sábado, 28 de fevereiro de 2015

MORRER PARA VIVER

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
A Semana Santa é oportunidade para relembrar e meditar as últimas horas de Jesus. Devemos concentrar-nos principalmente na sua atitude de entrega total nas mãos do Pai. “Aquele que quiser salvar a sua vida, irá perdê-la; mas aquele que sacrificar sua vida por minha causa, recobrá-la-á” (Mt 16, 25). O caminho para a vida e a felicidade é a nossa entrega total ao Pai, colocando-o em primeiro lugar, fazendo da obediência a ele nosso supremo objetivo. Foi essa a atitude de Jesus durante toda a sua vida, foi o que viveu até seu último instante na cruz: “Gritando com voz forte, Jesus disse: ‒ Pai, em vossas mãos entrego meu espírito. Dizendo isto, expirou” Lc 23,46). Em nossas meditações sobre o sofrimento e a morte de Jesus, mais do que sentimentos vamos aprofundar nossa atitude de entrega completa e confiante nas mãos de Deus, colocando-o em primeiro lugar em nossa vida.

ELES VIVERAM CONOSCO - DOM ANTÔNIO FERREIRA DE MACEDO CSsR

DOM ANTÔNIO FERREIRA DE MACEDO CSsR
+28 de FEVEREIRO 1989 
Nasceu na Fazenda Natal, em Guaratinguetá, aos 21 de outubro de 1902.Teve 12 irmãos. Foi batizado em Aparecida, aos 04 de janeiro de 1903, ingressou no juvenato em Aparecida em 1916. De 1923 até 1928 estudou Filosofia e Teologia na Alemanha, tendo sido ordenado pelo Cardeal Faulhaber, em 1928. Entre os anos de 1931 e 1942 Dom Macedo trabalhou como missionário, passando então a ocupar cargos de reitor, nas casas de Tietê e São Paulo, de Cachoeira do Sul (RS) e novamente na Penha, em São Paulo. De 1948 a 1955 foi Superior Provincial. Em 1955 foi eleito Bispo Auxiliar de São Paulo por Pio XII. Ao ser criada a Arquidiocese de Aparecida, em 1958, Dom Macedo recebeu a incumbência de pô-la em andamento e passou a residir aqui como representante de seu administrador, o Cardeal Mota. Em 1964, quando Dom Carlos Carmelo Cardeal Mota veio para Aparecida, trouxe-o consigo, para ser seu auxiliar, tendo-o consigo até sua morte, em 1982. Ele foi elevado ao título de Arcebispo Auxiliar - Sedi datus. Participou de algumas sessões do Concílio Vaticano II. Dentre as obras que o destacaram, três aparecem com grande mérito: o prédio do Seminário Santo Afonso, a fundação da Rádio Aparecida e a construção da Basílica Nova. 63 Em 1950, tendo o Cardeal pedido o Colegião, onde estavam instalados os seminaristas menores redentoristas, O Pe. Macedo, então Superior Provincial, construiu, em meio a grandes dificuldades, o novo Seminário de Santo Afonso. Durante todo seu episcopado manteve uma bolsa de estudos para formação de um de nossos seminaristas. Em Aparecida, foi nomeado administrador do Santuário Novo e, apesar da luta incansável para ver erguida a nova igreja, não se descuidou de suas atividades pastorais. Uma delas foi a peregrinação que fez com a verdadeira imagem de Nossa Senhora Aparecida, com a qual visitou centenas municípios de vários Estados brasileiros. Com sua saúde definhando lentamente, consumido por uma artrite dolorosa, faleceu ao lado de seus confrades, pois voltara a residir no convento da comunidade do Santuário, aos 28 de fevereiro de 1989. “Talvez nem se imagine quanto esse homem de Deus fez por Aparecida e por esta Arquidiocese”, palavras de Dom Geraldo Penido, Arcebispo de Aparecida. (Arquivo Provincial)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

Nós, seminaristas redentoristas, participamos da sagração de Dom Macedo, quando entrou solenemente na basílica velha, o coro entoou o "ECCE SACERDOS MAGNUS", isto não me sai da lembrança, perdemos nosso provincial e ganhamos o José Ribolla, nosso diretor, nomeado seu substituto, a festa foi no Santo Afonso. Alexandre Dumas Pasin

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

MEMÓRIAS DE UM EX-SEMINARISTA REDENTORISTA

1-O começo!
Era 1953...Órfão de pai há quatro anos, com nove anos de idade, uma irmã de dois anos menos e uma mãe que iria prosseguir na batalha da vida, agora sozinha, conduzida pela obrigação maternal de criar os dois filhos, dando-lhes o presente bem melhor que o passado, na perspectiva do futuro consistente sobre promissor . (....e ela conseguiu...)
Em contato com sua chefe, na creche do Lanifício Fileppo, indústria de tecidos no bairro do Belém, em São Paulo-SP, encontrou um lugar para deixar-me em tempo integral, isto é, internado. Era o Orfanato ( depois: Instituto ) Cristóvão Colombo, que está no bairro do Ipiranga, à rua Dr. Mário Vicente.Uma casa de padres carlistas, ordem cujo patrono é São Carlos Borromeo, que abriga por internato órfãos, direcionando-os para o caminho da Verdade e Vida!
Ali fiquei por quatro anos, continuando meus estudos do período primário e começando a aprender um pouco mais das coisas do Pai. Uma vez por semana, pegava o bonde em seu ponto inicial, em frente ao Instituto de Cegos Padre Chico, no Ipiranga, e ia até o seu final à Praça João Mendes, com destino à Igreja de Santo Antônio, na Praça do Patriarca, onde ajudava, durante o dia nas missas e outros serviços de sacristia como dar informações, vender velas, recolher o dinheiro deixado nas imagens e pedir às pessoas que não permanecessem nos degraus da entrada.
Comecei a conhecer ali que a vida, ainda que, decorrendo de forma precária, pode ser vivida com muita alegria e dignidade.
Esse modo de vida aliado à necessidade de liberar minha mãe para o trabalho trouxe-me até Aparecida-SP, ao Seminário Redentorista de Santo Afonso em 1957.
Foi vocação?
Entendo hoje que não. Mas a convivência nesta nova casa começou a germinar em mim o ideal missionário, no nascer de minha juventude: SER PADRE, MISSIONÁRIO, REDENTORISTA, SANTO!
Em todos os meus movimentos estava sempre presente em forma falada ou escrita essa aspiração ( ainda agora ressoam essas palavras no timbre da voz do Pe. Brandão em meu consciente!).
Que coisa bonita! A vocação religiosa redentorista começava surgir!
Foi-me indicado um lugar para dormir e guardar minhas roupas e objetos...Mas isso era temporário....
2- Os dias na Pedrinha!
Que lembranças tenho daqueles dias...
Tinha vindo ao seminário para ficar internado, considerando que minha mãe precisava trabalhar após a morte de meu pai.
Fui para o PRÉSSA, PRÉ-SEMINÁRIO SANTO AFONSO, na Pedrinha.
A princípio, fiquei muito assustado por não ficar nos cômodos bem instalados do SSA, SEMINÁRIO SANTO AFONSO, em Aparecida. Temi por não conseguir acostumar-me viver num local tão isolado da cidade, meio frugal, zona campestre...Vi um campo de futebol com algumas árvores ao lado e  piscina sem azulejos, com  ilha de concreto no meio....
Dormitórios muito simples, poucos banheiros, refeitório escuro...Capela bem diferente....
Era a minha primeira impressão negativa, após ter conhecido o SSA.
De repente surge o Pe.Brandão, sisudo, circunspecto e nos fez a primeira preleção...Era o primeiro e inesquecível diretor!
Tudo designado, lugar na capela, no refeitório, no dormitório, no salão de estudos...comecei a ambientar-me...
Fui tomando gosto...A simplicidade de vida começou a fazer parte de meus sentimentos
e o entusiasmo por isso ia brotando...PADRE,MISSIONÁRIO,REDENTORISTA,SANTO!
Era nosso ideal....Era nossa vocação....
Em seguida, conheci um padre que falava baixinho, óculos pendurados no nariz, cabelos meio encaracolados... era o confessor e orientador espiritual...o Pe. Antônio Borges....
De repente, surge um outro, um tanto discreto e até meio tímido, a princípio, seria o professor de matemática, o Pe.Fernandes....
Para completar, também de óculos, meio escuros, com as mangas da batina arregaçadas e olhar muito penetrante, era o Pe.Furlani, o ecônomo polivalente, era um “pé de boi”.
Esta equipe de orientadores daria início à minha formação cristã e cultural, quando estava saindo do período de infância...Que sorte! Que “time”! Com certeza foi o início perfeito para quem estava começando a escolher o que ser na vida...Surgia a vocação religiosa naquela congregação que prima pela disciplina, obediência, pobreza e objetivo na conquista das almas, pelas missões...
CONTINUA EM MAIS INFORMAÇÕES

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. WALDEMAR GALAZKA, CSsR

PE. WALDEMAR GALAZKA, CSsR 
*10.06.1954 - +26.02.1986 
Pe.Waldemar chegou ao Brasil em abril de 1983. Trabalhou no Santuário de Bom Jesus da Lapa e nas comunidades da paróquia. Pouco antes de ser transferido da Lapa para Una, construiu um salão para reuniões e catequese, ao lado da capela Santa Luzia. No final de 1985, a nossa Missão da Bahia assumiu um novo campo de trabalho pastoral no Sul da Bahia, na diocese de Itabuna. No dia 2 de fevereiro de 1986, o Pe. Waldemar foi empossado como pároco de Uma, pelo então bispo diocesano de Itabuna, D.Paulo. No final da missa de posse, Pe. Waldemar disse: "Sinto-me como se fosse ordenado sacerdote de novo". Após a posse, trabalhou apenas três semanas. No dia 26 de fevereiro de 1986, morreu de parada cardíaca nas ondas do Atlântico. Suas últimas palavras foram: "Ó Jesus, misericórdia, ó Jesus, misericórdia". Pe.Waldemar foi uma pessoa inquieta: sempre estava correndo, sempre procurando alguma coisa. Precisava de alguém com quem pudesse se abrir, quem quisesse escutá-lo e entendê-lo. Às vezes, nas altas horas da noite, batia na porta do quarto dos confrades: "Não durma, abra a porta para conversarmos um pouco..." Com frequência repetia: "Tenho muito medo de morrer fora da Congregação". Sentindo as dificuldades concretas que precisava enfrentar, temia pela sua perseverança. Foi inicialmente sepultado ao lado da igreja paroquial de Uma, depois os restos mortais foram transferidos para Bom Jesus da Lapa, pois foi lá onde foi iniciado o trabalho missionário Redentorista na Bahia. Pe. Waldemar morreu jovem, com apenas 30 anos e é o primeiro missionário redentorista polonês sepultado na Bahia.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

25 DE FEVEREIRO: DIA DA APROVAÇÃO OFICIAL DA CONGREGAÇÃO REDENTORISTA

Foi em 25 de Fevereiro de 1749 – 16 anos após a fundação da Congregação Redentorista por Afonso Maria de Ligório – que os Missionários Redentoristas foram aprovados oficialmente pelo Papa Bento XIV por um documento titulado “Ad pastoralis dignitatis fastigium“. Ao mesmo tempo o texto nomeava como Reitor Mor, Santo Afonso, o Fundador da Congregação, que em Scala no ano de 1732, Nápoles, Itália tinha começado esta obra missionária.Desde aquele 25 de fevereiro a Congregação é reconhecida oficialmente como uma família dentro da Igreja, com o seu jeito próprio de abraçar a missão apostólica de continuar Cristo hoje, no mundo. Na altura, contava com 34 padres, no sul de Itália. Hoje, entre padres e irmãos, são cerca de 5500 espalhados por todo o mundo, sem contar com todos os leigos que, pela sua ligação no Espírito Santo, são verdadeiros redentoristas! Desde então, muitas gerações viveram e celebraram o 25 de Fevereiro, dia da aprovação oficial da Congregação Redentorista. As nossas atuais Constituições e Estatutos foram aprovadas em 02 de fevereiro de 1982 celebrando os 250 anos da fundação em Scala.

SOBRE OS ANTIGOS TEMPOS DE SEMINÁRIO MENOR

Interessante comentar que esta foto de 50 anos atrás foi publicada no almanaque anual "Ecos Marianos" de 1964, em uma matéria preparada para convidar crianças a entrar no seminário. Os três saíram mas o filho do Natanael se ordenou.
O que será que deu errado????????????
Marton, ???????, não entendi!!!!! Se a dúvida é porque eles não seguiram...tal como você e eu, formamos uma família cristã com sólidos ensinamentos da religião....uma observação o Natanael Criado tem um filho sacerdote!!!! No meu entender, se for isso, não há nada errado!!!!Um abraço!
Ter acabado tudo isso?
Ainda permaneço na dúvida.....Acabado o quê?
O SRSA... as vocações, os seminaristas, a maneira de se produzir padres e, porque não, bons ex-seminaristas como nos! Kkkkkkkk
Começo a entendê-lo melhor, Marton!!!!Olhe, no meu tempo de SRSA(1957/1962) havia 200 seminaristas, Destes, talvez ordenaram-se uns 20. Mas, com certeza, os outros 180 formaram uma salutar família cristã. E hoje....eles acabaram com os seminários menores...Pensam como empresários, não como religiosos, investem em hotéis, tv's, bondinhos, turismo e não naquilo que seria melhor para a missão do evangelho.....e os romeiros....somem.....aparecem agora os turistas!!!Isso é o que pensa?
Quando entrei em 12/02/1974. Éramos 180, desses uns 20 ficaram padre, 05 bispos. Sei que a realidade mundial é de escassez, familias com 1 ou 1e1/2 filhos etc., mas acho que faltou determinação, exemplo, modelo, sei lá... oração!
Meses atrás,conversando com o então provincial de São Paulo,redentorista é claro,falávamos disso : olhem de cada três seminaristas que buscam o sacerdócio hoje (já mais maduros)um fica padre o que dá uma média bem maior que a do nosso tempo...ele dizia ainda,que os recursos que sustentavam todo o seminário menor ,hoje sustentam obras sociais voltadas para os menos favorecidos...disse ainda que ,na província,não há carência de vocações ...ano após ano há ordenações...é uma questão de visão...não há multidões...José Jose Alcides Marton e Antônio Ierárdi Neto...
Precisa então, aumentar o numero dos mais maduros!
Caro Marton....sempre vou respeitar a opinião alheia, até por mais esdrúxula que me possa parecer....mas conservo sempre minha opinião que surge de uma vida real que tive, que foi e continua importante....afinal também eu era mais necessitado(ou menos favorecido!?!?!) naquela época, filho de viúva com 32 anos, faxineira !!!!!... Em pequenino, alinha-se o pepino!!!!
Ierardi: Eu quis dizer que a nossa igreja precisa urgente de muitos sacerdotes, estive na Europa em janeiro, as Igrejas estão virando super mercados, 5 províncias espanholas dos carmelitas foram unificadas, na semana passada, enfim... poucos operários para uma messe muito grande! Se crianças, adultos, solteiros casados, sei lá, ou faz-se alguma coisa ou o mundo se tornará muçulmano ou evangélico, sei lá! Abraço!
Hoje se quer tapar o sol com a peneira.....Finge-se que nada existe, nada possa ser visto....mas a bem da verdade a FORMAÇÃO É PRECÁRIA em termos de religião católica. Coloquei hoje em minha página que o BRASIL É UM LUGAR ONDE SE LUTA PARA SER CATÓLICO DENTRO DA PRÓPRIA RELIGIÃO CATÓLICA....deve-se tudo isso a quê?!?....nossos "pastores" não sabem onde estão as ovelhas...nem mesmo sabem o que é REBANHO!!!! e na estatística: 1 não foi bem orientado e os outros 2?....não sei dizer.....Um abraço!
Caro Jose Alcides Marton e Antônio Ierárdi Neto...fiquem tranquilos : muito em breve nossa Igreja readmitirá os padres casados,ordenará homens casados e ordenará,tambem, mulheres...esse é o caminho...não há volta...
Antônio Ierárdi Neto
Caro Marton....Sombrio é o caminho....mas como aprendemos ainda no tempo de seminário, tudo isso é passageiro e o objetivo é a vida eterna...assim, melhor viver de acordo com nossa consciência e, naquilo que nos for possível, desde que não sejamos impedidos, vamos continuar manifestando e colocando em prática o que aprendemos de verdade, com sacerdotes, nossos orientadores no seminário...com certeza já estamos totalmente tranquilos com isso e o futuro não nos assusta!!!! 
Morelli
"Aos que amam a Deus, tudo coopera para o bem". Aprendi também que a graça se constrói sobre a natureza - "gratia suponitur natura" -. Esta é também uma economia de salvação. A humanidade aprende constantemente: Deus só permite o mal porque dele sempre se é possível conseguir um bem maior. Vivo meu sacerdócio em minha inserção na família, na comunidade, no meu país e no mundo, compartilhando das alegrias e das tristezas: "transparência (ou transcendência) da amizade sem maldade procurei... fui tão longe na procura e tão perto a encontrei. Cada amigo é Jesus Cristo, Sacramento sem altar" Lembra-se? Padres Lauro e Pelaquim. Vivemos sacramentalmente todos os dias. Não me impressiono com as estatísticas. Elas mostram apenas um lado das realidades. Morelli
Benedito Franco
Parabéns a todos pela discussão. Há realmente muito comércio – nosso encontro na Floresta que o diga... 

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. AGOSTINHO JORGE POLSTER CSsR

PE. AGOSTINHO JORGE POLSTER CSsR
+25 de FEVEREIRO 1958 
Era de Krappenhofen, na Baviera. Nasceu a 18 de março de 1890, e com 13 anos ingressou no Juvenato C.Ss.R. professando em 1911. Devido à uma extração de um dente (mal feita) precisou ser operado na cabeça. Mais tarde teve de repetir a operação, com a advertência do médico: outra operação será impossível. Mas, com muita oração, pôde ele restabelecer-se e continuar os estudos. Chamado para o exército, na guerra de 1914, ficou livre, devido justamente a essa operação, cuja cicatriz (que sempre conservou) o impedia de usar capacete. Em 1916 foi ordenado, trabalhando uns três anos na Alemanha, vindo em 1920 para o Brasil. Diretor e professor do Juvenato, Superior em Cachoeira do Sul, Pe. Agostinho foi também, durante anos, ótimo missionário. Aprendeu, e muito bem, o Português, sendo suas pregações muito apreciadas pelo conteúdo e clareza. De veia poética, e muito versado em literatura clássica, era com facilidade que, de acordo com a ocasião, citava versos de Horácio, Ovídio e Homero. Perito no latim e grego, eram estas suas matérias prediletas como professor. Foi sempre um ótimo confrade, pela sua calma e espírito de caridade. Sabia enriquecer uma conversa com observações interessantes, e com suas risadas, que sempre chegavam quando os outros já tinham deixado de rir. De constituição forte, não se poupava trabalho; e, em tudo, era um homem de profundo espírito de fé. — Já por volta de 1955 a esclerose cerebral começou a manifestar-se, obrigando-o a uma total inatividade na Casa da Penha. Agravando-se a moléstia, foi ele internado no Hospital, durante um ano e meio. Depois foi levado para o convento, pois eram freqüentes seus gritos nervosos, incomodando os doentes. Nos momentos lúcidos, porém, ficava muito agradecido, quando algum confrade rezava com ele, preparando-o para a morte. Nos últimos meses ficou reduzido a uma criança inconsciente. No dia 25 de fevereiro de 1958 Deus o chamou para o descanso eterno, após trinta e poucos anos de intenso apostolado.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR
Numa história contada pelo padre Morgado, ele dizia que o padre Agostinho era diretor do seminário em seu tempo. Estando todos na casa da Pedrinha, chegou a notícia de sua substituição e transferência para outro setor da comunidade redentorista. Incontinente, arrumou as malas e se preparou para voltar ao seminário em Aparecida e tomar seu destino. Os seminaristas o acompanharam até o morro da Carmelita e desceram até um ribeirão situado mais abaixo, ele atravessou o ribeirão, postou-se em frente a todos e "BOM QUE ERA, CHOROU". O ribeirão passou a ser denominado, a partir desse fato, por "RIBEIRÃO DAS LÁGRIMAS". Quando por ali passávamos, sabíamos que estávamos chegando, eu não conhecia a história, fiquei muito feliz quando tomei conhecimento da toponímia. Alexandre Dumas Pasin

domingo, 22 de fevereiro de 2015

JUNIORATO EM CONGONHAS-MG

BENEDITO FRANCO
O Juniorato - em Congonhas, MG – foi inaugurado no final de 1952 – a primeira pedra foi lançada no dia 02 de agosto de 1950 e a benção solene do edifício no dia 02 de outubro de 1952.
Ainda havia o admissão, uma preparação de um ano para o menino que saía do primário e desejava ingressar no primeiro ano do curso ginasial.
No Juvenato, os alunos eram divididos em menores, os do admissão e primeiro ano; os médios, os do segundo e terceiro anos e os maiores, os do quarto, quinto e sexto anos.
Nesse mesmo fim de ano, de 1952, os meninos que cursavam o primeiro ano e o admissão, os menores, foram transferidos do Juvenato para o Juniorato – e lá fui eu. O diretor do novo seminário foi o P. Alberto Ferreira Lima – o Padre Lima. 
PADRE WÁLTER CSsR
Os professores, lembro-me do Padre Walter, holandês, acho que também os Padres Geraldo Lima e Marques. O diretor do Juvenato era o holandês P. Gregório, posteriormente substituído pelo P. Marcos Gabiroba e, este indo para o Peru, nomeou-se o P. Lima. Padre Marcos não me era muito simpático – nem eu a ele, e muito menos ele a mim. Na minha análise de criança, achava-o muito político – amigo do JK – e um pouco burrinho.
JUNIORATO-CONGONHAS-MG
No Juniorato, José Geraldo Campos era o “chefe” e eu o “subchefe” – aquele que puxava as filas e tomava a frente em algumas outras funções.
Em frente ao Juniorato há a imponente igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição. Ao lado, no terreno do Juniorato, havia um grande pátio que servia de campo de futebol e outros esportes. Nossos vizinhos mais próximos, silenciosos e quietos, eram os moradores do cemitério, separados apenas por um muro em um dos lados, com várias sepulturas em péssimo estado, dando para ver alguns de seus ossos e algumas caveiras. À noite, na distração dos padres diretor ou sócio, devido à facilidade de acesso, alguns alunos disputavam quem teria coragem de visitar os vizinhos e trazer um osso ou uma caveira - parece impossível, mas aconteceu de alguém cumprir a empreitada.
As férias dos junioristas eram em tempos diferentes das dos juvenistas, pois assim todos eles desfrutavam dos ares e aposentos da Casa de Campo. Três eram as férias do Juvenato: quinze dias em maio, quinze dias em setembro – logo após o Jubileu – de meados de dezembro ao final de janeiro. Os junioristas também tinham três ferias.
Como o Juniorato foi inaugurado no final do ano, nossa estadia por lá, os do primeiro ano, durou apenas alguns meses, sendo transferidos para o Juvenato no início do ano seguinte.
Portanto, passei apenas alguns meses no Juniorato.
Foi uma bela experiência. 
Benedito Franco
21052015
Belo tema, Benedito Franco! Quantos outros poderiam ser recheados dos mais interessantes comentários: "da frutaria", "do rego d'água que abastecia a usina elétrica da Casa da Pedrinha", "do dormitório dos marinheiros", "das mudanças de lugares e de tarefas a cada três meses" uma infinidade de práticas que fizeram parte de nossas vivências no Seminário ou Seminários nos quais convivemos ... Morelli
Caro Morelli Grato pelo comentário. Praticamente escrevi sobre temas semelhantes, mas no Juvenato São Clenmente Maria e no Juniorato Santo Afonso, em Congonhas, MG. Se for de seu interesse posso lhe enviar o que escrevi sobre esses dois seminários. Abraço amigo Benedito Franco

Muito bom o relato.Gostei,mas queria ver os ossos e a caveira daqueles que eram silenciosos. Valeu. diácono Cunha







sábado, 21 de fevereiro de 2015

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. JOÃO EVANGELISTA BETTING CSsR

PE. JOÃO EVANGELISTA BETTING CSsR
+21 de FEVEREIRO 1986 
Padre João nasceu em Denkingen (Alemanha), em dezembro de 1906, professou no dia 17 de maio de 1926 e foi ordenado sacerdote em 07 de julho de 1931, vindo para o Brasil em 1936. Foi o último dos alemães que veio para cá. Já veio como professor do recémfundado Seminário de Tietê, onde ministrou aulas durante vinte e oito anos. Durante todo esse tempo foi a figura central do corpo docente. Lecionou quase todas as matérias, mas, principalmente Sagrada Escritura, que era o seu forte. Dedicou muitas e muitas horas a cuidar da biblioteca da Província. Era confessor e diretor espiritual de grande número de nossos estudantes. Era conhecidíssimo em Tietê, onde passou a maior parte de sua vida, no Brasil. Muito procurado como confessor, diretor espiritual e também como benzedor, ficando afamado com suas bênçãos. Era um místico e foi um professor ”sui generis”. Escrevia sobre curiosidades e notícias científicas nas publicações internas da Província e em revistas dedicadas à espiritualidade. É de sua autoria o livro “Teologia das Realidades Celestes, manual de ascética e mística”, editado pela Província. Quando o Seminário Maior foi transferido para a Raposo Tavares, em São Paulo, o Padre João foi junto. Foi aí que começaram a manifestar-se os primeiros sintomas do mal de Parkinson, do qual veio a falecer. Foi operado na Alemanha, em 1969, com quase nenhum resultado. Os médicos, vendo o pouco que haviam conseguido, recomendaram que voltasse logo para o Brasil. Ele dizia que queria morrer em sua segunda pátria. Em fins de 1972 foi transferido para o Jardim Paulistano, de onde, alguns anos depois, passou para a casa de benfeitores da Congregação: Dona Elizinha e Narciso Sutiro, sobrinhos do Padre Sotilo. Ela era sua penitente. Diante das alucinações de perseguições e de envenenamento que o padre sofria, perguntaramlhe se queria ir para a casa dela, o que ele aceitou. O casal, seus filhos e Dona Ia, trataram do Padre João com todo carinho possível e cuidado, até a morte. A doença ia caminhando sempre mais. Vivia quase só sentado numa poltrona. Foi se encurvando cada vez mais, à maneira de Santo Afonso, e, por fim, não falava mais a não ser por sinais. Sem se queixar, ficou privado até do que mais gostava na vida, seus estudos e seus livros. Mas, enquanto foi possível, era um estudioso dedicado e homem de muita oração. Celebrou missa enquanto pôde, em seu quarto. Faleceu na tarde de 21 de fevereiro de 1986. Foi sepultado em Tietê. É venerado pelo povo da região como um santo. (Pe. Víctor Hugo)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

ELES NOS PRECEDERAM - IR. ENGELMAR (JOSÉ NEUHIERL) CSsR

IR. ENGELMAR (JOSÉ NEUHIERL) CSsR
+19 de FEVEREIRO 1909 
Era o caçula de uma turma de dezessete irmãos. Nasceu a 8 de janeiro de 1865, numa família rica e muito religiosa. Piedoso e sério desde criança, tornou-se, na mocidade, um modelo para seus colegas, como membro de diversas associações religiosas. E foi por esse tempo que decidiu sua vocação. Após a leitura de um livro sobre a vida consagrada, disse um dia à sua irmã: “Sabe o que resolvi? Pensei muito se deveria me casar, mas agora já decidi: vou para um convento”. — Essa resolução não foi supresa para seus colegas que sempre o admiraram, como exemplo de recolhimento e mortificação. Todos sabiam que, por esse tempo, ele já se acostumara a dormir sobre duas tábua nuas, na maior pobreza. Tomando o habito redentorista em 1898, fez seus votos a 8 de setembro do ano seguinte; e a profissão perpétua verificou-se em 1902. Nesse mesmo ano conseguiu licença para vir trabalhar no Brasil, aqui chegando em novembro. Durante algum tempo esteve em Aparecida, sendo transferido depois para a Penha, onde trabalhou como cozinheiro e porteiro. Desses anos restamnos cinco cartas por ele escritas a uma de suas irmãs, nas quais assina sempre: Engelmar, servo dos servos do Altíssimo, missionário de Deus, pobre dos bens deste mundo. A 26 de outubro de 1908, tendo sofrido uma violenta hemoptise, anunciou aos confrades que iria morrer logo. Realmente, meses depois, a 19 de fevereiro do ano seguinte, a morte o levou. Completamente es57 gotado, em seus últimos dias não chegava a pronunciar sequer uma palavra. Mas, à véspera de sua morte, num supremo esforço, conseguiu sentar-se na cama, e disse ao Superior: “Padre, a sua benção”... Foram suas ultimas palavras.. Admirado e muito querido por todos que com ele tratavam na portaria ou na igreja, o humilde Irmão Engelmar teve um enterro dos mais concorridos. E o Sr. André Bonotti se cansou de fazer cópias de uma fotografia do Irmão e distribuí-las a pessoas interessadas, já que o veneravam como santo. E os confrades que o conheceram, lembravam edificados a figura escolhida daquele Religioso que não perdia tempo, que, na capela, estava sempre de joelhos, caridoso com todos, mortificado, a ponto de nunca se recostar a um banco ou cadeira nas horas do recreio. Um santo confrade era o que todos diziam.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

Amigo Ierárdi! Obrigado pela belíssima história do Ir. Engelmar. Para ser sincero, não o conhecia. E olha que já posso me incluir no time dos veteranos da Província de São Paulo. Quando criança, morando em Ermelino, vez por outra íamos à Penha, o que para nós já significava "ir à cidade". E ir à Penha obrigatoriamente significava ir ao Santuário de N. Sra. da Penha. Mas não me lembro de ter ouvido qualquer menção ao nome dele. Santos homens os redentoristas alemães que trouxeram a Congregação para o Brasil! E o Ir. Engelmar é um deles. Grande abraço. A. Bicarato(+). 

Caro amigo Bicarato! Aqueles que nos precederam e que conviveram conosco são as verdadeiras pérolas da Congregação Redentorista. É o oportuno modelo de vida que nos serve de exemplo para o caminho de Deus. Afinal estivemos por alguns anos no Santo Afonso, alguns ainda foram mais longe, Pinda, Tietê. e recebemos as melhores orientações diretamente de sacerdotes redentoristas, nossos inesquecíveis mestres de vida religiosa e cultural. Assim, dou-me a missão de trazer aos nossos colegas interessados essa sinopse de vida santa no dia em que o correspondente religioso foi chamado. Conforta-me muito quando as pessoas sentem-se bem informadas com isso! Um grande abraço! Ierárdi
Ierardi! Mais uma vez, aqui estou eu. Gostaria de acrescentar mais um comentário. Dos redentoristas que viveram aqui na Penha, costumo encaminhar seus e'mails para o Memorial Penha de França, que é uma instituição que disponibiliza informações históricas a quem se interesse pelo que se refere ao bairro. Para o Memorial, na pessoa do Francisco Folco, encaminhei a seguinte observação a respeito do Irmão Engelmar: Neste necrológio é citada a pessoa do Sr. André Bonotti. Lembro-me vagamente desses santinhos que ele distribuía divulgando a santidade de um religioso redentorista, Não me lembrava que se tratava deste irmão que havia pertencido à comunidade dos padres da Penha. É possível que tenha algum desses santinho junto aos guardados de minha mãe (94 anos). Morelli
Amigo Morelli! Que bom que venha por aqui! Como disse ao Bicarato, isso muito me conforta! Fico ainda mais feliz quando vejo que essas mensagens estão sendo repassadas a outros destinos e Memorial! A rede nos faculta isso e vamos aproveitar sempre esse ensejo para divulgar aquilo que conhecemos de melhor! Se por acaso encontrar o santinho, faça um escâner e me encaminhe para que possa mandar a outros colegas. Por ora, agradeço pela sua estimável presença! Um forte abraço! Ierárdi