domingo, 30 de abril de 2023

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR(+)-HOMILIA DE EXÉQUIAS

 

Amigos!

Ainda sobre o passamento do Padre Luiz Carlos de Oliveira, ocorrido em 30 de abril de 2022, quero mostrar a linda homilia na missa de corpo presente, feita brilhantemente pelo Padre Anísio Tavares CSsR.

ELES VIVERAM CONOSCO - PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR

PE. LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR 
 21.08.1947 – 30.04.2022 
74 anos de vida – 54 anos de CSsR – 46 anos de Padre 
Pe. Luiz Carlos de Oliveira nasceu em Sacramento, MG, no dia 21 de agosto de 1947. Filho de José Batista de Oliveira e Alda Borges de Oliveira, que tiveram 8 filhos. Aos 11 anos entrou para o Seminário SS. Redentor, recém construído na sua cidade pelo missionário redentorista Pe. Antônio Borges de Souza, também sacramentano. Completou os estudos do ensino médio em Aparecida. Fez o Noviciado em Tietê, SP, onde fez a Profissão Religiosa no dia 02 de fevereiro de 1968. Em São Paulo, capital fez os estudos de Filosofia e Teologia. Foi ordenado sacerdote no dia 23 de agosto de 1975, em Sacramento-MG, por D. José Pedro da Costa, arcebispo administrador apostólico de Uberaba – MG. Depois de ordenado fez Pedagogia, na Fac. Ciências e Letras, em Itu-SP, Licenciatura (1975); Sagrada Liturgia, S. Anselmo, em Roma, mestrado (1985-1987); Teologia da Espiritualidade, no Teresianum, em Roma, mestrado (1997-1998). Pe. Luiz Carlos deu um testemunho edificante de serviço à Igreja, aos confrades e ao povo de Deus. Estava sempre disponível, por isso pode fazer o bem em vários lugares e de diversos modos, usando os dons recebidos, aos quais colaborou sempre com alegria e de bom humor, que era uma característica de sua vida. Foi formador e diretor dos futuros missionários redentoristas em nossos seminários; mestre dos noviços no Brasil e em Angola, na África, foi diretor do Colégio Maior em Roma. Junto aos formandos e aos confrades passou seu amor à Congregação do SS. Redentor repassando o missal redentorista e a vida de nossos confrades santos, beatos, mártires e servos de Deus. Como diretor do CERESP, Centro Redentorista de Espiritualidade, ajudou os confrades, leigos e leigas e religiosas a beberem e se aprofundarem da espiritualidade e carisma redentorista. Na pastoral junto do povo deu seu testemunho de amor, de alegria e simplicidade como vigário ou pároco em diversas cidades do estado de São Paulo: Garça, Tietê, São Paulo, São João da Boa Vista, Aparecida, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Seu testemunho de vida e zelo apostólico, sempre com simplicidade e alegria, expandiram-se também nos escritos que espalhou em livros, artigos, revistas, jornais, opúsculos, reflexões bíblicas, vida dos santos, homilias, ensinamentos catequéticos e pregações de retiros para leigos, religiosos e sacerdotes... foi o missionário sempre atento para evangelizar! Nos últimos anos atingiu mais público através da Rádio e TV Aparecida, Portal A12 e redes sociais, participando de vários programas e celebrações litúrgicas, onde ensinava e transmitia o evangelho de Jesus e as glórias de Maria de um modo simples, alegre e atraente. Deus seja louvado pela vida e pelo bem que o Pe. Luiz Carlos fez nesta terra, e que agora, junto com seus pais, familiares, confrades redentoristas e com seus conterrâneos Pe. Antônio Borges e o Servo de Deus Pe. Vítor Coelho de Almeida, goze da presença amorosa da Santíssima Trindade, de Maria, a Mãe do Belo Amor e dos anjos e santos. Que interceda por nós, por seus confrades que se encontram reunidos em Capítulo Geral para que a Missão redentorista seja continuação da Missão do Redentor a fim de que o mundo seja mais humano e fraterno! Obrigado, Pe. Luiz Carlos, pelo seu testemunho de doação de vida alegre e fiel! Pe. Luiz Carlos foi internado há 20 dias no Hospital Frei Galvão, em Guaratinguetá, onde permaneceu uma semana. No dia da Páscoa voltou para a comunidade do Santuário de Aparecida, onde residia. Depois de uma semana foi levado para São Paulo e internado no Hospital Paulistano, onde veio a falecer na madrugada deste sábado, dia 30 de abril de 2022, às 03h15. Tinha câncer no pâncreas. Seu corpo será velado, no sábado, na igreja-paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro, no Jd. Paulistano, em São Paulo, onde Pe. Luiz Carlos foi pároco. No domingo, dia 1º de maio, será levado para Aparecida, onde será velado. No dia 02, 2ª feira, às 09h00, será a missa de corpo presente, com transmissão pela Rádio e TV Aparecida e Portal A12, presidida pelo Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, com presença do Superior Geral da CSsR, Pe. Michael Brehl e concelebrada pelos missionários redentoristas da A. L. e Caribe que estão no Capítulo Geral em Aparecida e por outros confrades, com presença dos familiares, amigos e fiéis. O sepultamento será após a missa no Cemitério Municipal Santa Rita em Aparecida. R.I.P. Bom Pai do céu, recebei de volta este vosso filho querido, Pe. Luiz Carlos de Oliveira. Ele veio de vós e volta para vós! Obrigado, ó Pai, pela vida e pelo bem que ele fez na sua família, na família redentorista, na Igreja de Jesus e para o povo de Deus! Dai-lhe o descanso eterno e que junto de vós, ó Pai, interceda por nós para que sejamos seguidores de seu Filho Redentor e devotos da Mãe do Belo Amor, a fim de que pratiquemos o bem, de um modo alegre e fiel, como viveu o vosso querido filho, o missionário redentorista, Pe. Luiz Carlos de Oliveira. Amém!

Secretaria CSSR

secretariasp@cssr.com.br

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CSsR NO CÉU

PADRE LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA 
*21 DE AGOSTO DE 1947 
+30 DE ABRIL DE 2022 
Seguindo nossa proposta de apresentar a vocês mais sobre a vocação redentorista, convidamos o Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R, para dar seu testemunho vocacional.
O missionário redentorista desempenhou diversos trabalhos na Congregação. Foi pároco, trabalhou na formação de seminaristas, foi mestre de noviços, trabalhou no Santuário Nacional, entre outros. Atualmente, Pe. Luiz Carlos é secretário provincial e continua ajudando na paróquia e acompanhando a formação dos seminaristas. 
1- Com quantos anos teve o primeiro contato com os redentoristas e aonde? 
Não sei quando comecei a pensar sobre ser padre. Morávamos na roça, no município de Sacramento – MG. Tanto os familiares de meu pai, como de minha mãe viviam por ali. Todos os anos o pároco, Pe. Ivo Soares, vinha para a festa do padroeiro. Meu pai dizia que eu disse que queria ser padre. Ele mostrou-me para o padre dizendo isso. Minha avó dizia que eu disse a ela: Vó, um dia eu vou confessar a senhora. Quando ela estava para morrer eu já era estudante redentorista, eu lhe dei a comunhão e ela, então, disse: posso morrer porque o Luiz já me confessou.
Em 1958 um irmão Claretiano, que fazia as assinaturas da Revista Ave Maria, passou em casa e acertou minha entrada para o Seminário Claretiano de Rio Claro, no ano seguinte. Nesse meio tempo, apareceu o Pe. Antônio Borges fundando um seminário redentorista em Sacramento. A família decidiu colocar-me nesse seminário que estava ali perto e não tão longe. Deram-me a vocação redentorista. Não gostei na hora, mas eu tinha 11 anos. Cursava o 3º ano primário. 
2- Passou por algum tipo de acompanhamento vocacional? 
O acompanhamento foi somente acertar a entrada para o seminário no ano seguinte. Começamos com 15 alunos. O Padre Antônio dizia que eram os 15 mistérios do rosário. Dos 15, só eu fiquei. Eu era o 4º doloroso, Jesus carrega a cruz o caminho do Calvário. Depois eu continuei carregando. O acompanhamento era a vida da família que era religiosa. 
3- Com quantos anos entrou para a congregação como seminarista? E quanto tempo ficou na formação? 
Entrei com 11 anos. Era o normal do tempo. Entrei dia 26 de fevereiro de 1959. Fiz a profissão religiosa dia 02.02.68, e terminei os estudos no final de 74. Fui ordenado padre em 23 de agosto de 1975.
4- Como você percebeu que tinha vocação para a vida missionária? 
No começo a vocação era para ser padre. Eu havia visto uns missionários redentoristas que passaram lá perto de minha casa. Lembro-me do Pe. Henrique e do Pe. Domingos, eram redentoristas holandeses da Província do Rio de Janeiro. Mas isso não teve ligação com o fato de entrar para o seminário. Eu ainda era pequeno. 
5- Como aconteceu seu chamado? 
A consciência de uma vocação missionária se deu no correr da formação quando a gente ficava conhecendo a vida redentorista. Nunca pensei em sair. Sempre gostei de tudo. Passei momentos difíceis. Mas foi tudo muito sereno. 
6- Em sua opinião, quais são os principais desafios para se aceitar o chamado à vida religiosa? 
A vida religiosa não é um desafio, é um dom alegre e que preenche o coração. O desafio fundamental é o querer ser religioso redentorista. Isto é, querer ser o que se propõe. A vida religiosa não é um desafio, é um dom alegre e que preenche o coração. 
7- O que mais te encanta na vida missionária? 
O que me encanta é o povo. Meu compromisso é com o povo e me sinto feliz quando posso atendê-lo bem. É muito divertido viver com o povo como povo. Deus sempre me deu o jeito de ficar feliz com o povo. Uso meus dons e faço o que posso por ele. Gosto muito da vida comunitária e da espiritualidade da Congregação!
Padre Luiz Carlos de Oliveira(+), mais que um colega, mais que um amigo, mais que confrade, é meu irmão. Foi meu colega no SRSA nos anos 1958/1962. Desde 2012 tenho revisado seus textos semanais:homilias e artigos. Em conjunto criamos um blog - REFLETINDO A PALAVRA - 
https://refletindo-textos-homilias.blogspot.com/ 
- que substituiu o outro blog ainda em exercício - 
do WORDPRESS - 
https://padreluizcarlos.wordpress.com/. 
Nesses dois blogs temos a oportunidade de ver todos os textos das homilias e artigos desde 2001. Ele nos deixou... por uma rápida e insidiosa doença o levou em pouco mais de 1 mês. Que posso dizer mais???? Ele deixa farto material para evangelização cumprindo a vocação missionária que um dia surgiu e em 1959 ele, no caminho do Padre Antônio Borges, inaugurou o seminário de Sacramento, vindo logo após para o Santo Afonso em Aparecida-SP. Conte sempre com minhas orações, padre amigo, assim como conto com sua bênção perene! UMA VEZ REDENTORISTA, REDENTORISTA NO CÉU! -Antônio Ierárdi Neto
Não tinha como deixar de assistir às exéquias do padre Luiz Carlos, ele perseverou, teve as homenagens merecidas, seus confrades cantaram o Salve Regina e depois o Com Minha Mãe Estarei. Assisti a todo cerimonial, procurei no meu passado uma batina que me foi destinada, vesti-a e me integrei ao grupo redentorista entregando a Deus o corpo de nosso irmão. Alexandre Dumas 
Dumas, Padre Luiz Carlos, mais que um colega, mais que um amigo, mais que um confrade.... é nosso irmão como você disse com muita propriedade!!!! Ele deixou mais de 2.000 textos de homilias e artigos desde 2001. O último, Homilia do Domingo de Ramos, é de número 2.164! Podemos ver quando quisermos nos blogs REFLETINDO A PALAVRA - 
Recém ordenado, Padre Luiz Carlos chegou em Tietê, no Seminário Santa Teresinha. Muito jovem, sorriso aberto, alegre até nos dias feios, com muita facilidade Padre Luiz Carlos conquistou todos. Revelou-se um grande formador nos passos de Santo Afonso. Suas brincadeiras e leveza aproximavam-nos para grandes ensinamentos. Os meninos daquela casa e eu, como professora , chegávamos para desfrutar o privilégio de companhia tão leve. Momentos felizes nos uniram para que eu passasse a admirá-lo numa amizade fraterna. A vida seguiu, Padre Luiz Carlos cada vez mais dedicou-se aos estudos e à Congregação. Seguiu sua vocação e aprimorou-se na intimidade com Jesus. Nos últimos anos, em total sintonia com a UNESER, Padre Luiz Carlos enviava-nos seus textos, postados por Edivaldo Bortolleto, semanalmente. Grandes ensinamentos ali. Brilhante, Padre Luiz Carlos já deixa saudade, um vazio em nossos corações. Siga em paz , querido Padre Luiz Carlos. Há muitos no céu, de braços abertos para recebê-lo.Prof.Mali Moura - https://www.uneser.org.br/
Conheci o Padre Luiz Carlos de Oliveira numa palestra que ministrei na Vila Santo Afonso (Casa da Pedrinha). Lugar de beleza ímpar, propício para estudos, oração, descanso e convivência, localizada na cidade de Guaratinguetá (SP). A palestra seria sobre os fundamentos teológicos do sacramento do perdão (também conhecido como Sacramento da reconciliação ou penitência). Quase uma pretensão de minha parte, afinal o que um teólogo “acadêmico” poderia acrescentar a 27 padres redentoristas que trabalham há anos no santuário, atendendo e ouvindo centenas de confissões entre os peregrinos que visitam a casa da mãe semanalmente? Não nego que me sentia constrangido. E assim comecei a minha fala, fazendo uso de um trocadilho, confessando a todos o meu constrangimento e deixando claro que não era eu que deveria estra falando, mas deveria sim, ouvi-los a todos e aprender com a sua experiência. Um dos presentes era o Padre Luiz Carlos. Sentado numa das últimas poltronas do amplo e lindo salão, condescendia-me com sua atenção e vez ou outra me interpelava com alguma e sempre pertinente pergunta ou comentário. O pequeno espaço de tempo do almoço nos permitiu mais conversas particulares e sua simpatia e acolhimento me serviu em muito pra me sentir mais em casa. Mais tarde, meses talvez, fui convidado a um programa de televisão da tv Aparecida, sob a batuta do padre Ulysses e para minha surpresa o Padre Luiz Carlos dividiria o palco comigo. Mais uma vez nesta oportunidade pude perceber sua lucidez e como colocava seu conhecimento teológico a serviço de sua missão e ação pastoral. Aliás, uma característica clara do carisma Redentorista. Não é tarefa fácil unir certos temas teológicos e expô-los de maneira clara e simples. Naquele dia, o coloquei na minha serie de pessoas que admirava. Por uma triste coincidência, soube de sua morte exatamente no dia em que novamente estava em Aparecida para gravar algumas participações em outros programas da tv Aparecida. E justamente o tema que eu falaria nesse programa seria “acolhida”. Algo que experimentei pessoalmente naquele dia por este padre que, como bom discípulo de Jesus, mais que definir palavras as definia na prática e nos exemplos de ações. Mineiro do município de Sacramento (MG), Pe. Luiz Carlos desempenhou diversas atividades na Congregação: foi pároco, trabalhou na formação de seminaristas, foi mestre de noviços, trabalhou no Santuário Nacional e foi secretário provincial. Também escreveu diversos artigos, homilias e reflexões dominicais para o A12 (www.a12.com). Foi, como tantos outros padres dessa abençoada congregação, missionário comprometido com o povo, um homem que um dia, ouvindo o chamado de Jesus “Vem e segue-me, pregue o evangelho e anuncie o Reino de Deus”, fez dessas palavras a sua vida! Padre Luiz Carlos de Oliveira foi autor de vários livros. Alguns deles permito-me elencar abaixo: Santidade Redentorista, foi organizado pelo Pe. Luiz Carlos, apresenta uma biografia resumida de cada um dos santos, beatos, veneráveis e servos de Deus que pertenceram à Congregação Redentorista na qual fazia parte. Essa contribuição se destina a seminaristas, religiosos que de alguma maneira vivem e compartilham a espiritualidade Redentorista e aos leigos que possam conhecer um pouco mais da congregação fundada por Santo Afonso Maria de Ligório. Experimentar o Amor de Jesus Cristo. Uma reflexão sobre a Espiritualidade Redentorista a partir da intuição e do carisma concedido à Igreja através da Família Redentorista. Nessa perspectiva, o autor examina o cristocentrismo em Santo Afonso Maria de Ligório, fundador dos Redentoristas. Essa reflexão nos proporciona entender melhor o fundamento do carisma de ser “Viva Memória e Continuação de Jesus Cristo Redentor” e deste modo conhecer mais o Cristo que Santo Afonso conhecia entendendo mais profundamente a espiritualidade redentorista que tantos frutos deu para a Igreja.Prof.Sergio A.Ribaric - https://www.uneser.org.br/
Ainda em tempo. Dom Carlinhos estava lá, um palhaço maior, o maior cômico de minha época, foi professor do Luiz Carlos. Estava em uma cadeira de rodas, cabelos brancos, meu contemporâneo, meu conterrâneo, meu vizinho da Rua da Estação. Quando foi para o noviciado, deixou-me uma mensagem :- " Avante, aparecidense, te espero no estudantado. Alexandre Dumas Pasin de Menezes
Dumas, permita-me completar.... a Homilia realizada pelo Padre Anísio Tavares foi ótima.... Ele trouxe a real ideia sobre a personalidade do Padre Luiz Carlos...Segundo ele, e aí incluo Dom Carlinhos, a Província fica em falta por não criar a faculdade do humor...ambos, Dom Carlinhos e Pe.Luiz Carlos seriam mestres! Sobre o Pe.Luiz Carlos...incluía sempre nos seus textos uma pitada de humor:"-Isso é para o povo melhor entender e participar!" dizia ele. Quando via Dom Brandes, brincava! Quando em seguida via a senhora da faxina, brincava também. Um pensamento salutar do Pe.Anísio: "O Redentor disse, eu o dei a vocês e hoje o levo de volta!" Isso nos emociona sempre e traz-nos bons exemplos! Para finalizar, ele dizia que o Concílio Vaticano II desconstruíra muita coisa que ainda não se recuperou!!!Era o nosso tempo!!!!E o tempo de agora! Antônio Ierárdi Neto
Padre Luiz Carlos de Oliveira CSsR, fazia piada até onde não se podia conversar. Chacoalhou a Roseira, nos escritos, falas e atitudes. No Céu vai levar boas risadas e dizer que tem uma fila pra subir. Mas, santos! “Eu era um dos 10 contos do Rosário, dizia Padre Antônio Borges de Souza, C.Ss.R., na primeira turma do Seminário Santíssimo Redentor em Sacramento-MG, ali na Rua Rosa da Mata. Certamente minha mãe e avó rezaram muito , pois o único que ficou padre, eu que estava indo para outra Congregação religiosa e “fui laçado” e convencido”. Disse também: “vocês da UNESER precisam levantar a bunda da cadeira e agir imediatamente , pois receberam formação condizente para agregar todos os ex-religiosos e ex-seminaristas, garantindo a eles , a capacitação permanente de catequese mesmo e me coloco à disposição para ajudar vocês a dialogarem com a Congregação Redentorista para garantirem o espaço de leigos que trazem a mística de Santo Afonso “. Muito bem, dessas falas, Padre Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R., falecido dia 30 de abril de 2022, aqui o testemunho da caminhada vocacional sua e o chamado a viver a fé e espiritualidade a partir da mística redentorista aos que passaram por formações seminarísticas sermos testemunhas do Redentor onde estivermos. Entristecidos com a morte desse religioso, amigo, estudioso de liturgia, referência positiva na Igreja Católica, exigia de todos e dizia: “vá estudar e deixe de pensar e falar besteira sobre a fé que professa”. A UNESER agradece seu apoio quando esteve no retiro no Pico do Jaraguá em São Paulo SP, ali sinalizando o caminho na mística redentorista . Agradece, também, sua presença nos encontros, seu estímulo na criação e ajuda para o livro “Histórias e Memórias do Seminário Santíssimo Redentor em Sacramento-MG, Olhares dos que ali passaram” e por fim , nos revelou seu sonho de ver reaberto aquele seminário e os Redentoristas assumirem novamente a paróquia local quando o Venerável Padre Vitor Coelho de Almeida, C.Ss.R. ficar santo. Não deu tempo de ver esse sonho, mas provocou e deixou legados onde quem ouviu os testemunhos de familiares e amigos, também representantes da UNESER, na missa das exéquias na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em São Paulo, SP, entenderam que Padre Luiz mostrou o caminho e agora cabe-nos compreender “seus puxões de orelhas” e na terra sermos melhores. Deus seja louvado e no Céu, ore por nós. Prof. Vicente de Paula Alves. Missionário Leigo da UNESER.- https://www.uneser.org.br/
Quando entramos para o seminário, a proximidade da figura do padre em nosso dia a dia era para nós, pequenas e obedientes pessoinhas, um misto de dupla autoridade . A figura austera e distante, uma referência ímpar que desde pequenos no seio de nossas famílias, aprendemos a ouvir quietos, não contrapor e seguir regiamente suas palavras. No seminário, a convivência diária dentro dos rígidos horários pré-determinados e na descontração das atividades diversas, à essa figura idolatrada, somou-se àquele que também agora seria para todos nós, como um Pai, que também estava ali para cuidar de cada um nos preparando para assumirmos com esmero e determinação esta nova opção de vida escolhida, nos conduzindo para a cada dia amadurecer e esclarecer nosso caminhos. Por Tietê passaram pelo Seminário Menor padres formadores que deixaram em cada um de nós marcas profundas e positivas em nossa formação religiosa, humana e pessoal. Souberam também plantar em cada coração o carisma afonsiano que vive em cada um dos ex-seminaristas redentoristas. Cada um deles, com personalidades e características específicas, enriqueceram nossa formação. Jamais se permitiram uma convivência distante com seus formandos que dificultasse o relacionamento. Com paciência e determinação exerciam sua vocação de formadores com maestria. Padre Marcos Mooser, um alemão sisudo, de poucas palavras, mas sempre receptivo. Padre Libardi, de fácil convivência, um italiano de sangue quente envolto em um coração que a todos abraçava com responsabilidade e carinho para com seus meninos. Padre Escudeiro, o homem para todas as soluções práticas do dia a dia. Padre Paschotte, sempre o mediador que gostava da convivência calma e objetiva. Padre Frasson, comedido no falar e ouvi-lo era ser sábio pois suas palavras eram de importância vital. Padre Brandolize, o homem do sorriso fácil e permanente que falava no seu ouvido como se cada sílaba tinha para você importância que não deveria ser desconsiderada. Tantos passaram e eu estou apenas atendo-me aos de minha convivência pessoal. É também justo citar outros formadores de outras casas de formação cuja convivência sabida também foi e é de igual importância e relevância para todos aqueles que estiveram sob a influência formadora desses homens de Deus. Como não lembrar do Padre Silva, Padre Pelaquim, Padre Négri, Padre Pacheco, Padre Vanin, Padre Scudeler e, se voltarmos mais no tempo, a lista se agiganta e nossas lembranças se avolumam. 
Essa semana, porém, a tristeza tomou conta de todos nós, ex-seminaristas que em Tietê conviveram com o já saudoso Padre Luiz Carlos. Cada formador, como bem sabemos, tinha suas características pessoais distintas e a contribuição de cada um era fator preponderante cuja soma positiva e rica exerceu forte influência em nossa formação. É incontestável que a postura do Padre Luiz Carlos o distinguia de todos. Sem alarde, sem trazer para si atenção mais do que a devida, mas com humildade, com a conhecida calma “à la mineira”, com humor sadio e sempre presente, as vezes desconcertante que derrubava o mais sisudo espectador. Padre Luiz Carlos era de uma clareza de opinião, de uma assertividade ímpar. E podem considerar esta sua qualidade em toda sua extensão e significado. Sim, ele se expunha, se expressava de maneira direta, clara, honesta e sempre apropriado ao ambiente, sem violar direitos alheios. Suas “tiradas” sagazes na verdade, eram conceitos próprios jogados em uma seara por ele mesmo cultivada que, descontraidamente ele bem direcionava para onde queria, com graça, leveza e sabedor de seus objetivos. Só assim para entender um ser que, enquanto um homem que vivia com descontração por onde passava, era o mesmo que com dedicação e inteligência aguçada produziu obras fantásticas e reconhecidas, reflexões que viajaram levando aos quatros cantos a história da CSSR, o pensar mais apurado da religiosidade e da espiritualidade. Um exegeta que não se permitiu esconder-se atrás de um manto egocêntrico que maculasse seu berço humilde e puro. Penso que Padre Luiz Carlos se alimentava de sua sempre sadia, rica e descontraída convivência com todos que o circundavam, para então construir suas reflexões, suas profundas homílias tendo sempre o afeto humano como foco de seus temas. Se triste estamos agradecidos também devemos estar, pelo privilégio a nós concedido pela convivência terrena com este ser iluminado. Mineiro sacramentado, Padre virtuoso, homem de fé inabalável, mente sã, de fácil e alegre convivência, mas antes de tudo, sempre um companheiro que com maestria e bondade lhe “roubava” um sorriso seja em que circunstância fosse, pois seu espírito atento e perspicaz, não deixava nada no vazio. Só existe uma palavra em nosso alfabeto que resume este ser que por ora nos deixou: Padre Luiz Carlos, um amigo RIP (Requiescat in Pace). Prof. Antônio Galvão dos Santos Ivo. Coordenador do ERESER TIETÊ.-https://www.uneser.org.br/um-amigo-por-antonio-galvao/
FALECEU O LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA, CSSR Parece mais uma brincadeira dele: a notícia, o Pe. Luiz Carlos faleceu na madrugada de 30 de abril de 2022. Seu jeito brincalhão permanecerá na lembrança, e já me dei ao trabalho de checar que não estou sozinho nessa, mas vi outras pessoas afirmarem inúmeras coisas. Era humano, alegre, atencioso, cuidador, detalhista, observador, dedicado. Um tipo de gente especial, ímpar. Algumas características dele eu as guardo com saudades. Vi o Pe. Luiz Carlos de Oliveira, pela primeira vez, na Basílica Nova de Aparecida, quando eu ainda era um menino romeiro, lá na capela de preparação para as confissões, na década de 1970. Ele era padre novo, jovem de tudo, mas chamou a minha atenção o seu jeito, cara de criança, ao dirigir-se aos romeiros: alegre, educado, atencioso. Demonstrava ser um homem manso, humilde, e estava ali bem próximo das pessoas para ajudar, para acolher a todos, para ensinar alguma coisa que ele sabia. O Pe. Luiz Carlos transmitia algo diferente. Eu achei isso naquela ocasião. Durante a minha formação no seminário, e depois, sendo sacerdote, pude conhecer, conviver, aprender e trabalhar com o Pe. Luiz Carlos de Oliveira. Através das suas brincadeiras, piadas, além das risadas que provocava, ele me ensinou muito. Falou muitas coisas sérias por meio de brincadeiras. Sua inteligência, cultura, sensibilidade e ternura faziam a gente se sentir à vontade na convivência com ele. Suas aulas, cursos, retiros, homilias; seus escritos acerca da Espiritualidade Redentorista, tudo muito profundo e esclarecedor que guardarei no coração. Demonstrava amor e admiração pelas 'coisas' Redentoristas. Além de transmitir o que sabia, incentivava a todos a estudar e conhecer Santo Afonso e tudo o que está relacionado à Congregação Redentorista. Recordo-me do lançamento do livro SEGUIR O REDENTOR, um dos oradores, seu amigo Antônio Bicarato (já falecido) categorizou: "Escrever, publicar um livro, é somente para aqueles que têm algo para contar, para partilhar. O Pe. Luiz Carlos faz parte desse rol, tem muito a nos dizer, tem muito a nos ensinar, tem muita riqueza para partilhar conosco". Ele não estereotipava a figura do padre nem do professor severo, mas a do amigo que está ali presente a transmitir confiança, proximidade e alegria. Quando o Pe. Luiz Carlos trabalhava na Paróquia São Pedro, em Garça, SP, e foi à Pedrinha para pregar o retiro semestral para os seminaristas do Santo Afonso, foi uma riqueza para nós aquela experiência, repleta de criatividade, de conteúdos pastorais e conhecimento da Espiritualidade Redentorista. Pudemos em outras ocasiões ainda aproveitar da sua sabedoria, pelos cursos sobre liturgia, sobre a Congregação Redentorista, a Espiritualidade etc. Mas, a característica dele era o bom humor com que apresentava os conteúdos. Com certeza, muitos obstáculos foram superados, e até escrúpulos foram vencidos, porque o Pe. Luiz Carlos, através do humor, transmitia leveza às pessoas e foi um instrumento da misericórdia, da mansidão, da alegria de Jesus Redentor. A dedicação à missão, a consciência do continuar a Jesus Cristo Redentor, moveu o coração do Pe. Luiz Carlos de Oliveira para assumir várias tarefas na Congregação Redentorista. Formador, Mestre no Noviciado, Missionário em Angola, em época de guerra naquele país, diretor dos estudantes da Congregação em Roma, especialização nos estudos, membro do Governo Provincial de São Paulo. Exerceu atividades burocráticas e pastorais, mas o bom humor foi permanente e característico em seu modo de ser. A admiração que cultivava pelo seu pai, o Sr. Batista, que residia em Sacramento, MG, como também o carinho manifestado aos membros da sua família de sangue, não foi menos percebido em relação aos Redentoristas e à Igreja, Povo de Deus. Pe. Luiz Carlos de Oliveira, um presente que temos recebido e hoje cabe-nos a difícil tarefa de entregar como oferta agradável a Deus, a sua vida, a sua pessoa tão cheia de graça que nos fez muitas vezes rir. Com ironia, dizemos que estamos alegres, porque nos despedimos de você, Luiz Carlos. Vai com Deus!Padre Luís Rodrigues Batista 
Que importante testemunho, caro Padre Luís Rodrigues Batista! Importante porque vem de alguém que conviveu com o Padre Luiz Carlos, acompanhando seus passos como superior maior, provincial dos redentoristas em São Paulo! Padre Luiz Carlos esteve comigo no Seminário Santo Afonso, em Aparecida-SP. Ele estava dois anos atrás em 1962, tendo acabado de chegar do Pré-Seminário de Sacramento, onde, pelas mãos do nosso estimado e saudoso Padre Borges, foi aquele garoto de 11 anos, primeiro a inaugurar a Casa recém construída que abria as portas para os vocacionados da Congregação Redentorista naquela cidade. Meu contato com ele era por meio de e-mail, por onde conversávamos sobre os acontecimentos na Congregação... Mantive-me, dessa forma, participante dessa Casa, que um dia me recebeu, e assim tive a oportunidade de seguir na missão, ainda que egresso do SRSA. Caro padre Luís Batista, como mencionei quando do passamento, o Padre Luiz Carlos, sobre amigo, sobre colega, sobre confrade, era meu irmão! E trago agora um pensamento em que deposito muita fé: UMA VEZ REDENTORISTA, REDENTORISTA NO CÉU!Antônio Ierárdi Neto
Ontem, logo cedo, o Galvão, amigo sempre presente, me ligou às oito horas : ” Você já está sabendo?” O que? “O padre Luiz Carlos morreu esta madrugada!” Eu já sabia da doença dele! Da gravidade da doença! Não sabia da velocidade com que Deus lhe pouparia sofrimentos! Foguinho e eu acertamos visitá-lo segunda feira, dia 2, no hospital! Liguei incontinente para o Foguinho: ” Irmão, segunda não vamos ao hospital !” ” Por que?” “Padre Luiz Carlos morreu!” Serenamente, sem perder o bom humor. Ele sabia do galardão que lhe estava preparado, pra que sofrer! Fiquei me lembrando de quando nos encontramos: 1961 , ele recém chegado de Sacramento, eu vindo da Pedrinha! Ele dedicadissimo aos estudos, eu fazendo pro gasto! Ficamos amigos para sempre! Ao longo dos últimos 60 anos fomos nos encontrando. Não acompanhei sua vida sacerdotal. Eu, certo de que não tinha vocação, deixei o seminário! Ele ficou firme e forte! Era um gozador da minha desafinação inata: Nunca, cantando, distingui dó de ré…ele ria… Não me doía, eu sabia que não tinha esse dom! Um dia, em Aparecida, uma senhora, amiga do seminário, completou 50 anos de casamento: padre Zompero tomou alguns de nós e fomos rezar o terço com ela ! Ao final ela apresentou nos uma terrina de “bolinhos de chuva “…Ele hipnotizado repetiu várias vezes ” Bolinho “… Pronto, pra irrita-lo,apelidei-o Luiz Carlos Bolinho! Mas o apelido não colou! Há 4 anos, retiro anual da UNESER convidamo-lo para ser o pregador! Aceitou de pronto! O retiro aconteceu na Casa das Irmãs Japonesas, no Jaraguá em São Paulo. Pediu me carona. Fui buscá-lo na casa de uma irmã, na Lapa. A irmã reclamou : Ele fala palavrão! Ele rindo… A Marisa quis sentar no banco traseiro, oferecendo-lhe o lugar da frente: Cheio de humor retrucou que estaria mais confortável no banco de trás! Foi um retiro inesquecível! Ele mostrou-se amigo constante e incentivador da UNESER. Deu nos um conselho: “Além dos ex-seminaristas, procurem os ex-padres, eles têm muito a ajudar!”. Agora, Luiz Carlos, Padre Luiz Carlos, levou seu bom humor aos céus, eles que o recebam com ” Bolinhos de Chuva ” muitos bolinhos! Prof. Antonio Thozzi. Escritor e enólogo. 

ELES NOS PRECEDERAM - PE. NESTOR TOMÁS DE SOUZA CSsR

PE. NESTOR TOMÁS DE SOUZA CSsR
+30 de ABRIL 1945 
Nasceu em Miracema - RJ a 29 de abril de 1891. Era coroinha da Matriz, quando os nossos pregaram as Missões na sua cidade. Entusiasmado, o garoto pediu aos missionários que o levassem para Aparecida; queria também estudar para Padre. Vivo, inteligente, foi sempre um dos melhores alunos do seu tempo. Iniciou o noviciado em 1909 e professou no ano seguinte. Seus estudos superiores ele os fez na Alemanha, suportando, as agruras da guerra mundial de 1914. Ordenado em 1915, voltou para o Brasil, sendo logo designado para professor no Juvenato. Mas, feito o segundo noviciado iniciou sua vida de missionário que durou uns trinta anos, em sucessivas Missões e Retiros, em cidades de São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul e Goiás. De temperamento colérico, Pe. Souza era exigente em matéria de ordem e disciplina em tudo. Sua firmeza, às vezes um tanto dura, principalmente com seus súditos, causou-lhes não poucos aborrecimentos como superior que foi em Araraquara e Cachoeira do Sul. Isso ele reconheceu e lamentou mais tarde, penitenciando- se das suas fraquezas. Se nas missões não se poupava, em casa era o homem do seu quarto, lendo, escrevendo, estudando sempre. Conhecia muito bem as bibliotecas de nossas casas, em matéria de livros e revistas. Seus sermões e conferências primavam pela clareza e conteúdo; em linguagem fácil, cheia de vida e colorido, prendiam os auditórios mais exigentes. Ótimo escritor, devido às suas atividades missionárias, pouco pôde realizar no apostolado da pena. Mesmo assim, ainda nos deixou a tradução de “Os Exercícios da Missão”, de Santo Afonso e, em manuscrito, um alentado trabalho sobre nossas fundações em Goiás, Araraquara, Pinda e Rio Grande do Sul, bem como doze cadernetas, com um Diário das suas missões. Durante a última missão que pregou, feriu com a unha uma espinha que lhe saíra no rosto. No momento pareceu-lhe coisa sem importância. Mas a espinha arruinou. Mesmo assim, ele não deu muita atenção ao caso, recorrendo, como remédio, a uma simples pomada. Afinal, instado pelo superior, foi ao médico que constatou tratar-se de séria infecção. Esta foi logo envenenando o sangue, e Pe. Souza, antes no vigor de suas forças, percebeu a gravidade do caso. Aceitou aquela situação de total imobilidade, em meio a dores horríveis. Com a coragem que sempre o caracterizou, e com uma calma admirável, esperou pela morte. E esta chegou, levando-o para a vida eterna, a 30 de abril de 1945.
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

sábado, 29 de abril de 2023

JOSÉ, ESPOSO DE MARIA

Maio é o mês de Maria. 
E no dia primeiro temos a festa de José. 
Sei que é a festa de S. José Operário, um gesto de simpatia da Igreja pelos trabalhadores. 
Prefiro, porém, lembrar-me desta vez que José não é apenas o homem a quem o Pai confiou seu Filho, mas também o homem amado por Maria, com amor que homem algum jamais recebeu. 
E, sim, Maria foi o amor de José, que a amava como homem algum jamais foi capaz de amar uma mulher. 
Eles foram um para o outro revelação, bênção de Deus, alegria, felicidade, paz.
Amando-se, cresceram em santidade. 
Foi vivendo seu amor que ambos cresceram no amor ao Pai, e criaram ao redor de Jesus um ambiente de bondade e alegria. 
Tanta coisa seria melhor em nosso mundo se os namorados, os noivos e os maridos amassem como José amou sua Maria.

ELES VIVERAM CONOSCO - PADRE JOSÉ MARIA PRADA CSsR

PADRE JOSÉ MARIA PRADA CSsR 
+29 DE ABRIL 1991 
O Pe. José Maria Prada era missionário redentorista da Província de S. Paulo. Ele nasceu em Portugal, em 1928 e foi ordenado em 1953. Trabalhou em Angola, África, até 1975, quando veio para o Brasil. Morou em Garça – SP, em Exu – PE e depois foi nomeado Pároco de Salgueiro – PE. Em Salgueiro, um dia, um senhor muito influente e rico na cidade o procurou, junto com a sua noiva, querendo se casar na Igreja. Ele dizia que morou com uma mulher em outra cidade distante dali, mas sem se casar na Igreja. Pe. Prada entrou em contato com a Paróquia daquela cidade e esta lhe mandou a certidão de casamento dele. O padre lhe mostrou e disse que não poderia fazer o casamento.  O homem, primeiro prometeu dar muito dinheiro para o padre se ele fizesse o casamento, mas este não quis. Então o homem ameaçou e disse que mataria o padre, se ele não fizesse o casamento. Pe. Prada foi inflexível, disse que morreria, mas não faria o casamento. Então o homem foi a sua casa, pegou um revólver, veio e deu cinco tiros no Pe. Prada, que morreu na hora. Eram onze horas do dia 29/04/1991. Na Missa de corpo presente, presidida pelo Sr. Bispo da Diocese, que é Petrolina, e concelebrada por todo o clero da diocese, estavam presentes uma enorme multidão. No enterro, levaram, em uma cruz, a camisa ensanguentada do Pe. Prada.

sexta-feira, 28 de abril de 2023

ELES VIVERAM CONOSCO - PADRE HENRIQUE SMÓLSKI CSsR

PADRE HENRIQUE SMÓLSKI CSsR. 
(*)17 Janeiro 1930 (+)
28 Abril 2023
"Nele a redenção é copiosa" (Sl 129, 7) 
Caros Confrades, familiares e amigos É com pesar que comunicamos o falecimento do nosso confrade o PADRE HENRIQUE SMÓLSKI, Missionário Redentorista, ocorrido às 12h.30m de hoje, 28/04/23, com 93 anos de idade, naCSsR residência da Comunidade do Santuário, em Bom Jesus da Lapa -BA. Ele já se encontrava debilitado há diversos anos e estava sendo acompanhando, permanentemente, por quatro cuidadores. O óbito foi confirmado pelo SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) e constatado a falência múltiplas dos órgãos. 
Breve Biografia 
Pe. Henrique (Henryk) Smólski, filho de Josef Smolski e Stanislawa Koprowska, nasceu na Polônia no dia 17 de janeiro de 1930. Na adolescência sofreu os horrores da perseguição narzista, quase não tendo a possibilidade de fazer os estudos normais na escola. No ano de 1950, ingressou na Congregação do Santíssimo Redentor e, no dia 02 de agosto de 1951 fez sua profissão religiosa. Feitos os estudos de filosofia e teologia, recebeu a Ordenação Sacerdotal no dia 06 de abril de 1958. Em seguida, foi nomeado administrador da Paróquia de Nossa Senhora em Glogow, onde consegui reconstruir uma igreja que tinha sido transformada em ruinas durante a segunda guerra mundial. Após alguns anos de trabalho na Polônia, pediu para ir para as missões na América Latina, na Vice-Província de Resistência, na Argentina, onde foi nomeado administrador da Paróquia de Dionísio de Cerqueira, na fronteira com o Brasil. Em 1988, chegou para a Missão Redentorista da Bahia, trabalhando em Bom Jesus da Lapa. Mas, com a nomeação de Dom Ceslau Stanula, como bispo de Floresta-PE, ele foi como cooperador do novo bispo para lhe fazer companhia na casa e na diocese. Lá, foi nomeado administrador da Paróquia de São José, em Custódia-PE, que estava sem padre. Depois de alguns anos de trabalho na Diocese de Floresta-PE, foi chamado de volta para a Bahia e passou a residir em Bom Jesus da Lapa, exercendo várias funções como colaborador da pastoral do Santuário e da Paróquia Bom Jesus; foi ecônomo do Santuário e da diocese; responsável pelo Abrigo dos Pobres e exerceu outras diversas atividades no Santuário e na Paróquia. Nos últimos 10 anos, estava sofrendo de diversas comorbidades, em decorrência do alzheimer. Aos confrades da Vice-Província lembro as recomendações dos nossos Estatutos e de nossa tradição Redentorista de rezar a Santa Missa e o Santo Rosário na intenção do nosso confrade falecido. A missa de corpo presente será realizada amanhã (29/04), às 15h, no Santuário do Bom Jesus e em seguida o sepultamento no Cemitério de Santa Luzia, em Bom Jesus da Lapa-BA. 
Em Cristo, Maria, José e Afonso. 
Pe. Roque Silva Alves CSsR 
Superior Vice-Provincial

PADRE LIBÁRDI - RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - COMPORTAMENTO -24-


PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+) 
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR 
Usar “camisinha” educa? 
Estamos perplexos face o esforço feito até pelo governo na luta contra doenças transmissíveis pelo sexo; um palavreado que recomenda preservativos como um meio certo para evitar problemas. Uma pergunta devíamos fazer: divulgar o uso de preservativo educa? Não entendemos mais nada. Recomendamos o uso de camisinha para evitar a transmissão da AIDS; outros dizem que camisinha não resolve, uma vez que o vírus é super microscópico e a camisinha é altamente porosa. Quem está com a razão? Esse sistema de educar indica a falência em que chegamos, onde o medo faz a necessidade da prevenção e substitui os valores morais e éticos. Acredito que isso seja um meio das autoridades se tranqüilizarem, porque ninguém pode dizer que não fizeram nada para evitar uma epidemia. Seria de tudo impossível trabalhar com outros valores usando a mesma quantia de dinheiro que se usa para essa malfadada campanha de prevenção contra a AIDS? Que pena tratar um assunto tão contundente de forma tão primária, prosaica e irresponsável. Qualquer pai ou mãe que recomenda ao filho ou filha o uso de preservativo para evitar o contágio entra também no rol dos irresponsáveis e apenas colocam alguma coisa que tranqüilize suas consciências e lhes dê o direito de dizer depois: Eu não falei? Precisávamos tratar a vida com mais respeito. Está na hora de mostrar aos filhos desde pequenos o valor da pessoa, o valor da vida, a dignidade do homem e da mulher. Por que negar o valor de uma vida sadia, onde se aprende a controlar seus instintos, a cultivar sua sexualidade sem aceitar os chavões comuns que só visam despertar uma verdadeira mania por sexo? Aprender hoje o respeito ao próprio corpo, à sua própria pessoa é plantar algo perene e duradouro que liberta de ter que chorar depois ou se arrepender amanhã. Essa nivelação de valores provocada pela mídia como caminho de liberdade própria da modernidade é reduzir a pessoa aos seus instintos descontrolados, é impedir um viver digno. Acho que já chegamos longe demais e hoje somos invadidos por pessoas desqualificadas que nos dão lições através da televisão. É muito mais expressiva a educação em casa para o uso do sexo do que ligar a TV e deixar que a família se encharque com o despudor e desrespeito com que se fala da vida, do homem e da mulher. Não podemos achar normal a depravação só porque alguns não conseguem viver e se conter dentro dos parâmetros da dignidade. É por isso que ninguém substitui os pais na educação e formação da família. Resta saber o que fazer com pais imaturos e desarticulados, ingênuos e incrédulos. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO

ELES VIVERAM CONOSCO - PE. LUÍS PESSI CSsR

PE. LUÍS PESSI CSsR
+ 28 de ABRIL 1984 
Nasceu a 20 de janeiro de 1908, em Jaguari - RS, filho de Giácomo Pess e Marcolina Della Pieve Pess. Estudou no Seminário de São Leopoldo - RS, de 1924 a 1929, entrando para o Seminário Santo Afonso, em Aparecida-SP, a 04 de fevereiro de 1930. Recebeu o hábito redentorista em Aparecida, a 25 de abril de 1931, iniciando assim seu noviciado, que foi feito em Pindamonhangaba. Aí fez a profissão religiosa na C.Ss.R. a 26 de abril de 1932. O Seminário Maior foi feito na Argentina, em Manoel Ocampo e Villa Allende. Foi ordenado sacerdote em Jaguari - RS, a 06 de janeiro de 1937, por Dom Antônio Reis, Bispo de Santa Maria - RS. Após a ordenação sacerdotal continuou seus estudos no recém fundado Seminário de Santa Teresinha, em Tietê-SP. Deixou o Seminário Maior dia 20 de dezembro de 1937. Seu primeiro campo de apostolado foi na Penha, São Paulo, como missionário, onde ficou até junho de 1939, quando foi transferido para Cachoeira do Sul - RS. Morou também em São João da Boa Vista. Quase a vida toda foi missionário.P P No dia 25 de janeiro de 1956 realizou-se a instalação canônica da Vice-Província de Porto Alegre, sendo o Pe. Luiz Pessi o seu primeiro Vice-Provincial. A sede provincial ficava em Cachoeira do Sul. Foi Provincial de 1956 a 1961. Deixando o cargo, ficou superior da comunidade de Cachoeira do Sul. Pe. Pessi faleceu na mesma Cachoeira do Sul, no dia 28 de abril de 1984. (Arquivo Provincial)
CERESP
Centro Redentorista de Espiritualidade - Aparecida-SP
Pe.Isac Barreto Lorena C.Ss.R.(In memoriam)
Pe.Vitor Hugo Lapenta CSsR
Pe.Flávio Cavalca de Castro CSsR

quinta-feira, 27 de abril de 2023

PADRE LIBÁRDI - RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - COMPORTAMENTO -23-

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
A vaidade é pecado? 
A Bíblia é bem taxativa quando diz: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”. As pessoas às vezes confundem a vaidade com o capricho em se produzir ou ter alguma coisa bonita. Produzir-se é uma necessidade da boa apresentação de cada pessoa educada. E quem não gosta de apresentar sua mãe bonita, elegante ou um pai bem alinhado? O esmero em se cuidar melhora até o nosso psíquico. Uma pessoa idosa tem que cuidar de seu visual. Todos temos direito ao conforto, não temos o direito ao luxo e ao supérfluo. Em nada se justificam os exageros das mansões, carros sofisticados, festas nababescas. Mas a vaidade parece ter raiz funda na necessidade de se mostrar, parecer melhor do que os outros, necessidade de auto- promoção, necessidade de cobrir o vazio das pessoas. Já foi o tempo em que bajulávamos pessoas por causa do nome, das posses e fortunas, posições e encargos sociais. Estamos aprendendo a ver as pessoas no seu conteúdo próprio e não pela embalagem. A vida ensina e é a melhor escola. Vamos dar tempo ao tempo e manter os olhos abertos para assistirmos o desmanche de famílias inteiras que a vaidade enterrou na baixaria e na lama social. E até na religião a vaidade tem seu lugarzinho bem disfarçado. Olhe a pretensão vaidosa de quem quer ganhar o céu e fica somando méritos, ramalhetes espirituais para arrogar a si o direito de ser salvo. Quantos chegam até nós e arrotam o azedo das doações que fizeram: “Eu ergui essa igreja”. E quantas desfilam em nossa comunidades nas celebrações recolhendo elogios. O que dizer daqueles que as rezas não começam se eles não chegarem? Se Jesus voltar, certamente vai pegar de novo o chicote e agora mais uma boa vassoura e vai limpar a comunidade dessas pragas semelhantes aos fariseus, que gostavam de ser vistos rezando e elogiados pelas esmolas que distribuíam em praças públicas e pelas orações grandiosas e ostensivas que faziam no Templo. Raças de víboras modernas. Como a pessoa torna-se mesquinha a ponto de usar as coisas de Deus, serviços que fazem nas comunidades para se promoverem. Jesus diria de novo. “Cuidado com o fermento dessa gente”. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO

quarta-feira, 26 de abril de 2023

PADRE LIBÁRDI - RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - COMPORTAMENTO -22-

PADRE HÉLIO DE PESSA
TO LIBÁRDI(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
De quem é o supérfluo? 
Há palavras que quase nunca aparecem em nosso vocabulário diário. Por isso mesmo não nos preocupa a palavra e às vezes também a prática. Quanta gente esbanja, gasta, desperdiça e não se preocupa, porque sobra dinheiro. O supérfluo é tudo aquilo que vai além da nossa necessidade básica a uma vida digna. Vai muito bem um café da manhã com pouca coisa na mesa, mas sempre gostamos de acrescentar o supérfluo: manteiga, ovos, presunto, queijo, compotas, sucos, frutas etc. Estamos muito bem, mas precisamos reformar nossa casa, trocar os móveis e comprar uma quantidade de badulaques para entupir armários e prateleiras. No fundo, o supérfluo é o abuso dos bens; enquanto uns não possuem aquilo que é básico a uma vida digna e que lhe permita crescer e ter acesso ao necessário, outros realmente nadam no consumismo, na abundância, no luxo, no exagero. O fenômeno da exclusão nasce da ganância do ter, do exagero do usar. E que direito temos a tudo isso? A simples desculpa de que tudo é fruto do trabalho não convence, porque há tanta gente trabalhando e não consegue nem o salário digno. Dizer que é fruto só do trabalho é uma ingenuidade, e mais ingenuidade é querer que acreditemos nisso. É certo que algumas pessoas têm mais capacidade de administrar, de governar, de exercer uma atividade mais rentosa. São capazes de ver o conjunto dos problemas, a diversidade de pessoas e recursos em vista de certos projetos. São dotadas de energia e capacidade de dinamizar os outros. São mais preparadas e mais capacitadas para o trabalho. Mas é certo também que tudo isso é dom de Deus, como dom de Deus o mundo, a vida que está em cada um. Essa é a razão fundamental para que alguém perceba que tudo é dom de Deus, por isso mesmo tudo que a vida produz, produz para a humanidade. Esta é a doutrina da Igreja: todos os bens possuem uma destinação social. O direito à vida nos dá o direito de usar aquilo que é necessário para mantê-la e desenvolve-la, mas não dá o direito ao supérfluo. O mundo não é nosso, o que produzimos é de todos. Temos direito ao essencial para viver dignamente. Aqui não vale a desculpa de que as pessoas não trabalham, não produzem. As chagas da humanidade são nossas chagas e o resultado do consumo do supérfluo vai ter o preço da exclusão e da violência. A ganância para se ter mais produz a escravidão, a opressão e a manipulação do outro em nosso favor. Podemos continuar pensando diferente da Igreja e até levar a sociedade em direção oposta ao evangelho, mas tenhamos a certeza de que vamos colher as desgraças que semeamos na ganância. O supérfluo não é nosso, é dos pobres. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO

terça-feira, 25 de abril de 2023

PADRE LIBÁRDI - RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - COMPORTAMENTO -21-

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+)
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Temos de fazer os “cursos” exigidos pela Comunidade?
Hoje, quando em tudo se busca a “qualidade total”, em tudo se exige também qualificação que torne o trabalho mais eficiente e conseqüentemente produza mais e gere maior lucro. Na área do conhecimento religioso, estamos ficando minimistas. Se no mundo do trabalho há tantas exigências, porque não se pode exigir quando se trata da formação religiosa das pessoas, do aprendizado dos valores básicos da construção da pessoa humana? É interessante a falta de formação religiosa e a falta de preparação para a vida de fé. Enquanto se procura e se submete a testes, cursos, seminários sem perguntar custos e tudo se faz para melhorar a remuneração e encontrar um emprego, a Igreja também cria seus métodos de trabalho através dos quais faz veicular elementos básicos da fé que ajudem as pessoas a viverem conscientemente sua fé. Estão nessa linha os cursos para noivos, crisma, batismo, catecismo de perseverança, primeiras eucaristias etc. Através desses cursos se visa também ao sentido comunitário da participação e integração na comunidade. Não se sustenta mais a idéia de que precisa batizar, crismar etc., é necessário realizar tudo isso conscientemente e com condições de futuro. Sabemos que às vezes a qualidade desses cursos básicos não é das melhores e mais brilhantes, nem são teólogos os que ministram tais cursos; mas se deve levar em conta a diversidade de auditório, de conhecimento religioso e a cultura. Mesmo para pessoas que possuem cultura, esses cursos são bons, e quem deles participa nessas condições dá um excelente exemplo e testemunha sua fé e sua alegria. Os que mais reclamam são os que mais precisam deles. São os que estão por fora de tudo, pouco sabem sobre sua religião e participam muito pouco de sua comunidade. Nada pior do que a auto-suficiência. Sabemos também que alguns palestrantes são fracos e pouco preparados, e, apesar da boa vontade, nem sempre propõem um conteúdo de valor significativo. Eles estão dando o que podem, mas devem procurar o pároco para uma melhor orientação e formação. Admiramos essas pessoas, mas alertamos que boa vontade não basta. Quando houver alguma circunstância especial, os interessados devem procurar diretamente o pároco e colocar suas dificuldades e impasses. Esses cursos são normas pastorais, não são mandamentos, tudo pode ser acertado e as exceções apenas confirmam a regra. Devemos preparar-nos melhor para vivermos conscientemente nossa fé. Esses cursos são oportunidades ricas de aprendizado e de contato com pessoas de nossa comunidade. Devemos agradecer as comunidades que nos convidam para tais cursos. Aqui vale perceber quem vive feliz sua fé. Os repulsivos sempre vão criar caso. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
EDITORA SANTUÁRIO

segunda-feira, 24 de abril de 2023

PADRE LIBÁRDI - RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - COMPORTAMENTO -20-

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+) 
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR 
Para que fazer perguntas que não têm respostas? 
Há pessoas com a inteligência bem desenvolvida e há outras com menor alcance; gente que lê muito e gente de pouca leitura. Conforme o desenvolvimento intelectual e a cultura, , que, às vezes, são básicas em nossa vida. Mas há uma série de perguntas que é melhor nem fazer, dada a dificuldade de encontrar respostas que satisfaçam. Nessa lista estão as mais comuns: Por que morreu meu pai, minha mãe? Por que bati o carro ou bateram no meu carro? Por que trabalho tanto e não tenho nada? Por que as pessoas não me entendem? Como é no outro mundo? Essas perguntas têm resposta, mas, por mais que se explique, fica sempre uma insatisfação e, quanto mais se questiona mais aumenta a angústia. A pessoa precisa saber posicionar-se e deixar de criar a insatisfação, fazendo perguntas que não possuem respostas satisfatórias. Cada um tem de se acomodar com a realidade. É inteligente e equilibrado quem consegue nessa hora perceber e aceitar com realismo fatos imodificáveis ou situações irreversíveis. É uma postura sadia, sem falar daquele que encara com fé esses momentos. Nesse caminho vão todas as perguntas sobre a outra vida. De lá temos as informações da fé e nada mais, porque ninguém voltou para nos dizer algo e não temos palavras para expressar outra realidade, cuja dimensão escapa dos nossos conceitos e nossas figuras de linguagem. Veja a dificuldade que temos para explicar o que é o “nada”. O melhor é procurar esclarecimento e depois aceitar; a vida continua e precisamos vivê-la da melhor maneira possível, enfrentando os limites humanos com coragem e sem se entregar ao ceticismo, ao desânimo, à descrença. Nesse ponto, quem possui a fé, possui a chave para uma vida sadia e bem organizada. A melhor postura é a de quem consegue analisar os acontecimentos, consegue ver além dos fatos e com isso se posiciona com equilíbrio e realismo. Não vale a pena viver questionando aquilo que ninguém consegue dar uma resposta suficiente. O homem sempre devia chegar através das coisas, até aquele que é o princípio e o fim de tudo. Devia aprender a se curvar diante de quem gerou a vida e com seu sopro recria o mundo a cada dia: Deus. A auto-suficiência e a ignorância não podem dispensar a fé em Deus e na sua força criativa, que nos dá a vida e a transforma no dia do amanhã.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO

domingo, 23 de abril de 2023

PADRE LIBÁRDI - RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - COMPORTAMENTO -19-

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+) 
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR 
Os fariseus eram tão ruins como aparecem nos Evangelhos? 
Os fariseus eram pessoas religiosas, acreditavam ser a verdadeira comunidade de Israel. Como chefes e membros influentes das comunidades alguns eram doutores e escribas, gente até bem preparada. Os não contaminados pelo farisaísmo eram pessoas espirituais, boas. Viviam em comunidades fechadas cujo ingresso era feito mediante rigorosa seleção de candidatos. Eles se preocupavam em cumprir a lei e tentavam explicitá-las através de novas leis e tradições. Através da lei e da observância dos ritos, acreditavam que estavam angariando méritos de salvação. A idéia de que os fariseus todos eram maus nasce da narrativa evangélica. De fato Jesus e os primeiros cristãos tiveram conflitos com os fariseus radicais. O pecado dos fariseus foi o fechamento, a obsessão pela lei. Talvez fosse até algo invencível neles. Alguns fariseus convidaram Jesus para estarem em suas mesas, mas a radicalização na lei, sem olhar a prioridade da pessoa humana, fez com que recebessem de Jesus uma chamada forte. Esse farisaísmo não foi só a tentação deles, é também hoje a tentação permanente na comunidade cristã. Ele continua em uma legião de pessoas incapazes de se abrirem pelo menos para perceber que a verdade não está só neles, mas pode ter muitas faces. Só eles sabem, só eles estão certos, eles interpretam, eles são os guardiões da ortodoxia. Apoiam-se em textos da Igreja e apavoram a todos os que buscam de coração sincero uma compreensão maior das verdades da fé e um modo mais atualizado de dizê-las. Todos os que falam diferente deles são uns irresponsáveis que prejudicam a comunidade. Parece que o Espírito Santo desceu só sobre eles. Essas pessoas deviam ler e apreciar outras correntes de teologia, outras leituras bíblicas e serem honestos estudando questões controvertidas. Pelo menos deveriam reconhecer que o tanto que estudaram de religião não lhes dá o direito de condenarem os outros e de se transformarem em armeiros de Deus. Nesse meio de estudos há muitos teólogos que se debruçam sobre livros e pesquisas durante anos a fio, para serem chamados de irresponsáveis. As fogueiras da Idade Média já ficaram para trás. Hoje se trata de analisar perguntando: porque uma doutrina, se é tão clara e transparente, não consegue produzir frutos da fé e da caridade. Depois de tantos anos de cristianismo, perguntamos: o que está errado em tudo o que ensinamos para que haja no mundo tanta violência e ganância? Fariseus e fundamentalistas não são propriedades de uma época, os jornais os trazem à tona todos os dias. Mais respeito faria bem. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO

ELES VIVERAM CONOSCO - PADRE IDEMAR COSTA CSsR

* 20/09/1964
+ 23/04/2021
Com pesar, a Arquidiocese de Goiânia comunica o falecimento do padre Idemar Costa, da Congregação do Santíssimo Redentor de Goiás. Ele era colaborador da Paróquia do Divino Pai Eterno, em Trindade. O religioso estava internado há alguns dias em estado grave, em decorrência de complicações da covid-19. Padre Idemar tinha 56 anos de idade e 21 anos de sacerdócio. Nos últimos anos, dedicou-se ao atendimento dos romeiros do Divino Pai Eterno e também da Paróquia Santa Bárbara, em Santa Bárbara de Goiás. Destacou-se na animação bíblica da pastoral e da catequese. Às 13h, saíu o cortejo do Portal da Fé em direção à Igreja Matriz do Divino Pai Eterno e, em seguida, para o Cemitério Municipal de Trindade, onde o Pe. Idemar foi sepultado. Dai-lhe, Senhor, o descanso eterno e que a luz perpétua o ilumine. Descanse em paz. Amém.

sábado, 22 de abril de 2023

PADRE LIBÁRDI RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - COMPORTAMENTO -18

PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI(+) 
REDENTORISTA NA PAZ DO SENHOR
Lixo e sujeira são um novo pecado? 
Sempre se espera que alguém de fora faça por nós o que devíamos fazer. Assim nos acostumamos com tudo até com a sujeira das ruas, na frente de nossas casas e sujeira dentro de casa. Se valer a psicologia, alguns estão bem ruins, porque tudo isso pode ser reflexo da desordem que anda por dentro das pessoas. Com que facilidade as pessoas desembrulham compras e jogam o papel ou plástico na rua ou onde estiverem. É triste olhar as ruas emporcalhadas nas manhãs de finais de semana, principalmente onde há um ponto de encontro. Um triste retrato da cidade e do que vai pelo interior de cada pessoa. Falar que isso é apenas questão de educação é minimizar o problema e reduzi-lo a uma longa espera até que as pessoas se eduquem. Se não se tem ordem interior ou conteúdo interior, se as pessoas não têm sensibilidade para perceber que devem respeitar o mundo criado por Deus e para todos nós, elas continuarão poluindo, sujando e destruindo, dando asas à animalidade sem freio. Esperar que o poder público faça a limpeza é a pior escolha que fazemos, pois quantas vezes vemos os garis e as donas de casa varrerem o lixo para dentro dos bueiros nas ruas. E também sabemos que o interesse de manter a cidade limpa não é dos maiores. Assim vamos, na medida em que andamos pelas ruas, nos deparando com a imundície criada por pessoas vazias e irresponsáveis, que desconhecem os elementos básicos da cidadania e da ética, acostumadas com a sujeira por fora e por dentro de si. O que será que um pai ou uma mãe desse naipe poderá dizer ao filho que joga papel de bala na rua? Realmente ninguém dá o que não tem. Quando as pessoas ensinarem a respeitar uma árvore, a colocar o lixo no lixo, a pegar uma vassoura e limpar a frente de sua casa, poderemos acreditar que as crianças vão aprender a respeitar as pessoas e teremos a certeza de estar vivendo no meio de gente. Ser sujo não é só questão de hábito, mas de ausência de sentimento humano e cristão e ausência da capacidade de olhar o mundo com os olhos de Deus. Ao terminar a criação, Deus viu que tudo estava bem feito, e se hoje algo mudou, temos de assumir a responsabilidade do que mudou. Assim vamos da casa para a rua, da rua para os pontos de encontro, do ponto de encontro para as feiras livres. Um desfile de nossa insensibilidade, de nossa falta de ética e de cidadania. Que bem faria, para nos sensibilizar, uma campanha periódica de limpeza pública. Ser feliz não é mesmo para todos. 
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R. 
EDITORA SANTUÁRIO