sexta-feira, 30 de setembro de 2016

ORDENAÇÃO DE VALIOSOS REDENTORISTAS

CLICAR SOBRE A IMAGEM PARA VER MELHOR!
Estas interessantes fotos, bem como o histórico texto foram publicados no periódico de outubro-2016: RAPIDINHO, editado pelo nosso bom amigo Padre Maurício Brandolise.
Quanta lembrança nos traz! 
Na foto superior....Padre Campos....Padre Izidro, meu professor de inglês, MY ENGLISH THEACHER e YAZIGI METHOD....Lembra-me ainda seu irmão Ireno, oblato redentorista....Padre Clóvis que hoje nos fornece pelo seu portal BOLETIM PADRE PELÁGIO - http://www.boletimpadrepelagio.org/ - textos que nos levam ao caminho de Deus....
Na foto inferior...ainda que de difícil visual, estão o Padre Viess, meu orientador de música, o maestro do coral e banda....Padre Orlando Gambi, autor de sublimes textos, e o baixinho grande, Padre José Rodrigues de Souza, que se sagrou bispo de Juazeiro, meu inesquecível professor de português pela GRAMÁTICA METÓDICA DA LÍNGUA PORTUGUESA do mestre Napoleão Mendes de Almeida....
Enfim, isso tudo nos leva àqueles tão sublimes tempos de Seminário Santo Afonso...e concluímos com o Salmo: 
COMO É MARAVILHOSO ESTAR COM OS IRMÃOS!!!! Ierárdi

AQUELA TARDE DIFERENTE

Pe. Flávio Cavalca de Castro, 
redentorista
Era uma tarde de outubro, que prometia ser como todas. Mas, pelo trilho que vem do rio vinham subindo os que foram pescar. Trazem fieiras de peixes mais pesadas que as de sempre, mas principalmente trazem um volume envolto em velho pano desbotado. Elas saíram à porta, as crianças também. E a tarde ficou diferente quando viram, nas dobras desfeitas, a imagem morena da Senhora da Conceição, aparecida e colhida nas águas do rio. Foi há tanto tempo, mas parece que foi ontem, porque as tardes e manhãs continuam diferentes com a chegada de tanta gente, que vem depositar suas preces ao Senhor no coração da mãe de Jesus. As tardes e manhãs de Aparecida continuam diferentes, porque são tardes e manhãs a iluminar o coração de gente que veio à procura de consolo, de força, de reconciliação e alegria. De alegria que põe reflexos dourados na Mantiqueira lá no horizonte.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Aprendendo ser misericordioso

Neri Pereira da Silva
Éramos em alguns que vivíamos sempre brincando, estudando e também aprontando juntos...José Silvio Sartori, Ubaldo Bergamim, Edson Gasparoto, José Inácio Medeiros e outros...havia no terreno abaixo  do seminário um grande bambuzal e no meio deste muitas trilhas muito bem cuidadas que sempre estávamos varrendo ou capinando prá manter sempre utilizável...essas trilhas davam num campinho de futebol e descendo ainda mais  terminavam no lago....Este lago estava vazio . Uma chuva  estourou a barragem. Os padres no entanto decidiram restaurar a barragem e, meses depois as águas voltaram a encher o bendito lago.
Após o almoço, tínhamos  sempre uma hora de descanso e as 13,15 hs o sino era badalado chamando-nos para a aula de religião. Aproveitávamos esse horário para passear pelas trilhas e consequentemente acabávamos  todos beirando o lago e foi  num desses passeios que  percebemos um pequeno barco de madeira boiando  próximo a margem. Digo pequeno, mas era minúsculo, cabendo nele apenas uma pessoa...estava ali paradinho balançando e tentador. Todos nos aproximamos e percebemos que havia água dentro, devia estar furado com certeza e após algumas averiguações confirmamos o fato. Era porém um buraquinho tão pequeno que ao ser esvaziado demoraria a encher novamente...
-” Quem tem a coragem de atravessar o lago remando com as mãos nesse barquinho? “ – alguém lançou o desafio. 
Alguns se apresentaram de imediato e coube a mim ser o primeiro de todos. Esvaziamos o barco e entrei ficando de joelhos dentro dele para poder remar com as mãos e iniciar a travessia. Empurraram-no  e iniciei a pequena aventura sob os alardes de 
-“ vai Neri, você consegue! “....
Sabia que se naufragasse eu poderia me safar facilmente pois sempre fui um exímio nadador...assim o barquinho impulsionado pelas remadas  das mãos foi se afastando da margem em direção ao centro do lago.
      Esquecemos no entanto que, agora havia um peso dentro dele  que apressava mais a entrada das águas pelo buraquinho e assim antes que chegasse ao centro do lago o barquinho já estava encharcado molhando minhas calças, sapatos enfim..voltar ou continuar?  Continuei e aos poucos  fomos sendo engolidos pelas águas...tive que terminar a travessia a nado...os  amigos  aproveitando a situação também pularam na água...mas eu estava de roupa e encharcado e o sino tocou lá no seminário chamando-nos prá aula de religião...e foi aí que caiu a ficha 
-“ e agora? Chegar ensopado? “ 
-“ O que dizer pro padre? “....
Os rapazes que não haviam entrado no lago foram subindo as trilhas na frente e nós os encharcados logo atrás...mas quando nos aproximamos do campo de futebol que havia abaixo do seminário percebemos que havia um padre na sacada do primeiro andar a nos observar de longe...nada menos do que o Padre Libardi...Os da frente apressaram os passos e nós continuamos com mais lerdeza sem olhar pro alto mas  o Padre foi logo perguntando: 
-“ Você esteve nadando no lago, Neri ?”. 
Eu, com a maior a cara de pau e molhado até os ossos respondi que 
-“ não padre, eu não estive não!”
  O Padre Libardi era um padre muito coerente, prá ele não havia meio termo, era sim sim ou não não. Não gostava de mentiras e sabia ser exigente quando era preciso ser exigente e essa postura assustava alguns...envolvia de corpo e alma nas brincadeiras entre os alunos, quantas vezes nos reunimos no gramado do jardim e tentamos em cinco ou seis  derrubá-lo ao chão...era forte e ágil e quando caía todos faziam festas pela façanha de ter derrubado o ‘ Libardão “.
  Na hora da oração da noite ele conduzia nosso exame de consciência sobre os ocorridos durante o dia ...e ajoelhado diante do Santíssimo  findávamos a oração  cada um refazendo ali seus compromissos de melhorar no outro dia...Nessa noite o Padre, antes de terminar disse:
-“Quero falar com todos aqueles que hoje após o almoço foram nadar no lago. Eu os espero em meu quarto!”. 
Todos sentiram um frio na barriga e os olhares se cruzaram  acusadores e cúmplices. Eles não foram interrogados pelo padre e não  mentiram mas eu fui questionado e havia mentido descaradamente . 
Melhor dizer a verdade sobre a mentira do que mentir sobre a verdade...serão alguns minutos de sermão mas esses minutos passam...melhor passar isso agora do que continuar amanhã sem ter coragem de olhar nos olhos do padre...Ao chegar no corredor já havia uma pequena fila aguardando para serem todos atendidos...fiquei por último...cada um que entrava saía de cabeça baixa...a barriga doía, as pernas estavam meio bambas até que chegou minha vez...enfiei a cabeça no vão da porta: 
-“ Boa noite padre!”.  
O Padre Libardi ao me ver ali, abriu os braços e me chamou: 
-“ Oh filho, entre, o que aconteceu? “ e me apertou contra o peito num abraço bem aconchegante e inesquecível. 
-“ Vocês poderiam ter morrido no lago, imagina nadar após a refeição! “...Eu não sou bravo não meu filho, só quero o bem de todos vocês, não precisa ter medo de mim.  A gente não se diverte juntos de vez em quando? Não faz mais isso não, é perigoso!” Promete? “
Aliviado e feliz prometi não mais mentir e fui dormir em paz. Estava gravado em meu coração o poder do perdão. Neri
Neri, bom dia. Estou gostando muito das suas recordações no tempo do Seminário. Vai dar um livro de memórias! Abraço.Dal Bó

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - ASTROLOGIA -

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+)

Podemos acreditar na astrologia?

A astrologia, como estudo da natureza, dos corpos celestes e de suas relações entre os acontecimentos terrestres e humanos, já existia entre os habitantes da Mesopotâmia (séc. IV a.C.). Ela é a mãe da atual astronomia.
Sem dúvida, temos de reconhecer o valor da astronomia. Não se trata de adivinhação do futuro, mas de previsões dependentes de leis físicas. Por outro lado, é preciso admitir a influência dos corpos celestes, uns sobre os outros. Assim vemos a ação da gravidade, as radiações, a força da lua sobre as marés e cortes de madeira, plantio, colheitas etc.

Olhando esses aspectos, poderíamos dizer ou prognosticar que nossas ações e comportamentos também sofrem influência da ação dos astros. Mas temos de parar por aqui, embora tudo pareça ser muito verdadeiro e até tenha coincidências impressionantes.

A astrologia é um amontoado de afirmações gratuitas e, às vezes, incoerentes. Basta ler os jornais e revistas, comparar as tabelas de horóscopos, para perceber que são invenções, porque eles não batem entre si, um fala diferente do outro.

Dessa forma pessoas nascidas sob o mesmo signo deviam comportar-se de maneira igual. A pessoa humana é complexa demais para ser lida de forma tão simples e banal. O que engana são as coincidências, que sempre vão existir na vida. Se os astros têm alguma influência, isso não nos dá o direito de concluir que eles determinem e decidam por nós o futuro a ser construído. Então, não seria possível falar em liberdade do ser humano, teríamos de nos submeter a um determinismo irracional.
Não se trata de negar as influências do ambiente cosmológico. Todos sentimos as mudanças de tempo, estações, das condições meteorológicas sem, contudo, admitir o determinismo meteorológico que decide o comportamento das pessoas.

No mundo de hoje, sabemos que as pessoas não são levadas por uma ética ao lutar pela sobrevivência, pouca gente se preocupa com um modo digno de arrumar a vida. Há muita exploração, principalmente dos incautos e despreparados. Essas especulações respondem a um primitivismo de quem se sente bem em viver sob o medo ou sob o mistério. Por isso mesmo são presas fáceis de especuladores inescrupulosos.

Para se viver hoje é preciso ter os pés no chão e ter alguns critérios que ajudem no discernimento. Há muitas promessas, alarmes falsos, facilidades e acenos de bem-estar por preços módicos. A vida não é tão fácil e insignificante, é sabedoria ler a vida e projetar o futuro.

Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.


DO SITE :http://www.redemptor.com.br

ELES NOS PRECEDERAM- PE. JOSÉ LOPES FERREIRA CSsR

PE. JOSÉ LOPES FERREIRA CSsR
+29 de SETEMBRO 1940 
Um dos primeiros padres brasileiros da nossa província. Nasceu em Aparecida a 16 de dezembro de 1890. Aos dez anos foi recebido no recémfundado “Colégio Santo Afonso”. Em 1906 fez noviciado sob a direção do Pe. Lourenço Hubbauer, de reconhecida austeridade e não menor rigor. Após a Profissão iniciou seus estudos de Filosofia na Penha, indo depois para a Alemanha. Dedicou-se com afinco ao estudo da Teologia, interessando- se mais pela Ascética, pelo que se tornou profundo conhecedor das obras de Santo Afonso e do nosso Pe. Desurmont. Ainda na Europa, iniciou a tradução de “A Escola da Perfeição” mais tarde publicado pelas “Vozes”. Ordenado sacerdote em 31 de julho de 1913, voltou para o Brasil, iniciando suas atividades na Penha, onde ficou até fins de 1915. Bom orador, e ótimo missionário, trabalhou em Goiás, Araraquara e Penha, não se poupando no trabalho das Missões e Retiros. Em 1935 foi transferido para Aparecida, onde viveu seus últimos anos como redator de “O Santuário”, da “Liga Católica”, dos “Ecos Marianos” e do “Boletim Redentorista”. Filho de Pai português, Pe. Lopes nunca negou seu sangue: bom coração, sabia ser delicado e atencioso; mas quando necessário, era franco e sincero, falando o que sentia, e nada deixava para depois. Isso lhe deu, às vezes, incompreensões e aborrecimentos. Tenho de ser assim — dizia ele — para não ser hipócrita. Era homem que não usava restrições nem subterfúgios. Escrupuloso na observância do regulamento, fazia questão dos exercícios comuns, e seguia rigorosamente um horário para seus trabalhos e práticas de piedade. Amava sinceramente a Congregação, e sentia profundamente qualquer notícia desagradável a respeito de Superiores e confrades. Sua acentuada vida interior apareceu bem nos seus escritos particulares, em suas notas de retiros e o testemunho dos seus penitentes que não eram poucos, e dele diziam: “Exigente, compreensivo e piedoso”. Nunca foi orador de empolgar auditórios; mas foi pregador de exposição clara, comunicativo, que sabia prender seus ouvintes. Era nos retiros que ele se sentia mais à vontade, dirigindo-se à inteligência e reflexão de grupos, já que não se impressionava muito com o entusiasmo fácil das multidões. Como jornalista, era de um estilo todo original. Em suas mãos “O Santuário” foi sempre elogiado, pela ordem, clareza e conteúdo. Foi no dia 24 de agosto de 1937, quando estava ele escrevendo um artigo para o “Ecos Marianos”, que teve, de repente uma congestão cerebral, e foi levado para a Santa Casa de Guaratinguetá. Após dois meses de tratamento, conseguiu melhorar. Voltou para o Convento, e embora com dificuldade, continuou trabalhando na igreja e nos seus escritos. Como não chegou a recuperar bem os seus movimentos, seus três últimos anos foram de grandes sacrifícios. Mesmo assim não se dispensava dos exercícios comuns, andando com dificuldade, ia, todos os dias para o confessionário, e semanalmente fazia, no salão paroquial, a reunião da Congregação Mariana que ele mesmo fundara. Mas em agosto de 1940 começou a piorar sensivelmente. Quase não se alimentava. Tinha o coração inflamado, e complicações renais. Não deixava, porém, de celebrar sua missa e rezar seu Breviário todos os dias. Na véspera de sua morte, sofrendo muito quase sem poder respirar, concordou em ficar na cama. No dia seguinte, 29 de setembro (dia de São Miguel) com muito sacrifício conseguiu celebrar, sendo depois carregado para o seu quarto. Ainda rezou as horas menores do Breviário. Ao meio-dia recebeu a Unção dos Enfermos; a Comunidade foi avisada, e enquanto os confrades rezavam junto ao seu leito, ele fitou longamente o quadro de Santo Afonso, e expirou sem um gemido sequer.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

UM PASSEIO PELA UNESER

Neri Pereira da Silva
Sozinho em casa, meus filhos com suas irmãs em Mairiporã, aproveitei minha noite para visitar a Uneser e cumprimentar alguns amigos . Joguei uma canção no fone de ouvido e parti pro passeio internético.
Vi o jeitão, muito parecido com o meu , do Vicente de Paulo Zica, e ali ancorei minha nave...e como foi bom estar ali com meu amigo ouvindo-o falar do perdão de forma tão profunda abarcando todos os jogos mentais possíveis até o modo científico de ver a coisa...Ele me levou a rever os ensinamentos de nosso Mestre Jesus Cristo sobre a importância do perdão...é o tipo de visita em que você chega com um jeito meio sem saber no vai dar e sai dali todo cheio de esperanças e mais feliz e livre... tive vontade de abraçá-lo e agradecer pelas palavras tão cheias de Deus. Antes de partir eu me comprometi em voltar a visitá-lo mais vezes. Precisava continuar a viagem.
A próxima parada foi no recanto dos poetas, ali estava o Afonso de Souza Cavalcanti...ler Cavalcanti não é para qualquer um...é um ritual litúrgico que acontece dentro da gente tamanha a sensibilidade que brota do coração dele. A gente tem que se preparar, limpar a alma das grosserias do dia, inspirar ar saudável pois o que vamos ingerir é néctar dos deuses...Como pode alguém pintar tão bem o encontro de Jesus com a samaritana no poço de Jacó usando a maestria da rima? Aí é demais da conta. E quando ele enaltece sua mãe e nela todas as mulheres apenas pincelando livre e solto abusando outra vez das rimas e dos volteios sonoros em cada frase? Só podia ser um Cavalcanti, um Cavalcanti dos versos a altura do outro dos pincéis. Fiquei ali hipnotizado pela beleza poética em tudo o que escreve mas eu tinha que partir...infelizmente pude saborear no máximo cinco obras espetaculares desse poeta pois o tempo me pedia prá continuar a viagem...mas prometi regressar e continuar essa refeição ao seu lado. Agora que o vejo sem os véus do desconhecimento, regressarei mais preparado para poder ser merecedor de tanta sensibilidade.
O Benedito Franco já é meu conhecido há muito tempo..ele sempre me visitava via email mas sumiu..deixou porém um par de dezenas de causos salvos em meu arquivo de email. Ele nem sabe disso mas, quando eu não tinha tempo de recebe-lo de imediato eu o conduzia para um departamento que reservei única e exclusivamente prá ele...as vezes vou até lá e me deleito com os seus causos....visitando-o hoje na uneser, já adentrei como se fosse de casa...procurando o pé de gabiroba...mas acabei me deparando com outras pessoas tais como o fiscal , o Sô Bernardo e outros mais...e queria perguntar ao Benê se afinal já havia lançado seu livro...no entanto, meu coração que ainda é humano quis falar mais alto e apreciar a alma deste escritor....O Benê, caso raro hoje em dia, fala sobre as pessoas, seus sonhos, suas esperanças, seus causos do dia a dia, bem parecido com aquele mineiro que adora um dedinho de prosa. Se você gosta de conhecer gente, homens, mulheres e crianças de verdade, não se acanhe: Entre que a casa é sua, ali se desfilam os mais variados personagens do dia a dia do brasileiro.
Havia ainda que visitar mais um, sem pedir licença ao Benê, roubei uns causos dele e levei comigo prá guardar num seu departamento próprio que reservo em minha caixa de e-mails.
Próxima parada: Adilson José Cunha...tive que esquecer um pouco toda a parafernália da nave internética para pousar mais tranquilo nesse pedaço de chão brasileiro. Quando a gente lê Adilson Cunha a gente sente o cheiro da terra, e se chove sente o cheiro de terra molhada..acho que em suas veias corre o Seu Francisco e sob a sua pele se escondem serras, rios, alamedas e avenidas ...é o tipo de escritor que me coloca em meu lugar: moro no mato, mexo com terra, esterco, e me enfio pelos matos e rochas que enfeitam meu espaço. Quando ele nos fala da história parece que as ruas viram gente até com registro de nascimento e aposentadoria...mas o que me deixou pasmo foi encontrar o " Seu Francisco feito gente aqui na tela de meu pc. O Adilson insuflou alma no Rio São Francisco, só faltou revesti-lo com calça e camisa e bota. É o tipo de escritor que nos faz reviver a vida de forma mais ampliada: Olha existe outro mundo fora do seu pequeno circulo vital!
Enfim, o tempo passou e fiquei de visitar outros que estão na UNESER, mas fica aqui um convite aos "UNESARIANOS ", não deixem de falar com esses escritores, eles são fantásticos e certamente farão história dentro e fora da congregação redentorista..está ouvindo Carlos Felício?, meu incentivador no tempo de Santo Afonso. Neri

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE! BATISMO - PARTE V -

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+)
Para que servem os padrinhos de batismo?
O batismo é o sacramento que nos introduz no ministério de Cristo. Pelo batismo somos recebidos como filhos de Deus; nascemos de novo e iniciamos a plenitude da vida em nós na comunhão com o Pai, Filho e Espírito Santo.
É também a nossa entrada ao povo de Deus que é a Igreja. Aceitamos Jesus, queremos viver o que Ele ensinou e vamos ensinar aos outros o Evangelho que vamos aprendendo e vivendo. 
Dada a importância desse sacramento, a Igreja pede que os pais assumam um verdadeiro compromisso de dar um exemplo cristão de vida e ensinamento, pelo menos, dos rudimentos da fé. E pede padrinhos e madrinhas ao lado do batizando para auxiliar os pais na tarefa da educação na fé. São ou devem ser pessoas que tenham uma vivência de seu batismo, sejam comprometidas com a comunidade, aptas para desempenharem sua missão ao lado do afilhado na sua formação humano-cristã, quer pelo exemplo de vida, quer pela presença cristã ao seu lado.
Quando não se sabe disso, as pessoas convidam para padrinhos e madrinhas os menos recomendáveis, ou pessoas boas e idosas, doentes, como uma atenção especial ou para lhes mostrar uma amizade maior. Aí aparecem aqueles que não têm nenhuma vivência cristã, pessoas sem compromisso com sua fé e com sua comunidade. Os idosos, dentro de pouco tempo ou na época que o batizando mais precisa, já morreram ou não estão mais lúcidos e capazes de acompanhá-lo na educação da fé.
Os que não vivem a sua fé, não possuem valores para transmitir nem exemplo para dar e nem moral para falar e menos vontade de cumprir seu encargo. Para que servem esses padrinhos e essas madrinhas?
É tempo de os pais perceberem e fazerem uma melhor escolha de padrinhos, encontrando pessoas capacitadas para o exercício de sua missão que é acompanhar, motivar, orientar o afilhado. Eles adquirem um grau de parentesco muito próximo dos pais e deverão assumir o afilhado se os pais falharem ou vierem a faltar.
Por isso mesmo devemos acabar com essa pretensa prática de condecorar parentes ou amigos entregando a eles seus filhos. Seria bom que acabassem o costume de se ter uma lista enorme de afilhados. Cada um deve ser consciente de sua obrigação e até mesmo recusar algum convite de ser padrinho e madrinha. Não é pecado recusar e nem falta de consideração, mas é a consciência do que se pode e consegue fazer.
Não aceitar nessas condições é ser lúcido e consciente de suas possibilidades e poder de acompanhar o afilhado.
Os pais que analisem melhor e façam uma escolha mais pensada. Ser padrinho e madrinha não é recompensa para os avós e muito menos para tias que nem sequer dão conta de suas obrigações religiosas e ainda querem cuidar dos outros.
Se os padrinhos e madrinhas assumissem sua missão na ausência dos pais, não haveria tanta criança desamparada na rua.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. ANTÃO (JORGE) HECHENBLAICKNER CSsR

PE. ANTÃO (JORGE) HECHENBLAICKNER CSsR 
+28 de SETEMBRO 1965 
Um confrade que soube elevar muito o nome da Congregação, não somente pela sua virtude, como pelo seu dinamismo. Tirolês austríaco, Pe. Antão nasceu a 5 de junho de 1880. Após seus estudos ginasiais ingressou na C.Ss.R. sendo ordenado em 1904. Saúde de ferro, e com uma extraordinária capacidade de trabalho, achou que na Europa não teria campo suficiente para a sua atividade. Veio, por isso, para o Brasil, logo após sua ordenação. E nunca mais voltou a rever a sua terra natal, tendo renunciado à respectiva licença para tal. Embora nunca o tenha revelado, sua longa vida nos deixou a impressão de que tinha voto de não perder tempo. “Sanctifica te pro Brasilianis, ut et ipsi sanctificentur per te” — esse o lema que o trouxe ao Brasil, escrito logo no cabeçalho do seu diário de viagem. E esse lema ele o viveu intensamente. Como Superior de Campinas (GO) foi de um zelo incansável, nas pregações, no confessionário, na construção do Santuário de Trindade, bem como da igreja de Bela Vista. E como se isso não bastasse, dedicou-se ainda à pregação de Missões e Retiros. Como Vigário da Penha distingui-se pelo seu zelo e caridade no trabalho de socorrer os pobres por ocasião da celebre gripe espanhola (1915-1918). Novamente como vigário em 1924 teve destacada atuação como mediador entre revoltosos e Governo, na revolução desse ano, bem como organizando a assistência aos pobres e necessitados, com a distribuição de gêneros e roupas. Como Superior e Vigário de Aparecida (1927-1932) apesar de todo o trabalho do seu cargo, tomou parte ativa no movimento de 9 de julho de 1932; promoveu o Congresso Mariano de 1929, e trabalhou intensamente para que Nossa Senhora Aparecida fosse declarada Padroeira do Brasil, a 16 de julho de 1930. De 1950 a 1956 foi, pela segunda vez, Superior e Vigário de Aparecida, muito fazendo pela Rádio e construção da nova Basílica. Como Missionário trabalhou em Goiás, São Paulo e Rio Grande do Sul, sempre com seu invejável entusiasmo e extraordinária disposição para o trabalho. Foi ainda diretor espiritual e professor no Seminário Maior de Tietê, participando também da Pastoral da Matriz ou nas Capelas rurais. Rigoroso consigo mesmo, jamais se dispensava do trabalho ou dos exercícios comuns. Com os confrades, ou com os estranhos, era sempre o religioso equilibrado, simples e atencioso com todos. Duramente provado pela idade e pela esclerose que não lhe permitiam qualquer atividade, passou seus últimos anos na Penha. Mesmo assim trabalhou com seu exemplo de conformidade, profundo espírito de fé e de oração. Nunca se dispensou do Breviário, rezando geralmente de joelhos, na Capela da casa; e quando já não podia mais celebrar, fazia questão de assistir a todas as missas que se celebravam na igreja. Somente pela sua grande energia e profundo espírito de fé pôde suportar esses anos de inatividade, sem uma palavra de queixa ou desânimo. Desse calvário, porém, Deus o tirou chamando- o para a glória eterna no dia 28 de setembro de 1965.
CERESP

Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Aprender a fazer silêncio...

Neri Pereira da Silva
Quando estudava no primário as normas existiam para serem obedecidas e, o temor dos castigos em sala ou em casa,( já que naquele tempo lar e escola estavam juntos comprometidos com a nossa educação) era sempre um sinal de alerta para nos manter em disciplina....quando ingressei no seminário,dos doze aos dezenove anos também a exigência da disciplina nos acompanhou.
Recordo-me de um fato que serve muito bem como exemplo: Ano de 1969, nosso professor de educação física era sargento, e marchar com disciplina era um exercício constante....no dia da pátria, 7 de setembro, a cidade de Tiete,se coloria toda para apreciar e aplaudir todas as escolas que desfilavam nas ruas centrais...e quando passavam os seminaristas o povo esticava o pescoço para apreciar a disciplina...Estando todas as escolas da cidade, disciplinadamente em posição de sentido, na praça principal cantava-se o Hino Nacional...mas naquele ano, justamente neste momento patriótico começou a chover forte, um aguaceiro com um vendaval que ensopava o uniforme. Só se viam estudantes saindo de forma e procurando se proteger sob um toldo ou dentro de lojas...autoridades se apressaram em também se proteger....os seminaristas no entanto ali permaneceram cantando o Hino Nacional e mesmo após continuaram na mesma posição...Era a disciplina...disciplina que não se atinha apenas nos exercícios físicos mas muito mais no da mente e do coração: refiro-me ao SILENCIO...silencio não consiste apenas em fechar a boca, vai além, muito mais além de simplesmente falar na hora certa...é uma disciplina que exige força de vontade e amor a um ideal( objetivo, missão , ," foco" ). Voltei a rever esse valor quando acompanhava a Vera nas aulas de teatro e ali aprendi que não se faz ator sem disciplina da mente, da vontade, sem a disciplina do foco..mas isso já é assunto para uma outra ocasião. Bom dia.Neri
Boa tarde Ierardi.
Muito boa esta lembrança do Neri.
Me lembro muito bem disto, porém, atraz da diciplina estava o nosso Libardão!!!
Me lembro dele dizendo - " ninguém se mexe, vamos continuar, quem tem medo de
chuva é cabra"
Saudades eternas!!!
Abraços.
​Ubaldo

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - BATISMO - PARTE IV

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+)
É válido o batismo em outras Igrejas?
Encontramos dificuldades com os que foram batizados em outras Igrejas, e a falta de conhecimento faz com que se fale em batizar de novo quem já foi batizado validamente. O Direito Canônico diz: “Aqueles que foram batizados em comunidade eclesial não-católica não devem ser batizados sob condição... a não ser que haja séria razão para duvidar da validade do batismo” (Cân. 869 § 2).
I. Diversas Igrejas batizam validamente. No Brasil foi feita uma pesquisa sobre o modo de conferir o batismo nas comunidades acatólicas atuantes, e o Secretariado Nacional de Teologia concluiu que muitas Igrejas batizam validamente. São elas:
a) Igrejas orientais (Ortodoxas que não estão em comunhão plena com a Católica Romana, das quais, pelo menos seis estão no Brasil).
b) Igreja Vétero-católica
c) Igreja Episcopal do Brasil (Anglicano)
d) Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil
e) Igreja Evangélica Luterana do Brasil
f) Igreja Metodista
II. Há Igrejas que embora não justifique nenhuma reserva quanto ao rito batismal prescrito, contudo, devido à concepção teológica que têm do batismo, alguns pastores, segundo parece, não manifestam urgência em batizar ou em seguir exatamente o rito batismal prescrito. Também nesses casos, quando há garantias de que a pessoa foi batizada segundo o rito prescrito por essas Igrejas, não se pode rebatizar nem sob condição. São as seguintes:
a) Igreja Presbiteriana
b) Igreja Batista
c) Igreja Congregacionista
d) Igreja Adventista
e) A maioria das Igrejas Pentecostais (Assembléia de Deus, Congregação Cristã do Brasil, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Deus é Amor, Igreja Evangélica Pentecostal “O Brasil para Cristo”).
III. Há Igrejas de cujo batismo se pode duvidar prudentemente e, por esta razão, requer-se, como norma geral, a administração de um novo batismo, sob condição. São essas:
a) Igreja Pentecostal Unida do Brasil
b) Igreja Brasileira
IV. Com certeza, batizam invalidamente:
a) Testemunhas de Jeová (negam a fé na Trindade).
b) Ciência Cristã (o rito que praticam tem matéria e forma certamente inválidas).
c) O mesmo se pode dizer de certos ritos que, sob o nome de batismo, são praticados por alguns grupos religiosos não-cristãos, como a Umbanda.
Para provar a administração do batismo, basta a declaração de uma testemunha insuspeita ou o juramento do próprio batizado, se recebeu o batismo em idade adulta (cf. Cân. 876).
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
Do site: http://www.redemptor.com.br(2009)

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

OS MISTÉRIOS RONDAVAM O SEMINÁRIO SANTA TEREZINHA

Neri Pereira da Silva
Dentro do seminário havia uma hierarquia natural que respeitávamos..os mais antigos, os grandes sabiam impor mais respeito...acima de nossa classe havia o segundo ginasial, acima do segundo o terceiro e assim até o quarto ano onde circulavam os donos do pedaço...dali saíam os monitores, os melhores atores e sabiam se impor nas horas de serviço, eram os nossos irmãos mais velhos. Nós, o menores admirávamos os talentos que brotavam lá em cima no quarto ano ginasial...havia o Marangoni que cantava muito bem e era o puxador dos cânticos na missa, mais tarde passou o cargo pro José Inácio Medeiros e prá mim...éramos os mais afinados da turma e os incumbidos de escolher as músicas na missa...mas noutro dia falaremos sobre os talentos deles todos hoje podemos falar dos mistérios que rondavam os corredores...
Em todas as sexta-feiras a noite, podíamos assistir o Cine Mistério na Rede Bandeirantes, quando apresentava a série Frankenstein com Boris Karlof...ou O Conde Drácula e outras séries de terror....tv preto e branco em 1969, findando o filme as 23:00 hs, os poucos que tiveram coragem de ficar até o fim tinham que subir até o terceiro andar onde ficavam os dormitórios....Recordo-me, que nós os pequenos, Inácio Medeiros, José Silvio Sartori, Ubaldo, Gasparoto, saíamos juntos e no corredor escuro e frio íamos subindo degrau por degrau apoiando no corrimão e perscrutando os cantos mais escuros do prédio...passávamos pelo segundo onde ficavam as classes de aulas e estava tudo no breu, as vezes um miado de gato lá prá baixo no jardim interno mas estávamos juntos...todos já dormiam no quartão onde haviam trinta e oito camas sem contar as camas da " marinha"...não podíamos acender as luzes, e cada um ia se aproximando da cama apalpando os pés daqueles que já estavam no segundo sono...
Antes de dormir, o vizinho perguntava baixinho" E aí? Como foi o final do filme? Mataram o Frankenstein? " – Que nada, vai ter a continuação na outra sexta!"...O outro segredou ainda mais baixo:" Cara, sabe o que aconteceu comigo agora a noite logo que levantei o travesseiro? " – " Não, que foi? Aprontaram com você? " – o outro então confessou: " Recebi um bilhete do "Céu " ! – " Meu Deus, deixa eu ver! O que ele diz aí? " – " Veja você mesmo!"- Peguei o bilhete( um pequeno pedaço de papel medindo uns 10 cm por 5 cm, branco e dobrado ao meio ) em que se lia:" Sei que você esteve roubando frutas na geladeira ontem a noite, cuidado!" assinado " Céu "...'Ainda não descobriram quem é o "céu"? – " Não, dizem que pode ser alguém do quarto ano, turma do Mané, Mantuaneli, alguém lá de cima ".
Esse " Céu " ficou um mistério... era um inquisidor secreto que sabia de tudo e postava bilhetes nos lugares mais imprevisíveis...o aluno ao abrir um livro dava de cara com o bilhete misterioso " você fez isso ou aquilo etc e tal" , sempre uma verdade que ninguém mais sabia...receber um" céu " significava que estávamos sendo vigiados..e vinha o medo e a curiosidade de quem sabe algum dia descobrir quem era esse que tudo via e sabia...só podia ser gente do quarto ano...mas no outro dia na aula de canto com o Padre Libardi era o momento de lavar roupas sujas...e o Padre Libardi tinha uma paciência mas as vezes caía na gargalhada percebendo nossa ingenuidade ou falta de esperteza...e foi num desses momentos que alguém reclamou que haviam lhe roubado todas as suas pastas de dente, mas não ficou por aí, outros também reclamavam haver sumido a toalha de rosto, o pente, os óculos...com certeza havia um cleptomaníaco entre nós...e agora, quem poderá nos socorrer?
Estava ajeitando a cama prá dormir, as luzes ainda estavam acesas e três dos grandes entraram pela porta do quarto e vieram caminhando silenciosos e observando cada cama.., O Coutinho era o líder, outros dois não me recordo, podia ser o Savassa e o Fuinha...não me lembro , mas logo que passaram meu amigo me segredou baixinho: " O Coutinho é investigador , sabe dessas coisas, detetive particular, filho de delegado, o Padre Libardi pediu prá ele investigar o caso do sumiço das coisas aqui no quartão!"" Dizem que ele está fazendo uma armadilha prá pegar o seminarista que anda roubando!' – " Por que não pedem prá ele descobrir quem é o " céu"?
Nós, os novatos . como nos chamavam no primeiro ano, ao encontrar com o Coutinho e seus auxiliares, passávamos pro outro lado do corredor, havia um ar de suspense sobre suas cabeças...
Hoje, recordando eu me questiono se o Coutinho tinha consciência que nós o respeitávamos como alguém de autoridade e de muito respeito...e se ele tinha realmente duas pessoas que o ajudavam ou se tudo era resultado de nosso medo, de meu medo principalmente...mas fica aqui a pergunta: O Padre Coutinho, afinal, fez curso de detetive ou era tudo embromação? Neri
Bom dia Antonio.
Obrigado pelo carinho de me enviar.
Lembro-me perfeitamente de tudo isso.
Só não me lembro o nome do "Céu", ele se revelou um dia antes de sair do seminário,
e quase precisou de escolta para não apanhar!!  Rsrsrsrs
Grande abraço.
​Ubaldo

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - BATISMO-III -

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+)
Não sou casado, posso batizar meu filho?
Dada à situação em que vivem muitos casais, essa é uma preocupação e uma pergunta constante.
Não há normas canônicas que impeçam ou dificultem; há orientações pastorais um tanto exigentes que alguns sacerdotes transformam em leis.
Deve haver compreensão dos dois lados e deve haver também um diálogo que esclareça as situações e posições criadas.
Todos sabemos da importância do sacramento do batismo e do compromisso que dele nasce. Não tem mesmo sentido alguém pedir o batismo para seu filho, se ele mesmo não se compromete e não se esforça em viver o seu próprio batismo com os seus compromissos. É melhor deixar a criança crescer e fazer a sua própria opção mais tarde.
Ela será batizada, quando criança, mas não tem alcance de saber ou de viver sua fé pela falta dos pais que não são religiosos.
Por outro lado, sabemos de situações em que as pessoas não podem se casar no religioso, outros nem devem se casar, pois falta a um deles as condições necessárias. Isso acontece muito entre os recasados.
Uma conversa direta com o pároco, não com a secretária, pode esclarecer o fato, e o padre pode averiguar a verdade, inclusive a situação religiosa desses pais.
Convém também dizer que há muitos batizados que não deviam ser feitos, pois o que aparece de pais e padrinhos, não oferece a mínima condição para um sacramento. É gente que está aí porque é costume batizar e fazer a cerimônia.
Os tais cursos de batismo dão uma boa catequese, mas essas pessoas são tão despreparadas que não conseguem captar o que lhes é falado. Fazer o que nessa hora?
Quem procura o batismo para seu filho devia ter um bom relacionamento e poder dizer ao pároco com sinceridade: “Queremos batizar nosso filho na fé que nós temos e vivemos”.
A criança, às vezes, vira uma boneca nas mãos de pessoas despreparadas. Sem falar daqueles que já chegam com pressa e querem tudo rápido e, se possível, com muitas fotos e sorrisos.
O pároco pode batizar seu filho quando percebe que há uma reta intenção, há uma vida cristã entre os pais e entre os padrinhos, dessa forma ele tem certeza de que não administra em vão um sacramento tão importante.
Sendo consciente, a pessoa livra-se de embaraços desagradáveis. Do contrário, não coloque seu filho numa fria: numa Igreja em que você não vive, numa fé que não lhe diz nada.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.

Do site: http://www.redemptor.com.br

ELES VIVERAM CONOSCO - PE OSCAR JACOB KRINDGES, CSSR

* Porto Alegre 06.07.1916
+ Passo Fundo  26.09.2011 
Nenhum dos 10 filhos do casal Jacob Krindges e Maria Hortência Krindges lhes foi tão querido como o 4º, o nosso Pe. Oscar. Nasceu a 06.07.1916, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Recebeu o Batismo aos 10 de julho do mesmo ano, em Porto Alegre. Nessa cidade cursou os estudos primários. Aos 27.02.1929 começou o seminário menor no antigo e recém-fundado Clementinum, em Cachoeira do Sul. Dentre os que começaram os estudos no Clementinum, foi o primeiro a ser ordenado padre.  Ele chama a si mesmo ”o primeiro fruto do seminário redentorista gaúcho”. Terminou os estudos secundários em Aparecida SP, aos 20.12.1934. Começou o noviciado em Pindamonhangaba SP aos 02.02.1935. Após intensa preparação, levada a sério, emitiu a primeira profissão religiosa em Tietê SP, aos 19.07.1936, cidade em que já tinha começado o estudo de filosofia no dia 03 de março do mesmo ano. Ainda em Tietê iniciou a teologia em 1938. A emissão da profissão perpétua, aos 09.02.1940, foi a porta de entrada para o diaconato (17.11.1940), conferido por D. José Carlos de Aguirre,  Bispo de Sorocaba. O mesmo prelado lhe conferiu, a 21.12.1940, o sacerdócio, também em Tietê.
Após a ordenação, foi professor no seminário Santo Afonso, em Aparecida SP, até 1942. De 1943 a 1945 derramou suor e preocupação como vigário paroquial na Penha, paróquia da capital paulista.
Em 1945, em Aparecia SP fez o ‘segundo noviciado’ como preparação para a atividade missionária, indo em seguida a Campinas e  Trindade GO,  como missionário e pároco de Palmeiras de Goiás.
Igualmente dedicou-se às missões populares de 1953 a 1955, quando residiu em S. João da Boa Vista SP. As missões populares o ocuparam de 1955 - 1957 em Cachoeira do Sul RS. Nesta cidade, além de reitor da comunidade religiosa redentorista, foi o 1º  pároco da nova paróquia Santo Antônio, da qual tomou posse a 01.01.1958. Voltou às missões populares, agora residindo em Lages SC a partir de 1960.
Como professor no Seminário Instituto Menino Deus em Passo Fundo foi estimado por suas aulas de história e de ciências naturais; foi  reitor da comunidade religiosa a partir de 1964. Montou o Museu do Seminário, pedindo e se interessando por imagens, pedras, antiguidades e animais. Por seu interesse em tudo isso, popularizou-se-lhe o apelido de “Pirata”, pois “salvou” muitas preciosidades para o museu.
Em 1972 foi um dos pioneiros da nova frente missionária que a Província de Porto Alegre teve de assumir na Prelazia – hoje Diocese – e Rubiataba GO, onde, como pároco de Crixás, construiu, entre outras coisas, a matriz local. Doente, cansado, pediu para voltar ao Sul, pois sentia “necessidade da comunidade”.
Residindo novamente em Passo Fundo, já em 1977, pediu para voltar a Goiás, porque
“eu não suporto essa vida de professor... sonho poder trabalhar no meio do povo simples e amigo como em Crixás”. Mas, a determinação do médico que não desejava que ele ficasse num lugar tão retirado de recursos, o fez continuar o tratamento da saúde no Sul. Em 1981 trabalhou na paróquia de Ibiaçá RS, onde terminou, como pároco, a construção do santuário de N. Sra. Consoladora, com torre e tudo o mais a que tem direito um lugar de romarias. Com a entrega dessa paróquia, pela congregação, à diocese de Vacaria (25.02.1984), Pe Oscar  voltou  residir em Passo Fundo. Ali, cuidou do museu, embelezou o seminário.
Em 1987 foi um dos fundadores da casa redentorista de Lontras, diocese de Rio do Sul SC, onde, como vigário paroquial, deixou rastros de amizade, esparramou a alegria na  visita às casas de família, catequizou jovens e  crianças e seus dotes de oratória eram bem apreciados.
Desde  1989 viveu em Passo Fundo, no Instituto Menino Deus, onde cuidava do acervo histórico da Província de Porto Alegre e do museu, cuidava do visual ecológico do terreno adjacente, se deliciava com as orquídeas, bromélias e pássaros, pesquisava a história da Congregação no Sul do Brasil. Cada ano, porém, durante os meses de inverno migrava para o norte do Brasil, especialmente à Bahia, diocese de Juazeiro, onde exercia bom trabalho pastoral nas desobrigas daquelas imensas Paróquias.
Homem de hábitos simples, fala fluente, gostava de enfeitar as conversas com piadas e brincadeiras. Enérgico na defesa de suas idéias, também sabia dialogar. Gostava de viver entre os jovens, já que sua jovialidade era contagiante. Apesar da idade provecta, relacionava-se bem com a juventude. Houve momentos de bom entrosamento; a diferença de idade, contudo, trazia seus conflitos, levados na esportiva por ambos os lados.
Amou a congregação redentorista, à qual serviu como superior nas comunidades,  conselheiro provincial e demais cargos comunitários. Procurou encarnar na vida o espírito de Sto Afonso, o fundador. A Constituição 20 da CSSR serve para um bom retrato falado do confrade: forte na fé, firme na esperança, sempre dado à oração, disponível para  urgências pastorais..... A Província de Porto Alegre lhe deve muito pelas benemerências em trabalhos de resgate da memória histórica.
A coerência é uma das dimensões da fidelidade em viver, sem rupturas, e acordo com o que se crê. A fidelidade deve passar pela prova mais exigente: a prova da duração. Tudo isso transparecia nele por ocasião dos 60 anos de sacerdócio (12.12.2000) e nos 75 anos de  vida religiosa (10.07.2011). Foram datas de duração suficiente para provar a fidelidade. Louvemos ao Senhor.
Faleceu a 26 de setembro de 2011, as 13,00 h, durante a comemoração do Bem-aventurado Gaspar Stanggassinger, enquanto estava internado na UTI em hospital de Passo Fundo, atacado de pneumonia. Contava 95 anos de idade. Paz e alegria ao servo fiel. 
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Pe Euclides
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domingo, 25 de setembro de 2016

RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - BATISMO-II -

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR(+)
Filho de mãe solteira pode ser batizado?
Quanta dor de cabeça para os párocos e quanto descontentamento por erros das duas partes, erros que poderiam ser evitados se não tomassem posições extremas.
As mães e familiares devem compreender a razão das normas em certas paróquias que não aceitam batizar filhos de mãe solteira. A Igreja toma algumas atitudes com as quais não se condenam as mães solteiras, mas se pede que elas tomem uma nova posição, façam uma reflexão e vejam que devem mudar de vida. Hoje batiza um, amanhã outro, depois de amanhã vem um terceiro.
Se quer batizar, mostre que já refletiu, já deu novo rumo a sua vida. Um erro se entende, mas a repetição mostra a imaturidade da pessoa, o que também vai impedir de educar cristãmente o filho.
Da parte dos párocos precisa haver mais flexibilidade e mais compreensão. Não se pode transformar uma orientação da Igreja em lei, porque “nenhuma lei feita pelo homem tem o poder para obrigar a consciência, se for arbitrária” (Bernhard Häring). Se não nos detivermos para examinar caso por caso, estamos sendo arbitrários. Não se podem deixar tais casos ao critério e exame de uma secretária paroquial, a quem não se tem obrigação de abrir a consciência. A missão da Igreja é acolher e não excluir, e se evangeliza muito mais acolhendo que excluindo.
Com a preocupação de dar uma boa formação, acaba-se tornando a Igreja intolerante, antipática e exclusora dos que a procuram em situações menos regulares.
Todos nós sabemos a concessão do Direito Canônico: a mãe que apresente padrinhos responsáveis que possam responder pela criança. Eles vão encaminhar essa criança e ministrar a ela uma boa formação religiosa. Serão responsáveis em lugar dos pais. Para que servem os padrinhos?
Não queremos nivelar os casos ou desvalorizar as normas pastorais que todas as paróquias devem ter; sentimos que todos devem observar essas normas, que deverão conduzir as pessoas a uma sólida formação e a uma vida de comunidade. Mas sentimos também que esses assuntos e normas suportam bem maior flexibilidade.
A rigidez nesses casos nos aproxima muito dos fariseus, que “carregam os ombros dos outros com pesados fardos que eles mesmos não podem suportar”. Vejam o caso dos filhos de “padres casados”, sem ter a situação pessoal regularizada; como os colegas os passam por baixo do pano sem escrúpulo algum. Por que não passar os outros também pelo mesmo buraco do pano?
A intolerância lembra a advertência de Jesus aos fariseus: “Vocês ficam na porta, não entram e não deixam os outros entrarem”.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.

O HERÓI ALFREDO GONÇALVES

NERI PEREIRA DA SILVA
Férias de 1969...regressamos mais cedo das férias pois iríamos passar uma semana na praia de Peruíbe...O tio do Marcos Escudeiro nos cedeu sua casa por uma semana e lá nós nos instalamos..Muitos jamais tinham visto o mar, inclusive eu, e todos os cuidados certamente seriam necessários para controlar um grupo razoável de adolescentes ...lembro-me que fomos visitar as ruínas de Anchieta, e ficamos em uma praia do outro lado do rio...
Chegando ao local, os frequentadores assíduos dali nos alertaram sobre a maré: " Ao chegar das 16 hs em diante, tomem muito cuidado pois a maré costuma surgir de supetão sem avisar e há aqui uma corrente marítima muito forte que poderá arrastá-los pro alto mar...!"
Bem, eu e o Benedito Donizete, passamos a infância praticando a natação, éramos muito bons nisso e portanto estávamos despreocupados e assim arrastamos uma câmara de pneu de caminhão e logo já estávamos em quatro ou cinco dependurados na bóia apreciando o movimento dos nadadores...
O papo rolou, as brincadeiras foram vindo sempre ali sobre a câmara enorme e quando percebemos a praia já se encontrava bem distante.
-" Heim, pessoal, acho que já estamos no lugar mais profundo!" – gritou o Donizete e soltou seu corpo da boía. Quando reapareceu estava assustado: 
-" Não alcancei o fundo, tenta você Neri !". 
Soltei o corpo e estiquei bem a ponta dos pés. Meu corpo desceu até encontrar águas geladas e nada de areia. Reapareci e aí todos ficamos com medo: 
-"E agora? Fomos pegos pela corrente marítima, vejam onde está a praia! "
Hoje, fico assustado ao recordar , imaginem que nós tínhamos apenas treze anos de idade...e a praia ia se afastando rapidamente de nosso campo de visão...outros garotos estavam em desespero pois não sabiam nadar; mais essa! Havia apenas uma solução viável: eu e o Benedito Donizete ir nadando até a praia enquanto eles ficariam agarrados na câmara...teríamos que nadar contra a correnteza marítima até a praia e lá chamar os salva-vidas...Nos jogamos nas águas e iniciamos tentando vencer a corrente...pés e braços trabalhando com toda a força mas a corrente nos arrastava cada vez mais pro alto mar. O Donizete, ao meu lado fez sinal de que tínhamos que usar toda a força contra a corrente e aproveitar quando as ondas começavam a se formar prá afrouxar mais o ritmo até chegarmos onde as ondas começavam a quebrar...Essa luta durou bem um hora. Vencíamos três metros e o mar nos arrastava dois metros de volta...Ele se distanciou um pouco na minha frente e eu o acompanhei . Os amigos já haviam sumidos em direção ao alto mar...mas não podíamos em hipótese alguma parar de nadar ...senão a corrente nos levaria ao encontro dos amigos....e assim fomos nos esgotando cansados diante da força titânica da maré...mas depois de um bom tempo conseguimos chegar na praia...todos vieram ao nosso encontro e relatamos o ocorrido. Era preciso avisar os salva-vidas. Alguém comentou que ali não havia nenhum salva-vidas, eles ficavam no outro lado do canal....Nós estávamos mortos de cansados e não conseguiríamos atravessar a nado o rio...então, imediatamente o Alfredo Gonçalves se prontificou em fazer isso e saiu correndo atirando-se nas águas do canal conseguindo atravessá-lo ...foi atrás dos Salva- Vidas e , logo já avistamos o barco saindo em direção a alto mar...Conseguiram encontrar os garotos e passar um belo sermão em cada um de nós...

Não me recordo quem eram os rapazes que ficaram agarrados na câmara mas, a cena do Alfredo atirando-se no canal me ficou na memória...por onde você anda Alfredo? Neri

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. LUIZ ÍTALO ZÔMPERO CSsR

PE. LUIZ ÍTALO ZÔMPERO CSsR 
+25 DE SETEMBRO 1981 
Natural de Brotas-SP, nasceu em 23 de dezembro de 1934. Em 1942 sua família já estava residindo na vizinha cidade de Pederneiras-SP onde freqüentou a Escola Paroquial. Ingressando no Seminário Santo Afonso em 1944, recebeu o hábito em 1952 e fez os estudos superiores em nosso Seminário de Tietê, onde foi ordenado a 1º de julho de 1958. Durante alguns anos Pe. Zômpero trabalhou como professor e vice-diretor do S. R. S. A.(*) Posteriormente esteve como cooperador na Penha, e em São João da Boa Vista como missionário, ocupando-se também com os cursilhos. Daqui seguiu para o nosso Seminário em Goiás, e em 1978 foi vigário da nossa paróquia em Goiânia. Deixando o cargo de vigário, assumiu a direção da Rádio Difusora, tornando-se bastante conhecido através dos seus programas, sempre apreciados; e durante esses anos colaborou também no “Santuário de Aparecida”. De Goiás, Pe. Zômpero veio trabalhar na Rádio Aparecida. E foi a serviço da R. A. que, no dia 25 de setembro (1981) foi encontrar a morte, na estrada São Paulo-Curitiba. Capotando por duas vezes o carro em que viajava ao lado do motorista, fraturou ele diversas costelas, com grave lesão na coluna. Levado às pressas para Curitiba, faleceu ao dar entrada no hospital. Foi sepultado em Aparecida. Sua morte, repentina e violenta, foi muito sentida, principalmente pelos seus confrades que, nele viam um grande companheiro, sempre alegre, ativo, e disposto para qualquer trabalho. Deus o chamou quando tinha ainda muito para dar. (Comunicado do Governo Provincial) 
(*)Pe. Zômpero possuía porte físico excelente e foi exímio futebolista. O esporte, aliado à sua simpatia pessoal, foi o caminho para muitas amizades e para a pastoral entre os jovens. (nota do editor)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR.

Padre Zômpero, ordenado sacerdote em 1958, iniciou os trabalhos como mestre no SRSA. Como todos podem lembrar-se, aos domingos havia a famosa "festinha" após o jantar, quando treinávamos nossa comunicação de púlpito por meio da oratória e declamação de poesias. Recordo que numa dessas ocasiões, Pe.Zômpero presidiu o evento e coube-me ser um dos oradores. Fiz um discurso com tema da FÉ, ESPERANÇA e CARIDADE tendo como base uma historieta que li de artistas da Ópera de Paris. Padre Zômpero elogiou minha apresentação e solicitou-me cópia para seus futuros sermões (naquele tempo dizíamos "sermões" ao invés das "homilias" de agora!). Saudosa memória! Esteja em paz, padre amigo! Antônio Ierárdi Neto - Tampinha
Amigo Ierardi, padre Zômpero foi também meu professor de música e nestas festinhas que você citou eu tive que fazer um solo. Eu sempre fui muito tímido, mas tive que fazer aquele solo. No palco do auditório, quando todos pararam de cantar eu cantei sozinho o famoso lá lá lá lá, lá lá lá lá lá. Nem sei como consegui, só sei que consegui. tanta gente boa que gostava de cantar, ele foi escolher justamente eu. E me lembro que o Natal teve que cantar uma música (Al di lá...) e ele escreveu na palma da mão para não esquecer e aí eu que tinha que declamar um poema fiz a mesma coisa, escrevi na palma da minha mão para não esquecer a letra. (era sobre a palavra "tempo", onde "tempo" aparecia várias vezes) Mas era um bom amigo e lembro-me que no esporte tinha uma coisa interessante, padre naquela época não podia tirar a batina preta de jeito nenhum (a batina branca ainda estava sendo liberada) então ele arregaçava a batina, prendia no cinto da batina dos redentoristas e era assim que ele jogava bola com agente. Ele nos conquistava através dos esportes. Todos gostavam muito dele. Pena ter morrido tão cedo. Abraços do amigo, Natanael de Jesus Criado.