULHO 1964 
Natural de Lanshut, na Alemanha. Nasceu a 26 de junho de 1888. Com 12 anos ingressou no Juvenato C.Ss.R. em Gars, professando em 1912. Teve de interromper seus estudos superiores, convocado para o exército, na guerra de 1914. Na batalha de Verdum, em 1916, foi ferido com um estilhaço de granada. Com dispensa especial, devido a um defeito que lhe ficou em uma das mãos, pôde continuar os estudos, sendo ordenado em 1919. Em abril de 1920 chegou ao Brasil, cumprindo a promessa que fizera na guerra, de trabalhar para Nossa Senhora na Vice-Província brasileira. Pe. Paulo era dono de ótima inteligência. É o que mostra um de seus atestados de estudos, com as notas “Optime” e “excelenter” em todas as matérias. Muito bom desenhista, de letra impecável (apesar do defeito na mão), lecionou Matemática, Física, Química, Astronomia, Mineralogia, Latim e Grego; foram as suas matérias durante os 25 anos que trabalhou no Juvenato (Aparecida). Em 1949, já cansado de lecionar, foi transferido para Goiás. Esteve depois em Araraquara e São João da Boa Vista, auxiliando nos trabalhos da Casa. Mais tarde, já com a saúde abalada, foi transferido para a Penha; e aí travou sua última batalha, enfrentando pacientemente longos meses de sofrimento, para falecer a 11 de julho de 1964. O seu “Diário de Guerra” (manuscrito) está no nosso Arquivo Provincial. 
PE. LEONARDO ECKL CSsR
+11 de JULHO 1972 
Nasceu na Alemanha a 15 de julho de 1889, ingressando no Juvenato C.Ss.R. em 1901. Fez a sua Profissão em 1909, e após seus estudos de Filosofia e Teologia, doutorou-se em História Eclesiástica. Veio para o Brasil em 1935, já nomeado Vice-Provincial. E o cargo não lhe foi nada leve, principalmente a princípio, devido à falta de conhecimento da língua e das condições da Vice- Província. Teve o mérito de fundar a Casa-Estudantado de Tietê, solenemente inaugurada a 24 de janeiro de 1937. Grande pregador de retiros para religiosas e sacerdotes , teria pregado, segundo afirmou, mais de 400 retiros aqui no Brasil. — Deixando o cargo de Vice-Provincial, trabalhou ainda em Araraquara, e depois, na Província de Porto Alegre, à qual foi adscrito nos seus últimos anos. Idoso, e bastante enfermo, pensou ainda em voltar para alguma casa da nossa Província, onde esperava morrer. Mas não chegou a realizar esse desejo, pois faleceu em Porto Alegre a 11 de julho de 1972. 
Pe. Leonardo liderou um numericamente pequeno mas aguerrido movimento de confrades alemães da Província que se opuseram à separação desta da Província da Baviera. Queria que o Rio Grande do Sul fosse separado de São Paulo e constituído como Vice-Província dependente da Baviera. Eleito vogal para o Capítulo Geral de 1947, ali trabalhou nesse sentido contra a Província que o elegera. O projeto não foi adiante e ele permaneceu como membro da Província de São Paulo, assumindo várias responsabilidades, tais como coordenador e professor do curso de pastoral para os padres novos, curso que por alguns anos funcionou na Penha, em São Paulo. (nota do editor)

CERESP

Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

quarta-feira, 9 de julho de 2014

SANTA MADRE PAULINA

Amábile Lucia Visintainer nascera em 16 de dezembro de 1865, em Vígolo Vattaro na Itália. Aos dez anos mudara-se para o Brasil com a sua família. A região onde Amábile nascera pertencera ao Império Austro-Húngaro. Só depois mais tarde passara a pertencer à Itália. Destarte, a santa pode ser considerada austro-brasileira como também, ítalo-brasileira. Napoleone Visintainer e Anna Planezzer foram seus pais. A prole deste casal era numerosa sendo que Lucia era a segunda numa escala de catorze. Desde muito cedo se dedicara às coisas do alto e, feita a primeira comunhão, iniciara a participação na vida eclesial da comunidade. Como sua participação era intensa, fora dada a ela a responsabilidade da catequese paroquial. Ao mesmo tempo se encarregara da limpeza da capela e diariamente visitara aos enfermos. A menina fora batizada um dia após o seu nascimento, tendo recebido o sacramento da crisma aos nove anos e a eucaristia aos doze. Como sempre, os sacramentos de iniciação cristã são administrados separadamente. Juntamente com Virgínia Nicolodi, deixaram a casa paterna e foram morar numa choupana, passando a cuidar de uma senhora enferma. A sta.Visintainer estara com vinte e cinco anos. Fora o embrião da congregação que estara se iniciando. Era o dia doze de julho de 1890. Permaneceram nesse lugar por cinco anos , quando se transferiram para Nova Trento, ainda em Santa Catarina. Ganharam nome. Filhas da Imaculada Conceição. Tratara-se de uma congregação diocesana, assumida por D.José de Camargo Barros, bispo da diocese de Curitiba-PR. No ano da mudança para Nova Trento emitiram os votos religiosos, ou seja, pobreza, obediência e castidade e tiveram os nomes mudados. Amábile recebera o nome de Ir. Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Em 1887, Amábile tornara-se órfã de mãe e fora obrigada a cuidar da casa paterna, até o pai se casar novamente. As irmãs, para autosustentar-se trabalharam na roça como meeiras e na pequena indústria de seda que havia por lá. Em 1903 fora eleita superiora geral e mudara-se para São Paulo e, na colina do Ipiranga, junto a uma capela, iniciara a obra da “Sagrada Família” para abrigar os filhos de escravos, órfãos e velhos. Ficara nesse cargo apenas seis anos. Em 1909, passara a viver em Bragança Paulista e em 1918, como testemunha de vida, retornara a São Paulo, vivendo como simples religiosa, isto é, sem encargos. Fora morar na capital a fim de que sua presença fosse uma testemunha para as moças que estaram ingressando na Congregação. Entre 1918 e 1938 cuidara das irmãs enfermas, rezara intensamente e começara a via sacra dos sofrimentos, devido à diabete que a levara a cegueira e amputações, começando pelo braço direito. Buscara forças na Eucaristia, centro de sua vida. Tinha grande intimidade com o Senhor. Era devota da Imaculada Maria Santíssima. E era também desapegada e tudo fazia por todos, inclusive os mais necessitados , os abandonados , os enfermos. Em São Paulo viera falecer no dia nove de julho de 1942, recitando a jaculatória: “seja feita a vontade de Deus”. Ir. Paulina fora beatificada pelo papa João Paulo II na visita que fizera a Florianópolis-SC e, canonizada pelo mesmo papa em19/05/ 2002. Em sua homenagem fora erguido o Santuário de Santa Paulina em Vígolo, Nova Trento, Sta.Catarina. Dia nove de julho é o dia da Festa Litúrgica de Santa Paulina. Que ela rogue por nós junto a Jesus Cristo, nosso intercessor. 
Adilson José Cunha

terça-feira, 8 de julho de 2014

ELES VIVERAM CONOSCO - PE ANTÔNIO DA CRUZ VAZ CSsR

PE ANTÔNIO DA CRUZ VAZ CSsR
+8 de JULHO  1979 
Nasceu em São Paulo, a 8 de agosto de 1924. Era de família portuguesa, bastante simples; e seu pai, o “seu Abílio” foi, durante 30 anos, o nosso chacareiro na Penha, ajudando, também, quando necessário, nos trabalhos da Casa, como porteiro ou cervejeiro. A 2 de fevereiro de 1937 “o Cruz” (assim chamado) ingressou no Juvenato Santo Afonso (Aparecida), professando a 2 de fevereiro de 1945. Fez o Seminário Maior em Tietê, sendo ordenado a 27 de dezembro de 1949. Aparecida e Penha foram o campo de apostolado onde trabalhou até 1956, ano em que fez o segundo Noviciado. Dedicou-se depois às Missões, nas Casas de Araraquara e São João da Boa Vista. De 1974 a 1978 colaborou como Ecônomo na Vice-Província de Brasília, para a qual fora transferido. Em maio de 1979 estava em Ipamerí, preparando uma nova Fundação, e trabalhando ativamente na Pastoral da região. Certo dia, ao regressar de um trabalho na zona rural, sentiu-se muito mal, sendo logo internado para os necessários exames. Resultado: cirrose e câncer no fígado. Foi trazido logo para São Paulo e internado no Hospital Sírio Libanês. Novos e acurados exames para os médicos informarem: nenhuma esperança de recuperação. No hospital tudo foi feito para diminuir o sofrimento do enfermo, com o qual permanecia sempre nosso Irmão Rafael. Durante alguns dias, embora acamado, Pe. Cruz ainda pôde concelebrar com o Provincial que, numa dessas concelebrações, lhe ministrou a Unção dos Enfermos. No dia 8 de agosto, porém, não pôde mais concelebrar. Aí pelas 3 horas, iniciada a Santa Missa por um dos nossos, ele já estava agonizando. Em meio às orações dos parentes e conhecidos, à hora da Comunhão, ele expirou tranqüilamente, para iniciar a sua Comunhão eterna. (Comunicado do Governo Provincial)

CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

domingo, 6 de julho de 2014

ELES VIVERAM CONOSCO - IR. MANUEL (ANICETO DE MOURA) CSsR

IR. MANUEL (ANICETO DE MOURA) CSsR
+6 de JULHO  1950 
Irmão do nosso Pe. Raimundo Moura, nascido perto de Uberaba (MG) a 17 de abril de 1900, ingressou na C.Ss.R. aos 28 anos, professando a 26 de abril de 1930, em Pindamonhangaba. Piedoso, muito quieto e observante, não sentia, porém, qualquer atração pelo trabalho na cozinha; e foi justamente como cozinheiro que ele trabalhou sempre, em diversas de nossas casas. Em 1947 vítima de um incomodo cardíaco, sofreu um grave acidente, cujas conseqüências muito o fizeram sofrer pelo resto da vida. Acabou deprimido, pessimista, achando-se inútil na Congregação. Apesar de toda a paciência e boa vontade dos superiores que lhe facilitaram toda sorte de tratamentos, o pobre Irmão insistia em voltar para junto de sua família, temendo ser um peso para os confrades. Tanto insistiu que a dispensa dos votos lhe foi concedida pelo Pe. Geral. Providencialmente, porém, antes que o documento lhe chegasse as mãos, sua fraqueza cardíaca o levou para junto do Pai, em Araraquara, a 6 de julho de 1950.

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Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

sexta-feira, 4 de julho de 2014

ELES NOS PRECEDERAM -PE. JOSÉ FRANCISCO WAND CSsR

PE. JOSÉ FRANCISCO WAND CSsR
+4 de JULHO 1937 
Foi um dos grandes benfeitores da Vice-Província, pelo muito que sofreu e realizou. Único prussiano entre os Padres bávaros, ele nasceu em Heiligenstadt, a 1º de dezembro de 1882. Dos seus 9 irmãos, dois outros também se tornaram padres: um secular, e outro franciscano, que veio trabalhar entre os índios do Xingu. Entrando no Juvenato de Gars em 1893, Pe. Francisco professou em 1902, sendo ordenado a 16 de junho de 1907. No ano seguinte veio para o Brasil, iniciando sua vida aqui como professor no Juvenato, em Aparecida. Estando nos planos dos Superiores uma fundação em Porto Nacional, para onde já havia sido nomeado Bispo o nosso Pe. Orlando Morais, Pe. Francisco foi encarregado de preparar a fundação. Com muito entusiasmo viajou ele para Porto Nacional, e iniciou seu trabalho. Mas Pe. Orlando acabou renunciando ao Bispado, e a fundação fracassou. Pe. Francisco permaneceu então seis anos em Campininhas, como missionário. De zelo incansável e ótima saúde, ele percorreu nesses anos quase todo o sul de Goiás, missionando cidades, povoados e fazendas. Em 1924 foi nomeado Superior e Vigário de Aparecida; em 1927 Superior de Cachoeira do Sul, e em 1930 foi nomeado Vice-provincial, cargo que ocupou até 1935, ano em que foi novamente empossado como superior e vigário de Aparecida. Prussiano como era, Pe. Francisco mostrava-se, às vezes, um tanto duro e ríspido no trato com estranhos e confrades. Mas sabia ser também fino, delicado e atencioso. Ele mesmo confessou que, trabalhando (como ele gostava) entre os caboclos da roça, aprendeu a ser “manso”, embora após muito “ranger os dentes”. Como superior de Aparecida sempre foi muito exigente quanto à ordem e à limpeza da casa. Com seu gosto artístico, soube melhorar muito à Basílica, dotando-a de riquíssimos paramentos, castiçais, ostensórios, à altura do nome do Santuário. Obra sua é também o altar da capela do Santíssimo, e, com muito esforço, comprou na Alemanha um dos maiores e melhores órgãos para a Basílica (Inaugurado em 1926). E já estava também em seus planos a construção de uma nova Basílica, que ele sonhava no atual Morro do Cruzeiro, o que, naquele tempo não foi possível. Em meio, porém, a todo esse trabalho de Superior e Vigário, Pe. Francisco não esquecia o povo simples da roça que, assim ele o dizia, era a sua predileção. Sempre que podia aceitava para si algum trabalho desse tipo. De fina e rígida educação prussiana, era entre os mais humildes que ele se sentia feliz, conhecido por todos como o “Pe. Chico”. Para ajudar os doentes mais pobres chegou a compilar num grosso caderno, inúmeras receitas e fórmulas caseiras, das quais se servia em seus trabalhos na roça. Ótimo escritor, de estilo elegante e fluente, em alemão, não se arriscava muito a escrever em português, embora o pudesse fazer com toda facilidade. Interessou-se, e muito, pela tradução das obras de Santo Afonso, trabalho que confiou a vários de nossos confrades; quis também publicar uma edição das poesias e cânticos do nosso Fundador. A tradução foi feita, as melodias colecionadas, mas... o trabalho perdeu-se no tempo, após ter ele deixado o cargo de Vice-provincial. Equilibrado e prudente, Pe. Francisco foi muitas vezes o intermediário entre a Nunciatura e o Arcebispo de São Paulo, que muito o estimava como amigo e conselheiro. Uma das suas ultimas resoluções como Vice-provincial causo-lhe sérios aborrecimentos e não poucas incompreensões. Dada a situação políticoreligiosa pouco favorável na Alemanha (1932 ) Pe. Francisco resolveu não enviar mais para Gars os nossos estudantes. Entrou em contato com o Provincial de Buenos Aires, cuja Província estava com a mesma dificuldade, e iniciaram, perto de Buenos Aires, um Seminário Maior para brasileiros e argentinos. Foi um passo corajoso que não agradou à Província-mãe, mas serviu para que a Vice-província despertasse para a construção do Seminário Maior (inaugurado em Tietê, em 1937). Nomeado superior de Aparecida em 1933, Pe. Francisco teve de renunciar em 1936, devido a um mal estranho que lhe enfraqueceu as pernas. Já não podia andar, nem manter-se em pé. Os médicos não atinaram com a doença, e o submeteram a um tratamento tão penoso quanto inútil. A 16 de junho de 1937, trigésimo aniversario da sua ordenação, disse ele a um confrade: “Hoje eu gostaria de morrer; sempre pedi a Deus que me desse trinta anos de apostolado, e depois... dispusesse de mim”. — E Deus ouviu sua oração. Internado no Hospital Santa Catarina, sofreu horrivelmente em seus últimos dias; mas sempre com admirável paciência e resignação. A 4 de julho ele faleceu. Prefeito e autoridades de Aparecida fizeram questão fosse o seu corpo transladado para Aparecida, e seu sepultamento foi, talvez, o mais concorrido que Aparecida já viu. Enquanto baixava ao túmulo, a Pia União da Filhas de Maria cantou o hino “Eu prometi” (melodia de Oscar Randolfo Lorena) que ele, em vida, pedira para essa ocasião.

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Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR